Mergulhar uma fortaleza inteira na escuridão, entregar todas as formigas dentro das celas. Tal coisa nunca tinha sido feita na história do Santuário, na história da Colônia.
A anônima estava agachado em um túnel profundo e escuro, imóvel. Logo, outra formiga se aproximou.
“Saudações, anônima.”
“Eu vejo você, sem nome.”
“Quais as palavras do Santuário?”
“Vinte e quatro horas até a Fortaleza escurecer.”
“Vamos em frente, então.”
“Claro. A missão está acima de tudo.”
“De acordo.”
Após trocarem sinais, as duas se separaram, a outra se afastando para se reconectar com suas irmãs, enquanto a sem nome permaneceu em seu posto, esperando o próximo membro do Santuário descer pela passagem.
Só que o que ela encontrou não era o que ela esperava.
Da escuridão ao seu redor, ela notou um pequeno tentáculo crescer, estendendo-se até a frente de seus olhos. Na presença da Sombra, o anônimo manteve-se perfeitamente imóvel, inundada de reverência.
O pequeno membro se mexeu várias vezes num gesto familiar. “Venha por aqui,” sinalizou.
A formiga não estava disposta a deixar seu posto, mas incapaz de negar a convocação da Sombra, ela a seguiu. Seguindo na direção indicada pelo minúsculo tentáculo, ela logo se viu correndo por uma passagem labiríntica até as entranhas do ninho.
Ela se perguntou o que a Sombra poderia estar pedindo por ela, algo a ver com a escuridão que se aproximava, ela tinha certeza. Esta foi a primeira vez que a Sombra teve uma participação tão direta nos assuntos do Santuário, quem sabia o que estava acontecendo na mente do Guardião?
Uma curva seguiu a outra, enquanto ela rastejava, até que finalmente emergiu, empurrando-se para a luz. Ela se viu em uma câmara grande e aberta, com uma entrada aberta no lado oposto de onde ela emergiu. Descansando dentro da câmara estava a maior formiga da Colônia.
“Ancião?” O anônimo disse em estado de choque.
A formiga gigante não se virou para encará-la, permanecendo de lado e bloqueando a visão da entrada do sem nome, mas ele sentiu um estranho poder tomar conta da área ao seu redor, pressionando-a para baixo e aliviando os feromônios.
Da carapaça do Ancião, a Sombra emergiu, estendendo seus membros em direção à formiga menor.
“Não deixe rastros,” ela sinalizou, “meu Mestre não está diretamente ligado ao Santuário, e nunca estará.”
A anônima recuperou o equilíbrio e abaixou a cabeça na subida. Claro, que tolice da parte dela! Ela não era mais uma nova recruta, ela sabia o quão importante era esconder todos os vestígios. Vestígios de feromônios podiam permanecer por dias, semanas!
“Estou aqui para servir,” o anônimo soltou.
A grande formiga moveu-se imperceptivelmente e os tentáculos continuaram a sinalizar.
“Meu Mestre está ciente de tudo o que acontece dentro do ninho, inclusive das atividades do Santuário. O Mestre compartilha sua frustração. O descuido, a imprudência, o egoísmo. Os generais ficam sem dormir, colocando suas tropas em risco, os médicos são levados ao limite, os batedores ficam maltrapilhos, os modeladores de núcleo ficam lutando por dias a fio. Toda a fortaleza está à beira do colapso.”
A sem nome sentiu a raiva surda que queimava em seu tórax voltar à vida.
‘Sim. SIM. A Colônia cuspiu ácido na sabedoria do Ancião, desviando os olhos da instrução que lhes serviu tão bem no passado.’
Todos dentro do Santuário sentiram isso, e agora ela sabia que o Ancião também sentia.
Ela ficou profundamente comovida.
“O Santuário deve ser preparado,” a Sombra assinou, “será uma tarefa monumental atender tantos convidados ao mesmo tempo, mas meu Mestre tem confiança em você. É desejo do meu Mestre que você concentre suas energias especificamente nesta tarefa. Deixe todas as preocupações relativas à defesa do ninho conosco.”
O anônimo ficou rígido, em estado de choque.
“Será que o Ancião defenderá toda a fortaleza sozinho?”
A Sombra se irritou e o sem nome acrescentou rapidamente: “com a ajuda dos três guardiões, é claro.”
Os tentáculos se contorceram por um momento antes de se acomodarem novamente.
“Como defendemos a fortaleza não é algo com que você precise se preocupar. Tenha certeza de que assim será, agora, devo pedir que você retorne ao Santuário e transmita esta mensagem.”
A sem nome se curvou e os tentáculos mergulharam em sua direção. Até as antenas do Ancião, aparentemente ainda em repouso, mergulharam um pouco mais em direção a ele. Cheio de admiração, o anônimo correu de volta ao Santuário, ansioso para transmitir a notícia importante.
O que ele tinha a dizer abalaria o Santuário até os alicerces!
Crinis observou a pequena formiga fugir, desaparecendo nos túneis escuros e escondidos do Santuário, carregando o trabalho da bênção do Ancião. Ela estava curiosa para saber por que seu Mestre se envolveu nessa situação, ele sabia sobre o Santuário, naturalmente, era algo que ela ajudou a colocar em ação, mas nunca seu Mestre se preocupou em se envolver.
[Mestre?] Ela perguntou.
[Sim, Crinis?] Veio a resposta, sonolenta.
[Eu só queria perguntar… por que você quis se envolver? Você está realmente irritado com as formigas por se recusarem a dormir como você mandou?]
Os irmãos do Mestre, ignorando as instruções transmitidas a eles por seu gracioso superior, encheram-na de fúria eterna e raiva sem fim, mas ela sabia que não era como ele. Muito tolerante.
A formiga gigante esticou aquelas pernas longas e segmentadas antes de relaxar novamente.
[Bem, a luta está indo bem sem mim, Solant está indo bem com seu treinamento e vocês três estão indo muito bem ao conseguir níveis… então estou ficando um pouco entediado. E eu tenho que dizer,] ele riu, [que isso vai ser HILÁRIO.]
…
Não aguento o Antônio KKKKKKKKK
HAHAHAHAHA, só deus sabe como ta a mente do palhaço
Um dos maiores medos de um psicólogo:
Um palhaço
Kkkkkkkkk muito bom kkkkkk