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Abe the Wizard – Capítulo 15

Forjar 

Como aqui não havia pó branco de magnésio para secar as mãos, as esfregou com um pouco de poeira que encontrou no chão.

Sua mente podia ser velha, mas seu corpo ainda pertencia ao de uma criança. Sendo esse o caso, era muito importante cuidar de si de todas as formas possíveis 

Parado na frente do enorme supino de 150 libras, estava com as pernas paralelas ao meio da barra. Quando apertou suas mãos, seus polegares estavam separados de seus outros dedos, pegando-a acima de sua cabeça, fez isso em um movimento e manteve os braços completamente retos ao fazê-lo.

Foi um belo levantamento suave e bem coordenado. Os dois discos de ferro nas extremidades da barra pesavam apenas 150 libras, aos olhos do Mestre Bentham, Abel claramente se mostrou muito melhor do que Gedon, não apenas era mais rápido, mas também fez parecer que era mais fácil.

O Cavaleiro Marshall, por outro lado, focou na maneira como Abel usava seus músculos. Ele havia posto os pés para cima como uma base, canalizou seu poder através de suas coxas, cintura e parte superior das costas, e executou o movimento com todo o seu corpo se movendo em um com os braços.

Abel pode não saber ainda, mas o que ele fez foi o mesmo que conservar sua força, que era uma técnica avançada dos cavaleiros. Para uma criança ter uma compreensão tão boa do movimento muscular, Abel foi realmente abençoado com bastante talento.

Após largar as 150 libras, caminhou em direção às 200 libras e a levantou com facilidade. Sua forma e velocidade eram a mesma que da última vez.

250. Fácil. É assim mesmo, enquanto Mestre Bentham e Gedon observavam em total choque, Abel já estava de pé na frente do supino com 300 libras.

Desta vez, estava com as mãos no meio. Depois de fazer alguns aquecimentos de preparação sem peso, a ergueu perto do ombro, enquanto levantava com as pernas levemente dobradas. Seus antebraços estavam dobrados enquanto apontavam para frente, e seu queixo estava paralelo à barra. Então, lenta e firmemente, endireitou os braços e a levantou ao topo da cabeça.

Como se tivesse acordado de um sonho, Mestre Bentham virou-se para o Cavaleiro Marshall. 

“Onde você encontrou esse monstro?”

Harry não ficou muito satisfeito com o que Mestre Bentham estava dizendo e respondeu. 

“Ei, quem você está chamando de monstro aqui? Ele é um Cavaleiro Novato de nível 4, caramba! Se não conseguisse nem levantar 300 libras do chão, que tipo de cavaleiro novato de nível 4 seria?

“Oh, pelos deuses!” Mestre Bentham exclamou enquanto olhava para Abel: 

“Um Cavaleiro Novato de nível 4? Quantos anos você tem, criança?”

“Farei treze anos em breve, senhor.” Respondeu Abel.

“Você tem doze anos? Você é um Cavaleiro Novato com 12 anos de idade, nível 4?” Mestre Bentham lançou um olhar de reprovação para Harry.

 Marshall? Que tipo de louco enviaria um gênio como ele para ser seu filho?

“Por que você está me olhando assim?! Harry gritou alto.

“Eu mesmo sou um Cavaleiro Intermediário!”

“Sim, mas você não acabou de se tornar um? Não é melhor mandá-lo para um comandante? Na verdade, para alguém tão talentoso como ele, você não acha que podemos mandá-lo para o comandante-chefe?”

“Apenas… Ugh! Não se preocupe com isso, deixe-o ficar com você e ensine-o a forjar, ok amigo?”

O Cavaleiro Marshall era um bom amigo do Mestre Bentham. Se não fosse por isso, nunca o teria trazido para suas terras. Dito isto, Mestre Bentham era um grande falastrão. Sua “simplicidade” causou muitas dores de cabeça no passado.

“Que assim seja então.” Mestre Bentham concordou, mas decidiu continuar falando.

“Vou deixar Abel ficar, mas você tem certeza de que é o homem certo para ensinar Abel como ser um cavaleiro, Marshall? Só estou dizendo isso porque o garoto tem um futuro brilhante pela frente.*

“Abel, seja um bom menino. Fique aqui e aprenda com o Mestre Bentham durante o dia. À noite você aprenderá as técnicas de um cavaleiro dentro do castelo.”

Dito isso, Harry saiu correndo da ferraria. Por um segundo, parecia estar tentando escapar da cena.

Mestre Bentham também começou a caminhar de volta para sua oficina.

“Você deve ensinar o básico a ele primeiro, Gedon.” Disse antes de sair.

Gedon disse a Abel, pois eram apenas os dois agora.

“Uau, Abel. Você é muito forte!”

“Você também é muito forte, Gedon.” Abel respondeu. Mesmo sem ser treinado como cavaleiro, Gedon já era forte o suficiente como um ser humano normal.

Gedon rejeitou o elogio.

“Mas eu sou muito mais velho que você. Eu já tenho dezenove anos, e você tem apenas doze, parecia tão fácil levantar aquelas barras de 300 libras! Sua confiança é incrível. Tenho certeza que pode levantar mais se quiser.”

“Sabe, você pode levantar mais se souber usar toda a sua força. Se quiser, posso te ensinar como eu faço.”

“Uau. Tem certeza?” Gedon quase pulou de onde estava.

“Você acha que posso aprender essas técnicas? Que tal compartilharmos o que sabemos um com o outro? Você me ensina a levantar e eu te ensino tudo o que sei sobre forjar. Não apenas sobre forjamento. Sinta-se à vontade para me perguntar sobre qualquer coisa que queira saber.”

……

Fazia cerca de um mês desde a chegada de Abel ao Castelo. Faltavam cerca de três dias para a véspera de Ano Novo. Durante todo o tempo que esteve aqui, passou praticamente todo o tempo aprendendo na ferraria.

Graças a Gedon, não foi difícil para Abel aprender os fundamentos do forjamento. Na verdade, estava no meio da criação de uma espada para Zach, seu amado irmão mais velho. Era um presente de ano novo para ele.

Enquanto segurava um bloco incandescente com um par de pinças, a esmagou em uma bigorna com um martelo de 10 libras. Depois de martelar por um tempinho a peça começou a esfriar, tinha que aquecê-la no fogo ocasionalmente.

Como este mundo ainda não era industrializado, os ferreiros tiveram que recorrer a técnicas muito primitivas para forjar seus metais. Simplificando, seu trabalho nada mais era do que aquecer metais, esmagá-los com um martelo, deixá-los esfriar e repetir todo o processo. Por mais chato que isso soasse, não era algo que qualquer um pudesse fazer.

A espada longa do Cavaleiro Marshall havia sido forjada 100 vezes antes de ser finalizada. Na melhor das hipóteses, um ferreiro médio só poderia forjar uma peça por cerca de 30 a 40 vezes. Gedon era discípulo do Mestre Bentham, então poderia fazer cerca de 60 forjas. Só um mestre poderia forjar uma peça 100 vezes.

Tendo lido alguns catálogos científicos, não foi difícil entender a teoria por trás desses métodos de forjamento.

Ao martelar repetidamente a peça, é eliminada a quantidade de carbono no interior, isso significava que quanto mais fosse forjada, mais puro seria o metal resultante.

Tendo usado um martelo por cerca de um mês, já era bastante habilidoso com a arte da forja. Para uma criança tão inteligente, agora podia identificar o ponto exato que precisava acertar.

Por destacar esse ponto, a peça em que trabalhava já havia sido forjada 50 vezes. Nessa fase, tornou-se muito difícil moldar a peça na forma desejada. Não apenas seria densa para moldar, mas o ferreiro também estaria cansado demais para balançar seu martelo.

Mas não Abel, depois de forjar 50 vezes, ainda estava balançando os braços constantemente e Mestre Bentham sabia disso, é claro. Mesmo sem ter ensinado nada diretamente a ele, esteve atento o tempo todo.

O Mestre Bentham não o ensinou porque não havia necessidade. Abel estava destinado a ser um cavaleiro, então o máximo que deveria aprender sobre forjamento era o básico. Além disso, Gedon já vinha aprendendo com Mestre Bentham há cerca de cinco anos. Nesse sentido, estava qualificado para supervisionar um jovem aprendiz como Abel.

Sempre que Mestre Bentham via Abel forjando uma peça, havia uma sensação bizarra de harmonia pairando no ar. Abel não era rápido, a cada segundo que acertava parecia fácil.

Tecnicamente, isso não era muito difícil de fazer. Qualquer um poderia balançar um martelo de 10 libras por algumas centenas de vezes, mas para forjar uma peça 50 vezes? Isso levaria cerca de dezenas de milhares de balanços contínuos da manhã ao meio-dia. Ele teria que continuar fazendo isso sem descanso.

Verdade seja dita, Abel usou a forma de socar do boxe para martelar. Para dar um soco forte, não se podia confiar apenas no poder de seus braços, tratava-se de usar cada parte do seu corpo e concentrar todo esse poder em um ponto.

Era exatamente isso que estava fazendo. Para cada golpe, canalizava sua força dos pés para os braços, e quando o martelo atingisse a peça, usaria a força de reação a seu favor e levaria o martelo de volta à sua altura original. Por mais eficiente que essa técnica fosse, era difícil realizá-la.

No entanto, tinha tempo mais do que suficiente em suas mãos. Com a quantidade certa de prática e conhecimento, logo encontrou a forma ideal de forjar a peça de metal.

“Por que essa criança tem que ser um cavaleiro?” Mestre Bentham muitas vezes se perguntava.

Alguém tão talentoso quanto Abel nunca deveria ter aprendido a lutar na linha de frente em uma batalha. Com a sua capacidade de aprendizado e o nível que estava atualmente, seria um mestre ferreiro se passasse mais alguns anos na oficina. Era triste, sim, mas era assim que as coisas eram.

Tendo esquecido de almoçar, Abel finalmente conseguiu forjar a peça em um total de 80 vezes antes das duas da tarde. Então decidiu parar.

Após forjar 80 vezes uma peça, não conseguia mais martelar com toda a sua força.

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