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Apocalypse Hunter – Capítulo 76

Presságio Estranho na Terra da Feitiçaria (2)

— … você é uma garota bem esperta… sabia… me faz sentir burro… — Ramphil se sentiu estúpido por não conseguir pensar no que Leona conseguiu observar.

E, Leona pensou que os objetos que eram estranhos eram itens de feitiçaria. E eles eram mesmo itens de feitiçaria. Os objetos eram usados como amuletos para proteção contra espíritos malignos.

Enquanto o trio ficava maravilhado com o que Leona conseguiu observar. Os três continuavam andando em direção ao templo maior no meio do lugar.

O templo era um prédio de madeira de três andares e apesar de não ter uma aparência chique, ele foi construído com feitiçaria em mente. Havia quatro portas em quatro direções e estátuas dos quatro guardiões foram colocadas em cada porta. No canto de cada telhado, havia estátuas de fênixes. Leona ficou maravilhada quando viu as estátuas dos quatro guardiões – Dragão Índigo do Leste, Pássaro Vermelho do Sul, Tigre Branco do Oeste e Tartaruga Negra do Norte.

— Tudo isso aí parece inútil e sem sentido. Mas eles realmente colocaram um esforço talhando essas estátuas. Será que todos são objetos importantes de feitiçaria?

— Você está certo.

Leona era muito boa descobrindo as coisas e Zin pensou que ela poderia fácil bancar uma feiticeira falsa. Mas assim que ele imaginou essa bruxa fazendo feitiçaria como uma feiticeira falsa, ele ficou aterrorizado.

Ele imaginou Leona fazendo um feitiço simples e causando a maior confusão.

Leona riu e disse.

— Eu acho que sou muito talentosa, né?

Sim, claro…

Zin não respondeu o comentário dela. Conforme eles entravam dentro do templo, havia crianças que estavam varrendo o chão. As crianças ficaram surpresas ao ver visitantes. As crianças não eram provavelmente treinadas o bastante para lidar com convidados inesperados, mas Leona se sentiu mais confortável ao ver as crianças reagindo mais naturalmente.

A criança mais velha correu para dentro do templo e as outras ficaram paradas e continuaram olhando para o trio. Logo depois, a porta do templo se abriu e um velhote com trajes cinza saiu.

Ele tinha uma barba branca longa que tocava em seu estômago e tinha uma aparência muito polida. Ele parecia ser um homem sábio ou um mestre. O homem  era velho e parecia ter problemas em andar. Mas parecia muito calmo e equilibrado.

Zin olhou para o homem velho e o velho continuou a andar lentamente em direção ao trio. Ele se movia bem lentamente e com graça.

O velho começou a falar.

— … o deus Celestial deve ter permitido que nos encontrássemos uma segunda vez.

— Estou surpreso que você se tenha se tornado um lorde, mas estou ainda mais surpreso que você ainda seja um lorde.

— É porque os Céus ainda querem que eu sirva as pessoas. Parece que você não envelheceu um dia sequer desde que nos vimos pela última vez, mestre caçador.

O velho e Zin parecem já se conhecer e continuaram a conversar. Zin esticou sua mão que não mudou de aparência por anos e o velho esticou sua mão velha e enrugada.

— Há quanto tempo, lorde.

— Há quanto tempo, mestre caçador.

Zin se lembrava do rosto do jovem homem enquanto olhava para o rosto do homem idoso. O velho olhou para Zin e percebeu que ele não mudou muito. Apesar de uma eternidade ter se passado, parecia que apenas uma estação se passou para o mestre caçador na frente dele.

Leona e Ramphil não se juntaram a conversa de Zin e do velho. Zin olhou para o templo enquanto se lembrava de algumas memórias.

— Já faz cinquenta anos?

— Sim. E felizmente, o lorde anterior viveu uma vida longa e próspera.

— Certo.

Não havia melhor bênção do que viver uma vida completa. Nesse sentido, o lorde anterior foi um homem de sorte.

— É ganancia demais da minha parte esperar que esse encontro trará mais boa sorte?

— Infelizmente, eu não acho que vou conseguir atender as suas expectativas. Vamos entrar e conversar lá dentro.

— Sim. Por favor tragam chá para nós.

— Sim, meu lorde.

As crianças começaram a se mover, e Zin, Leona e Ramphil seguiram o lorde até o templo.

*Pzztt!*

— Ouch!

Mas quando Leona tentou entrar dentro do templo, uma luz azul brilhou e ela foi jogada para longe do templo. O lorde ficou alarmado com a cena.

— Hmmm? O que está acontecendo…?

— Aí… isso dói pra caralho… puta merda!

Leona sentiu uma breve dor e seus olhos lacrimejaram de dor. Havia uma cortina azul de luz ao redor do templo. Então, Zin finalmente lembrou do que ele estava se esquecendo.

— Ah, tinha esquecido. Lorde, por favor desative a força de energia do templo.

— O que está acontecendo? Eu não entendo o motivo do campo de força reagir…? — O lorde estava confuso.

Zin apontou para Leona e disse.

— Aquela criança é uma bruxa.

— O quê?!

O lorde que raramente ficava chocado por algo gritou. A exclamação de Zin foi chocante para o lorde.

— O que, o que você acabou de dizer?

E, Ramphil que estava ouvindo isso pela primeira vez também ficou chocado.


O templo estava cercado com um campo de força de alto nível que previnia qualquer ser maligno de entrar no templo. Não era surpresa que o campo de força tenha reagido quando Leona tentou entrar no templo.

O lorde do Castelo do Poder Celestial entendeu a história de Zin sobre a emergência da nova bruxa, mas o lorde não conseguiu aceitar Leona.

Se Zin não estivesse presente, o lorde teria matado ou capturado Leona. Mas Zin estava no controle da situação.

— Eu não entendo tão bem de malignos quanto você, mestre caçador. Eu acredito que você tem uma razão para viajar junto com ela.

O lorde conhecia Zin muito bem e ele confiava que Leona não seria uma ameaça.

Mas mais do que qualquer um, Ramphil estava chocado pela novidade. Ramphil estava perseguindo a Bruxa Branca e ele não conseguia acreditar que Leona era uma bruxa. E ele se perguntava o motivo de Zin manter isso em segredo esse tempo todo.

— Por que você escondeu isso esse tempo todo?

— Você nunca perguntou.

Ramphil ficou sem palavras com a resposta de Zin. Leona se sentiu culpada e não sabia o que fazer. Zin deu um tapinha no ombro de Ramphil e disse.

— Era um assunto complicado para te explicar detalhadamente. De qualquer jeito, me desculpe por não ter contado antes.

— Phew… tá, tudo certo.

— Vamos entrar. — Conforme o lorde balançava suas mãos, o campo de força azul desapareceu. Ramphil estava chocado que Leona era uma bruxa, mas ele estava mais chocado que um campo de força poderia ser criado sem ajuda da tecnologia. Ele nunca imaginou que tal poder poderia existir sem tecnologia. Ele estava testemunhando um poder não-tecnológico pela primeira vez.

— Nem estou certo do que eu deveria perguntar agora. — Ramphil parecia confuso e seguiu o lorde e Zin dentro do templo. Leona também entrou lentamente no templo.

Todos tiraram seus sapatos e entraram no templo. O templo tinha um teto alto e havia pergaminhos e altares dentro. Ele possuía um sentimento bem misterioso. Zin achou o lugar bem bagunçado e desorganizado, mas Leona e Rhamphil  acharam o lugar bem misterioso.

Havia incensos queimando que cheiravam bem, mas Leona parecia desconfortável.

— Eu não me sinto bem.

— Você é um ser imundo e é natural que se sentita desconfortável quando vê esses itens.

— … ei, isso não foi legal.

Leona ficou muito brava porque Zin se referiu  a ela com um “ser impuro”.

E como sempre, Zin sorriu e disse.

— Essa foi de propósito. Se você ficou chateada, eu me desculpo.

— Você está me irritando ainda mais!

Leona estava gritando com Zin, mas não conseguia fazer muita coisa sobre isso. Conforme o lorde assistia os dois interagirem, ele se perguntou qual era o relacionamento dos dois.

Zin era o caçador de maligno mais persistente, sórdido e cruel de todos. Apesar do lorde nunca ter visto Zin caçar malignos, ele ouviu muitas histórias sobre Zin matando malignos sem misericórdia.

Zin era uma pessoa humana, mas não mostrava misericórdia para monstros e malignos. O caçador implacável estava brincando com uma criança que o próprio caçador se referiu como uma bruxa.

O lorde achou a situação bem estranha.

A criança não deve ser perigosa.

O lorde estava observando Leona com cuidado e acabou chegando nessa conclusão. As crianças trouxeram chá quente para as quatro pessoas que estavam sentadas.

— Se há uma alegria no templo do Poder Celestial, é o seu chá. Vamos beber e conversar.

As pessoas do Castelo do Poder Celestial gostavam de beber chá. As pessoas do Armígero bebiam diferentes tipos de bebidas energéticas, mas não bebiam chá. O Castelo do Poder Celestial era o único lugar na terra onde pessoas podiam beber chá.

Ramphil não ligava muito sobre pessoas bebendo chá.

E Leona olhou para aquelas coisas e perguntou.

— O que é chá?

— Você adiciona água quente a folhas de chá e, então, bebe.

— É bom?

— Depende da pessoa.

O lorde escolheu algumas folhas de chá e ele estava se preparando para infundir o chá. Zin ficou entretido enquanto olhava para o lorde.

— Seria ótimo ver quanto o chá cerimonial do templo do Poder Celestial melhorou.

— Haha… você está me colocando debaixo dos holofotes, mestre caçador.

*Drip*

O chá verde estava pronto e o lorde despejou chá para todos. Leona soprou para esfriar o chá.

*Gulp!*

Ramphil não pensou muito e bebeu tudo de uma vez só. Ramphil era um ciborgue então sua boca não ficou queimada e depois de beber todo o chá em um segundo, Ramphil olhou para Zin.

Ramphil sempre dava sua opinião honesta e ele também deu sua opinião sobre o chá.

— É interessante.

— … ei, não se bebe chá assim. Você precisa beber chá devagar e aproveitar.

— Eu não fazia ideia.

— Pessoas do Armígero são tão idiotas.

— …

Ramphil foi chamado de “idiota” pela primeira vez e encarou Zin. Mas conforme Ramphil viu como o lorde estava bebendo chá, teve que admitir que ele estava agindo como um idiota.

O lorde riu e despejou outro xícara de chá e, dessa vez, Ramphil bebeu lentamente.

— … interessante. — Ramphil respondeu exatamente da mesma forma de antes.

Leona também bebeu um gole e balançou sua cabeça com sua língua para fora.

— Me lembra da carne de cão venenoso. Não é… muito bom.

Leona não sabia como expressa a amargura do chá e acabou expressando o gosto desse jeito. Ambos Leona e Ramphil não pareciam gostar muito do gosto de chá.

Zin sorriu e disse.

— Meu lorde, por favor nos desculpe. Eles não são sofisticados o bastante para beber chá.

— Haha… pessoas possuem suas preferências. Contanto que tenham mente aberta para tentar algo novo, já é bom o bastante.

O lorde não ficou particularmente desapontado com eles. Zin tomou outro gole enquanto sorria. Zin gostou do aroma de chá e, então, pôs o xícara na mesa.

— É bom que algumas coisas não mudam mesmo depois de tantos anos. É bom. — Zin estava elogiando o chá que tinha um gosto melhor do que o da última vez.

O lorde sorriu e disse.

— Que honra.

Zin terminou seu xícara de chá. Apesar da civilização estar regredindo, havia outras coisas que estavam melhorando. Era só um xícara de chá, mas Zin estava feliz de ver que algo estava ficando melhor.

Leona terminou de beber seu chá, mas ela não conseguiu entender o motivo de Zin gostar disso.

— É como álcool.

— … é bem perto.

Leona se lembrou das vezes quando os aldeões de sua terra natal bebiam álcool barato e fedido. Ela conseguiu descobrir quão valioso chá era. Pelo menos, o chá não fedia como álcool e tinha um cheiro muito bom.

Leona estava certa no sentido que chá e álcool eram itens de preferência pessoal. Zin olhou lentamente para o lorde a fim de começar a falar com ele.

— Essa conversa vai demorar um pouco.

— Uma conversa longa é mais que bem-vinda nesse lugar solitário onde a vida é pacífica.

Leona pensou que o jeito do lorde falar era estranho, mas também pensou que era bacana.

Leona só viu homens velhos que eram viciados em álcool e drogas e viviam vidas dolorosas e sem sentido. E a maioria dos homens morriam muito antes de ficarem velhos. Leona ficou entretida de ver o velho que agia como um cavalheiro.

Zin começou a falar com o lorde, mas ele também queria contar para Ramphil.

— Há alguns meses, no Ponto Ardente, em uma pequena vila na península Coreana, eu recebi um pedido.

Zin começou a contar sua história do começo.


Zin começou a falar de tudo que aconteceu.

Ele falou sobre como ele recebeu um pedido no Ponto Ardente e como conheceu Leona na cidade de Zado. Como saiu do Ponto Ardente e voltou. Como deixou Leona, conheceu Charl e, então, voltou ao Ponto Ardente.

Leona não conseguia tirar seus olhos de Zin, visto que ela estava maravilhada de ouvir  ele contando história sobre eles.

Ramphil também estava escutando cuidadosamente a história de Zin. Ramphil ficou espantado de ouvir sobre o relacionamento entre Zin e Charl e como a Bruxa Branca foi criada.

Pela primeira vez, Leona soube que a Bruxa Branca foi criada pela Divisão da Ásia Central e que Leona era provavelmente filha do protótipo que escapou do laboratório. O lorde, Leona e Ramphil aprenderam sobre novos fatos ao ouvir a história de Zin.

Zin explicou sobre os poderes que a Bruxa Branca possui e qual poder ele estava em falta para lutar contra a bruxa. E ele terminou de falar depois de explicar a viagem até o Castelo do Poder Celestial.

— … não consigo acreditar que a Bruxa Branca foi um experimento Armígero…

Ramphil não sabia sobre a verdade. Leona tinha uma ideia que sua mãe era uma bruxa, mas ficou chocada ao saber da história de sua mãe.

Ela se lembrou da primeira conversa que ela teve com a Bruxa Branca.

Moleca. Você sabe que sua onda psíquica é muito alta? Está me dando dor de cabeça.

A Elle… está morta?

Leona finalmente conseguiu entender sobre o que a Bruxa Branca triste estava falando.


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