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Abe the Wizard – Capítulo 37

Distribuindo arcos como presentes

— Você está indo em direção ao Castelo Bennett agora? Eu realmente não sugiro que vá, é extremamente perigoso lá fora agora. 

O Cavaleiro Marechal estava hesitante em deixar Abel se aventurar durante a situação atual, pois estaria vulnerável aos orcs atacantes do lado de fora. Mesmo que Abel fosse levar alguns guardas, provavelmente ainda não terminaria bem se fossem forçados a lutar. Os orcs que apareceram estavam todos acima do nível 6. Os guardas não eram páreo para esses orcs, e se fossem lutar, provavelmente não conseguiriam se defender de nem um único orc. 

—Tio Harry, eu tenho que chegar ao Castelo Bennett. Você viu o poder do meu arco. Preciso entregar os arcos recém-forjados ao Castelo Bennett. Caso contrário, minha família não teria chance contra esses orcs. — Explicou Abel, tentando persuadir o Cavaleiro Marechal a deixá-lo se aventurar no Castelo Bennett. 

— Por que você está disposto a arriscar sua vida para dar-lhes o arco, quando eles nem pediram? Você sabe, eu tive que perguntar antes mesmo de você me dar. — O Cavaleiro Marechal disse com uma pitada de amargura e ciúme em seu rosto.

Depois de ouvir o que o Cavaleiro Marechal disse, Abel imediatamente falou de maneira extremamente séria: 

— Bem, este ataque me fez duvidar da segurança do Castelo Bennett. Basta olhar para o poder desses orcs… eu devo ir e entregar o arco para eles antes que seja tarde demais! 

— Tudo bem, se você insiste em ir em direção ao Castelo Bennett. Eu irei com você. — Harry sentiu que não tinha escolha. Decidiu, a contragosto, que iria para o Castelo Bennett com Abel. Porém, estava mais preocupado com a segurança de Abel do que com a segurança do castelo. Como já havia matado pelo menos metade dos orcs atacantes, tinha certeza de que os orcs não ousariam voltar e atacar a menos que quisessem cometer suicídio. 

— Tio Harry! Tem certeza de que pode vir comigo?

Abel sabia que seria extremamente difícil para seu tio deixar o castelo com a situação atual. Mesmo que o Castelo Bennett não estivesse muito longe deles. Se o Cavaleiro Marechal fosse encontrado vagando com Abel, poderia acabar perdendo todos os seus bens porque se tornou ausente sem licença oficial. 

Além disso, o castelo também precisava da liderança e comandos para se defender efetivamente contra qualquer orc. — Não se preocupe com isso, Abel. Está tudo bem. Eu irei ao Castelo Bennett com você. Apenas deixe-me trocar de roupa para que as pessoas não possam me reconhecer tão facilmente. Se pegarmos os cavalos e cavalgamos o mais rápido que pudermos, poderemos voltar em meio dia. — Harry sabia exatamente com o que Abel estava preocupado, se tivesse perdido sua propriedade para outra pessoa, sempre poderia recuperá-la no futuro. Se perdesse Abel, no entanto, jamais conseguiria recuperar a vida de alguém. O Cavaleiro Marechal sabia que, desde que ficasse com Abel e o educasse bem, o potencial deles juntos seria ilimitado. Podem até ganhar um território maior e um título mais alto do que o que têm agora. Já era tarde quando terminaram de discutir. Pouco depois, Abel equipou uma armadura de couro e montou em um cavalo de guerra. Harry, enrolou seu cabelo dourado sedoso e trocou seu capacete atraente por um menos chamativo. Além disso, também usava um chapéu capaz de cobrir o rosto e levava um cavalo de guerra comum para que ninguém o notasse durante a viagem ao Castelo Bennett.

Antes de os dois começarem sua jornada, ambos os cavalos de guerra foram alimentados com aveia, o que ajudou a mantê-los dentro de seu desempenho máximo, além de maximizar suas capacidades. Sem notificar ninguém, Abel e o Cavaleiro Marechal saíram sorrateiramente do castelo, quando todos dentro do castelo estavam comemorando em sua tentativa bem-sucedida de defesa contra os Orcs. Sem desvios, os dois cavalos galoparam em linha reta em direção ao Castelo Bennett. A essa altura, não havia sinais visíveis de vida em nenhum lugar da terra entre o Castelo Bennett e o Castelo Harry. Isso porque, durante uma batalha, todos os civis que residiam nessas terras teriam evacuado e se reunido dentro do castelo por medidas de segurança. Isso explicaria por que Abel e Harry não encontraram ninguém durante a viagem ao Castelo Bennett. Depois de duas horas de viagem, o Castelo Bennett foi finalmente visível à vista deles. Abel não pôde deixar de sentir uma sensação de alívio enquanto respirava fundo. Ao longe, o Castelo Bennett estava firme e quieto sob o sol poente. A entrada do castelo estava bem fechada e os guardas eram vagamente visíveis na periferia das muralhas. Tudo parecia estar perfeitamente bem, e o Castelo Bennett parecia estar ileso. Não parecia ter sido atacado por Orcs.

À medida que Abel e Marshall se aproximavam cada vez mais do castelo, sua chegada fez com que o sino de emergência do castelo tocasse rapidamente. À medida que se aproximavam da entrada do castelo, foram recebidos imediatamente por soldados equipados com arcos apontando para eles das muralhas do castelo. 

— Sou eu, Abel. Abra o portão. — Gritou Abel. 

— Guardem suas armas, é o Mestre Abel! — Alguém gritou alto.

— Abram o portão. — De repente, havia uma voz profunda do Cavaleiro Bennett vindo de algum lugar. Pouco depois, a porta do Castelo foi aberta lentamente. Quando Abel e o Cavaleiro Marechal entraram, a porta foi rapidamente fechada por segurança para evitar qualquer potencial de ataques. 

— Abel, como você se atreve a vir ao castelo durante esses tempos perigosos? — Cavaleiro Bennett disse reprovador para Abel em um tom bastante sério. 

— Pai, preciso falar com você em particular. Podemos encontrar um lugar tranquilo para conversar? É um assunto urgente. — Abel disse baixinho, enquanto olhava para o Cavaleiro Marechal, que se protegeu de perto com Abel enquanto tentava evitar que alguém o visse. Para Abel viajar para o Castelo Bennett durante esses tempos perigosos, certamente sabia que devia haver algo importante. Caso contrário, Abel não teria corrido um risco tão grande para chegar até aqui.

O Cavaleiro Bennett lançou um olhar desconfiado para o misterioso cavaleiro (Harry) que estava ao lado de Abel. Mas sem hesitar, conduziu Abel e o misterioso cavaleiro ao quarto de hóspedes. Então disse aos guardas para não perturbá-los enquanto fechava a porta assim que Abel e o Marechal entrassem. — Pai, isso é… — Abel estava prestes a revelar a identidade do misterioso cavaleiro. O Cavaleiro  Bennett reconheceu o Cavaleiro Marechal à primeira vista. Ele então imediatamente falou e disse: 

— Marechal, você enlouqueceu? Deixando seu território durante esses tempos perigosos? É melhor ter uma boa razão válida para vir junto com Abel. 

— Ei! Acha que eu queria vir aqui? Abel disse que tinha que vir aqui, eu não podia deixá-lo vir sozinho. Eu tive que segui-lo. Caso contrário, com certeza acabaria morto. — O Cavaleiro Marechal tirou o chapéu, balançou o cabelo dourado espremido que estava enrolado durante toda a viagem enquanto respondia ao Cavaleiro Bennett com uma atitude bastante raivosa. 

— Maldição, Marechal, você sempre chorava quando as coisas davam errado. — O Cavaleiro de Bennett balançou a cabeça impotente enquanto olhava para o Marechal. Ele então se virou e perguntou a Abel. — Qual é o problema? Por que você tem que agir tão misteriosamente o tempo todo…? Você pensou nas consequências se Harry fosse pego deixando seu território…? Se fosse pego, teria sido extremamente inconveniente e problemático para todas as partes envolvidas. 

— Pai, eu sabia das consequências, mas vim para lhe dar isso. — Abel pegou um arco composto e o passou para seu pai, pegando o arco composto com as mãos e começou a mexer no arco. Imediatamente depois, perguntou a Abel com um tom de surpresa: 

— Você veio até aqui só para me dar isto?

— O que você quer dizer com “isto” Bennett? Este é o “Arco Harry” Um nome que dei para este arco especial. — Cavaleiro Marechal disse com um sentimento de insatisfação, pois estava muito chateado com a atitude de Bennett e sua falta de apreço pelo presente especial. Abel não pôde deixar de ficar calado e cobriu a cabeça. Ele sabia que o Marechal declarou o nome do arco sem consultá-lo ou mesmo se preocupar em dizer a ele. O pior é que até adotou o próprio nome para classificar o arco… Apesar de Abel ter o mesmo sobrenome do Cavaleiro Marechal, tinha certeza de que a intenção de seu tio de batizar o arco de “Arco Harry” era porque queria o registrar com o seu nome.

— Bennett, não é apenas um presente comum como você pensa que é. Aqui, tente atirar uma flecha e veja por si mesmo. — O Cavaleiro Marechal então pegou uma flecha com entusiasmo e a entregou ao Cavaleiro Bennett. Como ele entusiasticamente instruiu-o sobre como apontar e como operar o gatilho. 

— Ok, Bennett, vamos atirar na parede ali. — Enquanto Harry apontava para a parede. O quarto de hóspedes era enorme, era quase um quarto de 40 metros quadrados. A parede que o Marechal disse a Bennett para atirar estava a mais de 20 metros de distância e, sem dizer nada, Bennett soltou sua mão e a flecha imediatamente desapareceu no arco. Dentro de uma fração de segundo, houve um som áspero e estridente e quando eles olharam para a parede, a flecha já havia perfurado a parede que era feita de pedregulhos. O Cavaleiro Bennett olhou para as flechas na parede, chocado e surpreso com o poder do arco, não podia acreditar no que acabara de testemunhar. Ele rapidamente caminhou até a parede e bateu na parede algumas vezes com as próprias mãos, confirmando a legitimidade do arco, ficou tão atordoado que nem percebeu que a parede que acabara de quebrar era o seu próprio quarto de hóspedes.

Ele então puxou a flecha da parede usando uma quantidade substancial de força. Ao olhar para a parede, a flecha havia feito um buraco de cinquenta centímetros de profundidade.

— Este a..a.. arco.? — Bennett olhou para Abel enquanto dizia com completo espanto e curiosidade sobre como seu filho adquiriu uma arma tão poderosa. Quando Abel estava prestes a falar, o Cavaleiro Marechal interrompeu a conversa entre os dois e disse: 

— Abel se tornou um Mestre Ferreiro recentemente, você sabia disso? — Então ele ficou em silêncio…

Quando o Cavaleiro Bennett soube que seu filho havia se tornado um Mestre Ferreiro, se arrependeu de ter dado Abel a Marechal como filho adotivo. Harry repetiu mais uma vez que seu filho adotivo havia se tornado um Mestre Ferreiro, a expressão facial de Bennett imediatamente se encheu de tristeza. 

Marechal não conseguiu entender a expressão de Bennett, então continuou falando: 

— Abel projetou o Arco Harry para mim para que eu pudesse resistir aos Orcs. Ainda hoje, usei o Arco Harry para derrubar rapidamente 12 orcs. Todos eles estavam no nível 6 e acima também! — O Cavaleiro Bennett sentiu uma sensação de choque e espanto incontroláveis ao olhar para o Arco Harry que estava em sua mão. Ele agora começava a entender o motivo pelo qual Abel havia se arriscado tanto para trazer o arco. De acordo com o que o Marechal disse, conhecendo-o há tanto tempo, se metade das coisas que disse fosse verdade, já era bom o suficiente…

No entanto, o que seu velho amigo Marechal havia feito por Abel estava além da capacidade de qualquer um. Marechal arriscou seu território apenas por causa da segurança de Abel. Bennett sabia que seria extremamente difícil para ele tomar tal decisão e arriscar tudo.

O Cavaleiro Bennett puxou o arco mais uma vez. Desta vez, descobriu as vantagens do arco. Era difícil de puxar, mas era fácil mirar, e também tinha uma quantidade terrível de poder explosivo. Marechal então olhou diretamente para Bennett com um sentimento de zombaria e disse com um sorriso: 

— Esqueci de te dizer, espertinho, o Arco Harry não pode ser usado sem munição. — No momento em que o Cavaleiro Bennett restaurou seu arco, usando uma grande quantidade de seu qi de combate, o Cavaleiro Marechal já estava rindo tanto, como se já tivesse esquecido que também havia cometido o mesmo erro antes.

Abel e o cavaleiro Marechal não ficaram muito tempo no Castelo Bennett, e depois de instruírem Bennett sobre como operar o Arco Harry. Os dois rapidamente partiram para voltar ao Castelo Harry antes que alguém percebesse que estavam desaparecidos.

Quando eles partiram do Castelo Bennett, já estava escuro. No entanto, os dois indivíduos estavam tão familiarizados com a estrada, especialmente o Marechal, que havia viajado por essa rota inúmeras vezes. Juntamente com a orientação do luar no céu noturno, os cavalos de guerra também eram bastante rápidos enquanto viajavam de volta ao castelo.

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