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Abe the Wizard – Capítulo 224

Caça

Os primeiros raios de sol começaram a iluminar a Floresta da Lua Dupla. Abel também acordou na hora, incapaz de montar a barraca de Akara devido ao ambiente ao redor. Dentro da tenda, sua percepção de perigo seria significativamente reduzida. Por exemplo, durante o ataque das abelhas selvagens, se não fosse pela tenda de Akara, ele teria percebido o perigo antes do ataque.

Na verdade, Abel não sabia como seu instinto de cavaleiro de elite diferia dos outros cavaleiros, pois era raro um cavaleiro possuir o poder da intuição como o dele, além da força de alma incomum que possuía. Essas duas habilidades o tornavam muito sensível ao perigo. 

Estar dentro da tenda de Akara equivalia a estar em outro espaço: seu instinto o alertava para qualquer perigo se aproximando. Agora, Abel e Loraine usavam barracas comuns. Se algo acontecesse, ele saberia imediatamente.

“Loraine, hoje você ficará nas costas da Nuvem Branca. Não desça!” disse Abel solenemente. Enquanto os anões tomavam o café da manhã, Abel e Loraine não se juntaram para a refeição, mas sentaram-se juntos e beberam suco.

“Sim, prometo que não sairei das costas da Nuvem Branca. E você também deve ter cuidado.” Loraine levantou a mão, fez um gesto de juramento, e seu rosto ficou tenso e preocupado enquanto sussurrava.

“Embora seja perigoso aqui, eu tenho Vento Negro. Você sabe o quão rápido ele é, certo? Deixe-me contar um segredo!” Abel disse olhando ao redor.

Depois de ouvir que Abel ia compartilhar um segredo, ela pareceu satisfeita por estar prestes a descobrir algo novo de Abel.

“O Vento Negro já é uma besta espiritual de alma. Tem a capacidade de escapar. Desde que queira, nenhuma criatura poderá detê-lo!” Abel disse baixinho ao lado de Loraine.

“Vento Negro!” Loraine exclamou surpresa e rapidamente cobriu a boca, olhando ao redor para garantir que ninguém notasse. 

Depois de verificar que estavam seguros, ela abaixou a mão e fechou a boca para evitar mais palavras. Loraine, sendo uma elfa, entendia melhor do que os humanos a complexidade das classificações das bestas espirituais. 

Agora que tanto a Nuvem Branca quanto o Vento Negro foram classificados, a revelação de um segredo como esse era tentadora para qualquer um que possuísse uma montaria.

Abel montou em Vento Negro, despediu-se de Loraine e partiu com a equipe composta por seis cavaleiros pangolins anões, dois magos novatos e uma águia dourada. 

Tal equipe já poderia ser considerada um exército. O rum de Abel acalmou os calafrios de Bernie, que também se juntou à expedição. Apesar de ser inverno, todas as plantas na floresta da Lua Dupla ainda estavam verdes. Esta era a maior floresta do Continente Sagrado. Sua localização peculiar proporcionava um clima ameno durante todo o ano, sendo um paraíso para plantas e animais.

Devido às barreiras da Cordilheira Divisória da Terra, os humanos raramente pisavam aqui. Durante a jornada, a equipe encontrava constantemente animais assustados.

“Deve haver uma besta espiritual por perto!” O chefe dos irmãos Burton caminhava à frente, observando atentamente o chão.

“Como você sabe?” Abel perguntou curioso, observando também as marcas no solo.

“Depois de andar por muito tempo, não encontramos nenhum animal. Existem apenas alguns pequenos herbívoros, o que indica que os predadores daqui foram expulsos. Pelo caminho que passamos, há apenas um tipo de pegada com garras no chão.” O chefe dos irmãos Burton explicou, apontando para um lugar específico no solo.

Abel olhou na direção indicada pelo chefe dos irmãos Burton e viu um conjunto de pegadas rasas em forma de flores de ameixeira, onde eram visíveis os traços das garras afiadas tocando o chão.

Essas pegadas eram tão rasas que seria difícil para Abel encontrá-las por conta própria, sem a orientação do chefe dos irmãos Burton.

“Esta besta espiritual é muito ágil, parece ser uma espécie de lince.” Embora Burton tenha usado a palavra incerta “parece”, seu tom era bastante seguro.

Nesse ponto, Abel sentiu o perigo se aproximando. Ele olhou para a grande árvore não muito distante. Uma figura cinza em forma de tronco estava visível em um galho grosso.

“Ali!” Abel sussurrou, apontando para a figura cinzenta. O chefe dos irmãos Burton olhou surpreso para Abel; sua percepção foi um pouco inesperada.

Na noite anterior, Bernie conversou especificamente com eles e informou sua decisão. Os anões concordaram em entregar todos os núcleos de cristal para Abel, valorizando mais a gratidão por terem suas vidas salvas do que o pequeno valor dos cristais. No entanto, ensinar Abel a caçar na selva seria um desafio considerável

A arte da caça na selva envolve técnicas para localizar e rastrear presas, determinar posições e, finalmente, abater. Cada etapa desse processo exige experiência e habilidades interdependentes, além de muito tempo de prática e talento. 

Ensinar a um mago de terceiro nível como sobreviver e caçar na selva é um desafio significativo por si só. No entanto, o chefe dos irmãos Borton agora parecia confiar um pouco em Abel. 

Que superava o veterano Borton em velocidade para localizar presas, demonstrando assim um talento natural excepcional. A próxima avaliação seria a capacidade de combate de Abel.

“Mestre Abel, este é um lince-garra, uma besta espiritual de nível muito baixo. 

O mais perigoso nele são suas garras, que podem facilmente quebrar armaduras. Esta será sua primeira presa. 

Nós só o ajudaremos se sua vida estiver em perigo,” disse o chefe dos irmãos Borton com um sorriso, guardando a espada como se estivesse preparado para assistir Abel ser atacado. Apesar de suas palavras, ele discretamente tirou uma adaga, pronto para lançá-la e resgatar Abel a qualquer momento.

Abel pulou de Vento Negro, que pousou do outro lado, e então deu um tapinha na bolsa espacial. Uma espada mágica, forjada a partir de um meteorito de ferro preto, apareceu em sua mão direita, e um escudo mágico foi adicionado à sua mão esquerda. 

Esta foi a primeira vez que encontrou uma besta espiritual na natureza. Embora o nível não fosse alto, ele poderia usar essa oportunidade para praticar. Ele tentaria avaliar a força da besta. Se montasse em Vento Negro, não alcançaria o objetivo do teste.

Os olhos dos anões se estreitaram. Era normal que Abel, como mestre ferreiro, tivesse uma espada mágica feita de meteorito de ferro, mas segurar uma grande espada e um escudo durante a batalha mostrava sua confiança no combate corpo a corpo. 

Abel golpeou o escudo com sua grande espada e olhou para o lince, fazendo uma ação provocativa. Embora o lince fosse chamado assim, seu corpo era maior que o de um leopardo comum. A provocação de Abel irritou o lince. Ao ver Abel de pé na frente dos anões, o lince pulou da árvore e correu em sua direção.

Abel levantou o escudo em um ângulo oblíquo de 45 graus com sua mão esquerda, desviando o ataque do lince com precisão. A pata do lince tremeu com o impacto, mas, apesar de ter parado o ataque, a grande espada de Abel varreu o corpo da besta.

Quando a ponta da espada varreu o corpo do lince, Abel sentiu como se estivesse golpeando um pedaço de couro endurecido; não conseguiu penetrar na pele da criatura, mas sentiu uma espécie de rebote. O chefe dos irmãos Borton observou os movimentos de Abel de sua posição e acenou com a cabeça em aprovação. 

Ele podia ver que Abel havia sido treinado no estilo dos cavaleiros, pois cada movimento era preciso e executado com perfeição, resultado de milhares de repetições. 

Essa habilidade não poderia ser adquirida da noite para o dia e era impossível alcançá-la sem anos de trabalho árduo.

Enquanto o chefe dos irmãos Borton observava, Abel percebeu que, sem usar o QI de combate, não conseguiria romper a defesa do lince. 

Após essa constatação, uma luz dourada começou a brilhar em seu corpo, concentrando-se na grande espada que ele segurava. De repente, a espada da vitória se transformou em uma espada dourada. 

O lince foi atingido pela espada de Abel. Embora o golpe tenha sido bloqueado, ainda causou muita dor à criatura. Nesse momento, o lince girou e tentou atacar pelas costas de Abel.

O instinto de cavaleiro de elite fez com que as ações básicas de combate de Abel se tornassem automáticas. Quando as garras do lince estavam prestes a atingi-lo, ele rapidamente ergueu o escudo, bloqueando o ataque com precisão. O lince tentou avançar com força, mas foi frustrado pela defesa sólida de Abel.

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