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Arifureta Shokugyou de Sekai Saikyou – Capítulo 186

Comemoração de Natal: O presente do Papai Noel-san

A todos os riajuus, e também aos aldeões da vila da solidão, a todos.

Feliz Natal!


Parte 1

Pessoas vestidas com roupas coloridas, criaturas misteriosas (mascotes), gritos que continham alegria e emoção, efeitos sonoros e música que ressoavam em vários pontos.

Aquele lugar, que parecia irreal e extraordinário, era um certo parque temático famoso.

A estação era o inverno. Além disso, hoje era o dia em que o final do ano logo chegaria: era Natal.

Era natural que houvesse mais casais do que o habitual, mas também havia pessoas que vinham com sua família ou amigos. Todos vieram em massa para apreciar, até ficarem completamente satisfeitos, esse parque temático que havia sido reformado por um tempo limitado, pintado na cor do Natal.

O parque temático, que reuniu um número tão grande de visitantes que fez a gerência explodir em uma risada, foi visitado por um grupo um pouco especial. Era um grupo que consistia em um homem e oito garotas e mulheres bonitas. No ombro daquele homem havia uma garotinha com olhos cintilantes. Não era preciso dizer que esse grupo era Hajime e suas esposas (Yue, Shia, Tio, Kaori, Shizuku, Remia, Aiko e Liliana). Shuu e Sumire tinham trabalho. Também não era preciso dizer que os dois estavam derramando lágrimas porque não poderiam ir.

A propósito, no momento atual, Liliana ainda não conseguia se separar do reino, então ela costumava ficar no castelo. No entanto, nessa tão esperada noite santa, seria muito cruel deixar Liliana sozinha, então Hajime abriu um portal e sequestrou a princesa que estava no meio do trabalho.

No momento, usando o sistema para converter eletricidade em energia mágica (Hajime construiu um gerador de energia elétrica geotérmica pessoal no subsolo para que ele pudesse converter energia mágica quando quisesse), o número de vezes que eles podiam se locomover entre Tortus e Terra havia aumentado, então não havia nenhum problema específico em fazer isso.

— Papai, papai! Lá, vamos lá, nano! Aquele com tubarão-san fazendo haup!

— Sim, sim. Embora esteja frio aqui, você escolheu justo a atração na água, hum. Isso é por causa do traço da raça de Myuu?

Myuu estava de carona no ombro de Hajime, suas pernas balançando para frente e para trás enquanto ela gritava alegremente. Sua cabeça estava coberta com um fofo chapéu natalino, e sua figura estava usando uma minissaia natalina. Suas pernas estavam enroladas em meias brancas, e suas botas eram brancas com um pompom preso, cada vez que suas pernas se moviam, eles tremulavam.

Com cabelos loiros esmeralda que caíam do chapéu de Papai Noel, seus traços gentis e bem ordenados herdados de sua mãe, sua alegria inocente e sua bajulação total por seu papai faziam essa garotinha se destacar, apesar de todas as onee-chans ao redor do papai. Os olhares das pessoas ao redor foram atraídos na direção dela, e quando a viram, não puderam se conter e suas expressões relaxaram de forma calorosa.

Assim como a Myuu Noel desejava, o papai Hajime estava indo em direção à atração aquática, onde eles teriam uma aventura em um rio, onde um tubarão gigante estava à espreita.

Enquanto esperavam, os outros visitantes continuaram olhando de relance para a bela aparência de Yue e das outras… no entanto, não aconteceu nada disso. Devido a um artefato que obstruía o reconhecimento das pessoas, o ambiente não estava prestando atenção ao belo grupo feminino

Em troca, eram os olhares do grupo feminino que vagavam inquietos. Especialmente Liliana, cuja familiaridade com esse mundo ainda era pequena. Ela parecia estar recebendo choques culturais de várias coisas e, por trás dos óculos da obstrução de reconhecimento, seu olhar, que devia brilhar ainda mais que o de Myuu, corria pela área.

Eles haviam entrado no parque temático pela manhã e agora o sol havia se posto de forma considerável, mas a excitação da princesa ainda não havia diminuído.

— … puxa, o mundo de Hajime-san é como uma caixa-surpresa. Eles construíram uma instalação como essa apenas por diversão. A escala disso é a de uma cidade pequena, sabia? A ala de turismo de Fhuren também é incrível, mas esse lugar está em um nível diferente. Não, talvez eu deva chamar isso de diferença de paixão e seriedade em relação à diversão? Mesmo sendo uma instalação de grande escala, posso ver sua fixação até nos mínimos detalhes. Isso superou a racionalidade de um mero negócio, e posso sentir o zelo das pessoas afetando a construção. Me pergunto quanto eles gastaram na construção disso. E o lucro? O número de visitantes por ano? O desenvolvimento no futuro? O proprietário desta instalação é um comerciante comum… não, o proprietário é uma corporação, não é? Se isso puder ser gerenciado pelo país… não, se o aspecto substancial for deixado para Fhuren enquanto o país se tornar o parceiro contratual…

Parecia que Liliana estava ficando animada em um ponto que estava um pouco desconectado com o objetivo da visita. Mesmo que ela tivesse chegado aqui nessa rara chance para visitar o mundo dos sonhos, além disso, essa era a noite sagrada, mas esta princesa de outro mundo parecia curiosa sobre as vendas do parque temático. E o que era misterioso com isso era que os olhos brilhantes de uma donzela sonhadora agora pareciam os olhos brilhantes e ferozes de alguém que buscava lucro.

Depois que Hajime voltou à Terra, foi possível imaginar o quão difícil a situação de Liliana era. Ela que foi deixado para trás estava trabalhando, por isso, se perguntássemos se isso poderia ser diferente, talvez não houvesse o que fazer… mas talvez ela tivesse sido negligenciada um pouco demais. Hajime, Yue e as outras estavam enviando olhares ternos misturados com pena para a princesa.

Enquanto isso acontecia, a vez do grupo chegou. Eles embarcaram no barco que apareceu à frente de seus olhos. O barco tinha um teto anexado e podia abrigar cerca de vinte pessoas, com um banco vertical montado no centro para que os ocupantes pudessem sentar-se de frente para o exterior.

Myuu sentou-se no colo de Hajime como se isso fosse natural e estava olhando para a rota parecendo emocionada.

Pouco depois, o barco avançou de forma lenta. Ao mesmo tempo, uma mulher mais velha, parecendo uma aventureira com um rifle na mão, conversava com muito realismo sobre o quão perigosa seria essa aventura e quão brutal era a existência que se escondia no fundo da água.

Assim como se poderia esperar de uma trabalhadora de um parque temático de grande escala, sua habilidade de atuação era de primeira classe. Os adultos desfrutavam da atmosfera como adultos, e as crianças olhavam assustadas para a água, enquanto suas mãos seguravam a mão dos pais com força.

— Papai.

— Hmm? O que foi Myuu?

Hajime inclinou a cabeça ao ouvir Myuu em cima de seu colo, que estava olhando por cima do ombro para o Sinergista enquanto ele fixava a posição do chapéu natalino que havia saído do lugar. Myuu estava perguntando ao papai de forma alegre.

— Se o tubarão-san atacar, aquela onee-san será a pessoa que o derrotará, nano?

— É, eu acho. Ela atirará com aquele rifle para nos proteger.

— Hmmmmmm.

Quando Myuu ouviu o que Hajime disse, ela começou a olhar fixamente para a mulher. A onee-san sorriu agradavelmente para o olhar da fofa Noel-san, e acenou um pouco com a mão. Como esperado de uma onee-san de um parque temático. Seu sorriso profissional também era de primeira.

Mas, se fosse uma criança normal, ela ficaria um pouco envergonhada antes de se esconder na sombra dos pais, ou sorriria de volta, mas com esta cena, a reação de Myuu foi…

— Fuh.

Por alguma razão, Myuu suspirou um pouco enquanto encolhia os ombros como se dissesse: — Não me faça rir—. Uma rachadura apareceu no supersorriso da onee-san! Um espasmo surgiu na expressão do papai Hajime!

Usando a técnica indispensável para um trabalhador de parque temático, o “Interruptor Instantâneo”, a mulher imediatamente consertou seu rosto sorridente, mas a expressão de Hajime ainda estava constrangida enquanto batia de leve na cabeça de Myuu. E então, quando ele perguntou o motivo da atitude da garota, ela respondeu: — É porque essa onee-san parece fraca. — Parecia que essa foi a maneira de Myuu querer dizer: — Não se esforce demais, tá?

Enquanto isso acontecia, um evento começou na atração. Na superfície da água, havia uma barbatana que estava começando a aparecer. A onee-san então disparou um tiro de aviso com seu rifle. Era uma arma falsa, sem balas, mas um respingo de água ocorreu com a sincronia correspondente. Do ponto de vista das crianças, parecia que a mulher estava atirando com seu rifle e afugentando algo. De fato, as crianças estavam soltando vozes de alegria.

Entretanto, o barco tremeu de modo súbito como se algo o tivesse empurrado de baixo, e os destroços de navios muito danificados por ataques de tubarão estavam começando a aparecer. A expressão das crianças começou a mostrar nervosismo e medo mais uma vez. E esses sentimentos atingiram o pico quando um tubarão gigante com sua mandíbula gigante se abriu muito e saltou da superfície da água.

— Uaa! —, — Kyaa! — Entre aquelas vozes excitadas e retumbantes, a onee-san repeliu o tubarão gigante com seu rifle. Contudo, o barco trêmulo a fez escorregar e cair. Parecia que seu tornozelo estava torcido (é claro que era parte da encenação), então, dizendo que ela não podia disparar com o rifle assim, ela chamou a multidão: — Alguém precisa me ajudar! De modo natural, quem iria cooperar seriam as crianças pequenas.

— Vá em frente, Myuu. Você também pode ir lá.

— Sim, nano.

Um grupo de crianças pequenas disparou o rifle, que foi dado a elas pela onee-san, parecendo nervosas, ou talvez animadas. Myuu também se juntou a esse grupo.

— … uunnnn, que inesperado, desu. Se for Myuu-chan, ela já deveria saber o que está acontecendo de verdade, não é?

Shia inclinou a cabeça, enquanto observava Myuu, que estava se divertindo com a imitação de tubarão. Myuu era diferente das crianças normais porque sabia sobre monstros reais e também sobre a luta pela vida. No entanto, a figura da garotinha, que estava mesmo empolgada com isso, independentemente de tudo isso, era um pouco estranha.

— Fufu. Claro que Myuu entende o que está acontecendo. Mas, a estranha diversão de uma experiência perigosa com segurança garantida fez com que ela sentisse que era algo incomum e interessante.

— … nn. Nos últimos tempos, ela está se envolvendo em jogos de batalha, isso é um pouco preocupante.

— Há também nosso treinamento, e também hás o fato de ela ficares acordada até tarde da noite.

— A falta de sono para crianças pequenas causará uma má influência no seu crescimento. Hajime-kun, isso não é bom, a menos que você a repreenda com firmeza, entendeu?

Papai Hajime estava sorrindo sem graça para o aviso de Aiko enquanto assentia. Isso também era algo com o qual o Sinergista passou a se preocupar.

— Ah, é a vez de Myuu-chan agora.

— Deixe a câmera comigo. Myuu-chan lutando com um tubarão gigante, eu vou capturar isso em uma foto perfeita.

Ouvindo o que Kaori apontou, Shizuku preparou uma câmera de lente única. O alvo daquela lente era a figura de Myuu que estava com um rifle que lhe foi entregue agora mesmo.

Normalmente, a onee-san ensinaria com gentileza a criança a maneira de segurar o rifle e também ajudava a segurá-lo. Então, mirando no momento em que o tubarão pulava, ela dizia: — É agora! Atire! — então faíscas se espalhavam do corpo e da boca do tubarão, dando um show como se o monstro tivesse sido baleado.

Porém, a pequena Noel que recebeu o rifle era uma garotinha superfamiliarizada com a fumaça da pólvora, faíscas e armas de fogo em outro mundo. Além disso, agora ela era uma garotinha treinada que havia sido forjada por todas as onee-sans trapaceiras e seu papai rei demônio.

Dessa forma, no momento em que Myuu recebeu o rifle, ela o girou com um movimento familiar e o colocou no ombro antes de voltar o olhar para a superfície da água. As mãos da mulher que iam apoiar a criança pequena ficaram perdidas no ar. Aquela figura que carregava um rifle comprido parecia estranhamente apropriada para a pequena Noel de minissaia, o que fez os olhos dos visitantes piscarem de forma involuntária. Shizuku preparou o obturador1 da câmera. Na sequência:

— Err, eu me pergunto, qual é o seu nome jovem senhoritaaaa?

Com um espírito profissional, a onee-san perguntou o nome dela.

— É Myuu. Eu tenho seis anos de idade. Uma mulher do mar.

— … en-então é Myuu-chan! Certo, Myuu-chan, se avançarmos um pouco mais, poderemos escapar, então vamos fazer o nosso melhor e afastar o tubarão assustador, tá?

Onee-san era uma profissional! Não importava que tipo de cliente complicado ela enfrentasse, ela não vacilaria!

Ela não vacilou, mas Myuu, que ouviu as palavras da onee-san de “afastar o tubarão”, lançou um olhar para a mulher mais velha enquanto um sorriso destemido aparecia em seus lábios…

— Afastá-lo, nano? Isso também não é ruim, mas… ninguém vai se importar se que eu acabar com o tubarão, certo?

— Não, isso será um problema.

Onee-san respondeu com franqueza!

Mas, no momento seguinte, o tubarão gigante pulou de repente enquanto levantava água com ele. Myuu preparou seu rifle no mesmo instante. Ela colocou a coronha2 sobre o ombro, a mão esquerda apoiada no cano e a visão alinhada com a mira traseira. Ela realmente parecia saber o que estava fazendo.

Os olhos da onee-san estavam começando a vagar para longe. As crianças estavam levantando vozes de admiração. Os adultos estavam dirigindo olhares complicados para Hajime e as outras, que eram os guardiões de Myuu.

Naquele barco, que estava aos poucos se tornando caótico, a adorável frase da pequena Noel ressoou:

— Eu vou explodir sua cabeça, nano!

O efeito sonoro de “dopan!” ressoou e faíscas se espalharam dentro da boca do tubarão gigante. O tubarão gigante desapareceu na água. A luz também estava desaparecendo dos olhos da onee-san. A voz dos adultos aplaudindo as crianças já estava desaparecendo.

Em meio a tudo isso, Myuu, que girou o rifle com um gesto experiente, antes de apoiá-lo em seu ombro, um momento mais tarde, mostrou um polegar para cima de forma resoluta.

No barco, onde várias coisas haviam desaparecido, sons implacáveis de cliques de obturador estavam ressoando.


Parte 2

— Ó, está começando, nano!

O sol já havia afundado por completo, no entanto, a luz deslumbrante do parque temático que se espalhava, como para exterminar a escuridão da noite, iluminava Myuu, que estava de bom humor. No ombro de Hajime, Myuu estava apontando para o grupo principal do desfile.

Um desfile noturno estava começando no parque temático. Esta noite também era Natal, então o desfile foi mais espetacular e extravagante que o normal. As pessoas que estavam se reunindo nas ruas também estavam se aglomerando até que o local ficou lotado.

O grupo de Hajime estava assistindo ao desfile que recebeu uma pontuação completa por seu entretenimento, mas depois de um tempo, de repente, o rapaz abaixou Myuu do ombro. E então, o Sinergista colocou a intrigada Myuu no ombro de Tio. Se fosse Tio, cuja altura era um pouco menor que a de Hajime, a garotinha ainda seria capaz de assistir ao desfile.

Hajime trocou um olhar com Yue e as outras. Para esse dia, ele havia preparado várias coisas e fez acordos com as outras de antemão. Por isso, Hajime pretendia se afastar desse local.

— Myuu. Papai vai sair um pouco para fazer algumas coisas. Voltarei em breve, então espere um pouco aqui.

— … sim, nano.

Hajime sentiu que algo o estava puxando para trás, olhando para Myuu, que fez uma expressão um pouco solitária, mas ele conseguiu se afastar. Hoje era o primeiro grande evento de Natal para Myuu. Eles não chegaram a tempo para o Natal anterior, porque haviam retornado à Terra e não havia tempo, então fizeram apenas uma pequena festa para a família. Por isso, não importava o que papai Hajime quisesse fazer por causa de sua amada filha.

O rapaz entrou na multidão e desapareceu. Myuu olhou para a figura dele quando ele saiu, mas foi incentiva por Yue e as outras até que seu olhar retornasse ao desfile. Um sorriso alegre retornou na mesma hora ao seu rosto, mas, como esperado, quando seu amado papai não estava com ela, a garota parecia incapaz de apreciar o evento por completo.

Mas essa tristeza também foi imediatamente eliminada.

Blemblemblemblem! Sons de sinos podiam ser ouvidos. Todos pareciam pensar que era um som do desfile, mas esse som estava ficando mais alto, o que levou as pessoas a ficarem confusas enquanto inclinavam as cabeças. Sim, o som dos sinos que estavam ficando cada vez mais audíveis vinha do alto.

Como se fossem guiados por uma fonte desconhecida, as pessoas começaram a olhar para cima, e ali estava…

— Ah, aquele é o Papai Noel-san!

Um garoto em algum lugar apontou enquanto levantava a voz. Seguindo para onde o garoto apontou, as pessoas olharam para cima e elas levantaram vozes de: — Eh, impossível, está voando!? —, ou: — Re-renas? De verdade!? —, — Incríííível!! — e assim por diante.

Sim, para onde o garoto estava apontando, havia a cena de renas puxando um trenó que Papai Noel estava usando, planando pelo céu.

O fenômeno sobrenatural normalmente impossível era algo que deveria fazer alguém gritar, mas esse lugar era um país de sonhadores. Um mundo de fantasia decorado com o irreal e extraordinário. Portanto, todos estavam pensando que era uma das produções do parque temático, o choque foi aos poucos se transformando em aplausos. Os funcionários, que estavam fazendo o desfile, estavam olhando boquiabertos, mas as pessoas que estavam observando estavam ocupadas demais para perceber isso.

Em pouco tempo, o Papai Noel, que estava cavalgando no céu estrelado da noite sagrada, estava girando para baixo como se estivesse descendo por uma escada em espiral que estava desenhada no ar. E então, o trenó se aproximou lentamente da multidão.

O trenó que se aproximava fez a multidão se separar de forma natural. O destino daquele trenó era uma pequena Noel-san.

— Feliz Natal, minha pequena e jovem compatriota.

O Papai Noel que desceu do trenó tinha um rosto difícil de reconhecer com a barba branca e os óculos redondos. Ele então se ajoelhou na frente de Myuu, que foi descida do ombro de Tio.

Em resposta, Myuu piscou os olhos e respondeu:

— Papai, o que você está fazendo, nano?

— … … … não sou o papai. Sou o Noel.

— Eh, mas…

— Sou o Noel.

— Pa-…

— Eu sou Noooo-eeel.

— Ah, sim.

Myuu assentiu repetidas vezes para o Noel que parecia um pouco desesperado. Ela era uma criança obediente e boa.

Noel assentiu satisfeito para Myuu, ignorando ao máximo Yue e as outras cujos ombros tremiam. Ele então colocou a grande bolsa branca que estava empilhada no trenó na frente da garota.

— Muito bem, para você que foi uma criança muito boa durante este ano, aqui está este presente do Papai Noel.

— Presente?

Para Myuu, que inclinou a cabeça, Papai Noel pegou uma caixa incrustada de pedras brilhantes que pareciam lindas joias de cor rosa de sua bolsa. Essa caixa era um estojo feminino que poderia ser apresentado como uma caixa do tesouro por si só.

As pessoas que os cercavam e vigiavam o desenvolvimento começaram a pensar que esse deveria ser um evento do parque temático e também estavam com expressões calorosas. A voz de uma garota em algum lugar implorando ao pai: — Eu quero aquilo! — podia ser ouvida.

No meio de tudo isso, Myuu, que estava recebendo a adorável caixa, perguntou a pap-… Noel se estava tudo bem abri-la com o olhar. Noel assentiu com a cabeça.

Quando a tampa foi aberta…

— Ah.

Myuu soltou a voz de forma involuntária, mas aquela expressão que parecia perplexa ficou colorida de alegria no mesmo instante. Aquele sorriso era como um botão de flor que florescia ao mesmo tempo, era um sorriso tão cheio e bonito como uma flor que desabrochava.

O presente que foi inserido nessa caixa com certeza era um presente feminino, algo como um acessório infantil ou um personagem de desenho animado. Todo mundo estava pensando algo parecido com isso.

Mas, o que foi retirado por Myuu foi…

— São Donner e Schlag, nanooo!!!!

Um par de pistolas…

Pessoas caindo foram ouvidas em vários locais, uma após a outra. Não havia dúvida de que eram pessoas de Osaka3. Outras pessoas também fizeram contestações com suas bocas. Entretanto, a própria Myuu estava girando em torno das duas pistolas, falando: — Até que enfim, Myuu pode ter elas, nano! — enquanto expressava sua grande felicidade.

A figura de uma garotinha vestida de Papai Noel dançando ao receber como presente durante a noite santa um par de armas, que ela parecia ter implorado antes, podia ser vista.

— Jovem senhorita, esses não são Donner e Schlag. Elas são “Donneeer e Schlaaag”.

— Donneeer e Schlaaag?

— Sim, Donneeer e Schlaaag.

Depois que o Papai Noel corrigiu Myuu dessa forma, ele pescou mais um item em sua bolsa branca.

— Aliás, este é o “Marteloooo Piko Piko”.

— Marteloooo Piko Piko!!!

— “Isto é uma Arma, Desu“.

— Isto é uma Arma, Deeeesu!

— Também não podemos esquecer este aqui, “Muuramasa” e…

— Muuramasa!!

— ”Kotetsuu”.

— Kotetsuuuuu!!

A tensão de Myuu estava rompendo os céus! Ela pulou para cima e para baixo e girou em torno das armas que recebeu com sincera alegria!

A partir daí, Myuu recebeu ainda mais presentes. Um era um cinto de armas e outro era um presente que foi nomeado como “o amor de Yue-oneechan”. Myuu então disse: — Pap-… Noel-san! Obrigada, nano! Eu-eu-eu te amo, nano!! — e pulou no peito do Papai Noel.

Depois disso, do outro lado da multidão de pessoas estupefatas, figuras que pareciam ser a equipe de segurança apareceram. Noel, que confirmou o surgimento desses funcionários, imediatamente embarcou em seu trenó, e então ele estalou as rédeas e voltou ao céu mais uma vez. No meio de tudo isso, todos estavam com uma mesma pergunta: — Como diabos aquilo está voando? —, enquanto Papai Noel tomava o próximo passo para que Myuu e as outras não se incomodassem com a segurança.

— Feliz Natal.

Dizendo isso, muitos paraquedas foram jogados do trenó. A quantidade absurda de paraquedas que caíam do céu estava toda ligada a presentes de Natal. Sem dúvidas, havia presentes que consistiam em brinquedos ou bichos de pelúcia e até alguns acessórios ou sistemas de jogos. Todos os tipos de presente estavam chovendo do céu.

Quando as pessoas confusas ouviram uma voz muito clara que dizia: — Esses são humildes presentes do parque. Por favor, fiquem à vontade para pegá-los. —, eles levantaram uma voz alegre de — Uaa!! — e correram em direção aos paraquedas. Como as pessoas estavam se empurrando umas contra as outras, Yue indiferentemente as protegeu com magia, para que nenhum acidente acontecesse.

A propósito, o número de presentes era obviamente demais para ser carregado no trenó, mas todos ignoraram isso no meio da comoção. Eram presentes do Papai Noel que estavam guardados em um trenó conduzido por adoráveis renas. A atmosfera do lugar poderia ter feito a mente deles pensar: “Quem se importa com coisas triviais?”.

Embora, se soubessem que aquelas renas eram na realidade Ceifadores que estavam totalmente carregados com armas em seus interiores… eles entrariam em pânico. Neste mundo, havia algumas coisas que era melhor não se saber.

No dia seguinte, não foi preciso dizer que o parque temático se tornou uma grande notícia nos jornais. Também não era preciso dizer que a produção sofisticada e a generosa oferta de presentes aumentaram as vendas do parque, enquanto os superiores procuravam “quem era aquele Papai Noel!” com olhos sedentos de sangue.

A expressão feliz da pequena princesa da família Nagumo também fez com que todos na família se contorcessem com sua fofura. No entanto, sua figura dormindo junto com as pistolas e um martelo de guerra, chicote e kodachis, enquanto esfregava a bochecha neles, era…

Foi ele quem lhe deu esses presentes, mas agora o papai Hajime estava com uma preocupação complicada: “Isso é realmente bom, para minha filha?”


Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Muito obrigado por ler essa história.

Muito obrigado pelos pensamentos, opiniões e relatos sobre erros de ortografia e palavras omitidas.

Mesmo que hoje seja Natal, Shirakome, que é um aldeão da vila da solidão, de repente teve uma ideia e escreveu isso.

Se puder, leia essa história junto com um bolo de Natal só para você.

Shirakome contou com um bolo de chocolate.


Notas

[1] O obturador é um dispositivo mecânico que abre e fecha, controlando o tempo de exposição do filme (ou do sensor das câmeras digitais) à luz em uma câmera fotográfica. É uma espécie de cortina que protege a câmera da luz, e quando acionado o disparador, ele se abre. Quanto mais tempo aberto, mais luz entra. Ele fica embutido no interior do corpo da câmera após o diafragma. A velocidade do obturador, é um dos fatores utilizados para alterar o resultado final de uma fotografia pelo fotógrafo.

[2] Coronha é uma peça de madeira ou de aço própria para o encaixe do cano da arma de fogo e para a empunhadura.

[3] Parece que o costume de cair de bunda no chão por causa do choque é associado a Osaka.


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