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Arifureta Shokugyou de Sekai Saikyou – Capítulo 83

Problema urgente no Grande Deserto

Um mundo marrom.

|Grande Deserto Guruyuen| era um local em que essas palavras se expressavam perfeitamente. A areia era marrom, formada por milhões de minúsculos grãos. O vento que estava soprando constantemente jogava a areia e manchava o ar de marrom e em um raio de 360° havia apenas uma cor até onde os olhos podiam alcançar.

Além disso, havia inúmeras dunas de areia, grandes e pequenas, cujas superfícies sempre se remexiam com o vento. A cada momento, o padrão nas superfícies das dunas estava constantemente mudando, como se dissesse, “Eu estou vivo”. O Sol escaldante e seu calor incondicional fazia a temperatura da areia no chão disparar rapidamente. Ela facilmente excedia 40 graus Celsius. Aliado com a areia esvoaçante, esse era o pior ambiente para se viajar.

Entretanto, isso só se aplicava para viajantes “comuns”.

Atualmente, dentro de um ambiente tão severo, um veículo negro em forma de caixa, na verdade, um [Veículo Mágico de Quatro Rodas], estava avançando casualmente enquanto levantava uma tempestade de poeira. Embora não houvesse nem estrada nem rota, isso foi resolvido com a bússola instalada no interior do veículo.

(Shia): “… o exterior é incrível… eu estou mesmo feliz por isso não ser uma carruagem normal”

(Tio): “Esta concorda. Esta não sabe como esse se tornou tal ambiente… mas esse de fato não é um lugar em que esta gostaria de se mover ativamente”

Sentadas no banco de trás enquanto observavam a areia golpeando a janela e observando o mundo de cor amarronzada, Shia e Tio murmuraram com sinceridade. Não importava o quão M Tio fosse, este ambiente apenas a deprimia.

(Myuu): “É completamente diferente de quando Myuu veio aqui antes! Aqui é muito gelado e os olhos de Myuu não estão doendo! Papai é incrível!”

(Kaori): “Isso mesmoooo. Papai Hajime é incrível, não éééé? Myuu-chan, você quer beber água gelada?”

(Myuu): “Eu queroooo. Kaori-oneechan, obrigadoooo”

Sentada no colo de Kaori, que estava sentada no lado da janela no banco da frente, Myuu estava animada porque as coisas estavam diferentes de quando ela esteve nesse local quando foi sequestrada. Myuu estava olhando para Hajime, que criou esse espaço tão confortável, com olhos brilhantes.

Isso era natural. Teria sido intensamente severo para Myuu, que era uma integrante da tribo dos ⌊Habitantes do Mar, atravessar o deserto. Para uma jovem garota com cerca de quatro anos de idade como ela, não seria estranho se ela morresse devido a seu estado enfraquecido. Suportar tal ambiente fez a surpresa de Myuu aumentar ainda mais pela diferença entre aquela vez e essa. Afinal, este [Veículo de Quatro Rodas] era equipado com ar condicionado.

Em seguida, aquela que concordou com Myuu e pegou um pouco de água gelada, que normalmente não existiria no deserto mesmo que a pessoa fosse a mais otimista de todas, era a colega que fez uma confissão impactante para Hajime e uma declaração de guerra para Yue em |Holward| e, antes que ele percebesse, ela se tornou uma de suas companheiras. Ela era Kaori. A propósito, a água foi retirada do refrigerador instalado no carro.

(Hajime): “Quer saber, Shirasa-… Kaori. Por favor, pare de dizer Papai Hajime. Por algum motivo, isso me dá uma coceira terrível bem aqui”

(Kaori): “??? Mas, Myuu não fala isso como se fosse normal?”

(Hajime): “Bom, eu não ligo que Myuu faça isso. Contudo, uma colega de classe me chamando de papai é realmente…”

Devido a sua característica de gostar de cuidar dos outros, Kaori acabou se tornando a responsável por Myuu e ela quase sempre chamava Hajime de “Papai Hajime” quando ela estava ao lado de Myuu. E com uma colega, uma garota acima de tudo, chamando-o de papai, Hajime sentia um senso de resistência diferente de quando Myuu o chamava assim, e ele ficou com uma expressão realmente incomodada.

Aliás, Hajime chamando ela de “Kaori” foi resultado de um pedido dela. Seu motivo foi, “Hajime-kun chama todas por seus primeiros nomes, então é injusto que eu seja chamada pelo meu sobrenome!”, algo nesse sentido.

(Kaori): “É mesmo? Então eu vou parar… porém, algum dia, quando eu também ter um filho… nesse momento…”

Kaori disse isso com bochechas de um vermelho escuro, enquanto dava uma espiada em Hajime. Assim, uma estranha atmosfera se formou ao redor de todos dentro do veículo, exceto por Myuu. Então Yue respondeu Kaori no lugar de Hajime, que fingia não ter escutado nada.

(Yue): “… infelizmente, eu já assumi esse compromisso. Hajime me prometeu isso”

(Kaori): “!?!?!? Hajime-kun, o que ela está dizendo?”

(Hajime): “… eu não acho que isso seja algo estranho. Afinal, isso ainda é algo para o futuro distante”

(Yue): “… fufu, Hajime já me prometeu me apresentar a seus pais”

(Kaori): “!?!?!?”

(Yue): “… ele minuciosamente criou um plano familiar brilhante”

(Kaori): “!?!?!?”

(Yue): “… até os encontros na cidade natal de Hajime”

(Kaori): “!?!?!?”

Os ataques intensos de Yue não podiam ser detidos! Essas palavras, uma a uma, se tornaram estacas voltadas para o peito de Kaori. No entanto, Kaori não era uma mulher que seria tão facilmente derrotada. Ela acreditou na sobrevivência de Hajime mesmo naquela situação desesperadora e ela possuía coragem para desafiar Yue, quem obviamente possuía uma ligação especial com Hajime. No momento em que as palavras de Yue pararam, Kaori começou seu contra-ataque!

(Kaori): “Eu, eu sei de muitas coisas sobre Hajime-kun que Yue não sabe! Por exemplo, o sonho de Hajime para o futuro, seus hobbies, até seu gênero favorito! Yue sabe dos animes e mangás que Hajime-kun gosta?”

(Yue): “Hmph… isso… mas isso não está relacionado com a nossa atual situação. Não há esse tipo de coisa aqui. Hajime pode apenas me ensinar assim que chegarmos no Japão…”

(Kaori): “Que ingênua. Só olhe para o atual Hajime-kun. Ele não se parece com um personagem de anime?”

(Hajime): “Geh!?”

Essa deveria ser uma batalha entre Kaori e Yue, mas por algum motivo, Hajime recebeu o dano.

(Kaori): “Cabelo branco com um tapa-olho, além disso, seu olho mágico… essas são certamente características dos personagens favoritos de Hajime-kun… até sua arma, aquela [Broca de Cruz] é baseada no funil… ah, mas o que Hajime-kun gosta é o 00[1], então é um GN Drive[2]? O que quer que seja, o atual Hajime-kun ainda é um grande otaku”

(Hajime): “GAH!? K-Kaori…”

(Yue): “Mu, muu… para a arma de Hajime ser baseada nisso…”

(Kaori): “Yue, você pode dizer que venceu se você não sabe do que o seu amado gosta?”

(Yue): “… Kaori… você tem coragem… então, permita-me te ensinar. Sobre as coisas que Hajime gosta… na cama”

(Kaori): “!?!?!? Q-, q-, q-, na cama, uuuuu, como imaginei…”

(Yue): “Fufufu… é bom que você saiba da diferença entre nós”

Durante a viagem deles, Yue e Kaori já tinham soltado tantas faíscas uma contra a outra que os outros integrantes do grupo já estavam acostumados a ignorarem elas. No começo, Shia as observava com preocupação, mas no início, isso não se tornou um problema sério, então ela parou de se envolver com elas.

De certa forma, era Hajime que recebia a maior parte dos danos. Hajime era a fonte das brigas das duas, então o conteúdo de suas discussões o fazia se contorcer. Mesmo agora, ele recebeu dano mental devido as coisas com que ele mais se preocupava serem reveladas e explicadas.

Em resposta, Yue audaciosamente contou sobre as atividades “noturnas”, o que fez Kaori tapar seus ouvidos, não querendo escutar isso. O próprio Hajime não queria que Myuu fosse exposta a isso, então ele tentou impedir Yue.

Entretanto, mais rápida do que Hajime, Myuu inesperadamente parou a discussão das duas.

(Myuu): “… uuuu, Yue-oneechan e Kaori-oneechan estão sempre brigando! Myuu vai odiar se as irmãzonas não se derem bem!”

Dizendo isso, Myuu se moveu do colo de Kaori para o colo de Shia no banco de trás. Além disso, Yue e Kaori ficaram abaladas. Foi porque a garota de quatro anos de idade disse que iria odiá-las.

(Shia): “Nossa, vocês duas estão sendo inconvenientes na frente de Myuu-chan. Ou melhor, isso é péssimo para a educação dela. Eu também entendo o quanto vocês duas pensam em Hajime-san, mas por favor, sejam mais prudentes”

(Yue): “!!! Que vergonha. Para ser repreendida por Shia…”

(Kaori): “Eu-eu sinto muito, Myuu-chan, Shia”

Serem repreendidas por Shia fez com que as duas encolhessem seus ombros.

Para Yue, Shia era semelhante a uma amiga e uma irmã mais nova, e apesar de Shia também possuir afeição por Hajime, Shia também pensava em Yue de forma parecida, o que fez com que Yue não a visse como uma rival amorosa. Quanto a Tio, ela era apenas uma pervertida. Era por isso que Kaori, que fez uma aberta declaração de guerra contra Yue, era a primeira rival amorosa que ela teve.

Yue estava convencida que havia um vínculo absoluto entre ela e Hajime. Ela possuía uma confiança inabalável de que ela era a “pessoa especial” dele. Era por esse motivo que ela estava confiante de que seria capaz de facilmente derrotar a desafiante, Kaori, quando a confissão e a declaração de guerra aconteceram.

No entanto, apesar de sua confiança não mudar, Kaori algumas vezes fazia as flores desabrocharem entre ela e Hajime quando eles se lembravam do Japão, que era desconhecido para Yue e as outras. Para Kaori, que sabia do passado de Hajime que ela não conhecia, o senso de rivalidade de Yue floresceu em pouco tempo.

Como resultado, exatamente como crianças se vangloriando de suas coleções, suas brigas se transformaram em algo sério em tal situação, e hoje, Myuu e Shia finalmente se irritaram com elas.

Normalmente, Hajime seria aquele que pararia Yue, mas ele era quem estava recebendo a maior parte do dano com a discussão das duas. E agora, ele só poderia olhar para longe, como se isso não tivesse nenhuma relação com ele, para curar seu coração ferido.

(Tio): “Nn? O que é aquilo? Mestre, parece haver uma comoção às três horas”

Yue e Kaori estavam desesperadamente apelando dizendo que elas estavam se entendendo para melhorar o humor de Myuu, e Shia também estava acalmando Myuu com um sorriso sem graça. Hajime murmurava, “Eu não sou um chuuni”, com olhos vazios. Enquanto isso acontecia, inesperadamente, Tio que os observava com interesse chamou Hajime. Ela parecia ter descoberto algo do lado de fora da janela.

Hajime olhou para o lugar que Tio mencionou, uma enorme duna a sua direita. Lá, inúmeras Feras Mágicas parecidas com minhocas, 〈Minhocas de Areia〉[3] para ser mais preciso, se reuniam. Suas numerosas cabeças podiam ser vistas no topo da duna.

Essas 〈Minhocas de Areia tinham em média 20 metros, Feras Mágicas de larga escala, enquanto a maior delas tinha por volta de cem metros de comprimento. Elas viviam neste |Grande Deserto Guruyuen| e iriam normalmente se afundar no subterrâneo e atacar as presas em suas proximidades ao abrirem suas bocas enormes e repletas de presas debaixo da areia. Elas se especializavam em ataques surpresa devido à dificuldade em detectá-las e eram temidas pelas pessoas que cruzavam o enorme deserto como deuses da morte.

Felizmente, as 〈Minhocas de Areia não eram muitos perceptivas, assim, contanto que a pessoa não fosse tão azarada para acabar se aproximando delas por acidente, elas não iriam nem notar nem atacar alguém que estivesse distante. Assim sendo, podia se dizer que havia alguém que não era tão sortudo naquela duna, mas…

(Hajime): “??? Por que elas só estão se contorcendo?”

Isso mesmo, Tio não estaria com uma cara de dúvida e perguntaria a Hajime se fosse apenas algumas 〈Minhocas de Areia aparecendo. Com as habilidades de percepção de Hajime, ele teria notado qualquer ataque surpresa das 〈Minhocas de Areia, e eles seriam capazes de fugir do alcance do monstro com a velocidade do [Veículo de Quatro Rodas]. O que era anormal era o comportamento das 〈Minhocas de Areia; ao invés de estarem atacando alguém, elas estavam se contorcendo pelo local.

(Tio): “É como se, elas estivessem em dúvida se deveriam ou não comer, não é?”

(Hajime): “Bem, pelo que eu vejo, é isso mesmo, não?”

(Tio): “Esta não tem conhecimento deste lugar. Mas esses são devoradores de tudo, eles não deveriam estar hesitando em comer algo…”

Apesar de Tio ser uma pervertida masoquista, ela viveu muito mais do que Yue, e diferente da aprisionada Yue, seu conhecimento era muito vasto. Era por isso que ela possuía informação confiável sobre as Feras Mágicas. Para ela estar olhando com incerteza, algo extraordinário devia estar acontecendo.

Contudo, eles não tinham nenhuma razão para se envolveram com isso. Hajime decidiu ir para o mais longe possível sem confirmar ou se envolver com a situação.

E nesse momento…

(Hajime): “Kh!? Todas, se segurem!”

Hajime gritou e imediatamente acelerou o [Veículo de Quatro Rodas]. Na sequência, atrás do [Veículo de Quatro Rodas], começando com uma pequena parte de seu corpo aparecendo, uma figura gigantesca com a mesma cor que o deserto apareceu. Com sua boca aberta, era uma 〈Minhoca de Areia. Aparentemente, o grupo de Hajime também fazia parte dos azarados.

Hajime manobrou para a esquerda e para a direita, avançando pela areia em alta velocidade. Sob o [Veículo de Quatro Rodas] que desenhava a letra “S”, uma segunda e terceira 〈Minhoca de Areia apareceram.

(Kaori): “Kyaaaa!”

(Myuu): “Hiu!”

(Shia): “Wawawa!”

Na sequência dos gritos, estavam Kaori, Myuu e Shia. Recebendo a poderosa força centrífuga, Kaori se virou para trás, preocupada com Myuu no banco de trás. Mas seu equilíbrio ruiu e ela caiu no colo de Hajime com seu quadril no colo de Yue.

Piscando seus olhos, as bochechas de Kaori coraram, e do jeito que ela estava, ela se agarrou com força na cintura de Hajime. Sua posição era realmente muito ruim. Isso fez as bochechas de Hajime se apertaram. A propósito, a outra metade do corpo de Kaori estava esmagando Yue.

(Hajime): “Oi, Shira-… Kaori! O que você está fazendo em uma situação dessas!?”

(Kaori): “É perigoso! Uma situação perigosa! Então, eu só estou me segurando em Hajime-kun!”

(Yue): “… maldita seja Kaori. Mas me imobilizar, isso é… um ataque surpresa?”

Enquanto recebiam uma emboscada das 〈Minhocas de Areia, Kaori usou esta chance para abraçar Hajime. Yue estava dando tapas na bunda de Kaori, mas a aluna corada ainda estava se agarrando na cintura de Hajime, sem se mover.

Enquanto eles estavam assim, as três 〈Minhocas de Areia que apareceram com seus corpos fora da terra estavam encarando o [Veículo de Quatro Rodas] que desviou de todos os seus ataques. Desta vez, essas figuras gigantescas avançaram para atacar de cima.

Se fosse uma carruagem normal, tudo chegaria ao fim com esse ataque. Entretanto, esse era um Artefato criado com uma parte da alma de otaku de Hajime. Ele não estava com medo por ser visto como presa.

Aliás…

(Hajime): “Ah, esta é a primeira vez que eu estou usando ISTO!”

Dizendo isso, Hajime virou o [Veículo de Quatro Rodas] com uma derrapada, avançando de marcha à ré, ele usou sua magia e ativou as funcionalidades instaladas.

] CLANK! KA-THUNK! KA-THUNK! [

Ao mesmo tempo que o som mecânico soou, uma parte do capô do [Veículo de Quatro Rodas] se abriu e um braço com um conjunto de quatro foguetes apareceu. O braço se moveu como se estivesse procurando por sua presa, e quando ele se virou na direção das 〈Minhocas de Areia se aproximando, ] wooosh! [, tal efeito sonoro apareceu acompanhado das ogivas mortais soltando faíscas.

Brilhando em uma cor laranja, os foguetes entraram diretamente nas bocas abertas das 〈Minhocas de Areia e, depois de um momento, eles criaram enormes explosões enquanto destruíam as 〈Minhocas de Areia de dentro. O sangue carmesim e a carne dos monstros caíram como uma chuva e algumas partes se prenderam no para-brisa do [Veículo de Quatro Rodas] andando de marcha à ré.

(Hajime): “Uhee… Shia, não me diga que Myuu viu isso”

(Shia): “Eu já fiz aquiloooo. Anh! Myuu-chan, isso machucou? Mas por favor, aguente mais um pouco”

Hajime pediu a Shia para fazer isso no momento que os foguetes foram disparados contra as 〈Minhocas de Areia atacando porque o estímulo poderia ser forte demais para Myuu. Dessa forma, em sincronia com Hajime, Shia já estava abraçando Myuu com força em seu peito para que ela não visse o que estava acontecendo.

Contudo, talvez porque ela não pudesse respirar com seu rosto sendo enterrado nos peitos de Shia, Myuu tentou escapar e involuntariamente tocou uma parte do corpo de Shia. Automaticamente, Shia gemeu. Hajime decidiu que ele não ouviu nada.

No momento, apesar de Kaori estar se agarrando na cintura de Hajime, Yue foi finalmente capaz de arrumar seu cinto de segurança. Certamente essa não era uma situação em que ele poderia ser derrotado por seus próprios impulsos, mesmo que suas orelhas estivessem completamente vermelhas e seu rosto contraído.

(Kaori): “Des-deculpe-me Hajime-kun. Eu sinto muito. Que, que eu impulsivamente… não há nenhuma perversão nisso. É só que, só um pouco, eu apenas queria te abraçar…”

(Yue): “… então se tudo correr bem, você vai satisfazer Hajime dessa forma?”

(Kaori): “Un, então é isso… espere, não! Yue, não coloque palavras tão estranhas em minha boca. Eu não sou tão indecente quanto Yue”

(Yue): “… você diz que eu sou indecente… certamente, eu não posso rebater isso quando eu estou sozinha com Hajime”

(Hajime): “… garotas, por favor, calem-se já. Aliás, Yue, por favor, não fale sobre as atividades noturnas porque isso é embaraçoso”

Com as três 〈Minhocas de Areia destruídas pelos foguetes instalados no [Veículo de Quatro Rodas], Hajime intensificou seu olhar porque as 〈Minhocas de Areia na duna de antes podiam ser vistas se movendo devido ao som e o impacto da explosão.

Contudo, a seu lado, Kaori e Yue estavam conversando como de costume, o que reduziu sua tensão. Involuntariamente, ele as repreendeu por ele ficar envergonhado.

Em primeiro lugar, em sua mente, a Yue “noturna” era certamente indecente e, quando ele estava sozinho com ela, ele a via como uma pessoa muito erótica. Kaori, que parecia ter enxergado esse significado ao olhar para ele, estava com olhos cheios de lágrimas. Yue, com um sorriso provocante, estava olhando para Hajime enquanto lambia seus lábios. Kaori, que viu isso, soltou um fofo gemido. Inconscientemente, seu espírito de luta queimou ainda mais.

Do banco de trás, Shia disse, “Eu entendo seus sentimentos Kaori-san. Nós somos companheiras aqui”, enquanto acariciava o ombro de Kaori com olhos simpáticos.

Hajime as ignorou e moveu o [Veículo de Quatro Rodas] para cima de outra duna. Ele podia ver o grupo de 〈Minhocas de Areia debaixo do chão com suas partes inferiores ainda enterradas. Elas não escondiam nada enquanto se levantavam ligeiramente da areia. Elas deviam ter imaginado que tinham sido notadas pelo grupo de Hajime, então os monstros escolheram a velocidade ao invés de outro ataque surpresa.

Hajime guardou o lança-foguetes e ativou outra peça de seu armamento no lugar. O centro do capô se separou e uma máquina retangular apareceu de dentro. Em seguida, a caixa retangular estendeu seu cano com um som de, ] kashun! [, e ela se tornou um rifle parecido com [Schlagen].

Na sequência, faíscas vermelhas brilhantes saíram da [Schlagen] do [Veículo de Quatro Rodas]. Com seu braço ajustando o ângulo, ] DUuuoo!! [, veio um som estrondoso de tiro assim que uma linha cintilante atravessou o mundo marrom.

A bala, que foi disparada em alta velocidade, avançou enquanto levantava a areia no chão após o impacto e imponentemente criou uma tempestade de poeira. Na coluna de areia que se levantou exatamente como uma erupção havia, logicamente, muita areia colorida de carne e sangue vermelho.

[Schlagen] instalada no [Veículo de Quatro Rodas] continuou a disparar clarões vermelhos brilhantes, um após o outro. As 〈Minhocas de Areia que estavam caçando sua presa explodiram no chão e se tornaram pequenos pedaços de nutrição para o solo árido.

(Kaori): “Hajime-kun! Olhe ali!”

(Yue): “… uma pessoa branca?”

Quando a [Schlagen] do [Veículo de Quatro Rodas], que estava soltando fumaça branca, foi guardada, Kaori soltou uma voz de surpresa e apontou seu dedo. No lugar que Kaori apontava, assim como Yue murmurou, havia uma pessoa caída que estava envolta por roupas brancas. Era provavelmente aquele que as 〈Minhocas de Areia anteriores estavam observando. Contudo, com a distância, não se sabia o motivo para ele não ter sido devorado.

(Kaori): “Por favor Hajime-kun. Vamos para lá… eu sou uma ⌈Curandeira afinal”

Kaori olhou para Hajime, suplicando. Até Hajime estava interessado sobre o porquê aquela pessoa não ser atacada pelas Feras Mágicas do deserto em tal situação, então ele aceitou o pedido de Kaori. Era possível que a pessoa conhecesse um método ou um item capaz de manter as Feras Mágicas afastadas. E na realidade, havia um mineral chamado [Cristal Faeadren] que possuía esse efeito no |Mar de Árvores|. O cristal só tornava difícil para as Feras Mágicas se aproximarem, mas havia uma possibilidade de que itens ainda mais fortes existissem.

Assim, o [Veículo de Quatro Rodas] se aproximou do homem caído. A pessoa vestia roupas que eram parecidas com uma galabeya[4] (roupa egípcia) e usava um capuz que era grande o bastante para esconder seu rosto. Seu rosto não podia ser visto. Caindo de bruços, o capuz o escondia.

Saindo do [Veículo de Quatro Rodas], Kaori correu com pequenos passos em direção a pessoa caída.

(Kaori): “!!! Isto é…”

Quando o capuz foi retirado, o rosto de um homem podia ser visto, um rosto jovem que ainda estava na metade de seus vinte anos. Contudo, o que surpreendeu Kaori não foi nada além do estado do jovem homem. Com uma expressão angustiada, ele estava encharcado de suor, sua respiração estava irregular e seu pulso estava rápido.

Ele gerava um intenso calor por todo o seu corpo que podia ser sentido mesmo através de suas roupas. Além disso, veias de sangue podiam ser vistas como se elas estivessem sendo pressionadas de dentro de seu corpo e ele estava sangrando de seus olhos e nariz. Era obviamente uma situação anormal. Não era nem insolação nem algum tipo de resfriado.

Hajime ficou cauteloso com o jovem homem que parecia estar portando um vírus, mas ele decidiu ficar em silêncio e observar enquanto a especialista em cura o examinava. Kaori ativou ‖Infiltrar e Examinar. Usando |Poder Mágico para se infiltrar no corpo de outra pessoa, ela podia examinar o estado do alvo e o resultado poderia ser visto em sua [Placa de Status].

Com uma mão colocada no peito do jovem homem, a outra mão de Kaori estava segurando sua [Placa de Status] onde o resultado do exame foi exibido. O resultado foi…

(Kaori): “… |Poder Mágico fora de controle? Isso significa que o |Poder Mágico dentro do corpo dele está fora de controle por causa de veneno?”

(Hajime): “Kaori? Você descobriu algo?”

(Kaori): “Y-yeah, mas isto…”

Dizendo isso, Kaori mostrou o que estava exibido em sua [Placa de Status]

 

Concluindo assim, Kaori entoou sua ‖Magia de Cura‖Dez Mil Céus foi o que ela ativou. Era uma das ‖Magias de Cura de nível intermediário com o efeito de curar condições anormais. Era a magia usada para desfazer a petrificação de Suzu.(Kaori): “É só o meu palpite, mas ele deve ter bebido algo que resultou em seu |Poder Mágico ficando descontrolado… além disso, como ele não pode ser liberado, seu |Poder Mágico está pressionando o interior de seu corpo e seu corpo não pode suportar isso… se isto continuar, seus órgãos internos e vasos sanguíneos vão explodir. Também é possível que ele fique enfraquecido e morra devido à enorme quantidade de hemorragia… eu estou solicitando uma bênção neste lugar, ‖Dez Mil Céus

Contudo…

(Kaori): “… quase não houve mudanças… por quê? Para essa magia ser incapaz de curá-lo… isso quer dizer que muito tempo se passou?”

Aparentemente, ‖Dez Mil Céus não poderia curar o homem, ela só poderia adiar a progressão. Em seguida, talvez porque a pressão dentro de seu corpo, o jovem homem gemeu de dor. Seu sangramento não parou. No momento, como ela não tinha nenhum método de tratamento claro, Kaori apertou seus dentes e decidiu usar sua medida de emergência.

(Kaori): “Aqui eu declaro a luz da graça, aqui é meu reino, meu santuário que esmaga todo o mal conforme a minha vontade, ‖Solo Sagrado

‖Magia de Cura de alto nível do atributo da luz, ‖Solo Sagrado. Era uma magia que transferia o |Poder Mágico entre as pessoas dentro da área. Basicamente, ao transferir o |Poder Mágico da pessoa para um companheiro, essa pessoa iria temporariamente escapar do esgotamento de |Poder Mágico. Era uma magia que visava reforçar o alvo se ele/ela não tivesse |Poder Mágico suficiente para lançar uma magia poderosa.

Além disso, a magia não se limitava ao |Poder Mágico do usuário, então ela poderia transferir à força o |Poder Mágico de outra pessoa dentro da área de alcance. Ela possuía o mesmo princípio do ‖Drenar Magia. Contudo, ela precisava de muito mais tempo para extrair o |Poder Mágico de outra pessoa e era impossível extrair muito de uma vez. Este era o motivo para ela ser apenas uma “magia de alto nível”

Em primeiro lugar, isso só se tornou prático porque Kaori era capaz de ativar magia que originalmente precisaria de dez versos com apenas três versos de encantamento. Isso mostrava o quão capaz Kaori era.

A razão para ela usar esta magia no jovem homem sofrendo era obviamente para liberar o |Poder Mágico fora de controle que estava criando pressão dentro do corpo dele em direção ao exterior. Foi exibido na [Placa de Status] que o homem estava em um estado onde ele “não podia liberar |Poder Mágico para fora de seu corpo”, assim ela decidiu testar “se” isso poderia ser resolvido ao drenar à força dele usando magia de alto nível.

A luz branca pura se expandiu do centro do corpo do homem e luzes fugazes em forma de vagalumes se espalharam. Era uma cena misteriosa. Com seus olhos fechados, a aparência de Kaori, que colocou sua mão no peito do jovem homem enquanto se concentrava e era envolvida pela luz efêmera, era divina.

Kaori, quem facilmente ativou a magia de alto nível, fez com que as outras versadas em magia, Yue e Tio, involuntariamente soltassem vozes de admiração. Enquanto era segurada por Shia, Myuu observava Kaori com uma expressão encantada e murmurou, “Lindo…”.

Sem notar que suas novas companheiras ao seu redor estavam soltando vozes de admiração, Kaori colocou o |Poder Mágico extraído do homem no bracelete feito de [Cristal Divino] que ela recebeu de Hajime. Aparentemente, a força drenada pela magia de alto nível foi efetiva.

A propósito, o motivo para o item não ser um anel foi porque Hajime não queria repetir o mal-entendido do passado[5].

Gradualmente, a respiração do jovem homem ficou estável. A vermelhidão em seu corpo também desapareceu assim como o sangramento também foi interrompido. Depois de desativar ‖Solo Sagrado, Kaori ativou uma ‖Magia de Cura de nível iniciante, ‖Bênção, que curou os vasos sanguíneos do homem.

(Kaori): “Por enquanto… eu não acho que isso terá um efeito imediato já que não vejo nenhuma solução real para isso. Também há a possibilidade de uma morte lenta com a extração de |Poder Mágico, então eu só extrai até o nível onde a pressão dentro do corpo dele diminuísse. Se isto continuar, eu acho que a possibilidade de uma morte lenta devido a pressão de dentro de seu corpo ou da fadiga é… elevada. Eu também não me lembro de tal sintoma de quando estava estudando… Yue e Tio sabem algo sobre isso?”

Com o jovem homem fora de risco, Kaori estava um pouco aliviada, mas preocupada por não ser capaz de curá-lo completamente. Assim, ela perguntou a Yue e Tio cujo conhecimento era vasto. Os olhares das duas vagaram como se estivessem procurando algo dentro de suas memórias, mas não havia nenhuma resposta. No fim, essa se tornou uma situação onde eles não poderiam nem mesmo dizer se era uma doença com uma causa desconhecida.

(Hajime): “Kaori, só por segurança, tente nos examinar também. Afinal, também existe a possibilidade de que essa seja uma doença desconhecida que se espalha através de infecção pelo ar. Bom, não há necessidade de se preocupar se for apenas |Poder Mágico fora de controle”

(Kaori): “Un, você tem razão”

Concordando com as palavras de Hajime, Kaori examinou a todos e não encontrou nenhuma anormalidade. Dessa forma, como parecia que isso não infectou ninguém pela respiração, o grupo de Hajime colocou suas mãos nos peitos aliviados.

Quando eles fizeram isso, o jovem homem soltou um gemido e suas pálpebras tremeram. Assim, ele acordou. Lentamente abrindo seus olhos e então olhando ao seu redor, o jovem homem viu Kaori por perto, o observando com preocupação e disse, “Deusa? Entendo, então este é o pós-vida…”.

Em seguida, o homem começou a se animar por um motivo diferente e tentou encostar em Kaori apenas para ter seu estômago pisoteado por Hajime, que não escondia sua irritação pelos já irritantes calor e areia.

(Homem): “Ufffph!?”

(Kaori): “H-Hajime-kun!?”

Olhando de lado o homem gemendo, cujo corpo se curvou em um “<“, e Kaori, que soltou uma voz surpresa, Hajime começou a questioná-lo.

Hajime sabia que a roupa parecida com galabeya e o sobretudo vestido pelo jovem homem eram uma especialidade do |Ducado[6] de Ancadi| que estava localizado no maior oásis do |Grande Deserto Guruyuen|. Ele estudou isso como forma de escapar da realidade na época em que ele era chamado de “incompetente”. Se o jovem homem dissesse que um tipo de doença estava se espalhando em |Ancadi|, eles teriam que mudar seu destino devido ao atual estar em uma zona de perigo. Assim ele perguntou ao jovem homem.

Recuperando seus sentidos depois de ser pisoteado por Hajime, o homem nem mesmo olhou para o grupo de Hajime o cercando e encarou o objeto negro, piscando confuso. Depois de ouvir sobre as circunstâncias de Kaori e entender que o grupo de Hajime era seu benfeitor, ele curvou sua cabeça, os agradeceu e começou sua história.

Ouvindo a história do homem, “Aqueles Deuses estão nos pregando uma peça?”, Hajime estava olhando para o céu questionando o porquê os problemas sempre os seguirem onde quer que eles fossem.


Notas:

[1] Referência a Mobile Suit Gundam 00, a sétima versão da saga Gundam, produzida pelo estúdio Sunrise.

[2] Um Drive de Núcleo Gundam (GN Drive em inglês) é um poderoso sistema de energia utilizado em Mobile Suit Gundam 00 e criado para dar uma significativa vantagem em combate para um Mobile Suit.

[3] Uma Minhoca de Areia (Sandworm em inglês) é uma criatura fictícia que aparece no universo dos livros Duna, escrito por Frank Herbert. Minhocas de Areia são criaturas colossais parecidas com minhocas que vivem no planeta desértico Arrakis. Arrakis é a única fonte conhecida no universo da Melange, uma droga apreciada por suas propriedades medicinais e psicotrópicas. Os depósitos de Melange são encontrados nos mares de areia de Arrakis, onde as Minhocas de Areia vivem e caçam.

[4] O jellabiya, ou galabeya, é uma roupa tradicional no Egito dos nativos do Vale do Nilo. O mesmo termo é usado para se referir as roupas tradicionais sudanesas e eritreias, mas ambas têm aparências diferentes das populares vestimentas egípcias que são usadas por homens e mulheres e são muito mais coloridas.

[5] Hajime está se referindo aos eventos do capítulo 024, quando ele deu a Yue alguns cristais mágicos para ela abastecer seu Poder Mágico e ela pensou que isso era um pedido de casamento.

[6] Um ducado é um território, feudo, ou domínio governado por um Duque ou Duquesa. Alguns ducados foram soberanos em áreas que seriam reinos unificados somente durante a era moderna (como Alemanha e Itália). Em contrapartida, outros distritos foram subordinados desses reinos que unificaram, total ou parcialmente durante a era medieval (como Inglaterra, França e Espanha).


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