Chrysalis – Capítulo 411

[MORRAAA!] Crinis gritava enquanto continuava seu furioso ataque de tentáculos, que era igualado pela intensidade da flor sombria.

O conflito deles pareceu nada mais do que uma enorme pilha de cadarços se amarrando ativamente em nós. Essa interação tomou um rumo mais sombrio em segundos, quando os dois conjuntos de cadarços de repente estenderam farpas diferentes, mas igualmente selvagens, que começaram a se rasgar com fúria.

O túnel reverberava com o som de zumbidos e rasgões enquanto as duas criaturas das sombras começavam a se dilacerar. A carne de sombra era curiosamente flexível e não oferecia muita resistência à força de corte, e pedaços de ambos começam a se espalhar pelo chão.

[Crinis? Você está bem aí?!]

[MATAR! MORRA! MORRA! MORRAAAAA!] Era tudo o que recebia em resposta.

‘Santo Deus! Ela mergulhou direto, no fundo do poço!’

‘Eu preciso ajudar, não que eu ache que Crinis vá perder nesse confronto gelatina, mas quero garantir que ela não fique muito rasgada no processo.’

Ela já havia começado a criar tentáculos para substituir aqueles que foram perdidos e esses membros chicoteavam o ar para lutar ao lado de seus irmãos no grande emaranhado.

Da minha posição precária no teto, vi a flor da sombra estender seus membros como raízes pelo chão do túnel, enterrando-se no solo, mas também consegui ver a própria sombra da criatura se aprofundando em um preto mais escuro que a noite.

Naquele momento, eu usei meu novo e aprimorado distrito comercial para disparar meu produto escaldante no inimigo!

*POW!* *POW!* *POW!*

‘Você gosta de uma entrega expressa?’

O fluido ácido disparou pelo ar rápido o suficiente para produzir um assobio penetrante, e a flor, a menos de dez metros de mim, recuou como se tivesse sido atingida por pedras quando meus projéteis atingiram o alvo.

‘A essa velocidade, acho que o líquido parece bastante sólido, não havia pensado nisso.’

Embora menos salpicado do que o normal, fiquei feliz em notar que o ácido ainda grudava e ele começou a queimar a carne sombria da flor em um ritmo prodigioso.

*POW!* *POW!* *POW!*

‘Tem muito mais de onde isso veio, sua ofensiva rosa da morte!’

Realmente havia muito mais. Com todo o peso do meu novo sistema de produção lá atrás, meu ácido voltou a ser a arma potente que era quando nasci.

‘Ah, a saudade é real. Quando eu estava tão fraco que tudo o que via era uma ameaça e o combate à distância era meu único caminho viável para a vitória. As memórias, as memórias aterrorizantes e angustiantes, as coisas mudaram muito desde aqueles dias, graças a Gandalf.’

‘Por enquanto, vamos nos concentrar no que é realmente importante, apagar a fúria ardente que parece estar queimando dentro do coração da minha pobre monstruosidade mística de horror infinito.’

A flor não estava gostando do meu produto novo e aprimorado de forma alguma. Ela se contorcia de dor, com centenas de tentáculos se enrolando para protegê-la da minha ira.

‘Não vai conseguir, sua Crinis versão flor irritante. É muito mais difícil ficar longe de mim.’

Minhas pernas ainda estavam se esforçando para manter meu volume impressionante preso ao teto, mas fui capaz de correr para frente para me aproximar da criatura, e Crinis completou seu trabalho com as sombras. De repente, uma dúzia de membros farpados e vorazes se ergueram do chão e se agarraram à fera, rasgando avidamente sua carne.

Bem a tempo de aplicar minhas mandíbulas.

‘Mordida do Presságio!’

Um grande pedaço de resistência se esvaiu quando as mandíbulas negras de pesadelo se manifestaram diante de mim e cortam o ar. A carne das sombras não era a coisa mais difícil do mundo para começar, e diante de uma habilidade tão poderosa, os membros que se estendiam da flor foram cortados como cabelos presos em uma tesoura de barbeiro.

Uma quantidade francamente repugnante de membros caiu no chão e com um grito psíquico de alegria selvagem, Crinis avançou, com suas mandíbulas bem abertas para revelar o vazio cavernoso e escuro dentro.

‘Tenho que admitir, a Flor apresenta uma defesa valente. Tem uma quantidade notável de carne de sombra no tanque e, se não me engano, há algo de especial acontecendo com essas raízes.’

Lançando meu Sensor de Mana, minha suspeita foi confirmada. A criatura penetrou tentáculos profundamente no solo e estava sugando mana em um ritmo furioso, isso podia explicar sua prodigiosa capacidade de criar carne de sombras.

Se a criatura tivesse algum tipo de capacidade de converter mana em Carne Sombria em um ritmo acelerado, seria uma solução interessante para o problema que Crinis tentou resolver com sua Glândula Geradora de Carne Sombria.

‘Eu tenho que admitir, esta flor de sombra é um design interessante baseada na Gelatina original.’

‘Espere um segundo… Design?’

Desconfiado de repente, voltei meu olhar para a própria criatura, e um núcleo poderoso ardia dentro dela. Provavelmente não era um raro, mas empurrando os limites superiores do especial, com certeza.

‘Não consigo me livrar da sensação de que essa criatura é um pouco mais cuidadosamente montada do que a própria abordagem dispersa das masmorras.’

[Espera aí, Crinis!] Eu chamei.

Era tarde demais.

[COOOOOOOMIIIIIIIIIDAAAAAAAAAAAA!!!] Ela sibilava violentamente enquanto sua boca se abria.

O que vi então não era para olhos mortais.

O processo de uma gelatina consumindo outra era, digamos, o tipo de coisa que os deuses das trevas sussurraram entre si em seus clubes malignos e nefastos para fazer um ao outro tremer.

Foi alto. Foi uma bagunça. Não foi rápido.

Quando terminou, Tiny e eu ficamos olhando para a agora encolhida Crinis, que parecia estar se cobrindo com tentáculos para se proteger do que ela deve ter assumido ser nosso olhar crítico.

[Crinis…]

[Não olhe para mim!]

[…]

[Eu me desgracei!]

[Você não fez isso.]

[Eu perdi o controle!]

[Como se eu nunca tivesse perdido, e nem vamos mencionar Tiny.]

Tiny acenou com sua cabeça em concordância solene.

[Eu não sou digno de suas palavras, Mestre. Por favor, desconsidere este servo nojento.]

[Isso não é-]

Como uma onda distante que correu de um quilômetro para dentro da minha cabeça em um segundo, uma pressão maldita se formou dentro da minha cabeça e então explodiu na minha consciência com um *SNAP* audível.

[Caramba, isso é bem feito!]

[EU DIGO, SEU CRETINO! O QUE, EM NOME DE BOSH, VOCÊ FEZ AO MEU SERVO??]

O contato mental era poderoso, habilidoso e tão alto quanto uma sirene de nevoeiro explodindo num canal auditivo.

[Você não seria um Sophos, seria?]

[OH HO! ENTÃO VOCÊ SABE O QUE FEZ SEU ARROMBADO! EU VOU TIRAR SEU NÚCLEO E MOLDAR VOCÊ EM UM APOIO PARA OS PÉS! COMO VOCÊ OUSA! COMO OUSA, SENHOR!]

‘Talvez você não devesse ter deixado seu animal de estimação sozinho nos túneis se se importasse tanto?’

[EU POSSO LER ISSO, IMBECIL! VOCÊ NEM ME CONHECE! EU VOU ALIMENTAR VOCÊ COM MEU VERME E RIR. RIR, EU DIGO!]

‘Eu NÃO quero ser alimento para um desses vermes!’

[Espere um segundo! Alguma chance de você conhecer Formo? Viemos procurá-lo. Ele me conhece!]

[…]

‘Vamos, Formo. Por favor, não seja um recluso de quem ninguém nunca ouviu falar.’

[POR QUE VOCÊ NÃO DISSE LOGO? EU ESTOU INDO TE ENCONTRAR, VELHO MENINO! SEGURE!]

‘Obrigado, Formo. Obrigado por suas pernas enrugadas e a sua cabeça bulbosa e sem olhos.’