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Apocalypse Hunter – Capítulo 67

A Ira de um Executor (1)

Apesar da muralha de lixo ser alta, não era um problema para Zin e Ramphil escalá-la. A muralha tinha muitos lugares para se apoiarem e escalarem. Os dois escalaram a muralha e estavam em um lugar onde podiam ver o Abatedouro todo.

Na escuridão, os guardas Salteadores não avistaram a infiltração deles.

Dentro do Abatedouro, havia vários prédios que pareciam serem usados para cozinhar, barracas e arsenal. E havia muitas pilhas do que pareciam ser ossos humanos. Havia também cadáveres humanos que morreram provavelmente a pouco tempo atrás.

Os Salteadores empalavam vários cadáveres com barras de aço do ânus até a boca. Vários cadáveres estavam apodrecendo.

Eles não parecem estar com problemas de comida.

Para Salteadores, humanos eram comida. O fato de eles estarem mostrando corpos humanos mortos desse jeito terrível significava que tinham o bastante para comer.

Os Salteadores que saíram para caçar voltaram para o Abatedouro e gritavam enquanto tiravam os corpos dos tranqueirões.

— Chefe! Eles eram uma família.

O Salteador tinha mais de dois metros de altura e era musculoso. O homem, mulher e criança foram desamarrados do capô e começaram a vomitar quando viram o interior horrendo do Abatedouro.

*Arggff!* *Baaarrrrrggh!*

— Por favor! poupem nossas vidas.

— O quê? Ele parece fraco?

— Não, chefe! O pai é bem forte. Precisamos de três pessoas para amarrar ele.

— Ei, o cara que você falou que era forte morreu na hora.

— Haha, chefe, eu não percebi que ele era um idiota completo. Tô certo que ele é melhor!

Zin percebeu que suas suspeitas eram verdade.

Havia um prédio no meio do Abatedouro. Uma gaiola construída de sucata de metal com mais de três metros de altura e a área dentro estava vazia.

O passatempo dos Salteadores era assistir lutas até a morte em arenas. Os Salteadores carregaram os corpos para dentro do armazém. A família raptada estava com medo demais até para levantar suas cabeças. O menino e os pais estavam se segurando, temendo o que aconteceria com eles.

O líder parecia extremamente agradado com a cena.

Nenhuma explicação era necessária para o que iria acontecer.

— Ei, cê fez um ótimo trabalho trazendo uma família tão fofa.

— Não são, chefe?

— Eles são perfeitos para as preliminares.

*Argg!* *Aaarrggh!*

— Por favor não façam isso! Não nos matem!

Assim que o líder falou, os pais foram levados por Salteadores e cada um foi levado para as portas da arena.

— Tudo certo, escolham uma arma cada. Ou só peguem a arma que nós dermos para vocês. 

Os Salteadores entregaram uma machete  enferrujado para o homem e para a mulher. Então, eles foram trancados dentro da gaiola. O homem e a mulher olharam para as machetes em suas mãos e não sabiam o que fazer.

Ninguém explicou nada. 

— Aaack! Não! Nãooo!

O líder arrastou o menino pelo cabelo e o empurrou contra a gaiola.

— O que vocês estão fazendo?O líder deu de ombros. — Comecem a lutar antes que eu esmague a cabeça do filho de vocês.

— Issaaeeee! — Os Salteadores estavam gritando animados enquanto assistiam a cena horrorosa.

O líder estava com o menino como um refém e ordenou os pais a se matarem.

— Matem! Matem!

Todos os Salteadores se reuniram ao redor da gaiola e começaram a gritar como demônios. A mulher caiu no chão de joelhos chorando e o homem estava aterrorizado.

Os Salteadores não eram assassinos comuns. Adoravam a dor e sofrimento dos outros. Eles faziam os outros sofrerem para se divertirem.  Os Salteadores sentiam um prazer orgásmico enquanto assistiam esse tipo de coisa cruel.

— Ah não! Vocês querem ver o menino de vocês morrer?

*Crack!*

— Aaaaack!

— Não! Não! Seu filho da puta!

O líder quebrou o pulso do menino. O menino começou a chorar de dor e o líder parecia pronto para arrancar o braço dele fora. O pai gritou de raiva e a mão correu em direção a gaiola e chorou.

— Por favor deixe ele ir! Deixe ele ir! Nós faremos o que você quiser! Por favor! Não o mate!!

— Se vocês começarem a lutar até a morte, não vou machucar esse menino. Nos entretenham! Hahaha! Só aí eu não vou machucar ele! Mwahahahah!

Eles não estavam pedindo por uma luta. Estavam olhando para ver o desespero nos olhos deles. A mulher não conseguia mais ficar em pé. O menino ia morrer se eles não lutassem um contra o outro. O menino desmaiou de dor.

Zin olhou para Ramphil.

Do topo da muralha de lixo, Ramphil assistia os eventos aterrorizantes acontecendo abaixo dele.

Ramphil já foi um lutador numa arena de um Abatedouro. Ele não se lembrava do que aconteceu com ele na época. Ramphil se perguntava o que fez depois de sobreviver o pesadelo da arena do Abatedouro.

Memórias da morte passaram diante de seus olhos.

Os gritos de memórias passadas.

O terror de memórias passadas

O horror de memórias passadas

O desespero de memórias passadas.

Quem. Quem eu matei?

Ramphil estava em choque.

Ele começou a se lembrar de coisas que tinha esquecido a muito tempo. De sua memória vaga, ouviu muitas vozes ameaçando ele.

Ele lembrava de sua família chorando. Se lembrou dos gritos dos demônios fora da gaiola. Se lembrou da primeira vez que jogaram ele na gaiola.

Seu irmão era o refém na época.

Os Salteadores colocaram uma faca no pescoço de seu irmão e mandaram Ramphil matar seus parentes. Ramphil não conseguia se mover. Os Salteadores começaram a espancar seu irmão. Eles o espancaram até Ramphil se mover. Ele mal começou a se mover antes de serrarem o braço de seu irmão.

— Eu sinto muito, sinto tanto. 

O pai de Ramphil chorava enquanto Ramphil enfiava a espada de aço em seu corpo.

— Você precisa sobreviver. Você precisa sobreviver a todo custo. Tá bom? Meu filho.

Sua mãe implorava para seu filho sobreviver enquanto era esfaqueada até a morte por seu próprio filho.

Ramphil matou seus pais a fim de salvar seu irmão que estava sendo mantido como um refém. Ele ainda tinha que fazer isso mesmo sabendo que suas ações poderiam não salvar seu irmão.

Os Salteadores eram cruéis quando se tratava de colocar pessoas em condições extremas, mas não havia nada que uma pessoa pudesse fazer.

Na frente de Ramphil, que matou seus próprios pais, os Salteadores começaram a abusar de seu irmão. Seu irmão morreu.

Quando os Salteadores assistiram Ramphil, que estava totalmente em choque, começaram a dar vivas de alegria. Eles fizeram isso para assistir Ramphil cair no fundo do poço do desespero.

Depois daquele dia, os Salteadores passaram a jogar ele dentro da arena.

Ele estava tão triste que não queria morrer.

Estava tão miserável que não queria morrer.

E ele não queria morrer daquele jeito.

Ele matava seus oponentes e sobrevivia a cada dia. Comia carne humana que os Salteadores jogavam para ele. Ramphil jurou sobreviver quando os Salteadores riam enquanto jogavam a carne de seus pais e irmão para ele. Ramphil sobreviveu matando.

Logo, os Salteadores começaram a ficar com medo de Ramphil. Aterrorizados na verdade. E quando os Salteadores estavam pensando em matá-lo, as tropas Armígeras atacaram o Abatedouro.

Conforme Ramphil se lembrava de seu passado todo, ele encarou a arena com um rosto sério. Ele não conseguia se lembrar como os Salteadores mostravam a territorialidade deles na época.

Minutos se passavam e o homem não conseguia fazer nada. A mulher só continuava chorando. Os Salteadores não conseguiam fazer nada para a luta continuar. Matar o menino significava que não teriam mais um refém. O líder que estava rindo antes ficou com raiva.

— Isso não é divertido. — Conforme o líder falava, todos os outros Saltadores ficaram quietos. O líder jogou o menino no chão e olhou para a mãe.

— Empalem ela. Talvez ele vá mudar de ideia se um deles morrer.

Assim que o líder ordenou, os Salteadores trouxeram uma barra de aço afiada. Quando a mulher olhou para os cadáveres ao redor da arena, ela soube qual seria seu destino.

Os derrotados ou aqueles que não seguiam suas ordens eram mortos. Eles eram empalados e exibidos na arena.

— Nãooo! Por favor não me matem! Me salve! Amor!

— Aaaaaaah

O homem era incapaz de fazer algo também. Os Salteadores abriram a gaiola e estavam prontos para matá-la.

— Matem ela!

— Empalem ela!

O homem estava na frente da mulher.

— Parem.

Uma voz calma podia ser ouvida do fundo. O líder e todos os Salteadores olharam para trás a fim de ver quem estava falando.

Atrás deles, um soldado Armígero estava olhando para eles. O líder e os Salteadores ficaram aterrorizados quando o viram. Eles não sabiam quando esse armígero havia chegado e não o notaram se aproximar.

Todos congelaram e ninguém se moveu.

— Ei, sr. Soldado, o que te traz aqui?

O Chefe não era o Salteador que visitou eles da última vez. Ele provavelmente recebeu um relatório detalhado de seus homens e pensou que as coisas se resolveriam dentro de alguns dias.

Zin observou a situação do topo da muralha de lixo e suspirou.

Ramphil passou pelos Salteadores e pegou o homem e a mulher e os jogou perto do filho deles.

— Vão embora.

— Han?

— Obrigado por nos…

— Eu falei para vocês irem embora.

Quando Ramphil terminou de falar, o homem levantou seu filho e começou a fugir. O casal caiu algumas vezes no chão, mas logo se levantaram e correram o máximo que podiam.

Ninguém estava disposto a parar Ramphil. Um soldado Armígero estava na frente deles. Havia uma fortaleza por perto e atacar Ramphil significaria retaliação instantânea da fortaleza.

Os Salteadores foram sobrepujados pelo soldado que entrou no Abatedouro e eles permaneceram em silêncio.

Quando Ramphil verificou que a família tinha fugido, ele se virou para o líder e o encarou.

— Eu sei um pouco sobre lutas na arena. — Ramphil olhou para o líder gigante que era pelo menos uns sessenta centímetros maior que ele. — Você deve gostar muito de lutar, então por que não luta comigo?

— O quê?! Não!

Era pedir para morrer lutar contra um soldado ciborgue Armígero. O líder gigante não conseguia falar por estar intimidado

Ramphil começou a andar em direção ao líder que não conseguia fazer nada.

— Agora que penso melhor no assunto, você não tem escolha

*Pow!*

— Ngarrrrg!

Ramphil socou o líder no estômago, agarrou ele pelo cabelo e o arrastou para dentro da gaiola. Ramphil jogou-o do outro lado da gaiola e olhou ao redor.

— O que, não era uma luta até a morte que vocês queriam?

Ninguém deu um pio sequer.

Ninguém estava gritando e aplaudindo mais. O líder se levantou lentamente e olhou aterrorizado para Ramphil.

— Eu não sei o motivo de você estar fazendo isso. É só um jogo pra gente, desculpa se isso te faz sentir mal. Eu sin…

*Crunch!*

 Aaaaaaaaaaaaaargh!

O chute de Ramphil deslocou o joelho do líder em um ângulo estranho. O líder agarrou seu joelho e rolou no chão. Ramphil encarou ele.

— Então você está dizendo que sente muito por me fazer sentir mal.

— Ughhh me desculpe! Me desculpe, sr. Soldado!

Ramphil jogou seu cabelo para trás e olhou para o líder que estava aterrorizado.

— Então, você percebeu que me deixou puto. Mas…

*Bam!*

— Arggh!

— Você me deixa puto e acha que vai se safar com um simples pedido de desculpas?

*Pow!*

Ramphil não estava tentando matar o líder. Estava lentamente espancando-o para infligir o máximo de dor possível.

O líder estava sendo espancado por um único soldado Armígero na frente de quinhentos Salteadores. Todos estavam aterrorizados e ainda assim ninguém ousou pará-lo.

Eles estavam com medo que seriam espancados também se deixassem Ramphil puto.


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