Na viagem de volta, o Cavaleiro Marechal e Abel foram primeiro ao Castelo Matthew. Por uma questão de clareza, o território já estava sob a posse de Abel. Como toda a família Mathew não existia mais, a área que ficava a 160 quilômetros entre o domínio do Cavaleiro Bennett e o domínio Marechal Harry foi tecnicamente não reclamada. O mesmo poderia ser dito de tudo o que havia no Castelo Harry. Embora Abel não tenha pedido, ele recebeu a autoridade sobre essas propriedades. Poderia desenhar seu novo brasão agora se quisesse, mas teria que esperar que fosse aprovado depois de ir à cerimônia na Cidade de Bakong.
Quando a carruagem se aproximou do portão da frente do Castelo Matthew, o mordomo Ken, do Castelo Matthew, levou alguns guardas e criados para recebê-los. Eles pareciam bastante ansiosos para fazer algo assim. Afinal, sem seus antigos mestres, não sabiam como seria o futuro de sua terra. O mínimo que podiam obter era a primeira impressão do homem recém-encarregado deste território. Ontem, o governo enviou alguém para anunciar que a propriedade do Lorde Matthew era agora propriedade do Lorde Abel. O que isso significava era que o castelo e todas as terras que cercavam este lugar pertenciam a Abel.
Abel poderia fazer o que quisesse com este lugar, e isso preocupava muito os criados, guardas e até mesmo os funcionários mais antigos. Estavam genuinamente com medo de serem expulsos para outro lugar.
O Cavaleiro Marechal disse a Abel antes de sair da carruagem — Você está no comando deste castelo, Abel. Você deve se encontrar com as pessoas que o servem.
Abel respondeu com um sorriso — Esta é a terra da Família Harry. Existem dois brasões que o representam, mas ainda assim sempre pertencerá à Família Harry.
Independentemente de sua influência ou riqueza, os nobres sempre teriam um brasão para representar o nome de sua família. Se um território foi perdido, seu brasão seria substituído pelo do território que o reivindicou. Quando um brasão estava no lugar, a pessoa teria que aprender toda a história e significados por trás dele para ser reconhecido como um nobre adequado. Havia nobres sem suas terras ou brasão, é claro. Dito isto, certamente foram considerados inferiores aos que tinham.
Neste momento, Abel tinha o Brasão do Unicórnio, que simbolizava sua ligação com a Família Harry. Se seus filhos atingissem a idade adulta, faria o mesmo que o Cavaleiro Marechal e passaria todos os seus bens herdados. Isso incluía o Brasão de Armas, o domínio da Família Harry e, claro, seu título como Lorde Honorário da região que governava. O sorriso no rosto do Cavaleiro Marechal se alargou ainda mais. Abel era seu filho adotivo e também filho de seu melhor amigo.
Embora a herança desse menino permanecesse ambígua, não hesitou em reivindicar o novo território como da Família Harry.
O cocheiro abriu a porta e Abel foi o primeiro a sair e, assim que o fez, o mordomo Ken fez uma reverência para ele.
— Querido Lorde Abel, seu Castelo lhe dá as boas-vindas. — Ken disse enquanto abaixava a cabeça. — Ken, estou tão feliz em vê-lo novamente.
Abel respondeu às boas-vindas de Ken com um sorriso. — Vamos, me leve para ver ao redor deste castelo. Eu esperei muito tempo por isso.
— É um prazer para mim também. Siga-me, senhor. — Ken obedeceu, então cumprimentou o Cavaleiro Marechal com uma reverência. — É uma honra vê-lo aqui, senhor.
O Cavaleiro Marechal acenou e disse a Abel — Se importa se eu for junto? Matthew nunca me convidou aqui antes. — Ken não pareceu reagir ao que o Cavaleiro Marechal estava dizendo. Afinal, Lorde Matthew nunca se deu bem com o ele. Não era como se fossem inimigos completos, mas Lorde Matthews não tinha muito respeito por alguém como o Marechal, que era um nobre pelo sangue que derramou e não pelo nascimento. O Cavaleiro Marechal era o pai adotivo de Abel, sim, mas Ken não iria gastar muito tempo apelando para alguém que seu antigo mestre não gostava. Abel meio que gostou disso em Ken. Parecia ter um senso de integridade sobre ele e demonstrou seu caráter sem ser desrespeitoso com o Cavaleiro Marechal.
Estava muito escuro quando Abel estava tentando resgatar o Castelo Matthew alguns dias atrás. Quando chegou, alguns dos edifícios já estavam queimados em ruínas. Foi por isso que Abel veio aqui hoje e ficou muito surpreso ao ver que tudo já havia sido restaurado. Porque o castelo foi construído por pedras gigantes esculpidas (não madeira), foi capaz de resistir ao fogo. Além disso, os próprios criados trabalharam muito duro. Além dos vestígios de fogo na parede externa, o desastre daquele dia não era mais visível.
Enquanto observava a satisfação estampada no rosto de Abel, Ken se sentiu mais determinado a trabalhar duro para seu novo mestre. Os esforços destes últimos dias foram reconhecidos pelo novo proprietário. Quando Abel estava verificando o interior do castelo, Ken disse a Abel humildemente — Lorde Abel. Tudo aqui permaneceu intocado nos últimos dias. O governo da cidade pediu que todas as propriedades aqui fossem seladas. o Sr. Deveria ser o primeiro a examiná-los.
Foi Lorde Dickens quem enviou a ordem. Abel sabia pelo menos isso. Como proprietário de seu enorme castelo, Lorde Dickens não se importaria de gastar mais dinheiro para atrair o novo proprietário do Castelo Matthew. Foi um ganho para ambas as partes.
Na despensa, Abel viu algumas enormes caixas de feitas de ferro e madeira. As caixas foram lacradas pelo governo da cidade. Quanto ao conteúdo dentro, Abel não tinha certeza. Abel virou-se para Ken.
— Posso confiar em você? — Ken se ajoelhou e disse solenemente depois de ouvir isso.
— Sim, Lorde Abel! Eu prometo ser leal a você.
— Certo. — Abel respondeu enquanto levantava Ken. — Você é o mordomo do meu castelo, é um membro da minha família agora.
— Obrigado! Os olhos de Ken estavam cheios de lágrimas. Pensou que tinha perdido tudo antes, mas agora, tudo estava bem.
— Os servos e os guardas estão agora sob seu comando. Quem permanecer no castelo, estará sob seu comando. Quanto aos que desejam sair, dê pelo menos 5 moedas de ouro para cada um deles. Agora que Matthew não está aqui, serei eu quem os agradecerá em seu lugar.
Abel não queria se preocupar com as coisas triviais do castelo. Preferia deixar outra pessoa cuidar dessas coisas.
— Obrigado, senhor. Vou organizá-lo adequadamente, e o resultado final será relatado de imediato. — Ken ficou muito grato pela confiança de Abel. Neste mundo, a relação entre um mordomo e seu mestre era próxima. Um mordomo era como um guarda-costas, mas em vez de simplesmente proteger a vida de seu mestre, tratava-se de passar a vida inteira cuidando de todas as coisas que eram necessárias e solicitadas. Ser mordomo era o equivalente a ser o segundo no comando do castelo. Com isso, o status dessa posição era extremamente alto. Ken era um homem de muita sorte a esse respeito. Melhor ainda, um futuro de sucesso estava garantido se estivesse trabalhando para um mestre talentoso como Abel.
Sem dizer nada, o Cavaleiro Marechal observou Abel ao lado enquanto dava instruções sobre como o castelo deveria ser administrado. Este era o castelo de Abel, não queria se envolver nos seus assuntos, foi muito claro sobre isso. Ao mesmo tempo, admirava a capacidade de Abel para lidar com as coisas e ficou à vontade quando viu que conseguiu encontrar um mordomo adequado.
Quando várias pessoas entraram no escritório, Ken pegou uma caixa de madeira da estante e disse — Há uma sala secreta aqui. O método de abertura está nesta caixa. Eu vou sair primeiro. — Depois que Ken se retirou do escritório, o Cavaleiro Marechal estava prestes a sair do escritório, mas foi interrompido por Abel no caminho.
Abel sorriu — Vamos visitar a coleção de Lorde Matthew juntos, tio.
— Claro. — O Cavaleiro Marechal acenou com a cabeça em concordância. — É uma oportunidade muito rara para mim. Não faço ideia de como são as coleções de outros nobres.
Abel abriu a caixa de madeira e destravou o mecanismo de acordo com os registros acima. Na parede do escritório, uma porta secreta foi aberta e os dois entraram na sala secreta. Esta sala secreta tinha uma longa escada que descia e era muito escura, mas não teve efeito sobre os dois Cavaleiros.
Enquanto caminhavam pelas escadas, Abel e Harry entraram em uma sala enorme. À primeira vista, esta sala deveria possuir 20 metros de largura e 50 metros de comprimento. Cinco pérolas luminosas lendárias foram gravadas no telhado, refletindo a luz em toda a sala.
No meio da sala, havia duas fileiras de armários de madeira cheios de vários itens. A superfície desses itens estava muito limpa, indicando que o proprietário cuidou muito bem desses itens. Quando Abel deu um passo à frente, descobriu que cada item tinha uma descrição individual escrita no pergaminho na frente do item.
Olhando para as 10 fileiras de estantes à esquerda e à direita, Abel se surpreendeu com a coleção da Família Matthew. O Visconde Dickens prometeu-lhe todo o castelo e tudo o que havia nele, mas não fazia ideia de que os Matthews tinham tantos tesouros desconhecidos para os outros. Se Dickens tivesse visto… Quem sabe? Talvez não fosse tão generoso com Abel. E destacando essas cinco pérolas luminosas lendárias. Se Lorde Matthew fosse corajoso o suficiente para colocá-los no salão do castelo, todos os ladrões do continente teriam chegado em poucos dias. Abel não sabia muito sobre a história deste mundo. Ainda assim, ficou fascinado ao ver todos os itens históricos que estavam neste lugar. Foi um abridor de olhos para ele. Toda vez que olhava para um tesouro que poderia ser datado de muitos anos atrás, sempre se perguntava se era um tesouro de um determinado país ou uma arma de um general famoso.
— Ei tio! Olha tudo isso! Você ainda se lembra do que temos no Castelo Harry? Ei, tio!
O Cavaleiro Marechal lançou um olhar de lado para Abel — Pense nos anos que foram colocados nesta coleção aqui. Esta família coleciona há centenas de anos. Qual é o sentido de compará-lo com a minha coleção? — O Cavaleiro Marechal parecia muito bem com isso do lado de fora, mas secretamente, já decidiu que faria uma nova sala de coleção quando voltasse. Essa comparação era simplesmente demais para ele, e estava deixando-o mais envergonhado do que se estivesse vestindo nada além de sua cueca.