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Apocalypse Hunter – Capítulo 7

Um caçador e um Gato de Rua (2)

Leona cometeu dois assassinatos em Zado. Um deles era um ladrão, o outro um estuprador. Entretanto, Leona deu de ombros como se não fosse nada demais.

— Eu não fui presa por causa disso.

— Então por que você foi presa aqui?

— O capitão da guarda tomou todas as minhas lascas como taxa. Quem taxa alguém em uma cidade? É ridículo. — Leona falou para si mesma, roendo seus dentes. E logo depois, deu um sorriso zombeteiro.

— E por isso que eu roubei o cofre. Infelizmente fui pega.

Entendendo a situação completa do que aconteceu, Zin acenou com a cabeça. Leona tentou roubar o cofre e foi pega. Ela tinha ferimentos por todo corpo, e foi provavelmente espancada pelos guardas.

— Eles me amarraram e perguntaram onde escondi as lascas, mas não sou louca. Por que contaria a eles? Eles iriam me matar com certeza depois que eu contasse para eles. Então, mantive minha boca fechada e fiquei quieta. Vê aquilo ali? Fui amarrada e enforcada com aquilo. Pensei que ia morrer. — Leona apontou para o poste de aço, dizendo que eles a amarraram nele e a deixaram para morrer.

— O capitão da guarda me prendeu no cofre quando as bestas começaram a atacar. É tudo que eu sei.

Se Leona morresse, o capitão da guarda não iria descobrir onde as lascas estava, então ele provavelmente a prendeu no cofre para mantê-la viva. O capitão provavelmente não pensou que os monstros aniquilariam a cidade.

Então as pessoas mortas lá fora não estavam tentando roubar o cofre, mas sim tentando esconder-se dentro dele.

Depois que a cidade foi atacada, existia a possibilidade deles terem sido mortos enquanto tentavam se refugiar no cofre. Mas isso não importava muito. Mortos estavam mortos. Zin ainda tinha dúvidas em sua mente enquanto perguntava:

— Se você consegue roubar o cofre, então isso significa que você consegue abri-lo, então porque ainda estava presa aqui? Não poderia ter escapado?

— Você é um amador? — Leona balançou sua cabeça como se Zin estivesse falando bobagem.

— Se pedissem a uma profissional para revelar seu conjunto de habilidades, ela faria isso?

Enquanto  Leona falava com uma expressão séria, Zin riu.

— Uma pro… haha. Está certo. Desculpe por perguntar.

— Pense bem antes de fazer esse tipo de pergunta idiota.

— Eu vou fazer isso.

— Hmm… bom, na verdade, nem é um segredo importante, de qualquer jeito. — Leona sussurrou como se estivesse prestes a revelar um grande segredo.

— O capitão da guarda criou um túnel da casa dele até o cofre, então eu só roubei a chave da casa dele. Depois que roubei o cofre, ele bloqueou o túnel depois.

— Aha, tendi.

— Eu ameacei revelar seu túnel secreto se ele me matasse. Depois de ouvir isso, ele não me matou. Mas eu quase morri de fome.

Como uma ladra, Leona era astuta como um gato. Ela não revelou o grande segredo do capitão, mas ainda se agarrou a sua vida, já que morrer significa perder tudo.

Bom, talvez astuta não seja a descrição certa… ela possui instintos de sobrevivência.

Ao invés de pensar suas escolhas, ela agia baseada em seus instintos de sobrevivencia. Não existia nada mais importante do que instintos a fim de sobreviver na natureza. Zin concluiu que Leona não era originalmente de Zado, mas chegou a Zado como uma vagabunda.

Era quase impossível para uma criança andar e sobreviver na natureza com apenas instintos e determinação. Apesar dele não ter resolvido o mistério da alcatéia de Lobos Gigantes, Zin pensou que ouvir a história de Leona era bom o bastante.

Então, Zin trouxe o assunto mais importante.

— Agora, vamos falar sobre as lascas que você escondeu.

O rosto de Leona endureceu.

— Elas são minhas.

— Elas são lascas roubadas. Ou bens roubados.

— Roubadas ou não, quando estão em minhas mãos, elas são minhas.

— Bom, eu só vou roubá-las de você. Então, elas serão minhas, não?

— Pegar bens que ninguém pediu de volta não é roubar.

— Pegar algo secretamente, assaltar alguém, roubar é roubar, não há diferença.

Leona não tinha como vencer Zin em argumentação, já que ninguém poderia justificar o ato de roubar.

— Você é um Salteador?

— Se as circunstâncias pedirem, eu poderia ser.

Zin sorriu enquanto Leona começou a se afastar lentamente com cautela.

— Se considere sortuda que eu não gosto de tomar tais medidas.

Se tomar as coisas a força era a parte principal do trabalho, então não existia razão para se tornar um caçador. Caçadores viviam por um código de regras, e, apesar de Zin não ser perfeito, ele tentava viver de acordo com aquele código.

A menos que fosse um pedido razoável, um caçador não matava pessoas para ganhar lascas.

Na selva, uma pessoa pode matar para sobreviver, mas caçadores e Salteadores eram diferentes por natureza. Caçadores não viviam apenas para roubar.

— Quantas lascas você roubou?

— … Quase duas mil.

— Isso é uma boa quantidade. — Essa quantidade podia aumentar duas mil horas de sua vida.

— Esse lugar está cercado por caçadores de cadáveres. Não sei se você está ciente, mas eles não atacam humanos sem pensar. Mas, no seu caso, é diferente.

Caçadores geralmente pegavam pedidos, mas às vezes, eles davam pedidos também.

— Assim como a presa vai atacar fracotes, as bestas vão atacar o fraco, e você é definitivamente suscetível a um ataque.

— …

Era evidente que Leona seria atacada pelos caçadores de cadáveres se ela saísse.

— Eu vou te levar até Ponto Ardente. Entretanto, vou tomar metade das suas lascas.

— Você disse que precisa de mim de qualquer jeito, que é o motivo de você me levar, certo? E você está tentando roubar as lascas também?

— Agora você está sendo amadora. — Zin riu enquanto dava de ombros. — Profissionais não trabalham de graça.

Leona ficou parada com um olhar vazio enquanto Zin jogava as palavras dela contra ela mesma.

Taxas de pedidos sempre flutuavam, e dependia da urgência do pedido. Mesmo se o trabalho tivesse de ser feito, nenhum pedido era de graça.

Caçadores eram seres mais avarentos que Salteadores.

— Agora você está sendo um charlatão — Leona estava encarando Zin como se ela não acreditasse no que acabou de ouvir.

— Se eu estivesse no seu lugar, preferiria lidar com um charlatão do que um bandido.

— Porra…

Zin era lógico em sua razão, fazer ele parecer uma pessoa muito maliciosa que se aproveitava dos outros com seu jeito de pensar, não era grande coisa. Leona ponderou enquanto olhava para o caçador de coração gelado.

Se esse caçador tivesse más intenções, ele podia só matar ela e levar todas as lascas. Podia facilmente decidir não manter sua palavra também. O caçador podia atacar Leona a qualquer momento se encontrasse o lugar onde as lascas estavam escondidas.

Leona foi pega em um dilema e não sabia o que fazer.

— Eu sei o seu dilema.

*Thud!*

Zin jogou uma caixa do tamanho de uma mão para Leona.

— Tenha em mente que um caçador considera as dúvidas de um cliente também.

— O que é isso?

— É chamado caixa de lasca.

— Caixa de lasca?

— Caçadores usam isso para armazenar lascas. Ela não vai abrir sem uma senha estabelecida. Se for aberta a força, explodirá.

— Senha?

— Você pode colocar a senha, e se a caixa não for aberta com a senha, a caixa explode.

Zin explicou para Leona como colocar uma senha na caixa de lasca, como abri-la, e como guardar as lascas. Não era um item típico de se ver na região da Coreia Antiga, mas a maioria dos caçadores no continente e afora as carregavam.

Uma caixa de lascas funcionava como uma bolsa assim como um mecanismo de defesa contra Salteadores. Uma caixa de lasca se tornava mais poderosa que uma bomba quanto mais lascas você colocava nela. Dessa forma, os Salteadores evitavam os caçadores. Se eles fossem atacar os caçadores e as caixas de lascas explodissem, eles perderiam as lascas assim como suas vidas no processo.

E o item também podia instaurar confiança no solicitante em pedidos de proteção.

— Você pode guardar suas lascas aqui e me pagar quando chegarmos no Ponto Ardente. Então, não existiria mais preocupação do seu lado.

— Mas se ela não explodir? E se você saber como abri-la a força?

— Boas perguntas, mas eu estive usando essa caixa de lasca durante todo esse tempo. Se isso pode ser aberto forçadamente ou não explodir, seria um problema para mim. Há um jeito de abri-la a força, mas ela precisa ser levada para a planta de criação de caixas de lasca.

— Onde é essa planta?

— A meio ano andando daqui.

— Ooh…

Leona parecia mais maravilhada sobre ouvir que um lugar longe assim existe do que o fato de que era tão longe assim. Ela estava surpresa que tais lugares existissem. Ela examinou a caixa, mas parecia como se pudesse explodir a qualquer momento.

— Eu me sinto enganada, mas o que eu posso fazer? Você não pode mudar seu coração no meio do pedido, então aceito seu acordo. É melhor você me proteger bem.

— Você se decidiu bem rápido depois de pensar um pouco. Tem certeza?

— Se eu quero viver, preciso me arriscar.

Leona pôs suas mãos em seu quadril e respondeu Zin, que riu. Aqui estava uma criança dando dicas de sobrevivência para um caçador.

Claro, Leona estava certa. Às vezes, você precisava escolher um dos venenos e só esperar pelo melhor. Pelo menos, ela teve a coragem de tomar uma decisão.

Zin viveu por um longo tempo, mas ele se divertiu ao ver uma garota tão ousada.

Leona riu.

— E eu sou bem sortuda quando aposto.

Era uma risada mais sinistra do que alegre. Leona parecia bem energética para uma garota que passou fome por um longo tempo.

— Senhor, posso te contar uma coisa?

— O que é?

Leona se levantou e começou a procurar pelo canto escuro do cofre.

— Aqueles que são roubados procuram por suas coisas em todo o mundo exceto um lugar. Levanta! Levanta!

*Creaaak!*

Leona moveu uma cabine que era usada como um cofre com toda sua força. Atrás do cofre, havia solo entre as paredes caídas. Ela rastejou entre as rachaduras com um sorriso.

— E esse lugar é onde os bens foram roubados!

As lascas roubadas de Zado ainda estavam no mesmo cofre. Mas em um lugar diferente dentro do cofre. Zin tinha de reconhecer que a criança não era comum. Ela não levou as lascas para fora de pouco em pouco, mas sim criou um buraco, escondeu elas, e planejou pegar um saco grande para roubá-las na calada da noite.

Zin não conseguia não rir de sua inteligente impressionante. Do ponto de vista de Zin, essa criança era de fato esperta.

— Vamos embora. Você sabe que precisa me proteger, certo?

— Não, você esqueceu uma coisa.

— Do que?

— Pagamento adiantado. Metade do que você me deve.

— …

Leona pegou as lascas da caixa de lasca, resmungando como se tivesse comido um pedaço de carne de morto-vivo crua.

A criança era uma profissional esperta, mas Zin era um profissional experiente.


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