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Damn Reincarnation – Capítulo 126

Mestre da Torre Verde (3)

— Por que você está bloqueando a visão?!

— Mostre-nos o que está acontecendo!

Esses rugidos vinham da multidão. Normalmente, Melkith teria desencadeado um discurso contra eles por sua ingratidão com seus salvadores, mas atualmente Melkith não poderia se importar menos com as brigas da multidão.

Não era apenas Melkith também. Todos os três Mestres de Torre que se adiantaram para proteger os espectadores tinham os olhos fixos na coluna de fogo subindo alto no céu.

As chamas se dissiparam lentamente e o calor intenso começou a desaparecer. Embora o ar ainda devesse ter o frio do início da primavera, a multidão começou a tirar os casacos como se estivessem no meio do verão.

Eugene olhou para a frente, através da névoa instável e oscilante, enquanto recuperava o fôlego.

Ele podia ver algumas coisas enormes se contorcendo lá dentro. Eugene sorriu e acenou com a mão. Respondendo a isso, os ventos de Tempest sopraram e varreram todo o calor restante em uma rajada ascendente.

Isso permitiu que Eugene confirmasse o que estava vendo. Os objetos contorcidos eram raízes gigantes. Embora não tão grandes quanto as da Árvore do Mundo que ele havia observado no território élfico, essas raízes pertenciam a uma árvore que ainda era grande o suficiente para lembrá-lo disso. Se alguém tivesse que apontar a maior diferença entre as duas árvores, era que o final de cada galho e raiz dessa árvore tinha algo que parecia um botão de flor, mas, de qualquer forma, essa árvore tinha uma aparência bastante bizarra.

O centro do tronco da árvore se abriu. Jeneric, que saiu de dentro da árvore, mordia com força o lábio inferior, como se quisesse tirar sangue. Mesmo que tivesse acabado de ser atingido pela combinação da Bola de Chamas Ardentes e os ventos semelhantes a tornados do Tempest, nem uma única marca de queimadura foi deixada em seu corpo.

Eugene estava honestamente surpreso. Então esta era a Yggdrasil: o Feitiço de Assinatura do Mestre da Torre Verde, Jeneric Osman. No momento em que a tempestade de fogo explodiu, a Árvore Divina do Sexto Círculo se transformou instantaneamente na Yggdrasil. A explosão resultante foi então bloqueada por um conjuramento instantâneo de um feitiço de defesa contínuo e camadas de raízes.

— Então… — Eugene começou a falar sem primeiro enviar Tempest de volta ao seu reino.

Enquanto olhava para Jeneric, que ainda estava no centro do tornado de Tempest, Eugene continuou: 

— Não importa como você olhe, isso não é um feitiço do Sexto Círculo.

Jeneric manteve-se em silêncio.

— Parece que você violou as restrições que você mesmo criou. Oh sim, você realmente não vai tentar fazer nenhum argumento sobre o fato de que usei os feitiços do Sétimo Círculo e invoquei o Rei Espírito primeiro, vai? — Eugene provocou.

Ainda assim, sem responder, Jeneric apenas olhou para Eugene. Embora seu lábio inferior mastigado cobrisse o gosto amargo da derrota, o espírito de Jeneric se enfureceu quando o gosto de sangue encheu sua boca. Como ele pôde ser humilhado assim?

Jeneric acabou violando a restrição que ele mesmo havia estabelecido. Naquele momento, teria sido difícil se defender da explosão com sua Árvore Divina ou outros feitiços do Sexto Círculo. Mesmo que fosse apenas uma única Bola de Chamas Escaldantes, com o tornado de Tempest adicionado em cima disso, o ataque se tornou absolutamente impossível de bloquear com qualquer coisa dentro do Sexto Círculo.

Como tal, Jeneric não teve escolha a não ser usar Yggdrasil. Se ele não usasse? Embora provavelmente não tivesse morrido, ele ainda teria sofrido igual desgraça.

“Não. Em vez disso, isso pode ser ainda mais vergonhoso…!” Jeneric lamentou.

Eugene encontrou o olhar fervente de Jeneric. Humilhação, raiva e hostilidade estavam todas misturadas nesse olhar, misturando-se em uma intenção assassina e sombria.

“Não, não tem jeito. Ele não é louco o suficiente para se enfurecer em um lugar como este, não é?” Eugene se perguntou.

A julgar pelo seu olhar, parecia que Jeneric realmente poderia vir correndo para ele para tentar matá-lo, mas Eugene não estava muito preocupado com isso. Afinal, não havia muitos espectadores? E os Mestres das Torres Azul, Branca e Negra não estavam todos esperando por perto?

Eugene sorriu e olhou para o céu.

Boom!

Uma enorme porta caiu do céu e ficou de pé ao pousar no chão. A porta estava gravada com muitos entalhes intrincados. Vendo isso, o rosto de Jeneric se contorceu.

— Parece que já acabou. — Disse Lovellian ao descer pouco depois e sentar-se em cima da porta. Enquanto seus olhos brilhavam vermelhos de raiva entre sua franja loira desgrenhada, Lovellian perguntou desafiadoramente: — Ou talvez você pretenda continuar?

— Mestre da Torre Vermelha. — Jeneric finalmente cuspiu, depois de enterrar todos os seus pensamentos assassinos no fundo do coração e torcer os cantos dos lábios de madeira em um sorriso rígido. — Seu discípulo… Ele é realmente… Impressionante.

Lovellian concordou presunçosamente. 

— Tenho certeza que não é só você, todo mundo aqui também está pensando a mesma coisa.

Eugene olhou para a porta onde Lovellian estava sentado com olhos brilhantes. Podia ser a primeira vez que a via pessoalmente, mas ver um feitiço com tanta profundidade que ele não consegue entender nem mesmo com Akasha e as complexidades de sua fórmula o alertou sobre o que era essa porta.

Era Panteão, o Feitiço de Assinatura do Mestre da Torre Vermelha, Lovellian. A razão pela qual Lovellian o invocou desde o momento em que começou a descer em cena foi que Jeneric ainda tinha Yggdrasil conjurada no campo, e não apenas isso, ele também sentiu uma intenção assassina sutil vindo do olhar de Jeneric.

— Mestre da Torre Verde. — Disse Lovellian enquanto colocava as mãos enluvadas no batente da porta. — Seu olhar parece um pouco arrogante. Meu discípulo está incomodando você de alguma forma?

— Claro que não. — Jeneric negou relutantemente. — Estou apenas me sentindo maravilhado com o talento transbordante deste júnior.

Lovellian silenciosamente olhou para Jeneric.

Tap. Tap. Tap…

Nesse silêncio, o som de Lovellian batendo no batente da porta ecoou pelo ar. Enquanto enxugava o lábio inferior, que agora sangrava, com as costas da mão, Jeneric deu alguns passos para trás.

— Ele realmente é impressionante. — Jeneric repetiu com um suspiro.

Splssssh…

Yggdrasil se espalhou em pó. Até mesmo o solo agitado diminuiu calmamente.

— Eu nunca poderia imaginar que ele seria tão excepcional. Ouvi dizer que ele havia conseguido conjurar a Bola de Chamas Escaldantes do Sétimo Círculo, mas pensar que ele realmente… Seria capaz de conjurar a Rotação Reversa também. E ainda invocando o Rei Espírito do Vento! — Jeneric levantou a voz deliberadamente ao dizer isso com uma risada.

Jeneric não queria expor sua autoestima ferida agindo de forma petulante. Mesmo assim, se pudesse fazer as coisas do seu jeito, ele preferiria acalmar seu mau humor com algumas palavras bem escolhidas.

Enquanto Jeneric fazia isso, Eugene desenrolou seu Manto das Trevas e disse: 

— Foi tudo graças à Mer.

Embora o manto já tivesse sido aberto para ela, Mer não conseguiu emergir na hora. Tanto a Rotação Reversa quanto a Bola de Chamas Escaldantes eram feitiços que Eugene não deveria ter sido capaz de controlar ainda, mas ele conseguiu conjurá-los graças à ajuda dela, e mesmo que Mer quisesse se esconder, ela não poderia deixar de receber o elogio por isso.

— Hm… Realmente… — Eugene disse com um suspiro enquanto enfiava a mão em seu manto, agarrando o capuz de Mer de onde ela estava deitada lá no fundo.

Enquanto era arrastada para fora assim, Mer apenas ficou lá frouxamente, seus olhos girando em círculos.

Mer gemeu fracamente. 

— Uurp… Uwaaargh…

— Ótimo trabalho. — Eugene a elogiou.

— Nós… Acabamos, certo? Tudo bem eu descansar agora, certo? — Mer implorou.

— Não é como se você precisasse dormir de qualquer maneira. — Eugene zombou.

— Mesmo assim, eu ainda preciso descansar… Desde que fui criada pela primeira vez… Esta é a primeira vez que me sinto tão esgotada… — Mer lamentou enquanto tentava se contorcer de volta para o manto.

No entanto, Eugene não soltou Mer e segurou seu capuz com força.

— Espere mais um pouco. — Disse ele.

Mer infantilmente arrastou a questão. — Por quêêêê…?

— Há algo que você ainda precisa ouvir. — Apontou Eugene.

Os ombros de Jeneric tremeram com essas palavras. Os olhos de Mer, que estavam caídos de sono, começaram a brilhar quando a vida voltou para eles. Jogando para trás o capuz levantado, Mer olhou para Jeneric.

— Ah… Isso mesmo. — Mer lentamente pronunciou as palavras enquanto um largo sorriso se espalhava em seu rosto. — Sir Eugene, você realmente ganhou. Você derrotou o Mestre da Torre Verde, Jeneric Osman, em um duelo!

— Foi tudo graças à sua ajuda. — Concedeu generosamente Eugene.

— Hmph, hahmph, hahahmpf. Oh, não, de jeito nenhum, mesmo sem mim, tenho certeza que você teria conseguido ganhar tamb– Hahmph, ou talvez não? Sim está certo. Se eu não estivesse aqui para ajudar, não teria como Sir Eugene ter vencido. Não é mesmo? Estou falando a verdade, não estou? — Mer virou-se para olhar para Eugene e sorriu com orgulho ao fazer essas perguntas. — Você pode ser forte mesmo sem minha ajuda, mas por eu ter te ajudado, você ficou ainda mais forte. Graças a isso, sabe como foi difícil para mim? Sério, parecia que eu ia superaquecer com o peso de calcular todas aquelas fórmulas.

— Isso soa bastante exagerado. — Eugene apontou.

— Hum… Tudo bem, tudo bem, foi exagero. Não importa o quanto meus processadores estejam sobrecarregados, não vou me esgotar apenas calculando fórmulas. Afinal, minhas estruturas centrais foram criadas por ninguém menos que a Senhorita Sienna — Declarou Mer com orgulho.

Eugene concordou com a cabeça e deu um tapinha na cabeça de Mer. Quando ele começava a acariciá-la, Mer o avisava que ele não deveria cruzar o limite com ela, mas em algum momento parou de rejeitar o toque de Eugene.

— Será mesmo que você esqueceu a aposta? — Eugene finalmente perguntou, olhando para Jeneric, que estava parado ali inexpressivamente.

Os lábios de Jeneric se contorceram silenciosamente, como se estivesse sem palavras, e seu rosto se contorceu terrivelmente ao ouvir a pergunta de Eugene. Ele tinha esquecido a aposta? Não, claro que ele se lembrava. Se fosse derrotado, teria que se ajoelhar, abaixar a cabeça e pedir desculpas a Mer com muita sinceridade.

— Será que você está envergonhado por ter tantos espectadores? — Eugene brincou.

As altas muralhas de terra já haviam sido rebaixadas. Embora não tivessem conseguido ver o momento decisivo, a multidão poderia facilmente dizer quem era o vencedor entre Eugene e Jeneric pelo olhar consternado e pela cabeça baixa.

Jeneric sentiu que tudo o que havia acontecido fazia parte de uma conspiração para deixá-lo louco.

— Hm… — Eugene bufou uma risada quando passou por Lovellian e se aproximou de Jeneric.

Uma vez que ele estava na frente de Jeneric, os pés de Eugene bateram levemente no chão.

Groooooah!

Uma muralha de terra recém-criada agora cercava Eugene e Jeneric.

— Se for assim, ninguém poderá nos ver. Já que estou fazendo tal concessão, deve estar tudo bem agora, certo? — Eugene pressionou Jeneric.

— Gk… Grrr…! — Depois de olhar fixamente para o novo ambiente, Jeneric cerrou os punhos e espremeu um sorriso enquanto rosnava: — Você quer que eu… Agradeça a você…! Você… Você realmente… Quer me pressionar tanto assim…?!

— Isso não basta? — O sorriso de Eugene caiu de seu rosto. — Mestre da Torre Verde. Ganhei nosso duelo. Você, o Mestre da Torre Verde, foi quem colocou essa restrição em si mesmo, você também foi quem decidiu não colocar nenhuma restrição em mim. Será que realmente pensou que não havia como perder?

O silêncio de Jeneric era tão bom quanto uma confissão.

— Se for esse o caso, então parece que o Mestre da Torre Verde realmente me subestimou. — Eugene disse com uma careta. — Tanto que chega a ser um insulto. Sou um Lionheart, assim como o discípulo de Lovellian Sophis, o Mestre da Torre Vermelha, e até fui reconhecido como o sucessor da Sábia Sienna.

Com maior pesar, Jeneric protestou. 

— Se não fosse… Pela restrição…!

Eugene bufou e disse: 

— Não é óbvio? Também estou ciente disso. Se o Mestre da Torre Verde tivesse definido o limite no Sétimo Círculo em vez do Sexto Círculo, eu não seria capaz de vencer tão ‘facilmente’ quanto agora.

— O quê? — Jeneric latiu, seus olhos se estreitando enquanto olhava para Eugene. — Facilmente? Você está dizendo que ganhou facilmente? Contra mim?

— Parece que foi uma vitória difícil para mim? Mestre da Torre Verde, desde o início do nosso duelo até o fim, todos os seus movimentos foram feitos de acordo com a minha vontade. — Revelou Eugene.

Jeneric foi incapaz de apresentar uma refutação.

Eugene deu alguns conselhos: — Você deveria apenas admitir a verdade, Mestre da Torre Verde. Você superestimou sua própria força. Se tivesse ido para o duelo sem colocar nenhuma restrição em si mesmo, eu teria conseguido vencer? Haha! Se fosse esse o caso, então eu poderia muito bem me tornar o Mestre da Torre Verde, não?

Jeneric não conseguiu dizer nada sobre isso. Tudo o que Eugene havia dito era verdade, e tentar argumentar contra isso só faria com que Jeneric se tornasse ainda mais idiota.

— Eu vou me…

Ele não poderia retirar suas palavras. Também não podia fazer nada sobre o fato de ter ficado bêbado com sua própria arrogância e excesso de confiança em suas próprias habilidades, levando-o a ter uma falsa certeza de sua própria vitória.

— Ajoelhar…

Ele havia menosprezado seu oponente e ignorado quais cartas Eugene poderia estar escondendo. Jeneric tinha tanta certeza de sua liderança na luta e tinha tanta certeza de que era ele quem estava no controle de seu oponente…

— E pedir desculpas.

Então que honra havia em argumentar contra isso agora?

— Você… Não, estimada criação da Sábia Sienna. Chamei você de mera familiar, desprezei sua existência e meu pai até dissecou você para fins de experimentação. — Confessou Jeneric.

Honestamente falando, ele realmente não queria dizer essas palavras. Também não queria abaixar a cabeça e definitivamente não queria se ajoelhar. Quanto a este pedido de desculpas? Ele realmente queria perguntar por que estava sendo forçado a fazer algo assim,

No entanto, Jeneric ainda tinha que fazer isso. Não importava as desculpas que ele pudesse inventar, não poderia mudar o resultado do duelo. Afinal, ser espancado por um garoto muito mais jovem do que ele, já não era vergonhoso o suficiente? Em vez de argumentar contra, era melhor admitir a derrota e usar a restrição como desculpa para aliviar um pouco da vergonha desse duelo. Se não houvesse nenhuma restrição, é claro que ele teria vencido.

Para proteger sua honra restante, Jeneric só precisava aceitar os resultados e manter as palavras que havia dito às pressas.

— Peço desculpas por tudo isso. — Jeneric concluiu seu pedido de desculpas.

— Entendi. — Mer respondeu com um sorriso.

Ela saiu totalmente do manto de Eugene e ficou na frente do Jeneric ajoelhado.

— Eu, Mer Merdein, recebi as desculpas do Mestre da Torre Verde. — Mer declarou formalmente, estufando o peito, colocando as mãos nos quadris e olhando para Jeneric.

Dali, ela deu uma boa olhada no topo da cabeça profundamente curvada de Jeneric. Vendo isso, não pôde deixar de se sentir revigorada por dentro. Mer bufou orgulhosamente mais algumas vezes antes de se virar e voltar para Eugene.

— Sir Eugene, conseguimos! — Mer comemorou.

Eugene assentiu e concordou. 

— Isso mesmo, nós conseguimos.

Eugene abriu um pouco o manto, mas Mer não entrou. Em vez disso, ela se aproximou e se pendurou em um dos braços de Eugene com uma risadinha. Pode ser porque seu corpo foi aliviado de toda a tensão, mas ela achou difícil andar e estava arrastando os pés.

No final, Eugene pegou Mer e a sentou em seu ombro. Mer soltou um som assustado, mas imediatamente corrigiu sua postura para se sentar com segurança no ombro dele.

— Isso é mais desconfortável do que ficar dentro do manto. — Comentou Mer.

— Claro que seria desconfortável. — Reconheceu Eugene.

— Parece que vou precisar preparar uma almofada para esses momentos. Ou então, hmmm, Sir Eugene, este manto pode mudar de aparência, certo? Esse pelo espinhoso, você não pode trocá-lo por uma almofada fofa? — Mer pediu.

Eugene admitiu: 

— Posso mudar, mas não quero. Por que eu deveria? Que tipo de louco anda por aí com uma almofada no ombro do manto?

— Você não pode fazer isso, sendo que estou tão cansada? — Mer fez beicinho.

— Sim, realmente não posso. Se for desconfortável e você não aguentar, é só voltar para dentro do manto. — Eugene disse a ela.

— Foi você quem me colocou aqui, Sir Eugene!

— Porque isso era mais fácil do que carregá-la em meus braços.

Eugene persistiu em se recusar a transformar a aparência de seu manto, levando Mer a fazer beicinho em desapontamento.

A muralha de terra recentemente erguida foi rebaixada. Ao mesmo tempo, Jeneric levantou-se e limpou cuidadosamente a poeira dos joelhos. No entanto, ele não conseguiu esconder completamente sua expressão distorcida. Depois de encarar Eugene, que estava de costas para Jeneric, ele conjurou Teleporte e saiu da praça assim que a barreira desapareceu.

— Por que escondeu? — Melkith se agitou enquanto se aproximava. — Afinal, eu também queria ver aquele maldito, o Mestre da Torre Verde, cair de joelhos e chorar como um bebê!

— Ele caiu de joelhos, mas não chorou. — Eugene a informou.

— É por isso que há um problema com seu método. Dizem que um pedido de desculpas só é completo quando há lágrimas também. Se eu estivesse lá com você, teria feito lágrimas e ranho escorrerem pelo rosto do Mestre da Torre Verde, aquele velho sem vergonha. — Melkith disse enquanto soltava suspiros profundos de arrependimento sincero.

Lovellian observava Eugene de lado.

Era a primeira vez que Eugene via Lovellian com tal expressão no rosto, e os olhos com os quais ele olhava para Eugene também eram diferentes do normal. O Panteão que Lovellian invocou ainda não havia desaparecido e ainda estava de pé atrás das costas dele.

— Hum… Então… — Eugene tentou sorrir brilhantemente enquanto inclinava a cabeça para o lado e perguntava: — Eu te deixei bravo?

— Sim. — Respondeu Lovellian sem hesitar. — Estou bem bravo. O que diabos pensou que estava fazendo? Eugene, você sabe onde eu fui hoje e por que fui lá?

Eugene hesitou. 

— Hmmm… Ah sim. Você acabou de visitar Abram, certo?

— Isso mesmo. Acabei de voltar de Abram. Eugene, eu odeio ir para Abram. Eu realmente detesto. A menos que sejam membros dos Magos da Corte, nenhum mago gostaria de ir para lá. Porque ir até lá deixa um mago se sentindo impotente. — Admitiu Lovellian enquanto acenava com a mão com um suspiro profundo.

Com esse gesto, a porta do Panteão que estava ali imponente desapareceu na névoa.

Lovellian explicou: 

— Terminada a audiência, a família real de Aroth reconheceu que Akasha está sob sua propriedade, Eugene. No entanto, o rei de Aroth não estava presente na audiência, então alguém precisava relatar a ele em detalhes e garantir seu valor e suas boas relações contínuas com Aroth.

Foi por isso que Lovellian foi chamado. Ele era o mestre da Torre Vermelha, uma instituição de Aroth, e um arquimago que ocupava uma posição de autoridade em Aroth por dezenas de anos.

— A conversa com Sua Majestade foi bastante agradável. Sua Majestade também aceitou a situação. No entanto, ter uma conversa tão longa em Abram me deixou muito desconfortável. Mesmo assim, pelo bem de meu discípulo, fiz o possível para suportá-la. — Lovellian culpou Eugene.

Eugene gaguejou. 

— Hum… É… Sinto muit-

— Não se desculpe. — Disse Lovellian sem permitir que Eugene terminasse o que estava dizendo.

— Mas você disse que estava com raiva? — Eugene humildemente apontou.

— Estou com raiva! Estou com raiva de você, Eugene, porque você foi imprudente o suficiente para aceitar tal duelo! Como o Mestre da Torre Verde foi quem o desafiou para um duelo, não poderia recusar, mesmo que você pedisse para adiá-lo. Mas você deveria ter discutido comigo primeiro se as condições do duelo eram ‘justas’ antes de concordar em um duelo com o Mestre da Torre Verde! — Lovellian repreendeu.

— Ei, mestre da Torre Vermelha. — Interrompeu Melkith. — Eu também estava lá. E acho que as condições eram bastante justa-

Lovellian exigiu: 

— Por favor, fique quieta, Mestra da Torre Branca. Você não é a mestra de Eugene.

Sua intervenção provou ser inútil, Melkith resmungou e balançou a cabeça.

— Hum… Então você está dizendo que está com raiva, porque eu agi por conta própria? — Eugene confirmou.

— Porque você não foi cuidadoso o bastante. — Corrigiu Lovellian.

Eugene argumentou: 

— No entanto, eu venci.

— Por isso eu disse que você não precisa se desculpar. Mesmo tendo sido muito imprudente em entrar em tal situação, Eugene… Você venceu seu duelo contra Jeneric Osman, Arquimago e Mestre da Torre Verde. — Lovellian disse com orgulho, seu humor não mais raivoso. — Você foi incrível.

— É tudo graças a mim. — Mer, que ainda estava sentada no ombro de Eugene, cortou arrogantemente.

— Sim. — Concordou Lovellian. — A Senhorita Mer também foi verdadeiramente impressionante.

— Hum… Isto é, se eu não tivesse feito questão de bloqueá-lo adequadamente, a maior parte da multidão teria morrido queimada. — Melkith, que estava ouvindo em silêncio, voltou à conversa.

Lovellian virou-se para olhar para Melkith com uma expressão hesitante, antes de dizer: 

— Que… Incrível?

— Ahem… Eu só estava fazendo o que deveria. — Melkith respondeu com algum constrangimento e tentou evitar o olhar dele.


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miracle invokerD
Membro
miracle invoker
3 meses atrás

ela queria ser elogiada kkk

Otavio Rodrigues
Membro
Otavio Rodrigues
2 meses atrás
Resposta para  miracle invoker

Kkkkk carente a bixinha

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