Damn Reincarnation – Capítulo 121

Honestamente, Eugene ficou irritado. Foi por isso que disse tais coisas. Ainda assim, ele não tinha intenção de xingar, não importava a circunstância…

“Não, isso não é melhor?”

Parecia que desde que Eugene foi quem mencionou um juramento primeiro, eles não o mencionaram mais. Basicamente, ele justificou suas próprias ações. Jurou contar a eles e depois falou sobre Sienna do nada, porque simplesmente não queria mais ouvir a tagarelice de Conrell.

Ele agiu por impulso, mas pareceu ser muito eficaz. O nome ‘Sábia Sienna’ significava muito em Aroth. Além disso, todos os magos que compareceram àquela audiência tinham passes de Acryon e eram arquimagos que usavam a Bruxaria por dezenas de anos.

Portanto, nunca poderiam menosprezar Sienna. Todo mundo ali era um arquimago, mas não havia um único deles que criasse sua própria magia em um nível próximo à Bruxaria.

Tirando do chefe da Guilda dos Magos, Edgard, os outros seis magos estavam no Oitavo Círculo. Eles sabiam quão alta e robusta era a parede do Nono Círculo. Mesmo que passassem o tempo restante tentando alcançá-lo, não havia garantia de que conseguiriam. Sem falar que… A Sábia Sienna já devia ter ultrapassado o Nono Círculo! Em outras palavras, Sienna era um mistério para os magos. Ela estava em um nível que outros magos nunca poderiam alcançar. Eles nunca poderiam colocar Sienna na mesma sentença que eles, e era por isso que a temiam instintivamente.

— Inundação… — Balzac falou. Ele riu enquanto acariciava o queixo. — A Senhorita Sienna é mais do que capaz de fazer essas coisas.

— Mestre da Torre Negra. — Conrell voltou-se para Balzac com o rosto pálido.

— Só estou dizendo que Sir Eugene não está exagerando. Na verdade, ela não precisaria fazer isso… Até eu posso afundar o palácio Abram no fundo do lago.

— …

— Se eu posso, isso significa que todos os outros mestres de torre podem. Além disso, a Senhorita Sienna é uma maga suprema, esmagadoramente mais poderosa do que nós. Mesmo duzentos anos atrás, nenhum mestre de torre na época era melhor do que ela. — Balzac falava sem nenhuma dúvida. — Se ela retornar a Aroth e tentar inundar o palácio de Abram… Haha, quem conseguiria bloquear a magia da Senhorita Sienna? Eu com certeza não conseguiria.

Balzac ergueu dramaticamente as duas mãos.

— Seria impossível detê-la mesmo que todos os mestres de torre reunissem suas forças. — O Mestre da Torre Azul, Hiridus, murmurou enquanto acariciava sua barba.

— Concordo plenamente com o Mestre da Torre Negra. Eu sou um mago antes de ser o mestre da Torre Azul. Ouço lendas sobre a Senhorita Sienna desde que era criança. Ainda a respeito profundamente.

— …

— Não desejo resistir à cólera dela. Se a Senhorita Sienna aparecer, porque está com raiva, beijarei o chão instantaneamente e implorarei por perdão.

— O que você…?

Perplexo, Conrell balançou a cabeça. Ele não era um mago, então não conseguia entender os mestres de torre.

— Para explicar em termos fáceis, Conrell. — Melkith começou a falar, sorrindo. — Criar algo é complicado e incômodo. Não tenho certeza se você tem talento para carpintaria, mas digamos que você esteja fazendo uma cadeira ou… Uma escrivaninha.

— Do que você está falando tão de repente?

— Fique quieto e ouça. Se você for fazer uma cadeira e uma escrivaninha, vai demorar muito. Criar algo geralmente é chato e requer tempo. Mas destruí-lo? É muito fácil, não é tão difícil destruir algo que já foi criado. Você pode simplesmente jogá-lo contra a parede ou esmagá-lo com um martelo.

Conrell entendeu o que Melkith estava dizendo.

— Duzentos anos atrás, a Senhorita Sienna não construiu o palácio Abram em uma semana? Ela retirou o solo para construir um lago, moveu o palácio em cima dele e colocou muitos feitiços no lugar. Mas não precisaria de uma semana para destruir o palácio. Ela precisaria… Do quê? Uma hora no máximo?

O rosto de Conrell empalideceu. Agora, ele finalmente havia entendido a fonte de medo dos Mestres de Torre que antes era um mistério para ele.

— Boom. — Melkith imitou dramaticamente o som.

Sua voz era baixa, mas o ombro de Conrell se encolheu. 

— É assim que o palácio afunda. Quem pode detê-la? Eu concordo com os Mestres da Torre Negra e Azul. Se a Senhorita Sienna quiser, não vou impedi-la. Vou fugir para longe, mas não tanto. Vou assistir a tudo, e se ela parecer menos zangada… Hehe. Vou me aproximar dela silenciosamente e dar-lhe uma bebida gelada.

— Você está falando sério…?! — Conrell elevou o tom com raiva.

— Se realmente quer detê-la, então peça ao mago da corte para detê-la, não a nós. — Melkith continuou zombando.

Conrell silenciosamente virou a cabeça para Trempel, mas o rosto de Trempel se franziu.

— Ahem… — Conrell pigarreou.

Honein tentou se acalmar e acordar daquele choque. Ele prendeu a respiração algumas vezes, respirou fundo e olhou para Eugene. — A Senhorita Sienna realmente disse isso?

— Eu jurei, não foi? Não menti, vossa Alteza. — Respondeu Eugene.

— Por que ela disse tal coisa?

— Os motivos são muitos, mas só posso te contar um. Os magos de Aroth não a respeitam mais.

— Respeito? — Conrell os interrompeu abruptamente. — Do que diabos você está falando? Por duzentos anos, Aroth não fez nada além de respeitar a Senhorita Sienna! Construímos uma praça e batizamos com o nome dela. Administramos sua mansão e construímos tantas estátuas dela! Você acha que é isso? Alteramos todos os currículos educacionais na escola de Aroth para que as crianças aprendam a respeitá-la…

— Vocês têm usado a praça e a mansão como ponto turístico.

— Então…

— Além disso, os magos de Aroth têm abusado da familiar que a Senhorita Sienna deixou por um longo tempo. Você realmente não vai dizer que dissecar a familiar não foi abuso, vai?

— Isso… Era… Inevitável para o desenvolvimento da magia e localização da Senhorita Sienna… — Conrell gaguejou.

— Sim, por favor, guarde isso para quando ela aparecer furiosa aqui mais tarde. Enfim, ela entregou Akasha para mim, e me pediu para cuidar da familiar.

— O que você disse?

Além de Lovellian e Trempel, ninguém mais sabia disso. Eugene levantou dramaticamente seu Manto das Trevas.

— A Senhorita Sienna realmente disse que vai inundar Abram porque está furiosa com meu tratamento? — Como se esperasse por isso, Mer colocou a cabeça para fora. Ela olhou para Eugene com olhos brilhantes, sentindo-se comovida e animada ao mesmo tempo.

— Sim. Você sabe como ela ficou brava quando falei sobre você? Não estou brincando, quase fugi de tanto medo. — Respondeu Eugene.

— Como você pode distorcer a verdade! — Conrell levantou em um clamor.

Quando o fez, Mer rapidamente virou a cabeça. — Distorcer a verdade? Ei, seu velho! Você é quem está distorcendo a verdade! Estou bem aqui! Eu, a testemunha viva e sujeito do abuso! Como você pode falar esse tipo de besteira?!

— Hummm…!

— Você trouxe a familiar da Bruxaria? Como? Não… Está tudo bem fazer isso? — Honein perguntou com urgência. A Bruxaria era o centro do Salão de Sienna e o tesouro mais valioso em Acryon. Ele não se importava se fosse Akasha, um cajado que não podia ser usado, mas nunca poderia ignorar a perda da Bruxaria.

— Sim está tudo bem. Eu só trouxe Mer. A Bruxaria ainda está lá.

— Mas… A familiar… — Honein se atrapalhou.

— Tudo o que Mer fazia no Salão da Senhorita Sienna era esperar até que a porta do elevador se abrisse e dizer: “Bem-vindo ao Salão da Sábia Sienna!”, certo? Eugene falou como se não fosse grande coisa.

No entanto, Mer estufou as bochechas em aborrecimento. Inquieta dentro do manto, Mer beliscou a cintura de Eugene. — Errado. Eu faço um monte de outras coisas. Eu limpo, organizo a estante e…

— Outros familiares sem inteligência também podem fazer isso. Não precisa ser você. Não me interrompa e volte para dentro.

— Você é um lixo, Sir Eugene. — Fazendo beicinho de frustração, Mer voltou para dentro do manto.

— Enfim, eu trouxe Akasha e Mer, porque era o desejo da Senhorita Sienna. Ela pessoalmente me pediu para ficar com o Akasha, como eu poderia dizer não a isso? Também seria desrespeitoso com a Senhorita Sienna entregar seu presente sem sua permissão. — Disse Eugene.

Embora ele não tenha dito isso diretamente, todos nesta audiência sabiam do que Eugene estava falando. Não importa que tipo de desculpa usassem, tirar Akasha de Eugene significava desrespeitar a Sábia Sienna.

— Então, a Senhorita Sienna está viva. Que boa notícia. — Disse Balzac.

De todas as pessoas, Balzac estava dizendo algo assim? Os olhos de todos se voltaram para ele.

Apesar do olhar flagrante de todos, Balzac simplesmente sorriu e deu de ombros. 

— Não estou insinuando mais nada. Respeito a Senhorita Sienna como uma colega maga. Ainda há algumas pessoas que duvidam dos Magos Negros e do Rei Demônio do Encarceramento… Sir Eugene, poderia por favor revelar a verdade sobre a reclusão dela aqui?

“Eita.” Eugene olhou para Balzac. Vermouth a feriu, então ela teve que se isolar. A razão pela qual ela não conseguiu se recuperar foi o ataque do Dragão Negro, Raizakia. Talvez o Rei Demônio do Encarceramento estivesse por trás de tudo isso. No entanto, Sienna não mencionou quem poderia estar por trás de tudo. Eugene poderia interrogar Balzac por isso? Isso era muito arriscado.

— A Senhorita Sienna isolou-se para cultivar.

“Vou apenas responder vagamente”, pensou Eugene.

— Outro motivo de sua reclusão foi proteger os elfos da doença demoníaca, já que Helmuth não assume nenhuma responsabilidade por isso.

— Haha… — Balzac sorriu amargamente e balançou a cabeça. — Tenho que ficar neutro em relação à doença demoníaca. Ainda assim, por favor, tenha isso em mente. Para assumir a responsabilidade pela doença demoníaca, o Rei Demônio do Encarceramento está fazendo muita caridade aos elfos que se naturalizaram em Helmuth.

— Isso não é da minha conta. — Eugene mostrou um sorriso torcido.

— Entendo sua situação. — Honein começou a falar depois de pensar profundamente, com emoções misturadas em seu rosto. — Primeiro, acredito que todos no Reino Mágico de Aroth ficarão felizes em saber que a Senhorita Sienna está viva. Mesmo que ela esteja furiosa com Aroth… Eu… Como o príncipe herdeiro de Aroth… Darei as boas-vindas ao retorno da Senhorita Sienna.

— Mesmo que ela tente inundar o palácio? — Melkith perguntou maliciosamente.

Estremecendo, Conrell olhou para Melkith, mas Honein assentiu sem hesitar.

— Acredito que a ira da Senhorita Sienna é válida. Mesmo que tenha sido feito centenas de anos atrás, é verdade que os magos de Aroth abusaram da familiar da Senhorita Sienna.

— Mas… Vossa Alteza. Não importa o quanto a Senhorita Sienna seja reverenciada em Aroth, ameaçar a família real… — Conrell murmurou.

— Ainda temos que assumir a responsabilidade. — Continuou Honein enquanto olhava para Conrell. — Ou o quê? Você vai convocar todos os magos da corte para lutar contra a Senhorita Sienna? Se fizermos isso, inúmeros magos não ficarão ao lado dela? No momento, três em cada cinco mestres de torre declararam que não participarão, não é?

— Quatro, na verdade. — Lovellian falou depois de ficar quieto todo esse tempo. — Acho desnecessário dizer isso, mas me considero discípulo da Senhorita Sienna. Nunca irei enfrentá-la. Acho que também se aplica ao Mestre da Torre Verde.

Jeneric não respondeu, apenas olhou para Eugene com olhos de fogo. Eugene leu ciúme flagrante e intenso em seus olhos ardentes.

— Então teremos que excluir todos os mestres de torres nessa luta. Lorde Edgard, que tal a Guilda dos Magos? — Perguntou Honein.

— Se a família real assim o desejar… Eu darei apoio. No entanto, não posso forçar os magos da Guilda, vossa Alteza. Por favor, entenda isso. — Edgard respondeu.

— É claro. A Guilda não é um exército.

— Como o povo de Aroth poderia…! — Os punhos de Conrell tremeram de raiva, mas ninguém tentou mudar de ideia depois de ouvir Conrell.

— Não se iluda, Primeiro-Ministro. Aroth não tem intenção de guerrear contra a Senhorita Sienna. Mesmo ela não iria querer isso. — Continuou Honein, suspirando. — Espero desesperadamente que um pedido de desculpas da família real seja suficiente para acalmar a raiva da Senhorita Sienna… Lorde Eugene, o que você acha? Acha que a Senhorita Sienna realmente inundará Abram?

Eugene pensou na personalidade de Sienna. Ele não esperaria menos dela.

— Se eu falar a favor de vocês, ela não vai fazer isso. Talvez derrube um pouco as paredes do palácio… — Eugene parou.

— Aroth não reivindicará a propriedade de Akasha. — Honein respondeu enquanto assentia. — Claro, também estaremos garantindo a liberdade da familiar da Senhorita Sienna. Para provar a nossa sinceridade… Vamos conceder à familiar um cartão de cidadão.

— Isso também não tem precedentes. — Melkith interrompeu enquanto ria. — Um familiar com cartão de cidadão… Ah, sem ofensa. Estou apenas surpresa, já que isso é sem precedentes.

— Deseja mais alguma coisa? — Perguntou Honein.

Os pensamentos de Honein se confundiram. Desde o início, Honein imaginou que era impossível tirar Akasha de Eugene. Se Honein persistisse teimosamente, ele realmente estaria queimando a ponte até Eugene.

Honein desejava muito a lealdade de Eugene. Ele até havia prometido a ele o cargo de Mago Chefe da Corte. A promessa foi feita verbalmente, mas ele realmente iria honrá-la. Isso não era tudo, ele até prometeu a Eugene mostrar a ele o segundo volume da Bruxaria, que estava sendo mantido pela família real de Aroth. Esse era o melhor tratamento que o rei de Aroth poderia oferecer a um mago.

“Eu vou ganhar o favor dele acabando logo com a audiência e entregando Akasha”, pensou Honein.

Desde que a Sábia Sienna foi mencionada, a audiência não era mais sobre o interrogatório de Eugene. Em vez disso, eram eles que andavam na ponta dos pés ao redor dele.

“Não, desde que Senhorita Sienna entregou Akasha para ele… As coisas iriam acabar assim.”

Ainda assim, a maré virou a favor de Eugene depois que mencionou como Sienna iria derrubar a própria Aroth. Honein acreditava genuinamente que era uma sorte que fosse ele quem estivesse presente nesta audiência, em vez de seu pai.

No final, duas coisas foram gravadas em pedra: o Reino de Aroth não queria uma guerra contra a Sábia Sienna, e o reino tinha que andar na ponta dos pés em torno de um jovem mago. Ambas eram coisas que um rei nunca poderia admitir.

— Vamos encerrar. — Sentindo emoções confusas, Honein levantou-se de seu assento.

Conrell estava muito além de se sentir em conflito, todo o seu rosto estava miseravelmente contorcido. Ele realmente não queria aceitar o resultado. Isso não foi uma audiência, nem um interrogatório. Normalmente, em casos como esse, os participantes teriam uma conversa profunda, considerariam seus interesses e priorizariam os lucros de seu país. Foi por isso que ele, o primeiro-ministro, havia comparecido.

Mas o que foi aquilo? Foi apenas uma briga entre crianças. Eles estavam apenas recuando porque o outro lado era maior e mais forte…

“Mas essa é a natureza da política.”

Com o rosto enrugado, Conrell suspirou. Ele não era um mago, mas tinha que admitir. A Sábia Sienna havia se isolado duzentos anos atrás, e se ainda estivesse viva e houvesse se tornado mais forte… Um reino não seria suficiente para lidar com ela.

“Interessante…” Pensou Eugene. Ele gostava quando os problemas se resolviam sozinhos, mas se sentia um pouco amargo. “Não, bem… Sienna merece respeito.”

Ela foi a maior maga da história. Ela foi uma das cinco pessoas que mataram três dos Reis Demônios trezentos anos atrás. Eugene conhecia Sienna bem, então realmente não se sentia nervoso perto dela. No entanto, a ‘Sábia Sienna’ era uma lenda por si só para os magos das gerações posteriores. Eles não podiam nem imaginar ir contra ela.

“Então, e quanto a mim?”

Hamel, o Tolo.

“Isso tudo porque tenho ‘tolo’ na frente do meu nome. Droga, Sienna. Você não poderia encontrar uma palavra melhor do que ‘tolo’? ‘Hamel, o Mais Forte;’ ‘Hamel, o Absoluto;’ ‘Hamel, o Asura’…”

Quando Hamel brandia sua espada enquanto gritava ‘Fúria Asura!’, ele realmente se tornava um demônio. Mas então, a avaliação de Moron sobre a Fúria Asura veio à mente de Eugene, e o estilo Hamel também…

O Contra-ataque de Relâmpago de Hamel, o Mais Forte; O Fim da Linha de Hamel, o Absoluto; A Fúria Asura de Hamel, o Asura…

Eugene não conseguia mais aguentar e deu um tapa forte em si mesmo.