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Circle of Inevitability – Capítulo 607

Cheiro de Comida

“Ele está carregando uma criança?”

“Uma criança invisível?”

“O chamado Filho de Deus?”

Assustado pela associação, Lugano tentou fechar a porta rapidamente antes que o padre percebesse, como se tivesse entrado no quarto errado. Ele saiu sem fazer barulho.

De repente, a voz do Padre Montserrat ecoou no ar.

— Você está aqui para orar?

Os olhos de Lugano se estreitaram e, como um gato selvagem assustado, ele rapidamente se virou e correu em direção à escada.

Tudo o que ele conseguia pensar naquele momento era em seu formidável empregador!

No entanto, o que encontrou seus olhos foi escuridão total. Nenhuma escada com piso de madeira à vista.

Nas sombras, grupos de ervas daninhas pretas como breu, com trigo viçoso, balançavam em um silêncio assustador.

O corpo de Lugano ficou tenso, incerto sobre o desconhecido que o esperava naquele abismo de escuridão.

— Por que você correu? — As ervas daninhas se separaram, revelando o Padre Montserrat, segurando um bebê invisível. Atrás dele, um carvalho ilusório e anormalmente grande se erguia alto.

Ao lado das ervas daninhas, o carvalho estava coberto de crescimentos anormais, formando um Emblema Sagrado da Vida assustadoramente simples e ameaçador.

Quando o padre Montserrat, vestido com um uniforme marrom de padre, apareceu a menos de três metros de distância, Lugano engoliu em seco e deu uma desculpa esfarrapada.

— Está tarde. Eu não queria te incomodar.

O Padre Montserrat permaneceu segurando um bebê com seus braços, sorrindo levemente.

— O que você viu?

Todos os pelos do pescoço de Lugano se arrepiaram, e suor frio brotou em suas costas.

Lutando, Lugano apontou para o abraço vazio do Padre Montserrat, perguntando com dificuldade: — Por que você está fazendo isso?

O Padre Montserrat respondeu com um tom significativo: — Somos todos filhos da Mãe.

Lugano não se atreveu a aprofundar mais e assentiu repetidamente.

— Sim, sim, sim. Somos todos filhos da Mãe.

O Padre Montserrat não permitiu que ele navegasse com platitudes. Ele deliberadamente acrescentou,

— O filho da Grande Mãe.

“Grande Mãe…” Embora Lugano tivesse antecipado esta resposta, seu coração quase pulou uma batida, e sua mente ficou em branco ao ouvi-la.

Vendo que o Padre Montserrat havia deixado isso explícito, Lugano não teve outra escolha senão perguntar:

— Você não é… você não é um seguidor da Mãe Terra?

O Padre Montserrat não sentiu remorso por trair a Igreja da Mãe Terra. Ele manteve um sorriso caloroso e explicou: — A Mãe Terra é uma faceta da Grande Mãe, uma projeção. Neste papel, ela zela pelas terras e pelas crianças que se afastaram do abraço da Mãe.

Gulp… Lugano engoliu instintivamente, incerto sobre como enfrentar o Padre Montserrat.

Tendo se filiado à Igreja da Mãe Terra há apenas um dia e assistido apenas a dois sermões, ele não tinha conhecimento teológico profundo para desafiar tais hereges.

Ele poderia, é claro, negar completamente. Afinal, a explicação de Montserrat soou ameaçadora. Se as palavras do padre fossem verdadeiras, com os recursos e facções da Igreja Mãe Terra, o chamado Filho de Deus já deveria ter nascido no mundo real, e a Grande Mãe teria retornado. No entanto, isso não aconteceu.

O cenário atual e a pressão invisível silenciaram Lugano, que se absteve de negação total.

E se ele enfurecesse completamente o Padre Montserrat?

O Padre Montserrat continuou: — Todas as criaturas neste mundo são filhos da Grande Mãe. Alguns foram concebidos por ela, alguns são descendentes dessas divindades, e alguns, como você e eu, foram diretamente transformados da carne e do sangue da Grande Mãe. Compartilhamos a conexão mais forte com ela!

Internamente, Lugano não conseguiu evitar de retrucar, “Eu nasci da minha mãe, não da transformação da carne e do sangue da Grande Mãe…” No entanto, seu sorriso permaneceu, mais careta do que alegre.

— Você não acha os crentes da Grande Mãe sinistros e aterrorizantes?

O Padre Montserrat sorriu e tranquilizou: — Não há necessidade de temer o retorno da Grande Mãe. Como uma mãe pode odiar seu filho?

— Você pode não saber, mas há muitos mundos além do nosso. As criaturas nesses lugares florescem sob a vigilância da Grande Mãe, reproduzindo-se e crescendo constantemente. Nunca ouvi falar de nenhuma espécie sendo erradicada. Em vez disso, seus números estão aumentando.

— Além disso, é a Grande Mãe que nos concedeu a vida. É prerrogativa dela reivindicar a vida que ela nos concedeu. Devemos cooperar de bom grado.

“Coopere meu traseiro, seu filho de uma porca!” Lugano não estava convencido. De repente, ele sacou seu revólver escondido e disparou dois tiros no Padre Montserrat.

Sem confirmar a eficácia dos tiros, ele rapidamente se virou e correu em direção à extensão escura cheia de ervas daninhas pretas.

Embora o destino nas profundezas escuras fosse desconhecido, talvez abrigando grande perigo, ficar ali parecia ainda mais perigoso!

— Buuááá!

De repente, Lugano ouviu um choro quase etéreo de uma criança.

Era exatamente o mesmo som que ele já tinha ouvido diversas vezes antes.

A expressão de Lugano congelou e seu passo diminuiu enquanto ele corria.

Seus olhos gradualmente se encheram de vazio, e ele se virou. Passo a passo, ele se aproximou do Padre Montserrat, que abraçava um bebê invisível, e o ilusório e colossal carvalho.

— Essa é a nossa mãe…

— A mãe que nos deu a vida…

— Ela está disposta a aceitar qualquer um que se arrependa, cada criança que volte para casa…

— Se ela quer retomar a vida que nos concedeu, então deixe-a. Ela tem a prerrogativa de retirar o que nos deu…

Ao ouvir a voz anormalmente etérea, mas aparentemente próxima, do Padre Montserrat, Lugano gradualmente desenvolveu uma aceitação forte e sincera.

“Sim, essa é minha mãe…”

“Por que ela me machucaria?”

“Ela pode pegar de volta o que ela deu…”

Lugano andou cada vez mais rápido até ficar ao lado do Padre Montserrat.

Instantaneamente, ele sentiu calor e alívio. Era o cheiro do abraço de uma mãe.

Gradualmente, ele sentiu uma sensação de umidade indescritível, como se um gatinho estivesse sendo lambido por uma gata.

“Que reconfortante…” Lugano semicerrou os olhos.

Naquele momento, ele ouviu a canção infantil favorita de sua mãe atrás dele.

“Por que a mamãe está atrás de mim? Ela não deveria estar na frente?” Lugano se perguntou vagamente.

Então, ele ouviu sua mãe gritando atrás dele: — Não vá!

— Não avance!

— Perigo!

“Não ultrapasse… Não avance… Perigo…” Lugano estremeceu, seus olhos vazios recuperando um certo vigor.

Ele viu onde estava — o colossal carvalho ilusório e pétalas de carne úmidas, quentes e contorcidas brotando dele. Metade de seu corpo já estava envolto nas pétalas de carne, lentamente puxando para dentro.

Este era o abraço maternal que ele acabara de vivenciar.

As pupilas de Lugano dilataram-se e um arrepio percorreu sua espinha, fazendo seus cabelos ficarem em pé.

Ele exerceu força contra a carne coberta de líquido viscoso com ambas as mãos, afastando-a rapidamente.

O padre Montserrat, abraçando um bebê invisível, apareceu ao lado de Lugano, com um sorriso caloroso.

— Retorne. Retorne ao abraço da Mãe e reverta à nossa forma original.

O desespero tomou conta de Lugano.

Ele queria confrontar o padre, mas, infelizmente, tendo consumido duas poções — Plantador e Médico — ele percebeu que, além de força e proficiência aprimoradas com ferramentas agrícolas e um bisturi, ele não tinha poderes Beyonder diretamente aplicáveis ​​em combate. Esses poderes incluíam prever o clima, identificar e nutrir sementes, tratar doenças, curar feridas, costurar almas, conceder vida ou possuir habilidades cirúrgicas excepcionais.

No passado, Lugano contava com as técnicas de combate e pontaria aprendidas como caçador de recompensas para se equiparar à força e às armas de fogo de um Plantador.

No entanto, não resistir em um momento como esse significava morte certa. Lugano, um aventureiro com histórico de matança, enfrentou imenso medo enquanto atirava no Padre Montserrat e sacava um bisturi afiado.

Na suíte de primeira classe de Lumian, ainda entretido no livro didático de dutanês sob a luminária de parede de querosene, ele ouviu uma batida na porta.

Perplexo, ele se levantou, abriu a porta e encontrou Ludwig.

Ludwig, vestido com pijama xadrez branco-acinzentado e calças, falou gravemente:

— Lugano sofreu um acidente. Apresse-se e salve-o.

“Um acidente?” Lumian arqueou as sobrancelhas.

Sabendo que Lugano ainda podia ouvir o choro do bebê, Lumian discretamente aumentou sua vigilância e atenção sobre o servo, inclusive agora.

“Mas como poderia ocorrer um acidente quando Lugano entrou na sala de oração da Igreja Mãe Terra?”

Ludwig continuou: — Não consegui sentir seu cheiro depois que ele entrou na sala de oração.

— Que cheiro? — Lumian perguntou casualmente, já formando uma vaga suspeita.

Ludwig respondeu com indiferença: — O cheiro da comida.

Lumian esticou o pescoço e os pulsos, olhando Ludwig pensativamente.

— Você cheirou o cheiro dele deliberadamente.

As bochechas rechonchudas de Ludwig exibiam uma expressão que dizia: — O que há de tão estranho nisso?

— Se ele morrer e você estiver ocupado em outro lugar, quem me ajudará a reunir comida?

— Esse é um ponto válido. — Lumian sorriu.

Na escuridão, envolto em ervas daninhas pretas, o bisturi de Lugano cortou o ar enquanto ele tentava atingir o Padre Montserrat.

— Buuááá

O choro do bebê ecoou mais uma vez, deixando Lugano momentaneamente atordoado, à beira de perder o controle.

Com o bebê invisível em seus braços, Montserrat se manifestou no colossal carvalho ilusório e sorriu para Lugano.

— Não resista. Nós nos originamos da Mãe, e retornaremos a ela.

Assim que o padre, com olhos claros e um sorriso caloroso, terminou de falar, uma batida na porta reverberou na escuridão aparentemente sem fim, ecoando entre as ervas daninhas com trigo abundante.

Ao ouvir a batida educada na porta, Lugano teve um pensamento inexplicável.

“Que educação bater na porta em tal situação…”

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