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Apocalypse Hunter – Capítulo 59

Propósito de um Executor (1)

Ramphil ligou usando o interfone:

— Aqui é o subtenente Ramphil da fortaleza do PCMS. Eu vim aqui como um executor temporário.

[Bem-vindo a fortaleza do PCMH, executor. Quem fala é o Segundo Tenente Dagon responsável pelo portão]

— Prazer em te conhecer, Tenente Dagon.

Ramphil era originalmente um subtenente, que era uma patente abaixo de segundo tenente. Mas patentes não importavam no momento, já que Ramphil estava cumprindo uma missão como um executor.

Independente de suas patentes originais, um executor era tratado como um coronel e dependendo da situação, um executor iria receber tratamento de um general de brigada. Um executor de patente alta seria tratado ainda melhor do que isso.

Apesar de Ramphil ser um executor temporário, não seria um problema para ele menosprezar qualquer um exceto o Senhor da Guerra na fortaleza. Entretanto, Ramphil mostrou respeito ao pessoal baseado em suas patentes. Ele não tinha nada a perder ao mostrar respeito.

[Executor. Antes de eu abrir o portão, por favor explique para mim quem são essas pessoas com o senhor]

— Eles estão me ajudando a cumprir a missão especial. Eu estou planejando trazê-los comigo, então por favor traga roupas protetoras contra VC extras por favor.

[Eu preciso da aprovação do Senhor da Guerra para permitir que forasteiros entrem]

— Eu vou esperar.

Ramphil esperou na porta da frente e rapidamente recebeu uma resposta. Parecia que a fortaleza estava em alerta com um executor visitando.

[O acesso de visitantes foi aprovado]

— Bom.

[Eu vou enviar um time de guias com roupas protetoras extras. Os visitantes e o veículo armado podem entrar]

Ramphil enviou um sinal e Zin dirigiu o veículo até a frente do portão da fortaleza.

— Eu não esperava conseguir a aprovação tão rápido.

— Todas as fortalezas precisam da ajuda de um executor. Eles acomodam executores muito bem. E a visita de um forasteiro não é nada demais também.

— Você não é um executor temporário? — Zin perguntou a Ramphil como ele sabia tanto sobre executores.

— Eu sei como soldados pensam sobre executores.

— Qual a opinião deles sobre executores?

— Eles se inspiram neles como heróis e também sentem pena também.

— Hmm… consigo ver isso acontecendo.

Muitas vezes, um executor tinha que dormir na selva e lutar contra monstros e Salteadores. Soldados Armígeros que estavam acostumados a viver em um ambiente confortável tinham medo do mundo exterior. Entretanto, um executor servia a organização Armígera e vagava pela selva.

Eles eram tratados como heróis e ao mesmo tempo, soldados mais velhos sentiam pena deles.

Leona não estava feliz de entrar na fortaleza e parecia bem desconfortável.

— Essa fortaleza parece esmagadora e eu tô ficando com medo. — A atmosfera enervava ela.

Pouco tempo depois, o portão se abriu e um esquadrão de soldados usando roupas protetoras saiu da fortaleza. Eles saudaram Ramphil assim que o viram.

— É uma honra te conhecer, executor.

— É um prazer te conhecer.

O esquadrão estava usando roupas protetoras e máscaras e estavam armados com fuzis laser. A área interna da fortaleza era perigosa por causa dos níveis altos de VC e a maioria das pessoas usavam uniformes que os protegiam do VC.

Ramphil não precisava usar a roupa protetora porque ele recebeu o procedimento de megaestrutura e Zin também era imune ao VC.

Zin colocou a roupa protetora para evitar qualquer suspeita e Leona também colocou as roupas com a ajuda do time guia.

— Aiiii, aperta demais… senhor, que calor! — Leona reclamou quando terminou de colocar a roupa protetora e máscara. Zin não tirou seu casaco e colocou as roupas protetoras por cima do casaco. Ele parecia um homem obeso e Leona achou engraçado.

Ela olhou para Zin e sorriu.

— Senhor, você tá parecendo um idiota.

— Igual a você.

— Sério?

O time guia andou na frente deles e Leona e Zin andavam enquanto Ramphil dirigia o veículo. O portão se fechou atrás deles com um baque alto. Havia sinais de névoa verde dentro da fortaleza.

— Eu não sei o que é isso, mas não parece certo.

Respirar em um ambiente cheio de VC causaria muita dor. Usar uma máscara reduziria muito o risco.

O time guia escoltou o grupo de Zin pela névoa verde e alcançou um elevador gigante.

— O veículo será levado para o elevador de veículos.

Um soldado pegou o veículo armado e foi embora para algum lugar. Logo após, o grupo de Zin foi levado para o subterrâneo.

*Vwoooooooom!*

— Uooou! O que é isso? — Leona pirou conforme o elevador descia abaixo do solo e ficou surpresa de ver o teto se fechar lentamente.

— Crianças sempre ficam animadas quando  coisas novas.

— Você não é uma criança.

— Sim, eu sou uma criança.

O time guia achou Zin e Leona discutindo algo bem engraçado e começaram a rir. ramphil ficou parado sem falar nada, como ele geralmente fazia, com seu olhar vazio.

Os três passaram pela porta no fundo do elevador e tiraram suas roupas protetoras.

— Por favor retirem todas as suas armas e as guardem aqui. Nós as retornaremos quando vocês partirem.

O time guia estava falando com Zin e Leona. Conforme Zin tirava suas armas, Leona também guardou seu fuzil e revólver.

Apesar das pessoas não conhecerem o armazém do vazio, Zin tirou muitas armas. O time guia ficou chocado de ver Zin tirar armas do armazém do vazio.

— O que no mundo é isso…

— Pense nisso como um truque de um raposa velha.

Conforme o time guia estava suspeitando as ações de Zin, Ramphil explicou.

— É o que nós chamamos de charme. Não precisam se preocupar.

— Tá…

Zin e Leona eram os forasteiros que um executor trouxe para dentro da fortaleza. O time guia determinou que eles eram confiáveis.

Havia um motivo para Zin tirar suas armas.

— Já que segui as regras da fortaleza, eu queria pedir um favor.

— Qual seria?

— Alguém aqui conserta armas de fogo?

— Ah… nós temos um técnico que conserta principalmente artilharia.

— Vocês podem consertar minhas armas? E eu gostaria de conversar com o técnico. Eu poderia consertá-las eu mesmo, mas sei que vocês não querem que eu segure em arma nenhuma.

Zin estava dizendo que já que era incapaz de consertar suas armas por causa das políticas da fortaleza, ele estava pedindo ao time guia para reparar suas armas. Zin estava planejando tirar proveito dos outros o máximo possível, usando a posição de Ramphil como um executor.

— Mmm… eu vou perguntar por aí. — O líder do time respondeu e Zin assentiu. Conforme eles passavam pela porta, começaram os processos de check-in dos visitantes.

Leona achou o processo todo bem chato.

— Nós vamos começar o processo de desinfecção.

*Psshhhhhh!*

— Aaaaah!

Uma fumaça branca de aparência estranha foi borrifada no grupo de Zin a fim de remover quaisquer substâncias venenosas deles. Depois do primeiro processo, eles tomaram um banho com uma solução desinfetante. Então, o time médico checou os status de infecção do grupo. Por sorte, eles passaram no teste já que não estavam infectados com quaisquer doenças.

— Jule não foi nada. — Leona ficou cansada do processo todo de higienização. Eles até tiveram que tomar pílulas e levar vacinas de antibióticos.

— Eles sempre passam por esse trem todo?

— Eles passam por esse processo mesmo vestindo as roupas protetoras.

Leona balançou sua cabeça depois que Ramphil respondeu. Conforme o grupo entrava na fortaleza, o time guia estava esperando por eles.

— Vamos lá.

O grupo logo alcançou uma área que parecia uma estação central.

— Uou… — Leona ficou maravilhada que um lugar tão limpo poderia existir nesse mundo.

As paredes eram todas brancas e muitas pessoas estavam andando pelo lugar. Muitos elevadores estavam subindo e descendo.

Tudo parecia organizado e limpo.

Todos os prédios e equipamentos estavam em excelente estado. O ambiente era muito diferente se comparado com a selva.

Porque Zin e Leona estavam usando roupas do Armígero, eles não eram o foco das atenções. Fortalezas geralmente tinha populações com mais de dez mil pessoas.

— Deixe-me guiar vocês até seus alojamentos. Vocês sabem como ler um mapa?

— Sim.

— Isso é ótimo. Eu notifiquei os gerentes que nós temos visitantes. Vocês podem dormir nos quartos e as refeições são servidas na cafeteria perto dos quartos.

— Obrigado.

Zin conhecia a estrutura da fortaleza e não precisava da explicação. A comunidade Armígera tinha uma tendência de excluir forasteiros, mas o time guia foi bem hospitaleiro com Zin e Leona, provavelmente porque eles eram aliados de um executor. O grupo de Zin foi para a área de alojamentos e foram atribuídos a uma unidade.

Era uma unidade com vários andares criada para uma família e era bem limpa. Aqui era o lugar onde ficariam durante a visita deles na fortaleza.

— Vocês podem comer na cafeteria na hora da refeição ou podem levar alimentos para o seu quarto e cozinhar lá também. — As pessoas na fortaleza viviam de acordo com um cronograma apertado, mas o gerente Armígero estava tentando acomodar o máximo de liberdade para o grupo de Zin. Não havia razão para rejeitar a oferta.

Depois do líder do time guia falar, o resto do time foi embora e apenas o líder ficou com o grupo de Zin.

— Executor, você irá encontrar com o Senhor da Guerra agora?

— Esse era meu plano.

— Então, permita-me que eu te guie.

— Vocês vão ficar no quarto? — Ramphil perguntou a Zin e Leona.

— Sim, eu não tenho motivos para encontrar com o Senhor da Guerra. — Zin respondeu.

Ramphil assentiu e saiu do quarto. Ele estava pensando em ficar uma noite ou duas e partir da fortaleza em um novo veículo armado.

Leona estava maravilhada com tudo que viu dentro da unidade. Olhou para as janelas, cortinas, mesa e os banheiros com banheiras. Ela já viu tudo isso antes, mas ainda parecia estranho. As condições de vida no castelo de Jule não eram nada se comparado com as daqui. Leona não sabia o que fazer com esses móveis tão limpos e novos. Do outro lado, Zin se deitou no sofá e descansou.

— Senhor, você parece estar acostumado com esse tipo de vida.

— Bom, é porque já vivi por muito tempo.

Leona sabia que uma pessoa normal não podia viver mais de duzentos anos.

— O mundo era assim antes?

Leona fez uma pergunta vaga, mas Zin sabia do que ela estava falando.

— Sim.

Comparado com os tempos atuais quando quase tudo estava em ruínas, tudo era bem limpo nos dias pré-apocalipse. Enquanto Leona olhava para fora da janela e vias as pessoas andando por perto, ela não conseguia acreditar que tantas pessoas viviam no subsolo.

— Eles não parecem plantar nada. O que fazem para viver?

— Se nós descermos mais, há uma grande área de cultivo… quero dizer, há prédios onde pessoas conseguem plantar comida sem sol e solo. Eles produzem comida lá. A mesma coisa vale para gado.

Uma fortaleza Armígera coletava uma quantidade enorme de lascas e o Armígero era capaz de automatizar várias fazendas usando as lascas. Um pequeno grupo de técnicos cuidavam das áreas de cultivo gigantes no subterrâneo e criavam o gado a fim de sustentar a economia da fortaleza gigante.

Uma fortaleza era feita para ser auto-suficiente. No caso da fortaleza de Busan, havia apenas os pesquisadores restando e a fortaleza operava com o mínimo de pessoal e energia. Mas a maioria das fortalezas eram gerenciadas de maneira similar a fortaleza de Harbin.

Leona não conseguia entender o conceito de produção de bens no subsolo, mas acreditava no que Zin estava explicando.

Alguns soldados trouxeram alimento para o quarto e Zin deixou a caixa metálica que continha comida na mesa.

— É só isso? Não parece uma ração tipo C…

Leona balançou sua cabeça enquanto estudava as latas e caixas. Zin leu as letras nas latas e sorriu quando tirou algo.

— Você ficará surpresa que há mais comida que as rações tipo C.

— Mas como?

— É uma comida que é tipicamente chamada de macarrão e mais especificamente, essa é… — Zin disse com muita animação, — Miojo!

Com uma expressão alegre, Zin pegou as caixas de miojo e as colocou na armário da cozinha. Zin não gostava muito do Armígero, mas apreciava as delícias que conseguiam fazer.

Apesar dessas delícias não serem necessárias para sobrevivência, o Armígero as produzia em pequenas quantidades. E o Armígero produzia petiscos e comidas instantâneas consumidos nos dias pré-apocalípticos.

Claro, Leona nunca comeu miojo antes. Zin fez um pouco para ela e, infelizmente, Leona não foi capaz de aproveitar por completo o gosto.

Crianças não aguentavam comida apimentada e, geralmente elas nunca teriam a chance de comer nada apimentado.

Leona gritou de dor enquanto provava pela primeira vez a pimenta.

— Eu preferia comer carne de morto-vivo! Que gosto doloroso é esse?!

Leona não sabia como descrever o sabor picante e o expressou como um gosto  “doloroso”. Zin achou engraçado e ficou surpreso com a reação de Leona ao provar o gosto apimentado do miojo.

— Huh… — Ele não esperava que Leona respondesse de tal jeito. — Se é esse o caso, eu vou comer tudo sozinho!

*Slurp!* *Sluuuurp!


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