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Abe the Wizard – Capítulo 227

Captura

Era um anão. Abel tinha certeza disso. Até onde sabia, não havia outras criaturas inteligentes tão pequenas e musculosas na região. Por que um anão estaria ali? Se pertencesse ao acampamento, por que espiar em vez de simplesmente entrar? Abel tinha muitas perguntas. 

Talvez Bernie estivesse escondendo algo dele. De qualquer forma, agora precisava se concentrar em capturar o anão que estava diante dele. Parecia estar muito familiarizado com a geografia local.

Abel percebeu que o anão estava tentando atrai-lo para fora do acampamento. Mas não se importou muito com isso. Contanto que não fosse um mago ou um líder de tropa, não via problema em enfrentá-lo em um confronto direto. 

Quando Abel e o anão estavam a cerca de um quilômetro e meio do acampamento, pararam a uns vinte metros de distância um do outro.

“Você deve ser o Mestre Abel!” uma voz baixa provocou Abel.

“Você é um cavaleiro de elite e um mago de terceiro nível, mas aparentemente, você não pode lançar nenhum feitiço.” Abel não sabia o que responder. Ele não havia usado nenhum feitiço nos últimos dias. Provavelmente era por isso que o anão na frente dele estava afirmando isso, mas Abel não conseguia entender como essa informação vazou entre sua equipe.

“Quem é você?” perguntou Abel, montado sobre o Vento Negro, segurando uma lança de cinco metros. Se o anão não fosse o comandante de um destacamento de cavaleiros, Abel poderia derrubá-lo facilmente com um golpe. Qual era a probabilidade de o anão ser um comandante? Mesmo se fosse, ele já teria começado o combate há muito tempo. Seja como for, Abel não considerava o anão uma ameaça. O anão respondeu.

“Não queríamos torná-lo nosso inimigo, mestre Abel! Mas você! Você continua arruinando nossos planos! Prepare-se para morrer agora!” O anão revelou uma arma das suas costas. Era um martelo de ferro muito bem feito, com uma ponta dourada e cabo negro como breu. A cabeça do martelo era adornada com oito pregos afiados dispostos em um círculo, todos tingidos de sangue. Era uma arma que exalava uma aura de sangue.

Abel notou algo peculiar. Havia uma fenda no cabo do martelo, onde uma pedra mágica azul estava inserida. Isso indicava que era uma arma mágica de gelo. Abel não estava mais relaxado. 

Normalmente, ele usava suas armas mágicas para enfrentar adversários que não tinham tal vantagem. Agora que seu oponente estava armado com uma arma mágica, ele precisava resolver o confronto o mais rápido possível. Atrasar a luta poderia complicar as coisas devido aos efeitos de congelamento do martelo.

A imponente pressão do anão aumentava gradativamente. Era equiparável à de um comandante de cavaleiros. Após dias de caçada com os irmãos Burton, Abel tinha experiência suficiente para reconhecer essa aura. No entanto, o anão parecia subestimá-lo. Normalmente, alguém só revelaria sua pressão imponente para intimidar um inimigo de nível inferior. Abel avançou com o Vento Negro, pegando o anão de surpresa. 

O anão não esperava que Abel pudesse ignorar sua aura, mas foi ágil o bastante para bloquear a espada de Abel com seu martelo. Ele parecia ter experiência em combates contra humanos. Geralmente, a melhor maneira de lidar com o ataque de um cavaleiro seria evitá-lo, mas, devido à velocidade do Vento Negro, o anão teve que se contentar com um bloqueio rápido.

*Clam.

Em um instante, Abel entrou em confronto com o anão, liberando cerca de 60% de seu QI de combate. Após o impacto, sentiu uma força tentando empurrá-lo para trás como nunca antes. 

Abel nunca tinha experimentado tal intensidade em uma competição de força. Ele estava tenso, apoiado no Vento Negro, não usando toda sua força, mas se aproximando bastante disso. Essa devia ser a vantagem dos anões: mesmo sendo pequenos, eram consideravelmente mais fortes que os humanos. Não é de admirar que se considerassem descendentes dos gigantes. Abel foi obrigado a dar um passo para trás. Enquanto se preparava para contra-atacar, uma poderosa pressão continuava a empurrá-lo para trás implacavelmente.

“Armas mágicas!” O anão gritou, entrando em modo de defesa completa. Seu corpo se afastou de Abel enquanto ele rapidamente ativava uma armadura de QI de combate ao seu redor. Abel, a dez passos de distância, sabia que sua lança poderia ser a chave para derrubar o inimigo. Vento Negro avançou, alcançando o anão ainda em retirada. Com um movimento da lança, Abel conjurou uma matriz rúnica bem na frente do rosto do anão, lançando uma bola de gelo em direção a ele.

Dado o quão ineficaz a armadura de QI de combate era contra feitiços, os magos eram reconhecidos como uma das classes mais fortes em todo o Continente Sagrado. Abel mirou no peito do anão, imobilizando-o. O adversário não teve chance de reagir.

“Espere… Espere!” o anão falou com uma voz abafada enquanto o gelo se formava em seu corpo.

“O que você quer?” perguntou Abel. Se o anão tentasse qualquer movimento, ele estava pronto para lançar outra bola de gelo.

“Sou um membro dos anões, você entende? Vai arranjar muitos inimigos se me matar!” Uma luz brilhou na espada de Abel.

“Isso contradiz o que você disse antes. Bem, você pode morrer agora.”

“Espere! Deixe-me mostrar algo! Você vai entender quando ver!” Quando Abel cancelou o feitiço, viu o anão tirar um pergaminho do próprio bolso. Era um pergaminho mágico, que de alguma forma não o deixou alerta.

Por um momento, o anão teve uma expressão dolorosa no rosto. Justo quando Abel estava prestes a perguntar sobre isso, o guerreiro preso rapidamente rasgou o pergaminho. A próxima coisa que Abel notou foi que o anão estava a cerca de cem metros de distância dele. O anão gritou enquanto se preparava para fugir.

“Você vai se arrepender do que fez hoje, Abel! Espere, nós vamos voltar para nos vingar!” Ainda na selva, o anão contava com as árvores para se distanciar de Abel. Seu plano era continuar queimando seu QI de combate até que Abel o perdesse de vista.

Justo quando o anão estava prestes a acelerar, Abel e Vento Negro se teletransportaram bem ao lado dele. A lança gigante esmagou suas costas e o pressionou contra o chão. O efeito mágico não parou. Ele foi forçado repetidamente pelo impacto da lança, até se tornar parte do solo.

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