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Apocalypse Hunter – Capítulo 14

Há um Motivo para os Doidos Sobreviverem (3)

— Aqueles malditos tinham umas máquinas bem rápidas, e eu preciso matar todos se eu quiser ir embora em uma delas. — Leona pegou seu arco e flecha perto dela. — Boa coisa que eu trouxe isso comigo.

Se ela não tivesse levado o arco em caso de emergência, ela não seria capaz de jogar a caixa de lasca tão longe. Seu plano era simples. Leona amarrou a caixa de lasca em uma flecha, e digitou uma senha inválida que acionaria a explosão em sequência, e atirou a flecha nos salteadores. Entretanto, o arco era forte demais para Leona usar, e ela teve dificuldades de até puxar a corda do arco. Ela conseguiu apenas uma vez, mas não tinha certeza se conseguiria atirar e matar pessoas com ele. Ela só tinha uma faca e um arco para se proteger.

Mesmo que isso pudesse matá-la, ela não tinha outra escolha.

Matar todo mundo na explosão era possível, mas lidar com quatro salteadores era difícil. Fugir era uma opção, mas Leona não queria fazer isso, e também não tinha certeza se conseguiria escapar ilesa.

Leona iria matar todo. Ela estava cheia de raiva porque os salteadores destruíram seu novo lar, mas essa não era a única razão.

Eles eram boas pessoas.

Apesar de Leona só ter ficado com eles por dois dias, todos os residentes de Ponto Ardente a cumprimentaram. Ela ficou enojada com os salteadores chutando cabeças dos residentes, e comendo seus cadáveres. Ela não iria perdoar eles e deixá-los vivos. Ela não podia permitir que eles vivessem. Isso não era uma questão de certo ou errado para Leona, era mais como um instinto natural dela.

Leona sacou uma flecha, e observou o centro da cidade quietamente. Os guardas que ela estava esperando não apareceram. Todos estavam mortos com projéteis nas testas, mas Leona não sabia disso.

— Mas que porra!

Ao invés de guardas, outros salteadores saíram. Eles estavam dormindo dentro da prisão e ficaram a salvo da explosão. Eram três no total, e Leona os observou em silêncio.

— Cara careca, cara caolho e um cara cabeludo. — Leona tomou nota de suas aparências enquanto os observava.

— Eu acho que eles estão todos mortos.

— O que caralhos aconteceu? Algum bebum jogou uma granada?

— Bom, se esse fosse o caso, o chefe teria matado ele primeiro.

A explosão da caixa de lasca espalhou todo os espólios. Os salteadores estavam incapazes de entender a situação. Eles não estavam certos se foi efeito de um ataque inimigo, ou se foi um simples acidente. Era o melhor momento para atacá-los. Salteadores eram uma raça estranha de pessoas da selva. Nunca ficariam tristes pela perda de um camarada. Eles expressavam camaradagem, mas não com pessoas mortas.

Dos três, o salteador careca começou a falar.

— Então, quem é o novo chefe?

— O Chefe?

Os três começaram a ficar animados com o tópico.

— Claro que sou eu. — O careca gritou para o cabeludo.

— Touro! Eu sou o mais velho. O mais velho costumava ser o líder toda hora!

— Eu não acho, o mais forte é o chefe.

— E você é páreo para mim? Que merda vocês estão falando?

A atmosfera ficou pior enquanto os três continuavam a discutir.

— O que esses idiotas estavam fazendo?

Se os salteadores eram pessoas como ela. Ela não podia acreditar que o Ponto Ardente foi tomado por esses salteadores que pareciam burros e descuidados.

— Eu sou o novo chefe!

— Não, eu!

— Quem saiu primeiro é o chefe!

Eles começaram a provocar uns aos outros como se fossem cair na porrada. Leona começou a se perguntar se seria melhor fugir em silêncio do que lidar com eles. Ela estava pensando sobre o que precisava fazer.

Então o salteador caolho olhou na direção de Leona, e começou a murmurar:

— Encontrei.

— !

Leona rapidamente se escondeu, mas o salteador caolho estava olhando diretamente para ela. O cabeludo perguntou:

— Onde?

— Lá, quarto andar, quinta janela da esquerda.

— Então havia um rato se escondendo?

— Era uma criancinha.

— Heeheehee…

O careca riu. Leona começou a ter calafrios ouvindo os salteadores falarem.

— Esses malditos loucos… esses malditos…

Os três pareciam estar falando sobre coisas aleatórias, mas na verdade, estavam formando uma posição triangular. Eles estavam observando seus arredores enquanto agiam como se estivessem brigando. O fizeram depois de ficarem de um jeito que os permitia ver todas as direções.

Salteadores eram pessoas insanas. Eles eram tão insanos quanto caçadores. Salteadores eram capazes de sobreviver na selva por um motivo.

Maluquice não era garantia de sobrevivência. Os salteadores eram um grupo maluco, mas eles tinham algo a mais. Eles pareciam estúpidos para que inimigos abaixassem suas guardas, e fazendo isso, acabaram encontrando Leona.

De tempos em tempos, os salteadores eram espertos o bastante para tirar vantagem da percepção que outras pessoas tinham deles.

— Aquele prédio não tem porta dos fundos. A única saída é pela porta da frente, então vamos levar nosso tempo para provocar ela.

Os salteadores estavam cientes do layout dos prédios no Ponto Ardente apesar deles só terem ficado lá por uma noite.

— Eu acho que os guardas estão todos mortos.

Os salteadores estavam cientes da situação, já que os guardas não estavam vindo.

— Ela pode fugir pela janela de trás, então você vá para trás do prédio. Eu vou pelo outro lado. Você guarde a porta da frente.

— Certo!

Os salteadores começaram a se mover rapidamente.

— Agora que eles me encontraram, eu não posso ficar aqui.

Leona não era do tipo que se apavorava na frente da morte. Ela foi para o próximo quarto e sacou seu arco enquanto se pendurava no peitoril da janela.

*Houuzza!*

Ela não teve tempo de esticar a corda do arco totalmente, mas Leona apareceu na frente da janela sem hesitar. Os salteadores viram-na aparecer no peitoril da janela. Ela não tinha tempo para mirar com cuidado.

Por favor acerte eles!

*Twaang!*

A flecha voou.

*Twack!*

— O que foi aquilo?

A flecha acertou o chão a uns três metros de distância do salteador careca.

— Você nem sabe como atirar uma flecha? Ei, menininha! Você não acerta nem um porco ficando desse jeito aí!

O salteador careca provocou Leona, e ela sorriu. Era óbvio que ela errou seu alvo, já que não sabia atirar com um arco, e ela não tinha força para puxar a corda do arco. O salteador continuou provocando ela.

— Ei! Atira em mim! Eu estou parado bem aqui, hahahahaha!

— Esse filho de uma… — Leona cerrou seus dentes e pegou outra flecha.

— Owwww!

Ela experimentou dor musculares só de tentar atirar com o arco algumas vezes. Um arco não era uma arma que uma criança poderia utilizar facilmente. Leona tentou sacar o arco, mas não conseguia já que ela estava esgotada.

O salteador careca pulava ao redor e ria muito da cara de Leona.

— Eiiiiiiiiiii! Onde a arqueira foi? O que você vai fazer agora? Hahaha!

Leona estava puta.

— Malditos loucos. Se eu tivesse outras armas, chutaria a bunda deles. Espera, espera um minuto…

Leona sentiu um pressentimento agourento. Ela cometeu muitos erros em toda sua vida. Entretanto, havia uma razão dela ter sido capaz de sobreviver até agora. Ela não cometia os mesmos erros. Leona cometeu um erro antes. Os salteadores avistaram-na enquanto estava vendo eles fazer gracinhas. Ela percebeu que as provocações do salteador careca eram outro truque.

— Eu não vejo os outros dois.

Havia salteador na frente dela, e ela não conseguia ver os outros dois. Era possível que eles estavam dentro do prédio e se aproximando dela. Ou…

*Clack!*

— !

Era possível que os salteadores estavam fingindo ir ao redor do prédio, mas ao invés disso, estavam trazendo uma arma para atacar o quarto andar diretamente.

Leona conseguia ver o salteador caolho mirando de longe. Ela não sabia que era uma RPG-7. Entretanto, se sentindo ansiosa, ela se jogou para dentro do prédio. Um foguete voou com uma explosão alta, e Leona pulou para o próximo quarto.

*Boooom!*

Houve uma explosão alta, e Leona caiu rolando no chão.

— Idiota! Não consegue mirar melhor?

— Você sabe que está de noite!

Felizmente, o foguete não acertou Leona, mas o quarto que ela estava antes explodiu. Leona tremeu e se levantou.

— Mas que porra foi aquela…

*Clack!* *Click!*

Ela ouviu o som metálico do lado de fora, e sabia que outro ataque estava vindo. Ensurdecida pela explosão alta, Leona não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas ela sabia que estava em grande perigo.

Eu preciso fugir.

Os inimigos estavam usando armas poderosas que ela nunca tinha visto antes. Por outro lado, ela nem conseguia usar um arco. Vencer não era um resultado possível para Leona, então ela precisava fugir para se salvar.

Um deles estava usando um lança-foguetes RPG, e o outro não estava visível. Em um momento crucial de perigo, Leona percebeu que ela não rastreou os movimentos do último salteador. Enquanto cambaleava e olhava em direção a porta, ela viu o salteador cabeludo olhando para ela e rindo no escuro.

— Hehehehehe…

Os três salteadores se moveram agilmente. Um se preparou para um ataque direto no quarto andar com uma lança-foguete, e o outro estava pronto para entrar no prédio em caso o ataque do lança-foguete errasse.

Eles me enganaram. Quem pensaria que iriam se dividiriam para entrar no prédio…

Só tolos falariam altos seus planos de ataque. Os salteadores podem ser loucos, mas não eram tolos. Era difícil descobrir se eles estavam blefando ou não. Os salteadores foram capazes de lançar um ataque bem coordenado sem discutir o plano em detalhes. Esses mais de trinta salteadores conseguiram massacrar cem pessoas no Ponto Ardente. Eles foram capazes de fazer isso não só porque eles tinham poder de fogo melhor.

Leona percebeu o quão superiores eles eram. Ela recuou lentamente, mordendo seu lábio.

— Eu não sei o que você ia fazer, mas você não tem lugar para fugir agora.

O salteador cabeludo lentamente se aproximou de Leona. Ele estava desarmado, mas não precisaria de muito esforço para matá-la.

— Hehehe… Bom, bom. Meu chefe não gostava de nós brincando com pessoas vivas, mas agora que ele está morto, eu vou curtir um pouco.

O salteador lentamente se aproximou de Leona que não tinha lugar para fugir. Ela estava morrendo de medo enquanto tremia na janela.

— Você quer pular pela janela? É o único caminho de fuga, não é? Se eu te pegar, você quer saber que coisas ruins vão acontecer?

Leona iria morrer se ela pulasse da janela. O salteador estava rindo e se perguntando se ela pularia para escapar dele.

— Você sabe o que eu vou fazer? Você sabe que vai doer, né? Você está com medo? Eu quero arrancar seus olhos e despejar areia no seu crânio.

Sem lugar para fugir, Leona tremia de medo, olhando para o salteador cabeludo como se ele fosse um ceifador da morte. O homem se aproximou, e quando ele estava a quatro passos de distância, ele gritou:

— Se você não consegue decidir, eu vou então!

*Tap!*

O homem pulou, e Leona pulou em direção ao homem com seus braços abertos. Leona tinha uma faca escondida debaixo de sua axila, que agora estava em sua mão direita. Então, ela esticou seu braço em direção à garganta do salteador.

*Shank!*

— Kaaarghh! Keck!

O salteador agarrou sua garganta e caiu para trás. Leona puxou a faca com agilidade de seu pescoço.

*Shank!*

Leona esfaqueou seu torso.

*Shank!*

Agora ela esfaqueou seu estômago.

*Shank!* *Shank!* *Shank!*

Para ser exato, ela esfaqueou ele usando ambas as mãos várias vezes.

— Kaargh! Keck! Keck!

O homem cabeludo cuspiu sangue de sua boca e tremeu no chão depois de ser esfaqueado várias vezes. Leona continuou esfaqueando o salteador com um olhar calmo em seu rosto, como se o terror dela antes fosse apenas uma atuação.

— Phew… Phew…

Leona finalmente puxou a faca depois que o homem parou de se mexer.

— Ser uma criancinha é uma merda, mas tem vezes que é melhor ser uma criança.

*Ptooey!*

Leona lambeu o sangue ao redor de seus lábios e o cuspiu. Ela estava coberta de sangue.

Crianças são fracas, e o oponente subestimou-a. Era assim que os salteadores enganavam outros com suas ações loucas. Leona usou o fato de que ela era uma criança em sua vantagem.

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