Trash of the Count’s Family – Capítulo 332

O Santo Jack tirou do bolso a Condenação do Sol e abriu a palma da mão. Ele podia ver o pequeno e velho espelho compacto.

Clique.

Havia dois pequenos espelhos visíveis quando o abriu.

O rosto de Jack era visível nos espelhos. Ele viu uma palavra aparecer nos espelhos também.

<Condenação>

Jack recebeu a vontade do Deus Sol no momento em que leu essa palavra.

“Puna essa escuridão. Destrua-a.”

O olhar de Jack avançou.

Ele podia ver as pessoas cujos olhos ficaram pretos. Estavam segurando armas ou lançando magia enquanto tentavam proteger o Mestre do Campanário Bernard.

“Destruí-los? Eu deveria puni-los?”

A Condenação do Sol.

Dizia-se que este item divino tornava a noite branca.

O livro deixado pela Rainha da Morte dizia para puxar uma espada do espelho.

— Coff!

— Ugh! Peguem-nos! Amarrem-nos!

Jack virou a cabeça. Os Elfos Negros que não estavam participando da batalha estavam fazendo o possível para evitar que mais indivíduos de olhos roxos fossem até Bernard.

Havia pessoas que faziam tarefas administrativas no Campanário dos Alquimistas, bem como algumas pessoas que foram capturadas e trazidas como escravas.

— Santo-nim?

Cale gritou para o rígido Santo. Jack então se virou para Cale.

Cale finalmente percebeu. O Santo estava realmente calmo e controlado agora. Jack começou a falar.

— Preciso de um tempo.

Ele precisava de tempo para ativar o item divino.

Precisava fazer isso para que os inocentes não se machucassem. Não sabia como, mas precisava pelo menos tentar. Precisava tentar purificá-los.

— Você precisa de tempo para purificar as coisas?

O Santo Jack acenou com a cabeça para Cale, que entendeu bem o que ele quis dizer.

— Sim.

Jack percebeu que a boca de Cale começou a se abrir lentamente naquele momento.

Era uma voz confiante, mas calma. No entanto, a mensagem logo seria entregue a todos.

— Raon, entregue a mensagem.

“Entendido, humano!”

Choi Han e Tasha que corriam em direção a Bernard, bem como a mestre espadachim Hannah, que avançava em direção a Bernard no ar.

Mary, Sir Rex e a assassina Freesia também.

O pedido de Cale foi entregue à mente de todos.

“Mudança de planos.”

As pessoas que se moviam estremeceram.

“O esquadrão de ataque ganhará o máximo de tempo possível. Concentrem-se apenas em atacar Bernard.”

“A equipe de evacuação concentrará todos os esforços na retirada das pessoas.”

O Santo Jack podia ver os olhos de Cale.

O homem que estava calmo como sempre deu a ordem.

— A purificação do Santo Jack começará agora. Ajudem-no.

Roooooooooooooooooar—

Ele ouviu um rugido naquele momento.

O Santo Jack levantou a cabeça.

O Dragão de Ossos Brancos bateu suas grandes asas enquanto soltava um rugido. Uma aura dourada negra que parecia um raio também cortou o céu.

— Hannah.

O Santo pôde ver sua irmã mais nova que avançava em direção a Bernard sem qualquer sorriso no rosto.

Os cidadãos que estavam evacuando gritaram ao ver aquela cena.

— Um Cavaleiro Dragão!

Ao contrário do Cavaleiro Dragão do Reino Roan, eles só podiam ver algo branco quando olhavam de longe para Hannah vestida de branco e para o Dragão de Ossos Brancos.

— Hahaha! Você está tentando matar todo mundo?

Bernard começou a rir enquanto movia as mãos. No entanto, seu olhar estava focado na necromante Mary.

Mary começou a mover as mãos também.

O Dragão de Ossos Brancos e os wyverns avançaram em direção ao chão seguindo seus movimentos.

Pareciam meteoros caindo no céu noturno.

Bernard começou a falar enquanto olhava para aquela visão que ficaria linda à distância.

— Os magos negros estão em uma classe diferente dos necromantes, que só podem controlar os restos sujos dos mortos.

Havia diferenças significativas entre magos negros e necromantes que só conseguiam manusear ossos. Mesmo que a palavra ‘negro’ estivesse presente, eles ainda podiam imitar a natureza e usar magia.

A mão esquerda de Bernard começou a se mover.

Uma barreira negra apareceu no céu.

Era semelhante ao escudo de Raon e até mesmo o de Cale.

Baaaaang! Bang! Baaaaang!

O Dragão de Ossos Brancos e os wyverns colidiram com a barreira negra. Não conseguiram passar por aquela barreira espessa e resistente.

Bernard olhou para eles que estavam com dificuldade antes de olhar para frente novamente. Então começou a falar.

— Não é semelhante à batalha de Henituse?

A batalha entre a Aliança do Norte e o território Henituse.

O escudo de Cale subiu contra a Brigada de Cavaleiros Wyvern. Uma visão semelhante estava acontecendo no Império agora.

Bernard, que ficou entretido com o fato, olhou para Choi Han.

Santo Jack, Choi Han e Mary. Tudo ficou claro quando eles apareceram.

Cale Henituse e o Reino Roan.

— Claro, a diferença é que desta vez estou fazendo o papel de Cale Henituse. Me tornarei o herói?

Bernard pôde ver Choi Han com uma túnica branca balançando a espada em sua direção.

Choi Han deu uma resposta curta enquanto brandia sua espada.

— Absurdo.

Bernard riu enquanto movia a mão direita desta vez.

— Vão lutar.

Bang!

A aura de Choi Han foi bloqueada.

Três cavaleiros de olhos negros bloquearam Choi Han e protegeram Bernard.

Aaaaaaaaaaaaaaaaah!

Choi Han pôde ver um grupo de pessoas com olhos negros gritando enquanto avançavam.

A Elfa Negra Tasha começou a franzir a testa.

— Merda!

— Só podemos suprimi-los!

— Porra! Não podemos matar pessoas inocentes!

Vários Elfos Negros gritaram preocupados.

Eles prefeririam lutar contra os cavaleiros e magos.

Todos os Elfos Negros começaram a franzir a testa quando tiveram que enfrentar as pessoas do palácio que avançavam em direção a eles sem quaisquer armas. Era uma situação constrangedora.

Bernard não se importou quando ativou sua mana negra e deu uma ordem aos indivíduos controlados.

— Parem os inimigos. Usem as pernas se cortarem seus braços e usem o corpo se cortarem suas pernas.

“Esse maldito maluco.”

Os olhos da Elfa Negra Tasha começaram a queimar de raiva.

Bernard sorriu gentilmente enquanto controlava as pessoas.

— Protejam-me, seu mestre. Matem os inimigos.

Todos os Elfos Negros olharam para ele com raiva, no entanto, não havia nada que pudessem fazer.

— Uuuuuuuuuugh.

— Aaaahhh—

Não tinha o que fazer.

— Isto está me enlouquecendo!

— Afastem-se de mim se não quiserem morrer!

Dezenas de pessoas se reuniram ao seu redor.

Os Elfos Negros puderam ver muitas mãos agarrando suas mãos e pés. Podiam ver mãos sem armas. Era difícil atacar pessoas assim.

— Ugh!

Choi Han pôde ver a parede humana que bloqueava seu caminho.

Todos os cavaleiros o cercavam para impedi-lo de chegar até Bernard.

Baaaaang! Bang! Bang, bang!

Hannah e o Dragão de Ossos Brancos ainda estavam tentando romper a barreira negra no ar, porém, não havia nem um arranhão nela.

— Caralho! Porra! Apressem-se e quebrem!

As veias de Hannah saltavam enquanto ela gritava, no entanto, a barreira negra a impedia de chegar até Bernard.

Bernard não pôde deixar de rir daquela visão.

— Oh, necromante, você consegue ver?

Ela era atualmente a única sem obstáculos.

Bernard estava falando com Mary de maneira descontraída.

— A magia negra tem o poder de usar magia e de controlar as pessoas para que cumpram suas ordens.

Bernard lentamente começou a andar.

Ele passou pelos Elfos Negros e Choi Han que estavam sendo atrapalhados por centenas de pessoas.

— Ugggh— Bernard, seu desgraçado!

— Mestre do Campanário—!

Ele ignorou os Elfos Negros que o xingavam e caminhou lentamente enquanto falava apenas com Mary.

Magia negra.

Um poder de controlar as pessoas para cumprirem suas ordens.

— Quer matemos pessoas para fazer desespero negro ou controlemos as pessoas e brinquemos com suas vidas.

Tap.

Bernard parou de andar.

Oooooooooong—

Mana negra rugia como redemoinhos em ambas as mãos.

— É a grandeza da magia negra que permite controlar muitas coisas ao mesmo tempo. É um mundo diferente de um necromante que só brinca com ossos.

Ele podia ver os dedos de Mary.

Suas mãos feias se moviam sem parar.

Baaaaang! Bang! Bang!

Ela estava movendo as mãos e controlando o Dragão de Ossos Brancos e os wyverns para que pudessem romper a barreira negra.

No entanto, seus limites como necromante a impediam de vencer a magia negra.

— Tudo bem então, acho que é hora de chamar meu verdadeiro inimigo.

Bernard desviou o olhar de Mary.

Passou pelo Santo Jack e pelo indivíduo vestido de marrom ao lado dele e parou em algum lugar.

Ele estava olhando para um lugar vazio no ar.

— Saia, pequeno dragão.

Ele podia sentir a leve presença do jovem dragão há algum tempo.

Era o mesmo dragão que esteve com Cale Henituse na batalha do Reino Whipper.

Era a existência que viu e sentiu enquanto estava no corpo de Honte.

— Apresse-se e saia.

Bernard começou a ter uma expressão enlouquecida nos olhos.

Foi naquele momento.

Ele ouviu uma voz vindo do lugar vazio.

Ainda era uma voz jovem.

— Você não é meu para matar.

— Não sou seu?

Swish.

Bernard virou a cabeça.

Ele podia ver alguém ajoelhado sobre um joelho.

Era o Santo Jack.

— Ugg–ugh!

Ping. Ping.

Suor e sangue escorriam de seu rosto.

Jack juntou as mãos. O espelho compacto estava entre suas mãos.

Destrua-a.

Purifique-a.

Um desejo maior do que nunca, a palavra de seu senhor e seus instintos o dominaram.

Havia uma razão simples para isso.

— Cure—

Era porque Jack estava tentando se curar.

Em vez de destruir, ele estava tentando salvar.

Jack levantou a cabeça. Ele podia ver os Elfos Negros sendo retidos por centenas de pessoas, assim como sua irmã e os cavaleiros que tentavam romper a barreira negra.

Finalmente, pôde ver a expressão estóica de Choi Han. Ele estava sendo empurrado por uma parede de pessoas que apenas seu rosto era visível.

No entanto, ainda estava se certificando de que ninguém se machucasse.

Choi Han murmurou algumas palavras para ele.

— Isso é suficiente?

Ele estava perguntando se havia conseguido tempo suficiente para Jack.

Jack começou a sorrir.

Os Elfos Negros e Hannah também estavam olhando para ele.

Estavam esperando por ele.

Eles poderiam brigar, mas estavam esperando, porque ele havia pedido algum tempo.

Jack fechou os olhos.

“Destrua-a. Purifique-a.”

A voz na escuridão estava gritando assim novamente.

Que tipo de luz diria às pessoas para destruir coisas?

— Uuuuuuuuuugh.

Afastou as mãos uma da outra.

Ele já havia apertado as mãos assim no passado quando não queria destruir sua irmã mais nova, Hannah, que teve que ser curada por Mary usando mana morta.

Ficou com as mãos entrelaçadas o tempo todo em que esteve na Seção sete da Selva.

Tinha as mãos firmemente entrelaçadas para não machucar ninguém com elas.

As mãos que estiveram juntas todas aquelas vezes se afastaram uma da outra.

Elas então pressionaram o chão.

Ele começou a imaginar algo na escuridão com os olhos fechados.

“Só preciso pintar um quadro.”

Seção sete da Selva.

“Só preciso pintar a luz uma por uma, assim como aquelas árvores escuras ficaram brancas uma por uma.”

Flap, flap.

As mangas de Jack tremulavam.

— O quê—?

Bernard estendeu a mão com urgência na direção de Jack.

No entanto, alguém agarrou seu braço.

Ele abaixou a cabeça. Podia ver a necromante que estava olhando para cima e sorrindo para ele.

Seus olhos estavam lhe dizendo algo.

“Irei destruí-lo.”

Bernard começou a franzir a testa.

— Porra!

Foi quando a mana negra começou a subir de seu corpo e quase explodiu.

Ooooooo—

O chão começou a tremer.

Tudo começou na praça do Campanário dos Alquimistas.

— Mas que diabos—?

Um dos cidadãos evacuados virou-se para olhar. Então olhou para seus pés.

— Hã?

Então levantou um dos pés.

Havia uma linha branca.

Podia ver uma linha branca estendendo-se além da planta do pé.

Virou a cabeça em direção à origem desta linha branca.

Podia ver o Campanário dos Alquimistas à distância.

Santo Jack.

A linha branca se estendia de suas mãos. Ela estava indo por toda a capital em todas as direções. A linha branca cobria o chão da mesma forma que Mary havia purificado as árvores.

“Destrua-a. Purifique-a.”

Jack abriu os olhos.

Ele respondeu à voz em sua cabeça.

— Cure-a.

Faça ficar melhor.

Dê paz aos feridos.

Jack podia ver outras pessoas além de seus amigos.

Podia ver seus olhos negros.

O Santo Jack finalmente pôde ver aqueles olhos claramente.

Estavam chorando.

Ele podia ver as pessoas lá dentro que estavam chorando.

Shaaaaaa—

Uma brisa passou por elas.

Então as áreas ficaram cheias de gritos.

— Ahhhhh!

— Aaah!

A luz branca subiu do chão.

A linha branca que varria o chão como uma teia de aranha começou a lançar luz em direção ao céu.

— É luz.

Os cidadãos fugindo e os que já estavam fora das muralhas pararam de se mover enquanto olhavam para o chão e para o céu.

A luz branca subia do chão da capital.

Era bonito.

— Aaaaah!

— Ahhhhhhh!

A Elfa Negra Tasha podia ver as pessoas se afastando dela.

As pessoas cujos olhos ficaram pretos estavam chorando.

Suas lágrimas eram negras.

Seus olhos pareciam estar voltando ao normal enquanto continuavam a chorar aquelas lágrimas negras.

— Huff, huff.

O Santo Jack virou a cabeça e olhou para as pessoas dentro do Campanário dos Alquimistas que estavam sendo retidas pelos Elfos Negros.

Ele fez contato visual com uma dessas pessoas.

Uma pessoa que terminou de chorar aquelas lágrimas negras deitou-se na linha branca que estava no chão e sorriu para o Santo Jack enquanto chorava lágrimas normais.

Ele abaixou a cabeça naquele momento.

Lentamente tirou as mãos do chão.

O espelho compacto rachado. Ele podia ver o item divino surrado.

— Ke, hehe—

Jack começou a rir.

Condenação.

Essa palavra havia desaparecido do espelho.

Em vez disso, havia duas frases no espelho.

Ele leu a primeira.

<Seu poder é algo que você cria para viver sua vida.>

Os lábios sorridentes de Jack tremiam. Seus olhos que piscavam sem parar também tremiam.

“Um poder que eu faço para mim mesmo.”

Jack finalmente conseguiu entender o que isso significava.

Este poder de cura não foi algo que o Deus Sol lhe deu, mas algo que ele fez para fazer sua vida brilhar intensamente.

Era o mesmo para os Elfos Negros e Mary.

Todos tinham poderes que criaram para si mesmos.

Sua irmã mais nova, Hannah. A razão pela qual aquela criança se tornou uma mestra espadachim foi para sua própria vida também.

Jack percebeu algo quando viu essa frase.

Não havia Gêmeos do Deus Sol, nem mesmo os gêmeos meio santos.

Hannah e Jack.

Todos os seus poderes e tempo existiam para suas vidas.

Baaaaaang!

Jack virou a cabeça depois de ouvir uma explosão.

Um escudo prateado que apareceu de repente era visível na frente dele.

O Mestre do Campanário Bernard, que estava no centro de um tornado de mana negro, avançava em sua direção.

— Espelho! Você encontrou o espelho!

Bernard estava gritando com urgência.

Seu olhar estava firmemente preso no espelho.

Item divino.

A Condenação do Sol.

Era o item divino que ele procurava há muito tempo.

— Era um item divino!

— Agora que a purificação acabou você já sabe o que fazer, certo?

O Santo Jack se levantou.

Ele olhou para o espelho compacto.

Pôde ver as duas frases através do vidro quebrado mais uma vez.

<Seu poder é algo que você cria para viver sua vida.>

E a segunda frase.

<Você é a luz.>

“Eu sou a luz…”

Ele olhou para a teia de aranha branca brilhante enquanto pensava no que precisava fazer.

Ele respondeu a Cale.

— Sim, jovem mestre-nim. Agora é hora de fazer o que preciso fazer.

Jack então infundiu seus poderes de cura no espelho compacto.

Craaaaaack!

O vidro do espelho foi destruído em pedaços.

— Você destruiu um item divino?

Foi quando Bernard se encolheu e perguntou.

O espelho compacto, agora sem espelho, começou a emitir uma luz branca.

Cale levantou a cabeça.

Ele podia ver a noite escura.

No entanto, um sol branco estava no céu.

Não, não era o sol. Um orbe que brilhava branco subiu para o céu.

— Hannah!

Jack começou a gritar.

— Apresse-se e vá!

Cale então pôde ver.

Uma cavaleira que montava um Dragão de Ossos Brancos voava em direção ao ‘sol’ que brilhava durante a noite.

Cale pôde ver uma espada branca no centro daquele orbe brilhante.

Agora que o Santo terminou, era a vez da guerreira fazer sua ação.