Lendo as duas escolhas da Madame Mágica, Lumian caiu em pensamentos profundos.
Essas eram recompensas incríveis!
Era preciso saber que atingir a Sequência 4 marcava um ponto crucial para os Beyonders, um momento de transformação qualitativa. Dali em diante, alguém poderia atingir a divindade e se tornar uma entidade meio humano, meio deus. A maioria dos Beyonders nunca chegaria tão longe. Não se tratava apenas de se tornar um semideus; também incluía ver ou obter itens relacionados em primeira mão.
Uma fórmula de poção de Sequência 4 geralmente não tinha preço!
Além disso, esta era uma fórmula de poção de Sequência 4 relacionada ao próprio caminho de Lumian.
Quanto à recompensa de adivinhar pistas sobre o resto do corpo da Mão Abscessada, simbolizava a promessa e assistência de um Anjo. Beyonders comuns nem sonhariam com tal chance, muito menos receberiam uma oportunidade. Eles só podiam ler sobre Anjos ganhando a permissão do Senhor e respondendo às orações dos crentes em várias Igrejas.
Além disso, a Lumian precisava resolver esse problema.
Após avançar para um Sequência 5: Ceifador, sua maior prioridade era encontrar as partes restantes do corpo da Mão Abscessada. Sem completar essa tarefa, a fórmula, os ingredientes, o processo de digestão e o ritual preparado não lhe dariam uma chance de se tornar um semideus a tempo devido à promessa não cumprida e às restrições do juramento. Arrependimento nem seria uma opção.
Lumian não tinha ideia de como localizá-la sozinho. Seu único plano era imitar o encantamento para invocar a Mão Abscessada e criar uma nova série de encantamentos de invocação. Ele esperava invocar as pernas, braços, corpo e cabeça da criatura do mundo espiritual.
No entanto, esse era um empreendimento arriscado. Em seu sonho, Lumian aprendeu com sua irmã que quando o encantamento de invocação não tinha clareza e não tinha restrições, a entidade invocada poderia ser imprevisível. Poderia ser uma criatura do mundo espiritual de nível semideus cheia de malícia, capaz de matar o invocador instantaneamente.
Lumian não conseguia apontar a direção precisa devido à fragmentação desconhecida do corpo da Mão Abscessada. Poderia ser um corpo relativamente intacto sem uma mão, ou poderia ter se quebrado em pequenos fragmentos do tamanho de um amendoim. Descrevê-lo com precisão era impossível. Ele só podia experimentar repetidamente, estreitando as possibilidades. Era semelhante a brincar com sua vida.
Mais importante, Lumian já havia vasculhado as informações abrangentes sobre criaturas comuns do mundo espiritual fornecidas pela Madame Mágica. Ainda assim, ele não encontrou nada que parecesse ser outras partes do corpo da Mão Abscessada.
Lumian desejava a fórmula da poção da Sequência 4: Cavaleiro de Ferro e Sangue e pistas sobre o resto do corpo da Mão Abscessada.
Essa era a razão pela qual ele não conseguia tomar uma decisão.
Ele ponderou se deveria se teletransportar de volta para Trier agora e buscar a ajuda de Franca ou Jenna na adivinhação, esperando que suas percepções espirituais lhe fornecessem dicas valiosas.
Enquanto esses pensamentos passavam por sua mente, Lumian tomou uma decisão.
A segunda opção!
Isso porque ele se lembrou de algo importante. A recompensa do Sr. Enforcado ainda não havia se materializado. Era uma oportunidade de explorar o Vingador Azul, um navio fantasma que era uma relíquia do Império Tudor.
Considerando que o Imperador de Sangue Alista Tudor já foi um verdadeiro deus do caminho do Caçador e um Sacerdote Vermelho meio louco, a herança do Império Tudor continha a fórmula da poção da Sequência 4 do caminho do Caçador, junto com ingredientes e características de Beyonder. Era algo pelo qual ansiar.
Lumian prontamente sentou-se e escreveu uma resposta para a Madame Mágica, expressando seus pensamentos. Ele também a informou que iria para a Cidade Tizamo para investigar a herança de Hisoka.
…
Às 16h, Camus Castiya, acompanhado por três nativos do Continente Sul, bateu na porta da Suíte 7 no B3 do Hotel Orella.
— Todos eles vêm de Tizamo, nascidos e criados. Eles só se aventuraram em Porto Pylos em busca de oportunidades ao atingirem a idade adulta — Camus explicou em Intisiano, apresentando os dois homens e uma mulher. — Um é um fornecedor de frutas de Gwadar, a outra se casou com um nativo e trabalha no porto, e o terceiro tomou um caminho menos legal como um ladrão.
“Um é um comerciante relativamente rico, o outro é um estivador e o outro é um ladrão. Eles estão em três níveis sociais diferentes e são de ambos os sexos. Isso me permitirá entender a situação em Tizamo da melhor forma possível e de forma abrangente. Camus é muito profissional nesse aspecto. Como esperado de um ex-oficial de segurança pública…” Lumian assentiu levemente e perguntou aos três sujeitos em dutanês fluente: — Sou um estudioso do folclore a caminho de Tizamo. Mas antes disso, gostaria de aprender mais sobre a cidade. Meu dutanês está um pouco enferrujado, então o Sr. Camus ajudará na tradução.
— Nós ouviremos o Oficial Camus — respondeu o comerciante mais velho com um sorriso, rapidamente apoiado pelos outros.
Lumian virou-se para Lugano e instruiu: — Vou levar um para o quarto principal para uma conversa. Você pode entreter os outros dois.
— Tudo bem — Lugano respondeu prontamente.
Dentro do quarto principal, Lumian gentilmente sentou o mercador em uma poltrona, posicionando-se na beira da cama. Falando em intisiano, ele perguntou: — Qual é o produto primário de Tizamo?
Camus, traduzindo, tinha uma expressão confusa.
“Louis Berry está realmente planejando uma viagem para Tizamo?”
“É evidente que ele está seguindo os passos de Twanaku!”
Camus assumiu o papel de interrogador, olhando para o comerciante sentado enquanto transmitia as palavras de Lumian.
O mercador, cheio de trepidação, respondeu: — Senhor, nós cultivamos principalmente bagas de Gwadar, especiarias e frutas da floresta. Numerosas plantações pontilham os arredores, e frequentemente nos aventuramos na floresta para caçar, vendendo carne e pele. Além disso, cortamos árvores para fazer caixões.”
— É… é mais ou menos isso. O esforço restante vai para o plantio de milho e batatas para nosso próprio consumo.
Lumian absorveu as informações e refinou sua compreensão do dutanês por meio da tradução de Camus.
Envolvendo-se em conversas casuais, Lumian explorou a vida cotidiana, o sustento e as atividades de lazer dos moradores de Tizamo.
A partir do relato do comerciante, Lumian fez uma imagem mental de Tizamo.
Sua população consistia principalmente de moradores locais, com forasteiros sendo os proprietários de plantações próximas e alguns adquirindo escravos. Graças aos serviços de caça fornecidos à nobreza de Porto Pylos, Tizamo manteve uma conexão com o mundo exterior, evitando o isolamento e o conservadorismo.
Embora a fé na Morte tivesse sido erradicada, traços dela permaneciam na vida cotidiana. Os habitantes da cidade acreditavam principalmente no Eterno Sol Ardente, mas resquícios da fé na Morte eram evidentes, como visitas frequentes ao cemitério e a prática de não enterrar crianças prematuramente falecidas em caixões. Cada adulto preparava um caixão para si com antecedência, e o meio comum de viagem envolvia o uso de um caixão.
Com grande interesse, Lumian concluiu a discussão e perguntou: — Você conhece o Twanaku Tupián?
“Finalmente entrando na carne…” Camus exalou calmamente e transmitiu a pergunta ao comerciante.
Um sorriso caloroso apareceu no rosto do comerciante.
— Sim! Ele é bem conhecido na cidade.
— Por quê? — Camus interrompeu.
O mercador, com um sorriso obsequioso, respondeu: — Senhor, ele deveria ser seu colega. Twanaku é a primeira pessoa de Tizamo a se juntar à equipe de patrulha. Além disso, ele está avançando rapidamente na classificação. Ele é uma fonte de orgulho para nós.
Lumian não conseguiu evitar uma risadinha suave.
— Estou bastante curioso sobre o passado de Twanaku.
A expressão do comerciante mudou ligeiramente quando ele olhou ao redor.
— Senhores, Twanaku cometeu um crime? Ele se juntou a uma organização que acredita na Morte?
“Bastante perceptivo…” Lumian pensou, enquanto Camus resmungava em voz baixa, — Nós é que estamos fazendo o interrogatório ou você? Apenas responda com sinceridade!
Sob a pressão mental do Interrogador, o comerciante respondeu com a voz trêmula: — Eu sabia há muito tempo que esse jovem, Twanaku, certamente se tornaria extraordinário, mas também sei que um dia ele trilharia o caminho da blasfêmia contra uma divindade.
Vendo Camus e Lumian aguardando maiores explicações, o mercador continuou, — Houve um incêndio na família Twanaku. Todos os seus parentes pereceram, e somente ele sobreviveu. De acordo com nossos costumes, ele é favorecido por uma divindade, poupado da morte. Tais indivíduos frequentemente alcançam grandes feitos.
“O favor da divindade se refere à Morte aqui, certo? Não sucumbir à Morte é considerado receber o favor da Morte?” Lumian interrompeu pensativamente.
— O incêndio aconteceu há cerca de seis anos?
— Como você sabia? — perguntou o mercador surpreso. Então, dando um tapa na testa, ele acrescentou: — Eu sou um idiota. Você deve ter investigado antes.
“Ao que parece, o fogo de alguma forma trouxe Twanaku de volta à vida, transformando-o em Hisoka…” Lumian assentiu.
— Continue.
Relembrando, o mercador disse: — Desde então, Twanaku ficou em silêncio, como se estivesse em choque. Ele não mais participou da missa ou entrou na catedral de Deus. Mais tarde, ele deixou Tizamo para Porto Pylos.
“Twanaku não tinha medo de ser examinado por agir de forma tão incomum? Ele não se preocupou em fingir sua fé? Naquela época, Hisoka já havia se tornado um Beyonder do caminho do Diabo, tornando impossível para ele participar da Missa da Igreja do Eterno Sol Ardente? De onde veio sua primeira poção?” Lumian ponderou enquanto Camus traduzia e perguntou: — Twanaku retorna frequentemente a Tizamo?
— Ele volta para Tizamo todo ano. Não sei com que frequência ou por quanto tempo — respondeu o comerciante com sinceridade.
— Onde ele fica quando retorna a Tizamo? — Lumian perguntou mais adiante.
O comerciante respondeu suavemente: — Em sua própria casa. Depois de se juntar à equipe de patrulha e acumular riqueza, ele reconstruiu a casa incendiada.
“Reconstruiu a casa que foi destruída no incêndio…” Lumian refletiu por um momento e então perguntou: — Existe algum festival folclórico especial em Tizamo?