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Circle of Inevitability – Capítulo 601

Paciente Estranho

Tarde da noite, em meio a outra rodada de aplausos por um truque de mágica, Lumian bebeu o vinho cristalizado que tinha na mão e saiu do bar com um sorriso malicioso.

Ele já conseguia imaginar Aurore — se ela estivesse por perto — zombando: — Você é tão idiota. Você está realmente usando a autoridade e o poder do Governador do Mar para fazer um truque de mágica. Enganando aqueles bêbados com a coisa real. Essa é sua brincadeira? Você com certeza está se divertindo muito.

Lumian respondeu silenciosamente, “Ser capaz de utilizar superpoderes e a autoridade do Governador do Mar para tais assuntos, em vez de em batalha, deveria ser o que você deseja, certo? Não é essa a alegria e o futuro que você ansiava?”

No corredor, iluminado por luminárias de parede de querosene, Lumian pisou no chão que rangia, voltando para a suíte de primeira classe em um ambiente silencioso e vazio.

Roncos e gemidos ocasionalmente penetravam nas paredes de ambos os lados. Perto das escadas, um quarto estava aberto, refletindo a fraca luz amarela do fogo.

Quando Lumian passou, virou a cabeça e observou o Emblema Sagrado da Vida, representando a Mãe Terra, gravado na parede no fundo do quarto. Ele retratava uma criança simples em meio a espigas de trigo, flores, água de nascente e outros símbolos.

Em frente ao Emblema Sagrado da Vida estava um homem com uma túnica marrom de clérigo. Ele tinha menos de 30 anos, sobrancelhas limpas e uma barba castanha clara. Segurando um livro grosso, ele pregou para os homens e mulheres sentados em diferentes partes do quarto.

Lumian sabia que esta era uma sala de oração, semelhante a uma pequena catedral móvel com um clérigo dedicado no comando. Comum em países que acreditavam em apenas uma divindade, seja em navios de longa distância ou locomotivas a vapor, eles consideravam a necessidade de os fiéis orarem silenciosamente e ouvirem os ensinamentos.

Lumian, que já conseguia entender escocês, memorizou as palavras: — O abraço precioso da vida, a graça da colheita. — Retraindo o olhar, ele entrou no corredor, subindo as escadas passo a passo.

Simultaneamente, Lugano, tendo acabado de atender ao jantar de Ludwig, ouviu uma batida na porta.

— Quem é? — Lugano ficou surpreso e intrigado.

Este não poderia ser seu empregador. Ele possuía a chave e simplesmente abriria a porta.

Além disso, eram quase 23h. Quem viria me visitar a uma hora dessas?

“Será que uma mulher ouviu minha ostentação no convés, acreditou em mim e veio compartilhar uma noite agradável?”

Quando Lugano começou a se entregar às fantasias, ele ouviu uma voz masculina fraca.

— Estou aqui para ver o Dr. Lugano.

“Procurando um médico…” Lugano não conseguiu deixar de franzir a testa, mas mesmo assim abriu a porta.

Do lado de fora, estava um homem envolto em um grosso casaco tweed, um forte contraste com a camisa de linho e as calças finas de Lugano.

Lugano examinou o visitante.

— Eu sou Lugano. O que houve?

O rosto do homem era pálido, seus olhos escuros, revelando pouca vitalidade. Embora jovem, com pouco mais de vinte anos, ele exalava uma aura sem vida.

O homem respirou fundo e disse fracamente: — Você pode me chamar de Enio. Ouvi dizer que você ajudou várias pessoas no convés a descobrir a verdadeira causa de suas doenças e melhorou rapidamente suas condições. Quero que você me trate.

— Tenho dinheiro para pagar a consulta.

Observando a aparência doentia do sujeito, Lugano suspirou e respondeu: — Entre. Fale baixo. Como você sabe, sou médico particular de uma pessoa proeminente. Ele não gosta que estranhos o incomodem.

Assim que Enio se acomodou no sofá, Lugano, por hábito, perguntou sobre sua condição para esconder seu posterior diagnóstico místico.

— O que há de errado com seu corpo?

Enio fez uma pausa por um momento antes de dizer: — Desde meio mês atrás, fiquei sensível ao frio e fraco. Sem apetite. Nariz escorrendo, tosse repetida, e minha condição está piorando.

— Mm… — Lugano assentiu, levantando a mão direita e batendo na testa, como se contemplasse o significado da narrativa do paciente.

Na realidade, ele aproveitou a oportunidade para ativar sua Visão Espiritual, preparando-se para discernir a doença do outro pela cor, brilho e espessura de seu Corpo Etéreo.

Com um olhar rápido, Lugano quase pulou para fora da pele.

“O paciente sentado na minha frente ainda está vivo?”

Aos olhos de Lugano, o brilho outrora branco que envolvia o Corpo Etéreo de Enio, significando equilíbrio geral, havia se tornado um sombrio preto-acinzentado. Era uma indicação terrível de sua doença grave, oscilando à beira da morte.

No entanto, não foi essa revelação que deixou Lugano chocado e perplexo. O que realmente lhe causou arrepios foi: o brilho laranja, simbolizando a saúde da excreção, desintoxicação e outros órgãos vitais, havia diminuído para a escuridão completa. Nenhum vestígio de brilho permaneceu, sinalizando a cessação completa de suas funções!

Da mesma forma, o tom amarelo que representa o sistema digestivo, o verde que indica o coração e o sistema regulador, e o azul que denota a garganta e parte do sistema nervoso, todos ficaram opacos e perderam seu brilho.

Os tons restantes de Enio eram vermelho em seus membros e roxo na superfície de sua cabeça.

O que esse “diagnóstico” implica?

Isso significava que Enio era uma pessoa com um coração silencioso, um estômago dormente e órgãos internos que haviam abandonado suas funções. No entanto, ele ainda conseguia pensar, se mover e falar!

“Filho da puta, de onde surgiu essa monstruosidade!” Lugano, diante de um “paciente” sem precedentes, xingou interiormente, seu corpo tremendo levemente.

Ele temia o momento em que o outro pudesse inesperadamente dizer: — Doutor, estou com frio. Empreste-me sua pele. Doutor, estou com fome. Empreste-me seu estômago e intestinos…

Percebendo o silêncio de Lugano, Enio perguntou ansiosamente: — Doutor, de que doença estou sofrendo?

“Doença?” Lugano murmurou para si mesmo urgentemente, “Saia dessa! Seu coração parou de bater; a ausência de sangue fluindo naturalmente traz uma sensação de arrepios!”

“Aqueles com estômagos inativos certamente não terão muito apetite!”

Enquanto esses pensamentos corriam por sua mente, Lugano ponderou por um momento e declarou:

— Sua condição é grave. Preciso de mais análises e observações para tirar conclusões. Você pode me visitar amanhã de manhã?

— Antes disso, preciso tirar um pouco do seu sangue para pesquisa.

— Sem problemas. — Apesar da falta de confiança de Enio em Lugano, ele estendeu a mão direita com a mentalidade de que tentar algo era melhor do que nada.

Armado com as ferramentas necessárias, Lugano extraiu um pouco de sangue do corpo de Enio usando uma agulha, mangueira de borracha e um frasco de vidro para coleta de sangue. Apesar da tonalidade escurecida, ele notou uma vitalidade básica ainda presente. Posteriormente, ele ouviu os batimentos cardíacos fracos de Enio, mas existentes.

“Curioso…” Lugano aproveitou a oportunidade da consulta e da prescrição para sutilmente lançar uma luz tênue sobre a palma da mão, proporcionando a Enio um tratamento simples.

O ânimo de Enio melhorou e uma aparência de força retornou.

— Obrigado, Doutor. Sua massagem e remédio são eficazes. Agradeço! — Enio deixou a suíte com uma expressão alegre.

Nenhum dos médicos anteriores que ele havia consultado havia feito a menor melhora em sua condição. Desta vez, ele pretendia zarpar para o sul, pegar uma locomotiva a vapor para a sede da Igreja da Mãe Terra para tratamento.

Incomodado, Lugano observou Enio sair. Logo depois, seu empregador retornou.

Ele rapidamente relatou o encontro a Lumian, concluindo com, — Eu peguei o sangue dele. Você pode encontrar alguém para adivinhar a verdade?

— Adivinhação? — Lumian riu enquanto recebia a garrafa cheia de sangue e batia no quarto de Ludwig.

— Tome um gole e veja que conhecimento você pode obter. — Lumian entregou a garrafa a Ludwig, garantindo que nenhuma via de exploração escapasse.

A expressão de Ludwig permaneceu estoica, como se estivesse tomando leite antes de dormir. Ele bebeu o líquido sem pestanejar.

Lugano ficou perplexo, seus olhos refletiam surpresa e confusão.

Após provar o sangue, Ludwig falou em um ritmo adequado: — Estômago ausente, intestino delgado e grosso ausentes, pulmões ausentes, fígado e pâncreas ausentes…

— É semelhante a uma pessoa falecida que depende de forças místicas para persistir…

— Ele não vai durar uma semana…

“O qu…” Lugano ficou surpreso que Ludwig não só bebeu sangue humano, mas também fez julgamentos sombrios com uma cara séria. Ele também ficou chocado ao saber que Enio realmente não tinha esses órgãos.

Inicialmente, ele acreditava que era apenas uma perda de função correspondente.

Segundo Ludwig, Enio não era essencialmente um homem morto?

No que ele havia tropeçado?

— O que devemos fazer? — Lugano virou-se para Lumian.

Lumian não conseguiu deixar de rir baixinho.

— O que podemos fazer? Localize o capitão, o supervisor de segurança do navio ou o padre na sala de orações e relate esse assunto. Eles cuidarão disso.

Lugano assentiu e perguntou timidamente: — Mas isso não vai me expor como um Beyonder?

— Diga a eles que você é o servo de Louis Berry — Lumian aconselhou calmamente.

— Tudo bem. — Lugano estava bem em ser um servo. Depois de pensar um momento, ele perguntou, perplexo: — Você ouviu algum som estranho à noite? Às vezes ouço um bebê chorando.

— Bebê? — Lumian perguntou, balançando a cabeça. — Eu não ouvi.

Lugano ponderou em voz alta: — Há um bebê chorando neste andar?

Então, ele olhou para Lumian.

— Devo ir procurar o capitão agora?

Os olhos de Lumian brilharam quando ele sorriu e disse: — Amanhã de manhã.

— Tudo bem — Lugano concordou sem hesitar.

Ele preferiu esperar pelo amanhecer e pela luz do sol antes de abordar um assunto tão peculiar. Reportá-lo à noite o fez sentir um evento iminente e inesperado.

O sol proporcionava uma sensação reconfortante de segurança!

Lumian não questionou nem deu mais conselhos. Ele entrou no quarto, se refrescou e foi dormir.

No entanto, o sono o iludiu. Em vez disso, ele semicerrou os olhos, antecipando algo.

Após um período indeterminado, Lumian ouviu um leve rangido.

A porta de um dos quartos abriu-se suavemente.

Lumian sentou-se rapidamente, aproximando-se silenciosamente da porta e abrindo-a.

Ele viu uma pessoa saindo calmamente do quarto de Lugano.

Era Lugano, vestido com uma camisa de linho. Seus olhos estavam abertos, mas estranhamente vagos e desfocados, seu rosto desprovido de expressão.

Como se estivesse sonâmbulo, Lugano foi até a porta da suíte.

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