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Apocalypse Hunter – Capítulo 104

Nova Hong Kong (2)

Como se deu a criação da megalópole chamada Nova Hong Kong foi bem simples.

A área, que costumava ser fortemente populada no passado tinham quatro PCMs: Shanghai, Nanjing, Suzhou e Hangzhou.

Devido a tendência Armígera de criar fortalezas em PCMs, as quatro fortalezas foram construídas relativamente próximas umas das outras e a conexão entre as quatro fortalezas foi o começo da Divisão da Ásia Central.

Naturalmente, o sistema de cooperação das quatro fortalezas trouxe segurança e estabilidade para a área. Graças a isso, civis foram aos montes para lá e pessoas que se aproveitaram da segurança formaram a Nova Hong Kong como é agora.

Na verdade, o Armígero não tinha interesse algum em vidas civis, mas uma cidade grande foi eventualmente criada.

Ainda, na superfície, as fortalezas e a Nova Hong Kong não tinham nada a ver uma com a outra. Entretanto, era óbvio que o Armígero estava se metendo de algum jeito nos assuntos da megalópole.

Ninguém sabia como isso estava sendo feito.

Nova Hong Kong também era o lugar onde os caçadores eram mais ativos, então lascas estavam em constante circulação. O fato que a megalópole era um lugar onde pessoas podiam viver sem se preocupar com monstros era um bom motivo para ela crescer. Havia instalações de produção e fábricas lá.

A indústria de serviços ainda existia lá.

Como tal, a megalópole era um lugar único para as pessoas da selva. Já que também era território do Armígero, o grupo de Zin estacionou o veículo armado na entrada da cidade. Apesar de haver o risco de roubo, era melhor do que deixar o Armígero ouvir sobre um veículo armado não identificado aparecendo na cidade.

— Vamos andar daqui em diante.

Felizmente, o veículo armado poderia ser escondido debaixo de escombros, onde ninguém olharia. Os três saíram do carro e começaram a andar em direção a Nova Hong Kong.

Onde havia uma luz brilhante, sempre havia uma sombra.

Não havia monstros na megalópole, mas havia violência e muita extorsão, roubos, assassinatos, assaltos e crime no geral.

A única força que poderia manter a segurança de um lugar tão grande era o Armígero, mas eles não se interessavam em fazer isso.

Os Salteadores que estavam felizes comendo carne humana nos campos desajeitadamente se tornaram civilizados e, dessa forma, se tornaram gangues organizadas gigantes e os gangsteres guerreavam sempre para tomar controle da cidade. Havia tiros e pessoas morrendo a luz do dia.

Depois do apocalipse, os monstros se tornaram um inimigo do homem. Mas mesmo antes mesmo do apocalipse, assim como no tempo dos bárbaros e pessoas primitiva, o maior inimigo do homem sempre foi o próprio homem e esse fato também estava sendo recriado nesta metrópole bárbara.

Conforme o Armígero e a cidade grande coexistiam, as regras da cidade continuavam mudando. Havia muitos jeitos para se vivenciar esse mundo bizarro e as pessoas que chegavam pela primeira vez poderiam ver coisas que uma vez dominaram o mundo, mas que se foram agora…

[Todos vocês podem usar os produtos da Corporação Odin! Armas e Munições! Venham ver todos nossos produtos que estão com um preço ótimo.]

… e um belo exemplo disso era a propaganda.

[Experimente a Excelente Medicação do Químico Atômico agora! É incrivelmente rápida, incrivelmente eletrizante e incrivelmente segura!]

Apesar deles não terem passado da fronteira da cidade, um punhado de slogans publicitários podiam ser vistos.

Nas cidades grandes, havia corporações que eram a musa dos olhos do capitalismo. E as corporações usavam o meio da propaganda para atrair o público.

O que era normal no passado se tornou estranho agora. Os sinais estavam cobertos de letras escritas com laquê vermelho ou raspadas por um cabo de aço.

[Pare na Dona da Guerra da Corporação Odin!]

Era o que estava escrito no painel publicitário da Corporação Odin.

[Químico Atômico, pare de jogar resíduos industriais em Taeho! Nós não conseguimos viver com água suja com cheiro de remédio! O que nossa companhia despejou no Taeho era um desinfetante que é inofensivo para seres humanos e neutraliza a concentração de VC na água. Nós ficaremos felizes de responder a mais perguntas que você possa ter no nosso escritório. – PS: Gerente do Químico Atômico]

Os painéis publicitários do Químico Atômico foram arranhados com um cano de aço e as objeções às críticas estavam escritas lá também. Claro, se alguém fosse visitar o escritório de verdade, ele/ela não ficaria feliz com o que lhe aguardaria lá.

Leona conseguia discernir um pouco da realidade do lugar só de ler os painéis publicitários.

— Morreu meu desejo de entrar aí agora. — Leona, que já imaginava a quantidade de problemas, balançou sua cabeça.

Conforme assistia a fumaça cinza subindo no horizonte distante, ela conseguia sentir que ela vivenciaria coisas além de suas expectativas de novo.

Não havia lugar no mundo que não tinha problemas. Na frente de seus olhos estava a visão do prédio mais alto na metrópole gigante bem ao longe.

Ramphil, que possuía uma visão perfeita, podia ver o letreiro brilhante e até as letras no topo do prédio.

[A Corporação Odin está sempre com você!]

— Hmm… — Ramphil não sentia que de algum jeito aquelas palavras não eram positivas.

— Com você…?

— O quê?

— Nada.

Ramphil continuou andando, mas por algum motivo as letras do prédio gigante permaneceram com ele.


— Uou.

Leona não conseguia não ficar boquiaberta enquanto observava os letreiros neons e incontáveis pessoas nas ruas.

[Macarrão Avatar]

[Garfo e Injeção]

[Almôndegas Epsilon]

Leona apontava seus dedos para isso e aqui enquanto andava pelas ruas com letreiros com letras brilhantes que ela não conseguia entender muito bem.

— Ei, o que é aquilo?

— É um restaurante. Vende comida.

— Aquele ali?

— Hmmm… acho que é um lugar que vende carne sintética.

— Carne sintética? O que é isso?

— É carne falsa que foi criada artificialmente para ter o gosto de carne… — Zin respondeu e encarou Leona. — Pare de perguntar sobre tudo como uma caipira do interior. Só entenda que as coisas são desse jeito.

— Mas eu sou uma caipira do interior. Como eu não vou agir como uma?

Zin franziu o cenho apesar dela ter razão. Ramphil não deixou óbvio, mas ele também estava hipnotizado e estava escaneando a área rapidamente.

As pessoas que passavam por eles vestiam roupas que pareciam gastas, mas ainda estavam vestidas apropriadamente e algumas estavam vestindo ternos desbotados. Era certamente uma visão que não poderia ser vista em outro lugar.

Já que aqui era o lugar onde todas as lascas na vizinhança se reunia, o lugar tinha muita energia. Além disso, era o único lugar que tinha prédios recém construídos depois do apocalipse.

[Segurança Sigma – Nós garantimos sua segurança.]

Havia corporações de segurança privada em todo lugar. Onde havia muitas lascas, havia muitas pessoas tentando roubar elas, então pagando uma certa quantidade, era possível conseguir um segurança.

Na verdade, algumas pessoas de aparência rica estavam andando junto com seus guarda-costas pessoais, mas outras estavam sentadas em becos, encarando lateralmente as ruas. Não era muito difícil descobrir que elas estavam buscando pessoas para roubar.

Alguns andavam pela avenida com guarda-costas, algumas bisbilhotava pelos becos em busca de gente para roubar, alguns estavam bêbados com algo, alguns estavam deitados nas ruas, infelizmente espancados, com pessoas incapazes de discernir se eles estavam vivos ou mortos.

Havia muita gente andando por aí.

— Por favor, se eu não conseguir trabalhar aqui, eu…

— Amanhã, vai ser a Zona 49B. Não esqueça.

— Você não está pagando nos prazos. Não vai ser bonito se você continuar com isso.

— Você tem que pelo menos pagar os juros regularmente. Não é sua culpa por usar o dinheiro com taxa de juros alta?

— Hoje, essa droga é tudo que eu tenho…

— Por favor, me perdoe dessa vez.

— Ei, moço, você tem muitas lascas?

Leona estava ficando tonta de ouvir as palavras cheias de histórias pessoais. Ela não conseguia entender as emoções das palavras que estava ouvindo sem desejar e ela se sentia tonta.

Zin andava calmamente, sem olhar para lugar algum.

Como se já conhecesse a cidade, ele andava com confiança. E talvez por causa de tal familiaridade, ele não atraia a atenção de ladrões e assaltantes apesar de estar viajando com duas pessoas de fora.

Ramphil, que estava andando por um bom tempo, perguntou.

— Quanto tempo até nós chegarmos?

Havia homens e prédios por todo lugar e além disso havia cidades. Era difícil alcançar o destino deles andando. Zin olhou ao redor e quando avistou um letreiro, disse.

— Só um pouco mais.

Zin estava apontando para o letreiro que dizia: [Estação 34]


Os olhos de Leona se arregalaram quando ela viu a estação de metrô. A visão de incontáveis pessoas do lado de fora do trilho, claro, chamou a atenção dela.

— O que é isso?

— É parecido com uma ferrovia. É parecido com as usadas para transportar bens para dentro das fortalezas.

A megalópole era bem grande e não era fácil andar por aí. A ferrovia, que foi construída renovando e reparando as linhas de trem antigas e instalações que existiam no passado, foram criadas para facilitar a viagem por toda a região da megalópole.

Como bens eram feito de acordo com a demanda e com uma base de produção substancial na megalópole, a ferrovia estava em operação, apesar de que numa capacidade menor se comparada ao passado.

Zin entrou na fila para comprar uma passagem e esperou sua vez. Ele olhou para a rota no mapa e disse.

— Três para a Estação 43.

— Vão ser nove lascas, senhor. Por favor embarque na Linha Quatro.

Não havia cartão eletrônico então era preciso comprar uma passagem para entrar na ferrovia. O agente cumprimento Zin com um sorriso.

— Obrigado por usar o trem da Corporação Odin hoje. — Conforme eram cumprimentados de um jeito amigável, mas profissional, eles passaram pela bilheteria e entraram lá dentro.

Ramphil e Leona seguiam Zin como pintinhos seguindo sua mãe. Ambos não entendiam nem o que estava acontecendo.

— Fiquem juntos. Se vocês se perderem, vai ser uma dor de cabeça.

— Uhum, ok. Eu estava pensando a mesma coisa.

Houve um pânico súbito enquanto ela pensava em se perder nesse lugar cheio de gente, onde ela poderia terminar como uma criança perdida. Leona pegou o fim do casaco de Zin. Claro, Zin conseguia entender isso.

— … um… o que você está fazendo? — Na direita de Zin, Ramphil estava pegando no seu braço.

— Eu não quero problemas também.

Zin suspirou e foi até a plataforma de número quatro com duas pessoas agarradas nele. O trem não era um sistema de metrô subterrâneo, então era possível de ver por fora, mas a fim de impedir pessoas de entrar pelas muralhas, havia cercas por todos ao longo dos limites da estação e guardas armados patrulhando a área.

Muitas pessoas estavam esperando para embarcar no trem e todos tinham olhares estressados em seus rostos. Ramphil estava olhando ao redor e lendo as publicidades.

Zin explicou de forma sucinta o princípio e utilidade da publicidade, enquanto Leona e Ramphil assentiam. As estações de trem eram instalações com uma população transitória significante e, dessa forma, era um lugar muito efetivo para publicidades.

O custo de manutenção de um lugar tão grande seria grande demais para cobrir apenas com o preço das passagens, então a fonte de renda principal era provavelmente eram as propagandas. E assim sendo, as incontáveis propagandas na estação eram o bastante para hipnotizar as pessoas.

Ramphil ficou perdido em seus pensamentos por um momento, antes de abrir sua boca e perguntar.

— A Corporação Odin controla a ferrovia?

— Bom, eu não diria que controlam… hmm, mas, acho que não é totalmente errado. Claro.

De algum jeito, Zin achou o comentário de Ramphil engraçado e riu. No final das contas, os dois eram caipiras do interior apesar de Zin não ser.

*Chug!* *Chug!*

Era apenas natural que seus olhos se virariam mais uma vez quando eles vissem o trem chegando.


Fazia muito tempo desde a última visita de Zin a Nova Hong Kong. As cidades grandes estavam em constante mudança e Zin estava vendo a maioria das coisas pela primeira vez também. No caso das ferrovias, elas ficaram piores e mais lentas que no passado. Muitas corporações desapareceram ou foram recém formadas.

Tudo mudava em cidades grandes. Apesar de haver várias propagandas e instalações de corporações que nunca existiram antes, Zin era familiar com a cidade então não era difícil andar por aqui.

Algum progresso e algum retrocesso.

Leona perguntou muitas coisas no trem pesadamente turbulento. Como se ela tivesse decidido só aceitar as coisas, Leona se entregou ao fluxo. A cidade tinha tantas coisas que ela nunca havia visto antes e se ela ficasse surpresa com tudo que visse, ela podia ter um ataque cardíaco.

— Então, há um lorde ou um líder aqui?

— Não, porque esse lugar é grande demais.

As leis das cidades livres e castelos não eram aplicadas de maneira alguma e havia corporações aqui, que era um conceito que não existia em outro lugar.

A maior força na cidade eram as corporações. e lugares como as comunidades e bairros mais pobres eram dominadas por gangues. A atmosfera da cidade em si mudava de acordo com as situação das corporações.

Cada uma tinha uma área de influência. E gangues Salteadores urbanizadas dominavam as comunidades que os negócios não se importavam.

— Então, até Salteadores não conseguem fazer muita coisa contra corporações? — Ramphil perguntou e Zin assentiu.

— A diferença é tão grande quanto a diferença entre um exército e gangues de rua.

A fim de se protegerem, as corporações treinavam seguranças de forma bem parecida com o exército e a escala era grande porque era uma cidade grande. Naturalmente, apesar dos Salteadores serem brutais, eles não podiam lutar contra as corporações.

— É quase um relacionamento simbiótico.

Algumas vezes, corporações usavam gangues para fazer o trabalho sujo deles. Gangues algumas vezes lidavam com assuntos desconfortáveis que eram complicados de serem feitos no nome da corporação, apesar de não haver leis em primeiro lugar.

Mais ainda, gangsters eram às vezes servos das corporações aqui.

— As mãos do poder mudam toda a hora, então é difícil dizer, mas há grupos que são fortes em cada região.

Em alguns casos, mesmo se não era uma corporação ou gangue, um grupo rico de posse do capital da área ao redor poderia controlar metade da região.

A cidade grande  era uma arena competitiva para muitos capitalista. Apesar de não haver guerra, seria melhor ver a cidade como uma coleção de centenas de cidades livres onde quem mandava mudava de tempos em tempos.

A cidade é dividida em centenas de seções. Cada uma tem um grupo ou um indivíduo encarregado da área, mesmo se não for um governante.

— Que bagunça…

Um império, uma cidade grande era um lugar estressante mesmo como um membro.

— Então, no final das contas, há muitos líderes em regiões diferentes, não só um? — Com a pergunta de Leona, Zin assentiu.

— Sim. Exceto por um lugar.

— Onde?

— Onde nós estamos indo agora. — Zin apontou para a direção que eles estavam indo de forma indiferente.

O único lugar na cidade grande que não estava no lado de ninguém e não pertencia a ninguém. Uma zona neutra perfeita.

Esse lugar era o Ninho do Caçador.

O grupo saiu na Estação 43, devolveram suas passagens e voltaram para a rua. As pessoas iam e viam, mas havia certamente menos pessoas aqui do que em qualquer outro lugar.

A palavra “neutra” em si era curiosa.

— Mas por que as pessoas deixam esse lugar sozinho? Para começo de conversa, como você escolhe uma área de controle?

— Se você tem uma zona sob seu controle, você pode exercer influência em todas as lascas que entram e saem de lá. Em uma cidade grande, um homem rico é um homem poderoso e você pode fazer mais dinheiro se dominar uma certa área. Esse não é o único lugar neutro, mas é o único que eles deixam em paz.

— Por que?

Se você tomar alguma região, você faz dinheiro. Qualquer um que tivesse um ninho cheio de caçadores de lascas como caçadores iria querer ter eles em suas mãos.

— Bom, o que acontece quando você tenta cobrar impostos de pessoas que ganham dinheiro matando coisas?

Os dois não demoraram muito para perceber que não valia a pena perguntar.

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