Chrysalis – Capítulo 903

Rassan’tep abriu os olhos lentamente.

O calor em suas escamas se espalhou em ondas e penetrou profundamente em seus músculos, o que quase o levou de volta ao repouso, mas a mente paciente e tranquila de seu assistente ajudou a concentrar seus pensamentos.

[O que é, Ammon’sil?]

[Você foi convidado a acompanhar uma expedição, Sênior.]

O grande lagarto piscou uma vez, o que foi o suficiente para fazer seu servo se prostrar imediatamente.

[Protestei veementemente contra perturbar seu descanso, Sênior, mas os ventos sopraram contra mim. O Mahaan perguntou isso a você pessoalmente.]

As palavras foram digeridas como tudo deve ser, com paciência, enquanto Ammon’sil permanecia pressionado no chão.

[Não há culpa em você,] Rassan’tep disse enquanto se levantava, movendo as pernas para libertá-las da areia aquecida em que havia descansado. [Todos nós devemos servir à vontade do Mahaan, mesmo que ela seja uma coisa jovem que mal saiu do ovo.]

[Eu não ousaria dizer que ele é indigna de esfregar suas escamas, Sênior,] seu Setsulah respondeu do chão.

[Levante-se agora,] comandou o Kaarmodo. [Se fomos ordenados a ajudar, então ajudaremos. Reúna os outros e prepare minha roupa de guerra. O banho de areia pode esperar até que nosso povo tenha sido servido.]

Só agora que havia sido comandado, Ammon’sil se levantou e saiu pela porta, com seus passos suaves e lânguidos, apesar de sua velocidade. Enquanto esperava seus assistentes, o Sênior respirou fundo e lentamente, com sua língua estalando no ar enquanto ele gradualmente retornava à vigília. No momento em que o Setsulah voltou, ele havia se retirado totalmente de seu banho e os seis servos vinculados imediatamente avançaram.

Já raspadas pela areia, suas escamas foram polidas e lubrificadas antes que as tapeçarias cerimoniais fossem colocadas sobre suas costas e pescoço. Em seguida, vieram os anéis de ouro reluzente ao redor de suas pernas, com o pesado gorjal encantado que estava preso em seu pescoço. Enfeitado com a elegância merecida de um Kaarmodo em seu segundo século, o Ancião manteve seus antebraços junto ao corpo enquanto seus servos faziam seu trabalho. Uma vez que tudo estava pronto, os seis se curvaram antes que ele se abaixasse para permitir que subissem em suas costas. Só então ele deu um passo à frente, saindo de sua morada temporária e entrando na caótica cidade de Bintran.

Quando ele percorreu as ruas, encontrou uma reunião de sua espécie nos arredores, com a presença do próprio Mahaan. Rassan’tep se aproximou, com os braços cruzados à sua frente, antes de despertar a mana e conectar-se à ponte.

[Que bom que você se juntou a nós, Sênior,] o Mahaan disse, olhando-o friamente.

Ele mexeu as mãos ligeiramente, um lembrete de que ela ainda não havia crescido os membros, pois não havia atingido seu segundo século de vida. Verdadeiramente, o Grande Deserto não valorizaria este lugar se alguém tão jovem foi sido colocado em tal posição de responsabilidade.

[Talvez seja simplesmente a minha idade,] ele respondeu e não disse mais nada, fechando os olhos e descansando, embora pudesse sentir seu Setsulah eriçado em suas costas.

[Paz,] ele disse a eles sozinhos, e eles gradualmente relaxaram mais uma vez.

[Houve um avistamento da árvore-mãe nas proximidades, dentro do território reivindicado pela colônia de formigas que apareceu recentemente ao redor de Orpule. Naturalmente, devemos tentar bloquear a árvore onde quer que ela seja encontrada, especialmente quando a criatura odiosa aparece à nossa porta. Ordenei uma surtida não apenas de Bintran, mas também de nossas cidades vizinhas. Destruir o jardim e voltar.]

[E as formigas?] Outro perguntou. [E se elas tentarem se opor a nós?]

[Eu não me importo,] o Mahaan respondeu, [varra elas de lado e lide com o inimigo.]

Quando nada mais foi dito, o Sênior abriu os olhos mais uma vez.

[Vamos embora,] disse ele.

Ao todo, uma dúzia de Kaarmodo, cada um deles muito jovem para ter desenvolvido todo o seu conjunto de membros, reuniu-se com seus Setsulah e reuniram suas mentes para criar um disco de força que poderia carregá-los. A mana aglutinada levantou-os do prato e sobre a extensão cavernosa, descendo ao chão antes de desaparecer.

[Qual caminho?] Rassan’tep perguntou.

[Para o leste, Sênior,] outro respondeu.

Sem necessidade de excesso de palavras ou ações, conduziu o jovem grupo pelas planícies. Com suas pernas longas, eles comeram o chão rapidamente sem usar nenhuma habilidade e logo encontraram mais dois grupos de tamanho semelhante. Breves cumprimentos foram trocados antes de continuarem seu caminho. Após considerar as coisas, Rassan’tep finalmente estendeu a mão para Ammon’sil, o mais antigo de seus atendentes.

[Conte-me sobre essas formigas,] ele ordenou, [eu não tinha ouvido nada sobre elas quando me retirei para descansar.]

[Eu também não ouvi muito, Sênior. Pelo que pude reunir, elas desceram recentemente para o terceiro estrato de cima e conquistaram Orpule com outra cidade.]

[Eles se originam no segundo?]

[O primeiro, eu acredito.]

[Incomum.]

Os monstros do primeiro eram geralmente inferiores aos do segundo, o que tornava bastante difícil descer sobre eles. Demônios nasceram muito mais poderosos do que aqueles de tão alto na Masmorra, para elas serem capazes de conquistar duas cidades tão rapidamente, elas deviam ser altamente incomuns.

[Elas são inteligentes em alto grau para monstros tão fracos, e vários espécimes altamente evoluídos foram vistos, tanto quanto o avanço seis, eu acredito. Fora isso, não sei, Sênior.]

[Isso é suficiente, eu agradeço.]

Mais para ponderar enquanto suas pernas percorriam os quilômetros.

A verdadeira questão era porque a árvore-mãe se incomodaria em gastar recursos para se manifestar aqui. Foi pelas formigas? Ela estava tentando abrir uma nova frente em seu conflito com o povo dele? De qualquer forma, eles cortam qualquer problema potencial pela raiz. Varra-a como o vento varreu o deserto, apagando todos os vestígios.

Logo chegaram ao seu destino. Um batedor solitário esperava sentado em uma rocha alta e ao longe o Sênior podia ver o jardim ainda em flor da árvore-mãe brotando das planícies escuras.

Tudo o que havia entre eles era um mar de insetos imóveis.