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Abe the Wizard – Capítulo 289

Coelhinhos 

O cansaço finalmente se instalou após dias de batalha contínua. Embora houvesse algumas variações de poções nutritivas disponíveis, tanto Abel quanto o Vento Negro já estavam enojados de consumi-las diariamente. 

Ainda assim, como eram sua única fonte de sustento, não havia muito que pudessem fazer para variar a dieta.

“Vamos sair daqui!” Abel disse, lançando um olhar cansado para a caverna à frente. Ele não tinha mais vontade de continuar explorando. Tudo o que queria era voltar para sua mansão na Estrada Lamb e descansar. Ele já havia mapeado aquela área, de qualquer forma.

Abel começou a arrumar suas coisas e tentou abrir um Portal com o pergaminho da Cidade, mas foi surpreendido quando Vento Negro bloqueou seu caminho. Logo, ele entendeu o motivo.

“Você quer correr de volta para o acampamento Ladino?” Abel perguntou, surpreso. Estavam a dias de viagem, mas a determinação nos olhos do Vento Negro fez Abel sorrir. Com um gesto afetuoso, ele deu um tapinha no companheiro, guardou o pergaminho e gritou: 

“Vento Negro, corra como o vento!”

Vento Negro avançou com uma velocidade feroz, e Abel foi envolvido por uma rajada de vento intensa. Se não tivesse se abaixado a tempo, teria sido arremessado ao chão, tornando-se o primeiro comandante a cair de sua própria montaria, algo que deixaria todos os cavaleiros estupefatos.

Rapidamente, uma armadura dourada de QI de combate envolveu Abel, ajustando-se perfeitamente à sua postura inclinada sobre as costas de Vento Negro, tornando-os mais aerodinâmicos.

A armadura cortava o ar, permitindo que Abel tivesse uma visão clara de seus arredores. Era como estar montado em uma Nuvem Branca, enquanto a grama no chão passava por eles como se fossem nuvens no céu.

Nessa atmosfera quase sufocante, percorreu em questão de horas uma distância que normalmente levaria dias, chegando ao acampamento Ladino ao meio-dia. Vento Negro parecia realmente aproveitar a velocidade; embora estivesse encharcado de suor após a longa jornada, não mostrava sinais de cansaço.

Os lobos já eram considerados as melhores montarias do Continente Sagrado, dominando em termos de velocidade e flexibilidade. 

Embora existissem montarias mais rápidas, elas não alcançavam a mesma flexibilidade dos lobos. Por outro lado, algumas montarias eram mais flexíveis, mas não tão rápidas. Agora, Abel estava convencido de que nada no Continente Sagrado superava a velocidade do Vento Negro.

A velocidade do Vento Negro havia ultrapassado os limites de qualquer ser normal ou natural. Esse aumento de velocidade não era apenas um talento nato, mas o resultado de uma técnica especial que encantava a velocidade dos servos infernais. 

Com Vento Negro agora possuindo essa velocidade e suas armas mágicas poderosas, Abel sentia-se confiante de que poderia superar a defesa de um mago oficial em combate corpo a corpo.

Ao retornar a Angstorm, Abel e o Vento Negro saíram do portal e chegaram à sua mansão. Após um bom descanso e uma limpeza completa, Abel ativou o círculo de defesa e a barreira ao redor da mansão. 

Pouco depois, o mordomo Brewer apareceu para recebê-los, pronto para atender às suas necessidades.

“Senhor, bem-vindo de volta!” Brewer exclamou, com um brilho de emoção nos olhos.

“Aconteceu alguma coisa?” Abel perguntou, curioso.

“A Condessa Carrie enviou seis jovens coelhos uivantes azuis e um velho criador de elfos. Ela informou que lhe entregaria sua parte da troca primeiro!” Brewer respondeu.

Desde que a Condessa Carrie havia entregado os seis jovens coelhos uivantes azuis no dia anterior, a situação estava um tanto tensa. Felizmente, o velho tinha experiência em reprodução e trouxe uma grama especial para ajudar, mas o processo estava demorando mais do que o esperado. 

Logo pela manhã, os coelhos não pareciam bem, e havia a possibilidade de que não sobrevivessem até à noite.

“Deve ser o velho Mund. Traga-o aqui!” Abel ordenou, surpreso com a entrega inesperada. Era estranho que a Condessa Carrie tivesse enviado os coelhos uivantes azuis sem que ele tivesse concordado com os termos. Isso não fazia sentido para ele.

O que Abel não sabia era que, quando a Grã-Duquesa Edwina enviou alguns elfos em busca de coelhos uivantes azuis, eles conseguiram trazer seis jovens coelhos de volta. 

Coincidentemente, Abel havia expressado interesse em criar esses coelhos, e, sabendo disso, a Condessa Carrie decidiu enviá-los para ele. 

Para garantir o cuidado adequado, ela também mandou o Velho Mund para ajudar na tarefa.

No entanto, a Condessa Carrie logo percebeu que os coelhinhos eram muito mais exigentes do que os adultos. 

Como o palácio Grão-Ducal não tinha experiência recente na criação desses animais, faltavam-lhes as poções e o ambiente apropriado para seu crescimento. 

Sem saber como resolver a situação, a Condessa Carrie decidiu enviar tudo, incluindo o Velho Mund, para Abel como forma de pagamento antecipado. Mesmo que alguns dos coelhos não sobrevivessem, ela poderia sempre enviar substitutos mais tarde.

Era melhor deixar Abel se familiarizar com a criação dos coelhos o quanto antes.

“Mestre!” O Velho Mund chegou rapidamente, curvando-se respeitosamente.

“Velho Mund, qual foi a razão da Condessa Carrie ter enviado você?” Abel perguntou, observando a ligeira inquietação do velho.

“Mestre, a Condessa Carrie permitiu que eu permanecesse em sua mansão. A partir de agora, serei responsável pela criação dos coelhos, pelo jardim e por qualquer outra tarefa que o senhor precisar!” respondeu o Velho Mund, com um tom de nervosismo.

O Velho Mund estava claramente apreensivo quanto ao futuro. Ele tinha sido transferido repentinamente do palácio Grão-Ducal e não sabia como o novo senhor trataria seus servos.

“E quanto aos coelhos uivantes azuis que você trouxe? Eles sobreviveram?” Abel perguntou, com uma expressão de preocupação.

“Senhor, é pouco provável que tenham sobrevivido!” O Velho Mund hesitou por um momento antes de dar a resposta sincera.

“Porquê?” Abel perguntou. Ele estava um pouco confuso, pois sabia que velho Mund era um criador experiente.

“Os coelhos uivantes azuis precisam consumir grama cultivada com mana desde o nascimento. Os que foram trazidos de volta do local onde foram capturados já estão muito envelhecidos e não podem mais se adaptar. Esses jovens coelhos uivantes azuis são extremamente frágeis. Se não forem alimentados adequadamente, têm poucas chances de sobreviver por muito mais tempo,” explicou o Velho Mund, com um tom preocupado e suave.

“Diga-me como cuidar corretamente dos coelhos uivantes azuis,” Abel pediu. Embora pudesse obter a grama cultivada com mana com facilidade, ele estava mais interessado nas especificidades do processo de criação.

“Os coelhos uivantes azuis são criaturas extremamente tímidas e sensíveis. Eles têm exigências rigorosas quanto ao ambiente. É necessário usar um círculo de coleta de mana para criar um ambiente com alta concentração de mana. 

Cada coelho deve ser mantido separado dos outros, ou então deve-se utilizar gaiolas com bloqueio de som. A temperatura deve ser mantida entre a primavera e o verão. Além disso, eles preferem grama mais longa, portanto, é melhor usar um círculo intermediário de coleta de mana para cultivá-la. 

Caso contrário, pode haver uma escassez de grama, o que afetaria o crescimento dos coelhos,” explicou o Velho Mund. Ele detalhou tudo a Abel, sem omitir nenhum aspecto importante.

“Velho Mund, traga-me os seis coelhos uivantes azuis que você trouxe. Eu cuidarei deles!” Abel disse, assentindo com a cabeça. Após ouvir as orientações básicas do Velho Mund, Abel compreendeu a complexidade da criação desses coelhos. 

Um círculo de coleta de mana exigiria uma quantidade significativa de energia, especialmente os intermediários. Esse tipo de gasto não era algo que uma pessoa comum pudesse suportar; seria necessário ter acesso a uma mina de mana para mantê-lo.

Não é de admirar que os elfos evitassem criar esses coelhos. Se gastassem todas as suas jóias de mana para satisfazer seus desejos culinários, não teriam recursos suficientes para os druidas. Os elfos entendiam bem as consequências de sacrificar seu poder militar.

Pouco tempo depois, o Velho Mund e dois servos chegaram ao salão principal, carregando seis caixas de madeira.

“Mestre, aqui estão os seis coelhos uivantes azuis,” anunciou o Velho Mund, colocando as caixas no chão com cuidado.

“Velho Mund, agora você está sob minha responsabilidade. Se precisar de alguma coisa, pergunte ao mordomo Brewer. 

Brewer, providencie acomodações para o Velho Mund e faça o possível para atender a qualquer necessidade dele,” ordenou Abel, acenando com a mão para que os dois homens se retirassem.

Depois que os elfos se curvaram e saíram do salão, Abel se aproximou de uma das caixas de madeira no chão. 

Ele notou que a caixa estava adornada com padrões mágicos simples e equipada com uma joia de mana intermediária. Era um padrão de cancelamento de ruído, algo que Abel já havia visto em lojas de luxo, mas nunca imaginou encontrar em uma caixa destinada a um único coelho uivante azul.

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