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Circle of Inevitability – Capítulo 398

Pão de Sangue de Humano

Alguns cidadãos de Trier ficaram curiosos e começaram a perguntar por aí o motivo da comoção, enquanto outros assistiam com excitação. Lumian não conseguia discernir quem estava realmente curtindo os resultados da brincadeira e quem estava simplesmente envolvido na diversão.

Isso era parte do folclore de Trier. Lumian acreditava que mesmo uma psiquiatra formidável e de alta sequência como Madame Susie não seria capaz de identificar a fonte da comoção, identificar o brincalhão ou distinguir a desorientação intencional dos espectadores inocentes.

Embora Lumian tivesse previsto isso, ele não conseguiu evitar um suspiro.

— Vocês, Trienenses…

“Não é de se espantar que a Reunião da Mentira tenha feito suas reuniões privadas aqui. Foi como um retorno ao lar.”

Lumian abandonou suas observações e casualmente viu um homem de meia-idade que estava usando pão de centeio para absorver o sangue deixado pelos condenados à morte. Ele esperou até que o homem corresse para uma saída do Grande Campo de Execução Rois antes de segui-lo silenciosamente.

Em um beco isolado e sem barricadas, Lumian deu alguns passos à frente, bloqueando o caminho do homem de meia-idade com uma camisa de linho esfarrapada.

Levantando a palma da mão esquerda enfaixada, Lumian perguntou, como se fosse um mafioso lançando um olhar condescendente a um cidadão comum.

— O que você tem aí?

O homem magro de meia-idade, com cabelos pretos curtos, respondeu timidamente: — É pão manchado com o sangue de condenados à morte.

— E qual é o propósito disso? — Lumian adotou o tom de um monstro curioso com um toque de intriga.

O medo do homem de meia-idade era palpável.

— E-Ele pode tratar doenças.

— Quem te disse que isso poderia tratar doenças? — Essa era a principal pergunta de Lumian.

O homem de meia-idade respondeu atordoado: — Ouvi isso de Guillaume, que mora do outro lado da rua. Ele disse que o filho de seu colega de trabalho melhorou depois de comer esse tipo de pão de sangue humano.

“O filho do vizinho de um colega de trabalho…” Lumian considerou isso nada mais que um rumor. Rastrear sua origem seria desafiador.

Ele estudou o homem de meia-idade segurando o pão manchado de sangue e perguntou com contemplação: — Alguém na sua família também está doente?

— Sim. — O homem de meia idade imediatamente pareceu oprimido e cheio de desespero.

Ele olhou para o pão manchado de sangue em sua mão, com um brilho de esperança em seus olhos.

Lumian permaneceu em silêncio por um momento antes de responder: — O que o médico disse?

O homem de meia-idade abaixou ligeiramente a cabeça, com o olhar fixo no pão de sangue.

— Ele disse que não há cura e que eu não tenho dinheiro…

Lumian não pressionou mais. Ele se virou silenciosamente, permitindo que o homem de meia-idade passasse pela barricada com seu pão encharcado de sangue e continuasse pelo beco isolado.

Ele se moveu lentamente, refazendo seus passos de volta para o Grande Campo de Execução Rois, e notou que o “mercado” ainda estava a todo vapor. Muitos cidadãos aproveitaram a situação para fazer piqueniques, cantar e dançar, transformando-a em uma reunião improvisada.

Lumian se escondeu atrás das árvores na orla da praça, sentou-se nas sombras e continuou a observar silenciosamente as pessoas entrando e saindo.

Com o passar do tempo, o movimentado “mercado” no campo de execução gradualmente se acalmou. O sol mergulhou abaixo do horizonte, lançando os arredores na escuridão.

Lumian permaneceu escondido, de olho nos cidadãos e vendedores que partiam. No entanto, não identificou nenhum indivíduo suspeito.

Com a chegada da noite escura, o Grande Campo de Execução Rois estava deserto, banhado pela luz assustadora da lua carmesim. Lumian levantou-se lentamente, preparando-se para partir.

De repente, ele avistou uma figura escura saltando sobre a cerca lateral e se infiltrando rapidamente no local da execução.

Lumian congelou e se escondeu ainda mais nas sombras da árvore.

A figura esbelta, adornada com uma cartola, seguiu para a área onde os condenados à morte encontraram seu fim. Ele se ajoelhou, estendeu a mão e coletou o solo manchado com o sangue deles.

“Será que essa pessoa também acredita nas propriedades curativas do sangue de condenados à morte? Suas ações e agilidade sugerem que ele pode ser um Beyonder…” Lumian observou silenciosamente a pessoa misteriosa.

Em pouco tempo, a pessoa alta e magra de cartola se endireitou, segurando um monte de terra encharcada de sangue.

Em vez de deixar imediatamente o local de execução de Rois, ele se aventurou mais fundo, indo em direção à forca.

Sob o luar carmesim, a pessoa enterrou o solo manchado de sangue sob a forca. Ele parecia examinar as plantas que cresciam ali, como se procurasse por algo.

Na cidade de Trocadéro, dentro da Cafeteria da Casa Vermelha com seu vibrante telhado em forma de cogumelo,

Franca, exibindo cabelos pretos, olhos castanhos e trajes de caça, fez seu pedido de jantar: carne temperada com sal grosso, vinho tinto, batatas fritas, omelete de Feysac, sopa de codorna com algumas fatias de presunto.

Mais cedo naquela tarde, ela havia se envolvido em uma conversa animada com um grupo de mulheres e podia sentir a saudade e o desejo em seus olhos.

Ao mesmo tempo, sentiu que alguém a observava secretamente, o que a levou a ficar até o anoitecer.

Quando Franca estava quase terminando o jantar, uma mulher desceu do segundo andar.

Era a Demônia que havia seguido Franca anteriormente. Hoje, seu longo cabelo vermelho-alaranjado caía em cascata pelas costas, e ela usava uma camisa branca masculina, macacão marrom e botas marrom-escuras que acentuavam sua figura perfeita. Sua aparência era requintada e limpa, com uma aura que era pura e levemente selvagem.

Sem hesitar, a mulher, provavelmente membro da Seita da Demônia, caminhou direto em direção a Franca, puxou uma cadeira e sentou-se em frente a ela.

Franca avaliou deliberadamente a aparência e a figura da Demônia com um olhar masculino. Ela sorriu e observou enquanto a mulher se sentava, esperando que ela falasse.

— Por que você está aqui de novo? — a Demônia de cabelos ruivos e alaranjados perguntou, estudando Franca atentamente.

Franca sorriu e respondeu: — O vinho Trocadéro é meu vinho favorito. O cenário e a atmosfera aqui são bem atraentes.

Percebendo a descrença da Demônia, Franca acrescentou com um sorriso malicioso: — Além disso, ouvi dizer que…

Ela baixou a voz e insinuou: — Há orgias femininas aqui.

Os olhos da Demônia com longos cabelos ruivos alaranjados piscaram.

— Quem te disse isso?

Franca olhou para o rosto da Demônia e disse provocativamente: — Uma vez, encontrei um ninfomaníaco que tentou me emboscar, mas eu o controlei. Ele alegou ser um membro periférico de uma organização chamada Sociedade da Felicidade. Os membros principais dessa organização são lésbicas, e elas estão tentando se conectar com participantes das orgias femininas no Cafeteria da Casa Vermelha, procurando recrutar novos membros.

Franca não tinha certeza se a Seita da Demônia tinha algum vínculo com a Sociedade da Felicidade. Afinal, não era inconcebível que organizações que adoravam deuses malignos formassem alianças até certo ponto, semelhante a como Hugues Artois tinha vários hereges sob sua influência. Portanto, ela “confessou” essa informação para avaliar a reação da pessoa sentada à sua frente.

Enquanto falava, ela se preparava para qualquer possível ataque surpresa.

A expressão da Demônia com longos cabelos ruivos alaranjados mudou ligeiramente, tornando-se mais séria.

A hostilidade e a cautela em seus olhos diminuíram, mas havia uma clara sensação de repulsa.

“Oh, ela vê as participantes dessas reuniões femininas como suas amantes e não está disposta a me deixar, possivelmente um homem, perto delas?” Franca não conseguiu evitar imitar o tom de Lumian interiormente e provocá-la de brincadeira.

Ela tinha quase certeza de que a outra parte nunca tinha ouvido falar da Sociedade da Felicidade, mas havia detectado alguns sinais.

A Demônia sentada em frente a Franca mergulhou em pensamentos profundos, parecendo considerar um possível problema.

Depois de mais de dez segundos, ela inconscientemente jogou para trás seu longo cabelo ruivo alaranjado e perguntou cautelosamente: — Você está aqui para investigar a Sociedade da Felicidade ou está interessada em se juntar à orgia?

A risada de Franca atraiu olhares atônitos dos clientes ao redor, que ficaram claramente surpresos com sua expressão deslumbrante.

— Ambos, — Franca respondeu, encontrando os olhos vermelho-alaranjados da Demônia. — Mas se eu tivesse que escolher, eu preferiria ir à orgia. Como pessoas como nós podem resistir a uma festa tão tentadora? Você não concorda?

Dessa forma, Franca sutilmente indicou que havia deduzido que a outra pessoa também era uma Demônia e provavelmente um ex-Assassino.

Ela também mencionou sua própria história como homem para impedir qualquer ataque repentino.

A Demônia, agora vestida de homem, pareceu resistir a essa ideia, mas permaneceu em silêncio, claramente cativada pela presença e aura de Franca.

Inclinando-se para frente, Franca perguntou em um tom mais masculino: — Como devo chamá-la?

A Demônia hesitou brevemente antes de responder sombriamente: — Eu sou Browns Sauron. E você?

“Sauron… Outro membro da família Sauron?” Franca de repente se lembrou de que a missão recente de Lumian sob a Ordem da Cruz de Ferro e Sangue envolvia interações com membros da família Sauron.

Ela não escondeu seu verdadeiro nome e sorriu. — Franca Roland.

Browns Sauron soltou um suspiro silencioso e continuou, — Nosso grupo dá grande importância à privacidade e segurança de todos os membros. Não podemos permitir que indivíduos problemáticos se juntem. Se você estiver realmente interessada, precisará passar por uma auditoria.

Franca não se importou nem um pouco. Ela brincou com os botões da camisa e perguntou com um sorriso,

— Então, por onde devemos começar essa auditoria?

Distrito prisional, Grande Campo de Execução Rois.

Sob o luar carmesim, a figura alta e esguia de cartola desenterrou cuidadosamente alguns punhados de ervas daninhas do chão abaixo da forca.

As raízes dessas ervas daninhas emitiam um brilho vermelho-sangue assustador, parecendo especialmente sobrenatural sob a luz fraca da lua.

Essa pessoa tinha uma ponte nasal proeminente, pele clara e cabelos pretos de comprimento médio impecavelmente penteados. Seus olhos eram de um tom marcante de vermelho, e ele possuía um certo charme andrógino.

Vestido com uma camisa branca, uma gravata borboleta vermelha vibrante e um terno preto elegante, ele olhou com fascinação para as ervas daninhas peculiares em sua mão. Ele estava prestes a se levantar para deixar o local da execução.

Entretanto, naquele exato momento, uma curiosa voz masculina quebrou o silêncio.

— O que você está cavando?

A figura esguia, que estava agachada sob a forca, olhou para cima com espanto. Para sua surpresa, ele percebeu que, em algum ponto imperceptível no tempo, uma figura havia se materializado diante dele, olhando para baixo com um olhar penetrante.

Este recém-chegado tinha cabelos loiros e olhos azuis como lagos serenos. Ele vestia uma camisa branca simples e um colete preto, dando-lhe uma aparência jovem e refrescante.

“Como ele conseguiu se aproximar de mim sem ser detectado? Não senti nenhum cheiro ou movimento!” O coração da pessoa esguia disparou com alarme e trepidação.

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