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Apocalypse Hunter – Capítulo 106

Lascas e Mais Lascas (1)

— Então, se você mata monstros, você é um caçador de monstros, se você caça pessoas, você é um caçador de recompensas e se você trabalha em casos, você é um detetive particular?

— Sim, o denominador comum é que todos são contratados caso a caso.

Isso era possível apenas em cidades grandes. Alguns caçadores não eram caçadores de recompensas comuns, mas sim quase assassinos de aluguel. Mas, claro, tais coisas eram consideradas um tabu e eles eram excluídos da comunidade dos caçadores.

No Ninho, a menos que uma recompensa estivesse na mesa, pessoas não são caçadas.

— Os três tipos de caçadores são diferentes uns dos outros porque a natureza de seus trabalhos é diferente. Se certifique de lembrar disso.

Até aqueles classificados na mesma categoria eram extremamente diferentes. Caçadores da selva eram diferentes de caçadores da cidade grande dessa mesma maneira.

— Mas se há caçadores de monstros, isso significa que há monstros aqui? — Leona perguntou como se não conseguisse entender como poderia haver monstros em uma cidade com tantas pessoas.


— Claro. Há monstros em lugares como becos ou debaixo de escombros de prédios abandonados, onde as pessoas não olham. Ninguém vai simplesmente ir lá tomar conta deles.

Mais do que tudo, erradicar monstros escondidos que humanos não conseguiam encontrar ou alcançar era quase impossível, então sempre havia muito trabalho nas cidades grandes para caçadores de monstros.

Enquanto lia os vários panfletos esperando por uma resposta, Leona conseguia imaginar um pouco da vida dos caçadores. Ela leu cada panfleto que conseguia enxergar:

[Área 44-B Averiguação de Monstro Subterrâneo]

Tipo de Monstro: Indeterminado

Pagamento Total: 100 lascas

Cliente: Harold do 44-C 23

Previsão do nível de risco: Baixo


[Procurado]

Nome: Os Irmãos Hoakside

Crimes: Assassinato e Roubo a Mão Armada

Bônus: 170 lascas por cabeça

Vistos pela última vez: 23-554, Club Subterrâneo (22/7)

Detalhes: Sem confirmação se estão vivos ou morto


[Caso de Assassinato da Família Docchiad]

Cliente: 36-G 1 Eric Docchiad

Condição: Específico da vítima e/ou execução.

Pagamento: 500 lascas


Os panfletos de recompensas para caçadores incluíam esboços junto com as informações vitais. Nenhum detalhe eram dados no trabalho dos detetives e, apesar das taxas serem altas, resolver mesmos os casos parecia difícil.

Os caçadores estavam na frente dos panfletos, escanear trabalhos que pareciam desafiadores de algum jeito e perguntando ao barman sobre os trabalhos.

O barman não era um barman comum. Ele sabia muito bem sobre cada trabalho e aconselhava os caçadores sobre como proceder com os pedidos.

Na verdade, ele servia como o gerente do hotel assim como o intermediário dos clientes e conselheiro.

Depois da refeição, os subiram para o quarto. O quarto elegantemente e organizado estava limpo, os lençóis também estavam lavados. Estava na hora de todos relaxarem, mas Zin tinha outra coisa para fazer.

— O que você vai fazer aqui?

— É bem simples. — Os negócios de Zin na cidade não eram nada demais. — Muitas lascas se reúnem em cidades grandes.

Exceto as outras duas cidades, nenhuma outra cidade tinha tantas lascas como aqui.

— Nós temos que lutar contra o monstro mais perigoso da Cabana do Traidor. Para fazer isso, meus poderes da Obscuridade precisam ser restaurados até um certo ponto, senão completamente.

Mas a razão de sua visita não foi para se livrar de um grande monstro.

— Nós temos que fazer grana.

A energia do Obscuro tinha que ser restaurada até um mínimo de 5 por cento. O motivo dele ter que vir aqui era nada mais nada menos do que adquirir a energia necessária para a preparação para a luta na Cabana do Traidor.

Quanto mais rápido as lascas fossem coletadas, mais rápidos eles podiam partir. Assim sendo, não era uma decisão leviana ir para a Cabana do Traidor.

— Quanto nós precisamos?

— De no mínimo 200.000.

— O queeeeee?! — Leona disse incrédula.

Coletar tanto restauraria quase 5 por cento de sua energia Obscura e eles precisariam desse tanto a fim de confrontar o rei da Cabana do Traidor.

— Este Ninho do Dragão Dourado será minha base enquanto eu trabalho por um tempo.

Cidades grandes sempre tinham um dilúvio de pedidos e todos os dias, trabalhos estavam chegando e sendo atualizados com coisas que os cidadãos não conseguiriam resolver sozinhos. Isso significava que a cidade estava lotada de clientes.

— Isso parece fisicamente impossível.

A fim de coletar tal quantidade de lascas, ele precisaria resolver 2.000 casos que pagassem 100 lascas. Mesmo se ele resolvesse um caso por dia, levaria 2.000 dias. Ramphil ficou atônito pela quantidade de tempo que seria desperdiçada na cidade.

— Eu tenho uma ideia quanto a isso. Não vai demorar tanto. E não vai ser só eu.

— Do que você está falando? — Leona perguntou e Zin olhou para Ramphil.

— Por que desperdiçar tempo sem fazer nada? Você devia pegar um trabalho também.

— … o quê?!

Naturalmente, Ramphil franziu o cenho com a sugestão repentina.

— Ser um caçador não precisa de licença ou qualquer coisa do tipo.

Na verdade, qualquer um que conseguisse resolver pedidos podia ser um caçador. Assim como qualquer um podia fazer pedidos, profissionais não eram somente aqueles que treinavam na Academia, qualquer um podia pegar os trabalhos também.

— A partir de hoje, você é um caçador.

Não era possível para Leona lutar agora, mas Ramphil já tinha as habilidades para fazer o trabalho dos caçadores.


Ramphil poderia retirar fundos como um oficial executor, mas como Zin mencionou mais cedo, entrar na Fortaleza agora seria pedir para eles o capturarem. Era por isso que os fundos tinham que vir da resolução de casos.

Havia vários jeitos de se fazer dinheiro nas cidades grandes, mas as opções eram limitadas para os amantes de armas.

Caçar monstros não pagava muito bem, mas os casos podiam ser resolvidos imediatamente. Trabalhos de detetive ou caçar recompensas levavam relativamente mais tempo para se resolver e o pagamento era fraco quando se considerava o tempo investido.

Eles tentaram fazer com que Leona treinasse um pouco na Academia com os outros aspirantes a caçador, mas ela se recusou sem pensar duas vezes.

— Por que? Você poderia aprender tanta coisa com os professores aqui.

— Eu acho que seria melhor te ver em ação do que ficar assistindo aulas.

— Ha… bom, isso não está inteiramente errado.

Ficar na academia quando Zin iria lutar de verdade?! Leona sabia mais do que qualquer um o que seria melhor para ela. Eventualmente, eles decidiram que ela praticaria tiros com munição de verdade na Academia e, se algum trabalho não perigoso aparecesse, ela seguiria Zin.

Ramphil e Zin concordaram em pegar trabalhos separados, já que eles não precisavam viajar juntos. O Ninho não se importava com quem pegava o trabalho, mas o barman era bem afiado.

— Você não parece um caçador. Bom, já que o Reitor falou bem de vocês, estou certo de que não vão haver problemas.

Ele concluiu com um olhar que Ramphil era provavelmente alguém bom com armas, mas ele não era um caçador. Cada um pegou um panfleto e foi em direção a estação de metrô.

Em outros lugares, mal havia carroças funcionando, mas aqui, eles tinham veículos gigantes a gasolina.

Leona não sabia quantos dias a mais ela ficaria aqui, mas ela de repente sentiu que não se acostumaria com as coisas até o dia dela ir embora.

— Espere um pouco.

Agora que era hora de se separar, Ramphil de repente chamou Zin.

— O quê?

— Você pelo menos tem que me falar como fazer isso.

Na frente da bilheteria, Ramphil olhava como se estivesse encarando a maior crise de sua vida.


Havia monstros em cidades grandes. Na verdade, havia mais monstros se esgueirando na escuridão aqui do que nos campos e na selva.

Todas as noites, a mesma quantidade de gente morta por membros de gangue, assassinos e assaltantes eram mortos por monstros.

No campo, havia apenas espaços abertos, mas na cidade, visibilidade era bem limitada e havia muitos lugares para se esconder.

O que  não era comida para humanos era com frequência para monstros e eles também comiam humanos, então cidades grandes eram literalmente banquetes.

Humanos também matavam humanos. Entretanto, humanos em cidades grandes não comiam pessoas. Mas os cadáveres descartados eram comidos por ratos e infestados por larvas.

Naturalmente, alguns monstros eram atraídos para os cadáveres.

Os caçadores de cadáveres comeriam os corpos mortos por assaltantes, comedores de homens comeriam o que os caçadores de cadáveres deixassem para trás e espíritos iriam se ligar aos comedores de homens. Graças a grande cadeia de eventos realizada pelos monstros, as cidades grandes tinham a maior quantidade de humanos no mundo e também a maior quantidade de monstros.

No fim, os monstros se reuniam aqui até construíam um ecossistema subterrâneo. Se havia um ecossistema baseado em capital e lascas acima do chão, havia um ecossistema controlado pelo poder embaixo.

— É chamado de Colméia.

— Colméia?

— Sim, é como uma lenda urbana que ronda as cidades grandes. Você sabe, para assustar as crianças.

— Assustar as crianças.

— Sim, elas tentam assustar as crianças dizendo, Se você não se comportar, os monstros da Colméia vão vir te pegar.

Leona parecia não conseguir entender o porquê alguém se assustaria com isso. Claro, era mais provável que fosse ela a estranha e não as outras crianças que eram tolas. A maioria das crianças não ficavam feliz ao pensar que atirariam com munições de verdade.

— Não só as crianças. Muitos adultos se assustam também.

— Como?

Todos sabiam sobre a Colméia, mas ninguém acreditava que era verdade.

— Você sabe, alguns acreditam em cenários apocalípticos do tipo, O dia em que os monstros saírem da Colméia é o dia que a cidade será destruída.

— O que é um cenário apocalíptico?

— … havia coisas desse tipo.

De repente, Zin achou engraçado o que ele disse. Falar sobre cenários apocalípticos em um mundo em que o Apocalipse já havia acontecido era um humor negro, desagradável.

Os dois chegaram em seu destino pelo metrô e foram em direção ao endereço apropriado.

— Algumas pessoas acreditam que a Colméia é só um rumor.

— Se houvesse um grupo de monstros como esse, não haveria mais ninguém vivo na terra. — Era a lógica das pessoas.

Leona cutucou Zin com seu ombro como se ela tivesse pensado em algo engraçado.

— Então, de qualquer jeito, esse lugar chamado Colméia existe?

— Sim, se o Reitor estiver certo.

O caçador do Ninho do Dragão Dourado perdeu seu braço e olho enquanto caçava o rei da Colméia. Parecia muita coisa, mas não era tanto assim.

Se suas feridas eram feridas naquele ponto, todos aqueles que estavam com ele deveriam ter se transformados em convidados que nunca voltariam.

— Então, se eu conseguir controlar direito os monstros, eu uso todo meu poder bem aqui para derrubar tudo?

Zin encarou Leona confuso.

— Sim, você precisaria fazer isso sem cometer um erro sequer.

Porque ele soava bem sério, Leona, que estava inicialmente brincando, ficou um pouco pálida.

— Por que, por que você tá com esse olhar tão sério? Eu não ia fazer isso mesmo. Só tava… me perguntando…

Os monstros se escondendo no subsolo não subiam voluntariamente. Entretanto, havia uma bruxa que poderia controlar a vontade dos monstros e trazê-los até a superfície. Essa terra basta seria destruída em um único dia.

Havia muitos motivos diferentes para malignos serem chamados de malignos, mas bruxas também tinham poderes interessantes. E algumas vezes elas eram mais perigosas do que os outros malignos.

— Nunca mais fale coisas desse tipo. — Zin andou sem olhar para Leona.

— …

— Palavras têm poder e, às vezes, o que você fiz pode fazer coisas acontecerem quando você não quer.

— Ok…

Palavras tinham poder, assim como feitiços tinham na vida real.


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