“O hediondo Culto da Bruxa, que capturou as quatro torres de controle e ameaçou a cidade, foi repelido. Com isto, é afirmada a segurança da Cidade… O triunfo é da Cidade das Comportas, Pristella!”
Subaru ouviu a transmissão que ressoou na cidade juntamente com Emilia quando se apressaram para chegar à Prefeitura.
O alegre anúncio foi comunicado através de um dispositivo mágico que transmitia a voz para a cidade.
Embora houvesse partes onde o som se partia, era apenas a flutuação da voz da pessoa que fazia a transmissão. Não havia razão para duvidar do conteúdo do anúncio de boas-vindas.
Emilia: “Subaru! Agora há pouco, eles disseram…!”
Subaru: “É o que parece. De uma forma ou de outra, parece que acabou.”
Diante da brilhante Emilia, Subaru relaxou suas bochechas enquanto deixava cair seus ombros.
A razão de sua indiferença foi uma falta de alívio e um pouco de ansiedade.
Subaru: “… De qualquer forma, é porque os inimigos são quem são…”
Havia Capella da Luxúria, que possuía a Autoridade da variação e mudança; no pior dos casos, havia a possibilidade de a voz transmitida ser um estratagema para lançar falsas esperanças sobre os cidadãos. Não havia garantias de que não iriam tão longe, e a malícia era o que tornava os Arcebispos do Pecado tão assustadores.
No entanto, a voz da transmissão — que parecia ser a de Kiritaka Muse —, sua declaração foi conscientemente respeitosa, ele não foi capaz de esconder suas emoções tênues e alegria. Ao ouvir essa voz, não tinha qualquer razão para se preocupar em “ser enganado” por tais trapaças perversas.
Subaru: “Isso significa, que todos conseguiram…”
A transmissão declarou que as quatro torres de controle ocupadas pelos Arcebispos do Pecado tinham sido recapturadas.
Pelo menos com isso, era seguro assumir que o final onde todas as Comportas de Água acabariam sendo abertas e a cidade acabaria por ser inundada e aniquilada tinha sido evitado.
Nesse ponto, eles poderiam sentir-se sinceramente aliviados. Se havia um problema que preocupava Subaru — eram as vítimas.
Subaru: “Milagrosamente, o Regulus não acabou causando nenhuma vítima.”
Embora tivessem também uma formação poderosa, os seus inimigos eram os Arcebispos do Pecado com uma ou duas peculiaridades para si. A única razão pela qual superaram a cruzada contra o invencível Regulus, foi porque ele próprio era péssimo em batalha.
As astutas Luxúria e Ira, cuja derrota ele não pôde testemunhar. E a “Gula” com quem ele estava ligado pelo destino, chamar-lhes de inimigos difíceis ou ameaças, simplesmente não era suficiente.
Apesar de terem ganho, o seu dano——foi assustador.
Emilia: “De acordo com o que o Subaru disse, havia também Arcebispos do Pecado nas outras torres de controle. Os outros, será que estão todos bem…?”
Foram as palavras de Emilia que estavam acompanhadas pela mesma inquietação sentida por Subaru, que não conseguiu expressar um rosto alegre.
Subaru balançou a cabeça, mordendo o lábio, diante da Emilia que tinha lançado o olhar dela para baixo.
Subaru: “Também me sinto incomodado com isso, mas… tudo o que podemos fazer é confiar nos outros. Quero confirmar que eles estão bem o mais depressa possível.”
Emilia: “Sim, isso mesmo…”
Com palavras de conforto tão simples, ele não conseguiu dispersar a aflição de Emilia.
Se eles considerassem o quão poderosos os inimigos tinham sido desta vez, não poderiam evitar a possibilidade de que houvesse vítimas entre seus aliados. Ainda assim, não se podia dizer que a imensa destruição para salvar a cidade fosse o resultado que eles desejavam.
Pessoalmente, Subaru não gostava da estratégia de incorporar o seu “Retorno Através da Morte”.
Claro que ele se opunha à escolha de sua própria morte, mas também estava relacionado com a Provação que tinha testemunhado no “Santuário”, o mundo após a morte de Subaru.
De fato, não se sabia se o mundo continuava ou não após a morte de Subaru, mas as “Provações” revelaram que tal possibilidade existia. Então, Subaru tinha decidido firmemente que não iria usar o “Retorno Através da Morte” para aumentar o número de tentativas.
Mesmo assim, se Subaru escolhesse de bom grado o “Retorno Através da Morte”, seria quando o resultado inaceitável de ter que continuar com uma perda o aguardava.
E, desta vez, Subaru estava considerando tal possibilidade.
Aqueles que juraram reconquistar a cidade e desafiaram os Arcebispos do Pecado, as candidatas reais, seus cavaleiros e seus aliados.
A fim de não perder aqueles que não queria perder, ele estava preparado para repetir a dor e o sofrimento.
Emilia: “… Subaru, a sua testa está muuuuito enrugada.”
Subaru: “Hã?”
Emilia olhava direto para Subaru, que tinha uma expressão séria e sombria em seu rosto. Ela tinha alvejado Subaru com um olhar para sua testa enrugada, fazendo-o abrir largamente seus olhos por reflexo.
Enquanto os olhos ametistas dela se enchiam de pessimismo, Emilia disse a ele:
Emilia: “No fim de contas, não importa o que você faça, você ainda se preocupa. Me desculpa. Embora seja um momento difícil, graças àqueles que me capturaram…”
Subaru: “Não, a culpa não é da Emilia-tan. Mesmo sem a Emilia-tan, foi necessário derrotar o Regulus. Se a Emilia-tan não tivesse lá, não sei se poderíamos ter salvado as noivas.”
Para salvar as noivas da “Ganância”, eles tiveram que parar temporariamente os corações delas que carregavam o “Coração de Leão”.
De sua formação de batalha atual, Emilia era provavelmente a única que poderia ter feito isso. Ferris talvez pudesse ter sido uma possibilidade também.
Sem ela, na pior das hipóteses, teria sido necessário que as noivas se tornassem sacrifícios para derrotar Regulus.
Subaru: “Bem, eu também não queria fazer essa escolha, e o Reinhard não teria permitido.”
Mesmo que um sacrifício fosse necessário para enfrentar um mal tão grande, ele não poderia aceitar isso.
Aquele jovem, que era a completa justiça, nunca poderia permitir nem mesmo alguns sacrifícios. Nessa situação, o caso de Regulus poderia não ter sido resolvido tão rapidamente.
Subaru: “Ou eu poderia ter acabado morrendo no meio do caminho se apenas tivesse me envolvido.”
Em primeiro lugar, se Emilia não tivesse sido raptada, havia a hipótese de as formações das equipes para derrotar os Arcebispos do Pecado terem sido muito diferentes. Uma vez que ninguém sabia qual era a resposta certa, era inútil pensar nisso.
Mas, esperançosamente——
Subaru: “Depois que a gente se separou, Reinhard foi até aos outros. Isso irá diminuir os danos…. É nisso que eu quero acreditar.”
Emilia: “Sim, isso é verdade. Temos que nos certificar disso o mais depressa possível.”
Em reação à resposta de Subaru, Emilia acenou com um olhar sério em seu rosto.
E, enquanto retomava seu passo em direção à Prefeitura ao lado dela, Subaru colocou gentilmente sua mão sobre seu próprio peito. Ele sentiu que seu coração estava batendo ligeiramente mais depressa… Ali, outra preocupação que Subaru tinha além da sua preparação para o “Retorno Através da Morte”.
A sensação de uma estranha força negra insensivelmente encaracolada ao lado do seu coração.
Foi uma impureza perversa que se infiltrou em Subaru ao mesmo tempo que a “Morte” de Regulus foi confirmada. Subaru conhecia vagamente a identidade dessa impureza.
—— O “Fator da Bruxa”.
Essa suposta coisa era provavelmente a identidade da impureza que ligava Subaru ao Culto da Bruxa.
Logo após derrotar Petelgeuse Romaneé-Conti da “Preguiça”, Subaru sentiu o mesmo desconforto dentro de seu corpo. A identidade da força estrangeira que sentiu foi o “Fator da Bruxa”, e a primeira pessoa que lhe havia dito isso foi a “Bruxa” Echidna.
O “Fator da Bruxa” tinha uma profunda ligação com os Arcebispos do Pecado e as “Bruxas do Pecado”.
E, por alguma razão, também afetou Subaru como se estivesse consumindo-o.
Nesse caso, isto estava certamente relacionado com a “Bruxa da Inveja” que lhe impeliu o “Retorno Através da Morte”.
Não era algo que pudesse ser considerado positivo.
Subaru: “Não importa quantas coisas assustadoras me possuam, eu sou eu… Isso deve ser bom.”
Por mais que a influência do “Fator da Bruxa” aumentasse, ele nunca deixaria que isso o afetasse.
Mesmo que o “Fator da Bruxa” consumisse Subaru cada vez que ele derrotasse um Arcebispo do Pecado.
Além disso…
Subaru: “Se a Beako acordar, ela vai ficar brava comigo por não ter contado pra ela.”
Não importava o que “Fator da Bruxa” era, não havia a necessidade de Subaru preocupar-se sozinho com ele.
Ele tinha companheiros que juntos trabalhariam com ele para tentar resolver o problema quando ele confessasse suas preocupações a eles.
Ele tinha a certeza de que encontraria uma maneira de superar isso.
Emilia: “Subaru? Aconteceu alguma coisa?”
Preocupada com Subaru, que falou de forma desajeitada, Emilia voltou seu olhar para ele. Subaru disse “Não” e sacudiu a cabeça, porém, depois de pensar um pouco:
Subaru: “A propósito, enquanto ouvia a transmissão antes, eu acho que o Kiritaka está bem. Se soubesse, Liliana com certeza ficaria contente.”
Emilia: “O Kiritaka desapareceu?”
Subaru: “Ele protegeu o Otto e não sabíamos se ele estava morto ou vivo. Por alguma razão, não pareceu que ele tivesse morrido, por isso eu não estava assim tão preocupado.”
Emilia: “Então se anime mais, ou eu vou acabar sentindo pena de você.”
Como se estivesse afastando a ansiedade que pairava sobre ela, Emilia fez beiço para Subaru.
Em vez de estar ansioso sobre a possibilidade de alguém ter sido ferido, ele deveria ter ficado contente que alguém tinha sido salvo.
Talvez essa fosse também uma atitude necessária para seu estado de espírito atual.
E assim, os dois apressaram-se para tentar evitar, tanto quanto possível, desencadear as ansiedades um do outro; porém a cena que os esperava não era algo otimista.
Subaru: “… Isto é… horrível.”
Subaru ficou atônito ao ver que a Prefeitura tinha desmoronado e se transformado numa montanha de escombros que estava à frente de seus olhos.
As palavras que vieram de seus lábios secos deram uma impressão clara dessa cena.
A Prefeitura era um edifício de cinco andares de altura que era raro ver em meio aos edifícios deste mundo, mas sua grandeza tinha desmoronado sem deixar vestígios.
As marcas de destruição estenderam-se até aos alicerces do edifício, o centro do terreno onde se encontrava a Prefeitura tinha sido extremamente esmagado, o grande buraco afundado parecia uma boca aberta.
Este colapso provavelmente não teria acontecido a menos que as bases do edifício tivessem recebido um grande golpe.
Subaru fez essa suposição a partir dos restos do edifício; Emilia, que testemunhou a mesma coisa, olhou em volta com uma expressão inquieta em seu rosto.
Emilia: “A transmissão de antes deveria ter usado o dispositivo mágico que está nesse edifício, não? No entanto, com o edifício neste estado…”
Subaru: “——! Agora que você disse, isso é verdade…”
Confrontado com a preocupação de Emilia, Subaru olhou para seu redor com pressa.
O colapso da Prefeitura não era um assunto sem importância. Foi, sem dúvida, o resultado de ter sido violado pela má posse do Culto da Bruxa. Além disso, na Prefeitura não havia apenas o dispositivo mágico, Otto e os outros que não participaram nos grupos para recuperar as torres de controle e as vítimas da Autoridade de Capella também permaneceram.
Uma vez que a Prefeitura sofreu tantos danos, isso significava que houve uma batalha. Se assim foi, o que tinha acontecido na Prefeitura, onde apenas os não combatentes tinham ficado para trás?
A transmissão de Kiritaka, até mesmo o fato de esse assunto ter se tornado suspeito.
Porém, as preocupações de Subaru——
???: “Ah, no momento em que penso que há alguém vindo, acaba por ser o Subaru e a Emilia, de fato.”
Subaru: “… Beatrice?”
A voz familiar da garota alcançou Subaru e Emilia que tinham congelado em seus passos.
Quando ele olhou para cima, Beatrice estava no topo dos escombros olhando para os dois enquanto ela caminhava para baixo, segurando a barra do seu vestido fofo. Ela desceu para o lado de Subaru, que abriu os olhos de surpresa, e olhou para ele de cima para baixo para verificar o estado em que ele se encontrava.
Beatrice: “Hmm, parece que você não está ferido, estou aliviada, suponho. Se você tivesse se machucado enquanto a Betty estava ausente, eu não poderia permitir que você nem sequer fosse ao banheiro sozinho.”
Subaru: “Não sou uma criança que precisa de tantos cuidados… Ou melhor, o que eu deveria dizer é: Beako, por que você está aqui?”
Subaru foi surpreendido por Beatrice, que tinha cruzado seus braços curtos e mantido a cabeça erguida com uma expressão de compostura desinteressada em seu rosto. Aquela atitude de petulância foi exatamente a mesma de sempre.
Subaru: “Você não tinha gastado toda a sua mana e saído das linhas da frente? Pelo menos, você não deveria ser capaz de participar nesta batalha.”
Beatrice: “’Gastado’ faz parecer que está culpando a Betty, por isso pare, eu suponho! Se não fosse pela devoção de Betty, a sua perna estaria um pouco mais magra agora, de fato. Os seus agradecimentos, a sua apreciação e os seus abraços não serão suficientes, eu suponho!”
Subaru: “Eu sei, eu sei.”
Subaru acariciou suavemente a cabeça da furiosa Beatrice da mesma forma como sempre fazia. Beatrice inchou suas bochechas em insatisfação, mas, mesmo assim, ela deu um passo para mais perto de Subaru, desfrutando silenciosamente das carícias dele.
E, seguindo desta interação entre Contratante e Espírito, Emilia gentilmente se intrometeu.
Emilia: “Beatrice.”
Beatrice: “Ainda bem que a Emilia também parece estar bem, de fato. Se algo tivesse acontecido a ela, o maninho teria ficado perturbado, eu suponho. Graças a isso, Subaru se arriscou a lutar sem a Betty, de fato. Se você aprendeu alguma coisa com isto, não se deixe ser capturada novamente, eu suponho.”
Emilia: “Mhm, obrigada. Desculpe por te deixar preocupada.”
Beatrice: “Em particular, a Betty estava apenas um pouco preocupada com você, de fato!”
Emilia olhou com um sorriso para Beatrice, que tinha virado seu rosto. Depois, Emilia olhou para todo o corpo de Beatrice e suavemente estreitou seus olhos dilatados.
Um vestido ornamentado e um cabelo cuidadosamente encaracolado.
Ambos estavam ligeiramente manchados com lama e sangue. Essa foi a prova de que essa garota-espírito não tinha apenas despertado de seus sonhos pacíficos.
A ausência do Subaru e o colapso da Prefeitura.
Esses acontecimentos inesperados estavam certamente relacionados com o despertar de Beatrice.
Emilia: “――――”
Emilia direcionou seu olhar, que estava cheio de tantos pensamentos, e Subaru aconchegou seu queixo. E, enquanto ele olhava para Beatrice, a qual ainda acariciava, ele disse:
Subaru: “Obrigado, parece que você teve que trabalhar duro durante a minha ausência. Me desculpa por tudo. Eu só te causo problemas.”
Beatrice: “Estou bastante acostumada a você me causando problemas, por isso não se preocupe com isso, eu suponho. Não, ainda se preocupe um pouco com isso, na verdade. Preocupa-se com isso e me dê os seus agradecimentos, eu suponho.”
Subaru: “Claro, claro… Mas mesmo que você estivesse trabalhando duro, foi um pouco exagerado esmagar o edifício inteiro.”
Emilia: “Huh, a Beatrice fez isso?”
Emilia em confusão olhou para Beatrice enquanto apontava para a montanha de escombros.
Emilia: “Você sabe quanto irá custar para reparar um edifício como esse… Subaru?”
Subaru: “Com a mesada da Beatrice, sei que será um grande projeto que vai levar algumas décadas.”
Beatrice: “O que é que vocês dois estão dizendo com essas caras sérias, na verdade!? O que a Betty fez é diferente, eu suponho! Betty só viu esse edifício depois de ele ter se transformado em destroços, de fato!”
Subaru: “Eu disse que sei. Se você tivesse atingido ele, nós teríamos sido capazes de o ouvir de muito longe. Uma garota tão fofa.”
Subaru gargalhou enquanto Beatrice tentava defender-se das falsas acusações. Ao ver essa troca, Emilia disse: “Eh, eh, qual deles é?” no momento.
Se eles encontraram Beatrice perto dos destroços da Prefeitura, então…
Subaru: “Pelo menos, parece que não vamos ter que nos preocupar com o Culto da Bruxa tentando voltar para algo inútil por aqui. Então, o que aconteceu com o Otto e os outros que deveriam estar na Prefeitura?”
Beatrice: “Hmm, explicar isso será complicado, eu suponho. Mas aqueles que estiveram na Prefeitura são…”
???: “Nós conseguimos escapar também, então nem precisa se preocupar.”
Uma voz com sotaque Kansai, ou melhor, um sotaque Kararagi se sobressaiu no meio da resposta de Beatrice.
Quando se viraram em resposta a isso, eles viram uma pequena figura que dava a volta pela montanha de escombros. Por um momento, eles sentiram algo de peculiar na aparência dessa pessoa, pois a cor de seu cabelo, que ela ajustava com um pente de mão, era de uma cor diferente daquela a que estavam habituados.
Subaru: “É você, Anastasia?”
Anastasia: “Qual é a da dúvida na forma como me chama… Eh, aah, deve ser isto, né? É porque a cor do meu cabelo ’tá diferente.”
Somente com Anastasia em seu quimono, a impressão deles mudou bastante. Ela olhou para Subaru e Beatrice, e então, quando olhou para Emilia, acenou graciosamente com a cabeça em satisfação.
Anastasia: “Parece que ’cê conseguiu recuperar a Srta. Emilia sem qualquer problema, Natsuki-kun. O Santo da Espada me contou, por isso não ’tava preocupada com isso.”
Subaru: “Então o Reinhard conseguiu se encontrar com os outros sem nenhum problema.”
Anastasia: “Ele veio do céu bem rápido. No momento, ele ’tá procurando qualquer idiota que ficou para trás do Culto da Bruxa… Ou melhor, devo dizer que’le levou o Ferris pra visitar os abrigos de evacuação.”
Subaru: “Visitar os abrigos… Esse é certamente o dever de um usuário de artes médicas.”
Mesmo que tivessem repelido os Arcebispos do Pecado, seriam necessários esforços consideráveis para reparar os danos que a cidade tinha recebido. O papel de Ferris seria fundamental para a rápida recuperação das funções da cidade. Parecia agora que Reinhard estava sendo utilizado no lugar dos próprios pés de Ferris, para que ele pudesse deslocar-se.
Emilia: “Desculpe, também causei muitos problemas para ele…. Mas o que aconteceu com você, Anastasia? Como, com a cor do seu cabelo, ou com este edifício.”
Subaru: “Realmente, realmente. Você teve uma transformação pra mudar o seu cabelo para uma cor que seja mais agradável aos olhos? Acho que fica bem em você, mas, quando se conhece a Anastasia original, no fim das contas parece estranho.”
Anastasia: “Natsuki-kun, você é bastante habilidoso em dizer bobagens. Porém, só tingi ele por causa de uma estratégia doentia. Além disso, não compensou… pelo contrário, deu ruim até onde pude ver.”
Anastasia suspirou enquanto girava seu cabelo ao redor do dedo, e olhou para os restos da Prefeitura. Pelo que ela disse, pareceu que ela estava envolvida no colapso da Prefeitura.
Subaru: “O Ferris ‘tá bem, certo? O que aconteceu aqui e o que aconteceu com os outros?”
Anastasia: “A história é simples… Depois que todo mundo saiu pra derrotar os Arcebispos do Pecado, um malvado atacou se aproveitando da sua ausência. Eles ferraram um pouco as coisas.”
Subaru: “Não parece que eles ferraram as coisas só um pouco…”
Estava evidente que tinha sido uma batalha feroz, em contraste com o tom apático de Anastasia.
O ataque à Prefeitura — um truque maligno que aproveitou a partida dos combatentes —, ele sentiu como se fosse algo que provavelmente a Luxúria ou Ira estaria por detrás, no entanto aquela que ele sentiu ser a mais provável…
Subaru: “Foi a Luxúria quem veio aqui?”
Anastasia: “É como eu ouvi, a personalidade dela era a pior. O meu encontro com eles me deu arrepios.”
O oponente dela não deveria ter sido tão frívolo a ponto de dar a alguém apenas arrepios, mas a atitude de Anastasia não mostrou quaisquer sinais de medo ou choque. Foi preciso real coragem para ter encontrado um Arcebispo do Pecado.
Ele queria bajulá-la com um “Como esperado de você”, porém mais urgente do que isso, Subaru tinha algo consumindo sua mente.
Subaru: “Sinto muito. Nós deixamos a torre de controle e depois disso houve um ataque surpresa à Prefeitura… Eu deveria ter tido mais cuidado.”
Anastasia: “Nem precisa se preocupar com isso. Nós fizemos como nós quisemos enquanto o Natsuki ‘tava ausente. Além disso, é embaraçoso que a gente não arrumou nada.”
De acordo com as palavras de Anastasia, parecia que ela esperava um ataque surpresa — foi isso o que Subaru sentiu. Ela possivelmente tinha pintado o cabelo de verde como uma estratégia para isso.
Quando ele pensou na relação entre o cabelo verde escuro e a pessoa que Capella provavelmente estava interessada, ele vagamente pôde compreender a estratégia que eles tinham planejado.
Subaru: “Anastasia, você se vestiu igual a Crusch e balançou a isca pra eles, é o que você quer dizer? Se você, só com o Ferris, se voltasse contra a Luxúria com esse plano, aí a gente ia ficar numa encrenca.”
Anastasia: “Teria sido legal se a gente tivesse feito isso, mas nós tínhamos outra pessoa lá. O estimado cavaleiro da Priscilla.”
Subaru: “… Al?”
Ao ouvir o inesperado nome que surgiu, Subaru arregalou seus olhos de surpresa.
Al era o que estava menos interessado pela batalha para reconquistar a cidade. E, para começo de conversa, ele deveria ter ido com Priscilla e Liliana para derrotar a Ira.
Se ele tivesse ficado para defender a Prefeitura, a equipe de captura da Ira estaria num estado que convidava à incerteza e ansiedade acerca da sua força de combate e combinação.
Anastasia: “Só pra vocês saberem, a equipe que enfrentou a ‘Ira’ voltou em segurança.”
Anastasia explicou a Subaru, que tinha dúvidas aparentes em seu rosto. Enquanto dava um sorriso irônico, ela olhou em direção a torre de controle que a Ira tinha ocupado e disse:
Anastasia: “A Srta. Priscilla voltou ilesa. A cantora Liliana voltou junto com o príncipe dela, pra surpresa de todo mundo.”
Subaru: “O príncipe dela… Você quer dizer o Kiritaka? Aquelas duas foram pra batalha e voltaram com um cara que não sabíamos se estava morto ou vivo. O que aconteceu?”
Havia vários mistérios, como o regresso ileso de Priscilla da batalha contra a Ira, e o reencontro de Kiritaka e Liliana. Ele gostaria de ter escutado mais sobre essa história, mas tinha que dar prioridade ao assunto principal mais do que isso.
Subaru: “Eu posso acreditar na transmissão de antes do Kiritaka?”
Anastasia: “――――”
Subaru: “A recuperação das torres de controle foi um sucesso. Então depois vem o estado de todo mundo que lutou. O que aconteceu com eles?”
A Prefeitura tinha desmoronado, mas eles provavelmente tinham tirado o dispositivo mágico de lá.
Então, não significava que ele tinha que duvidar da possibilidade de que a transmissão fosse uma armadilha. Outro problema era que, no fim, tinham apenas considerado os danos causados às coisas desde o início.
E, para a pergunta de Subaru, Anastasia disse:
Anastasia: “Nem precisa se preocupar. Natsuki, vocês de todos nós foram os últimos que voltaram.”
Subaru: “Nós Fomos os últimos… E os outros?”
Anastasia: “Não se preocupe.”
Emilia e Beatrice observavam ansiosamente, juntamente com Subaru, que mostrava leves vestígios de impaciência. Diante desses três, Anastasia acenou com a cabeça enquanto sorria, e disse:
Anastasia: “Todo mundo voltou em segurança. Nem uma pessoa ‘tava faltando.”
E essa foi a resposta dela.
Garfiel: “Capitão! ‘Cê voltou a salvo!”
O abrigo de evacuação mais próximo tinha se tornado o novo ponto de encontro, no lugar da Prefeitura que tinha desmoronado.
Um rapaz loiro veio correndo e gritou com uma voz alegre enquanto olhava para Subaru e os outros que tinham vindo com ele… Era Garfiel.
Subaru: “Oh… Garfiel… Eh”
Quando ele tentou levantar a mão, foi surpreendido pela figura que veio correndo.
Embora a parte superior do corpo de Garfiel estivesse nua, todo seu corpo estava coberto de sangue. Entretanto, sua expressão era radiante, parecia que ele teve uma batalha bastante difícil, mas também parecia que ele tinha cumprido seu dever.
Só de ver isso, Subaru mudou imediatamente sua expressão de surpresa para um sorriso…
Subaru: “E aí, é você que não parece bem. Sua cara parece horrível.”
Garfiel: “Eu num quero ouvir isso de você, capitão… Eu não acho que eu possa dizer isso. Mas foi o capitão que mostrou a coragem dele. ‘Cê salvou a Srta. Emilia sem problemas.”
Subaru: “Claro que sim.”
Quando Subaru mostrou seu punho, Garfiel bateu com seu próprio punho.
Isso foi suficiente para honrar a boa luta um do outro.
Subaru: “Mas eu escutei que a Luxúria apareceu na Prefeitura. Onde e com quem você estava lutando?”
Garfiel: “É óbvio, com o ‘oito braços’ Kurgan… Se bem que eu não sei até que ponto ele pode ser chamado por esse nome.”
Subaru: “——? O que você quer dizer?”
Garfiel: “Meu incrível eu ‘tava lutando contra um corpo morto só. Certeza que, quando ele estava vivo, ele não era daquele jeito. É por isso que eu não sinto que ganhei.”
Era uma técnica secreta para manipular o corpo dos mortos e usá-los como guerreiros.
Não havia dúvida de que desta vez essa técnica secreta foi utilizada nas manobras secretas do Culto da Bruxa. No entanto, parecia que a capacidade dos guerreiros se deteriorava em comparação a quando eles estavam vivos. Se ele fosse um guerreiro como Garfiel, talvez tivesse sido capaz de perceber essa diferença.
Se isso tinha chamado sua atenção, separando a vitória em si, de certa forma parecia que Garfiel sentiu como se não tivesse conseguido obter o resultado que desejava.
Esse sentimento, isso não era algo que Subaru desconhecia.
Emilia: “O inimigo não era forte, é por isso que você está para baixo?”
Emilia, que esteve escutando a conversa, inclinou sua cabeça, uma vez que não entendeu o sentimento.
Às palavras dela, Garfiel primeiro deu um “É bom ‘cê estar segura”, contente que ele estava volta, depois ele violentamente coçou seu curto cabelo loiro.
Garfiel: “‘Tá pra baixo porque ele não era forte…. Num é isso. De algum jeito, não consigo explicar. Porque a Emilia-sama é uma mulher.”
Emilia: “É algo que mulheres não entendem? Então, o Subaru entende?”
Subaru: “Só um pouco, no entanto. Mas mesmo para os homens há algo parecido com uma barreira desconhecida entre os fracos e fortes… Só que eu acho que o resultado é porque o Garfiel é forte. Você não está pensando demais nisso?”
Garfiel: “Eu estou… pensando demais?”
Emilia estava com um rosto que mostrava que ela não havia entendido, e a resposta de Subaru não foi inteiramente positiva. Com isso, Garfiel acenou com um olhar triste em seu rosto.
Garfiel já tinha sua mente cheia de preocupações a respeito de força. Havia a questão de ter desafiado Reinhard para um duelo e também bem depois havia sido apresentado de forma dolorosa ao Culto da Bruxa.
Mesmo se ele pensasse com sua cabeça, não importava o quanto ele o fizesse, a resposta para seu problema não aparecia.
Era possível que isso fosse algo do gênero. Foi por isso que, em relação a isso…
Subaru: “Ei, Garfiel. Se você pensar sobre isso…”
???: “Oh! Olha o Gar~f! Itzuuuuuu!”
Garfiel: “Guagh—!”
Na frente de Subaru, que estava tentando dar a ele alguns conselhos, o corpo de Garfiel caiu com um alto som de golpe. Ele mal notou a pequena figura colidindo contra a cintura de Garfiel, e sua mão não agiu a tempo para impedi-lo de soltar um gemido de dor e desmoronar.
Ele encarou o Garfiel colapsado; aquela quem se sentou no peito dele, que tinha baixado a guarda, foi a garota felina que abanava sua cauda.
A garota espetou suas orelhas enquanto colocava uma expressão alegre e adorável em seu rosto…
???: “Fuhaha! Baixou a sua guarda, Gar~f! O seu verdadeiro inimigo está no seu coração! E, no seu coração, já tem pessoas importantes lá! Quero dizer, está cheio.”
Garfiel: “’Cê ‘tá batendo e subindo no peito duma pessoa…”
Mimi: “Hehehe, a patroa disse para a Mimi! Que bater na bunda de um homem pode atrair o amor… Ou algo assim? A patroa disse que isso é atraente ou algo do gênero! Bater na bunda dele foi o que a patroa disse!”
Mimi gritou de forma aguda com gargalhadas, em cima de Garfiel.
Ela já não se encontrava em um estado onde ela estava perdendo seu sangue de um ferimento profundo que não poderia ser curado. Diante do rosto da garota que tinha se recuperado completamente, Subaru tocou seu próprio peito e curvou-se.
Subaru: “Você parece animada, Mimi.”
Mimi: “Oh, Onii-san, bem-vindo! Bem-vindo! Parece que um monte de coisas complicadas aconteceu enquanto a Mimi ‘tava dormindo, bom trabalho! A Mimi dormiu profundamente! Mas parece que o Garf se esforçou bastante, né? Bom trabalho!”
Subaru: “V-você não parece ter mudado, isso é o mais importante. Não é mesmo, Garfiel?”
Ele tinha escutado que os ferimentos de Mimi foram infligidos por ela proteger Garfiel.
Garfiel havia ficado aturdido pela ferida dela que se recusava a ser curada e pelo fato de ter trazido ela à beira da morte nas costas. Ele se perguntou se estava aliviado de ver Mimi melhor ou não.
Mas, ao chamado de Subaru, Garfiel, que ainda estava sentado, esfregou o nariz.
Garfiel: “Haa, não seria problemático s’eu mudasse tanto. Eu falei várias vezes, mas ficar fazendo confusão enquanto ‘cê ‘tá se recuperando…”
Mimi: “Hm, o quê? Você disse algo, Garf?… Ah!”
Mimi, que trouxe seu rosto para perto de Garfiel, levantou a voz e olhou de relance para seu próprio peito. Mimi checou a parte de dentro de seu manto branco e abriu os olhos em surpresa…
Mimi: “Gar~f, isto é terrível! Tua ferida se abriu de novo! O sangue ‘tá escorrendo!”
Garfiel: “Idiota! É por isso que eu disse pra ‘cê de novo e de novo. Merda, se eu não enfaixar de novo e aplicar magia de cura, não vai fechar! Ai, vem cá!”
Mimi: “Ukyaa! Isso machuuuuca! Isso machuuuuca!”
Devido ao ferimento ter piorado, Garfiel pegou a mão de Mimi, que permaneceu calma, e a levou para a parte interior do abrigo. Perante esta mudança que era tão barulhenta quanto um tufão, até Subaru permaneceu sem palavras.
Emilia: “Pffft… Mas, se o Garfiel ficar assim, ele não vai ter tempo para se preocupar.”
Porém, ao lado de Subaru, que permaneceu chocado, Emilia colocou sua mão nos lábios e disse subitamente. Enquanto encarava as costas dos dois que se distanciavam, ela mencionou novamente as preocupações anteriores de Garfiel.
Entendi, pensou Subaru, de acordo com essas opiniões.
Subaru: “Apesar de tudo, eles fazem um bom par. Esses dois, quero dizer.”
Emilia: “A Mimi é fofa, e parece que ela realmeeeente gosta do Garfiel… Parece que o Garfiel gosta da Ram, então eu não acho que vai ser fácil.”
Subaru: “É, com certeza… Espera, a Emilia-tan fez um comentário sobre o amor entre homens e mulheres!?”
Muito embora o exemplo fosse fácil o suficiente de compreender, Subaru ficou surpreso que ela pudesse manter esse tipo de conversa.
Emilia, que mesmo antes da confissão de Subaru estava num estado em que ela não entedia o amor entre homens e mulheres, foi capaz de comentar sobre o amor alheio.
Emilia: “Hmph, Subaru, eu sinto que você acabou de dizer algo verdadeirameeente rude.”
Subaru: “Tudo bem, embora eu tivesse imaginado que era uma percepção exata… Sem chances que a Emilia-tan mudou sem eu perceber? E ela está usando um vestido de casamento!”
Emilia: “Apesar que acabou em trapos.”
Devido ao fato que era difícil mover-se nele, ela havia rasgado seu vestido de noiva; pareceu como se ela não precisasse importar-se bastante com isso ali.
Beatrice: “Ora, ora, na verdade. Eles são um monte de crianças, parece que eles só crescem em tamanho, eu suponho.”
Subaru: “Eu não quero ouvir isso de você, a que mais lembra uma criança aqui.”
Quando Beatrice rejeitou a brincadeira para recapitular as coisas, Subaru limpou sua própria garganta. Então, se Mimi tinha se recuperado, isso significava que… Ele olhou ao redor do abrigo à procura da resposta…
Subaru: “—————”
Em um canto em que havia pessoas se alegrando com sua reunião, ele encontrou a figura de um espadachim de pé em silêncio. Subaru prendou sua respiração por um momento ao ver a figura do Demônio da Espada, que estava em silêncio com seus olhos fechados.
Emilia: “Subaru…’
Subaru: “Desculpa, eu já volto.”
Respondendo à ansiosa Emilia, Subaru deixou-a junto com Beatrice e lentamente andou para a direção em que havia apontado seu olhar.
Antes de tudo, de que forma ele deveria abordá-lo? Essa preocupação acabou sendo desnecessária, no entanto.
Wilhelm: “——É você, Subaru-dono?”
Subaru: “……. Sim, sou eu”
Wilhelm, que abriu um de seus olhos, viu Subaru, quem tinha se aproximado, hesitando em falar primeiro. Vendo aqueles silenciosos olhos azuis, Subaru percebeu que continuar com o silêncio era inútil.
Wilhelm repousava de costas contra uma parede fria de pedra, misturando-se com a paisagem. Subaru parou ao lado dele e olhou a figura do homem pelo canto de seus olhos.
Uma figura cheia de ferimentos, que o fez sentir os ecos de uma batalha violenta.
Havia traços de cortes por toda sua veste branca sem a jaqueta; seu cabelo grisalho, que ele havia amarrado para trás, tinha se desatado e estava solto sobre suas costas. O que parecia mais doloroso era o pano ensanguentado que estava enrolado por volta de sua perna direita — isso foi o suficiente para saber que era uma ferida profunda que ameaçava sua vida.
Mas o que mais atraiu a atenção de Subaru não foi o próprio Wilhelm.
Foi o casaco que estava logo ao seu lado e tinha algo que parecia importante embrulhado dentro dele.
Subaru: “Wilhelm-san, isso é…”
Wilhelm: “————”
Ele tentou verificar o que estava enrolado no casaco, sem dar a mínima. Recebendo as palavras de Subaru, Wilhelm dirigiu seu olhar para o embrulho.
O Espadachim Demoníaco manteve seu silêncio por um momento, e depois moveu seus lábios ressecados.
Wilhelm: “……. É como você pensou, é a minha esposa.”
Subaru: “————”
Wilhelm: “Imediatamente depois que ela morreu, o corpo dela se tornou uma pilha de cinzas. Teria sido deplorável demais deixar ela exposta ao vento desta forma, embora seja vergonhoso que eu tenha colocado ela no meu casaco….. Mesmo que ela seja meras cinzas, eu quero colocá-la em uma sepultura e ficar de luto por ela.”
Significava que… A técnica secreta que movia os corpos dos mortos, no fim das contas, os corpos acabam tornando-se cinzas.
Era um sacrilégio para com a alma de alguém depois da morte, e o impacto que tinha nas pessoas que acabavam por ser o alvo desta técnica era imensurável. Ele nem ao menos conseguia imaginar o que estava acontecendo no coração de Wilhelm quando pensava no assunto.
Wilhelm: “Eu realmente lamento. É um apego bastante inviril e sem sentido.”
Subaru: “Não fale dessa forma!”
Wilhelm: “————”
Subaru imediatamente levantou sua voz ao ouvir o tom de Wilhelm, que soou como se ele culpasse a si próprio.
Enquanto inconsciente de que ele tinha esforçado-se, Subaru olhou direto para Wilhelm. Wilhelm abriu uma brecha em seus olhos e olhou para Subaru.
Subaru: “Eu não acho que você está errado, Wilhelm-san, não agora, nem durante a Baleia Branca, você é uma pessoa incrível que eu respeito. O que há de tão errado em apreciar as pessoas com quem você se importa? Não há nada para se envergonhar, pensar desse jeito não é bom.”
Wilhelm: “Subaru-dono…….”
Subaru: “Você é incrível, Wilhelm-san. A sua esposa……. colocá-la em uma sepultura, ficar de luto por ela, esses pensamentos não são erros. Eu não consigo me expressar completamente, mas você é incrível.”
Esses eram os verdadeiros sentimentos dele.
Esses eram sem dúvida os verdadeiros sentimentos de Subaru, seus verdadeiros pensamentos os quais ele não queria negar.
De volta à época da Baleia Branca e durante sua triste reunião de agora, o destino havia sido realmente cruel com Wilhelm.
Mesmo assim, o Demônio da Espada tinha ido contra o destino até seu limite; ele atravessou-o com sua própria força de vontade e tentou alcançar o amor. Nem todos os resultados podem acabar sendo recompensados.
Seu arrependimento e remorso podem permanecer eternamente. Contudo, tudo deveria acabar bem.
O amor Wilhelm em amar aquela que ele amava, isto tudo deveria acabar bem.
Subaru: “Não é nada para se envergonhar. Por favor, sepulte ela devidamente. E, se a oportunidade aparecer e não for muito incômodo, por favor, deixe que eu a visite também.”
Wilhelm: “————”
Subaru: “Eu quero fazer isso. Eu acho que é isso que uma pessoa deve fazer.”
Ele não estava expressando-se bem, e, além do mais, ele estava ficando emocional; Subaru ficou irritado consigo próprio.
Ao empurrar seus sentimentos egoístas, ele não seria capaz de impedir se Wilhelm se desatasse a rir. Seria bastante natural se ele dissesse que não era de sua conta e o rejeitasse.
Entretanto, Wilhelm abruptamente deixou que seus lábios se afrouxarem perante Subaru.
Uma pequena brecha se abriu em seu enrijecido e tenso rosto. E ele disse:
Wilhelm: “…. Sim, por favor, visite-a, Subaru-dono. Eu também gostaria que você dedicasse algumas palavras à minha esposa. Se for você.”
Subaru: “——! S-sim, eu irei. Estou honrado.”
Ele tinha obtido a permissão, ou mais precisamente, foi graças à generosidade de Wilhelm.
Depois de escutar o desejo egoísta de Subaru, Wilhelm soltou um suspiro suave. Adivinhando pela cara dele de que ele não queria conversar mais, Subaru baixo a cabeça.
Ele deveria deixar Wilhelm sozinho com sua esposa um pouco.
Porém, antes que deixasse o local, ele queria certificar-se de uma última coisa.
Que era…
Subaru: “Wilhelm-san… Sobre a sua esposa, ér, você conseguiu?”
Wilhelm: “————”
Ele tinha alcançado uma conclusão em relação a ela? Teria ele acabado chegando a um resultado que não queria?
Naturalmente, confrontar sua falecida esposa não poderia acabar adquirindo um resultado desejado. Ainda assim, ninguém além de Wilhelm foi permitido de enfrentá-la; depois de ser pego nessa situação, Wilhelm buscou por um desfecho.
Assim, Subaru ao menos não deveria ser o único que queria isso.
Wilhelm: “Minha esposa……”
Wilhelm começou a falar com Subaru, que tinha parado seus passos para olhá-lo. Porém, suas palavras acabaram ali. Os olhos de Wilhelm moveram-se lentamente para longe de Subaru. Ele direcionou seu olhar para o casaco que possuía as cinzas de sua esposa embrulhadas dentro.
Por uma fração de segundo, um enorme espiral de emoções flutuou por seus olhos. E ele disse:
Wilhelm: “——Sim. Eu troquei palavras com a minha esposa e, certamente, eu me despedi.”
Palavras, muito provavelmente foi uma expressão figurada.
A esposa de Wilhelm foi o Santo da Espada anterior, sua lâmina colidir com a lâmina dela foi uma conversa como qualquer outra para o Demônio da Espada. Suas próprias espadas deveriam ter sido as palavras de despedida entre eles.
E, por isso, certamente esse fechamento tinha sido o resultado da escolha de Wilhelm——.
Wilhelm: “Eu amo a minha esposa… Eu deveria deixar isso passar.”
Subaru: “Entendo.”
A calma confissão de amor de Wilhelm.
Em contraste com o modesto tom em sua voz, havia um zelo que tinha queimado os corações daqueles que ouviram isso, e o peito de Subaru ficou mais quente. Respirando bem fundo, Subaru fechou seus olhos.
Derramando de dentro dele, estavam violentas emoções. Mantendo cada uma sob controle, ele abriu seus olhos.
Wilhelm, que estava em frente a ele, possuía um sorriso solitário em seu rosto. No entanto, uma vez que ele havia permitido a si mesmo ser invadido por aquele sorriso, pareceu como se ele tivesse sido salvo, e Subaru também permitiu que seus lábios relaxassem.
Subaru: “Wilhelm-san. Obrigado pelo seu esforço.”
Wilhelm: “————”
Subaru: “Talvez, em breve, tudo fique agitado. Eu acho; mas até lá, por favor, descanse. Eu vou dar uma volta um pouco mais para ver o que aconteceu.”
Subaru acabou falando rápido demais e não tinha certeza se as últimas palavras estavam certas ou não. Ele coçou sua bochecha com um de seus dedos, e sentiu-se constrangido enquanto virara suas costas para Wilhelm.
Atrás de suas costas.
Wilhelm: “Subaru-dono…”
Subaru: “Sim?”
Quando foi chamado enquanto tentava sair, Subaru parou e virou-se. Então, Wilhelm, que possuía leves traços de surpresa em seu rosto, imediatamente disse “Não” e balançou sua cabeça.
Wilhelm: “Minhas desculpas. É algo trivial… Por favor, não se preocupe com isso.”
Subaru: “É isso mesmo? Não, quando você diz dessa forma, faz com que eu sinta o oposto… Mas, bem, tudo bem. Vejo você depois.”
Subaru afastou-se dali, com um sorriso amargo enfeitando seu rosto devido á atípica reação de Wilhelm.
Vendo como Subaru se parecia ao retornar, Emilia e Beatrice pareceram expressar alívio em seus rostos. Em relação a isso, a expressão de Subaru provavelmente havia mudado um pouco entre o momento em que ele saiu e o momento de sua volta.
Subaru em si estava consciente disso.
Visto que se reunir com os mortos não era algo para se alegrar.
Porém, ao menos, Wilhelm havia terminado isso com suas mãos, e ele estava satisfeito com o resultado. Ele sentiu como se esse fato fosse uma salvação digna.
Enquanto estreitava seus olhos, o Demônio da Espada encarou as costas do garoto de cabelos escuros que se distanciava.
Seus lábios estavam firmemente juntos como se segurassem algo.
Foi uma quebra em sua camuflagem, que até há pouco tempo tinha mascarado suas verdadeiras intenções com força de vontade. Um frenesi de emoções que provavelmente roeria seus lábios enrugados se ele ignorasse isso, mesmo agora.
Com certeza, o que ele havia escondido em seu peito do garoto até o momento era…
Wilhelm: “Subaru-dono……. Você é…”
Dentro de sua boca, sussurrando em uma voz rouca, o Demônio da Espada disse o nome do garoto.
Wilhelm: “Você poderia ser meu…”
Tendo dito isso, o Demônio da Espada fechou seus olhos como se ele tivesse fechado seu frágil coração.
A continuação que não fez nenhum som nunca foi escutada por alguém.
Era também algo que nunca sairia da boca do Demônio da Espada.
Essa foi a única coisa que o Demônio da Espada nunca permitiria.
Wilhelm querendo o subaru de neto