A admiração de Melkith continuou durante toda a caminhada. A floresta tinha uma vegetação exuberante, algo inacreditável considerando o clima. Espíritos, incluindo os primitivos, estavam por toda parte nesta floresta.
— Esta floresta é o paraíso para um invocador de espíritos! — Melkith gritou animadamente. — Realmente não estou exagerando, você deveria acreditar em mim! Eu fui a dezenas, centenas de lugares que são conhecidos por terem muitos espíritos enquanto aprendia magia de invocação de espíritos em todas essas dezenas de anos, mas nunca vi um lugar tão animado, muito menos um com mais espíritos do que esta floresta!
— Ah, claro. — Respondeu Eugene distraidamente.
— Nesta floresta, mesmo a mais mínima afinidade espiritual é suficiente para criar um contrato com um espírito. Se você já tem um contrato, o nível de sua magia de invocação de espírito aumentaria apenas morando aqui. Não, não! Não apenas a magia de invocação de espíritos! O que há com este lugar? Como esse lugar pode ter tanta mana? — Melkith ficou tão emocionada que jogou as mãos para o alto. Então, de repente, atacou Eugene e agarrou seu colarinho.
— Por que você está fazendo isso comigo? — Eugene perguntou.
— Isso é um crime! — Melkith levantou um clamor. — É um crime para um mero clã possuir este local cheio de mana e espírito!
— Er… Hmm… Os Lionhearts não são realmente um mero clã… — Eugene respondeu com uma cara relutante.
— Ei, nem o reino mágico de Aroth tem esse tipo de local de mana! Tenho certeza de que isso se aplica a todos os outros países do continente!
— Presumo que Helmuth tenha um.
— Isso… É… Possível. Ah, enfim, este lugar não é um ponto de mana comum! Mesmo em Helmuth, não há um ponto de espírito melh– Hmm… Mas eles provavelmente têm muitos pontos de encontro de espíritos das trevas… — Melkith estava confusa, incapaz de terminar a frase. Ainda assim, ela foi capaz de chegar a uma conclusão breve.
— Eu realmente não posso morar aqui?
— Tsc, eu já disse que não.
— Então, esqueça morar. Que tal visitar duas vezes por sem–
— Não, não pode.
— Você está sendo tão mesquinho. Tecnicamente, esta floresta nem é sua. A Senhorita Ancilla pareceu gostar muito do meu presente… Posso apenas negociar com ela, não posso?
Eugene não respondeu a Melkith, apenas olhou para ela com tristeza. Sinceramente, não havia nenhuma razão para ele dizer não incondicionalmente.
No entanto, a excentricidade de Melkith, sobre a qual Eugene tinha ouvido falar de Tempest, perturbou sua mente. E se Melkith corresse nua por aqui no meio da noite, assim como fez com Winith? Eugene realmente não queria imaginar isso…
— Seu desgraçado mesquinho, não precisa me encarar assim. Não vou mais incomodá-lo, já que está sendo muito, muito mesquinho. Na verdade, eu já tenho tudo. Você sabia? Já estou no auge como invocadora de espíritos.
— Isso é incrível. — Eugene respondeu com indiferença.
Melkith cerrou os dentes enquanto olhava para Eugene. Então ela rapidamente se afastou de Eugene e começou a caminhar pela floresta.
— Pensando bem, onde está Mer?
— Ela está aqui.
Quando Eugene levantou o manto ao responder, Mer colocou a cabeça para fora. Por um momento, Melkith sentiu emoções confusas ao ver Mer. Seu tesouro, o Manto das Trevas, estava sendo usado como a casa daquela garotinha…
“Nunca imaginei que o manto seria usado assim.”
— Você está realmente fazendo bom uso disso. — Disse Melkith com amargura.
— Não se preocupe, vou devolvê-lo inteiro depois de seis anos.
— Claro que sim. Se o manto tiver um único arranhão, toda esta floresta irá…
— …
— Estou brincando, é brincadeeeeira. Você é realmente incrível, como pode não ter respeito pelos mais velhos? Você me olha como se fosse me matar toda vez que digo alguma coisa. Esta noona tem tanto medo de você.
— Você, uma noona…?
N/R: Noona = refere-se a “irmã mais velha”, um termo usado por homens. (é usado quando a mulher não é velha)
— Fique quieto. — Disparou Melkith.
Por mais que ela pensasse, era tudo porque o Mestre da Torre Verde, aquele filho da puta, fez um showzinho. Claro, Melkith não queria que o Mestre da Torre Verde ganhasse a luta. No entanto, tinha certeza de que Eugene não tinha respeito pelos Mestres de Torre por causa do ato deselegante do Mestre da Torre Verde.
— Mas para onde você está indo agora? — Eugene questionou.
— O lugar cheio de espíritos e mana.
— Acho que isso se aplica a toda a floresta.
— Há um ponto particularmente denso nesta floresta. Você não precisa me guiar. Eu já estou sentindo.
Melkith achou que esta era uma boa oportunidade. Ela sorriu e se virou dramaticamente para fazer seu casaco voar. Ao fazer isso, o chão abaixo dela se ergueu como uma onda do mar.
— Os espíritos da terra estão me guiando.
Eugene olhou para Melkith com um rosto relutante. Esperando pela admiração de Eugene, ela ainda estava abrindo os dois braços enquanto se posicionava sobre a onda de terra.
— Devemos ir? — Eugene perguntou depois de uma pausa.
— Quer montar também?
— Não.
— Não precisa recusar. Montar isso é muito divertido!
Quando Melkith estalou o dedo, o chão sob Eugene se contorceu. Na verdade, foi bastante surpreendente: a terra estava sendo movida pelos espíritos, não pela magia.
“Bem, ela fez um contrato com o Rei Espírito da Terra”, Eugene pensou.
Ele parou de andar e ficou parado. Melkith ainda em cima da onda. Assim, eles avançaram, parados no chão móvel. Nesse ínterim, Mer também saiu do manto e ficou ao lado de Eugene.
— Você já surfou antes? — Melkith perguntou.
— Não.
— Você pode me pedir, se quiser. Nem precisamos ir ao oceano, vou criar uma onda para você.
— Isso é um pouco demais…
— Por quê? Essa irmã mais velha fez seu coração disparar?
— Por favor, não diga uma coisa tão grosseira. — Eugene respondeu com uma cara de nojo.
No entanto, Mer não parecia descontente. Talvez porque gostou do que Melkith disse… Ou talvez estivesse se divertindo montando a onda de terra.
— Ooooh…
Depois de atravessarem a floresta, chegaram à aldeia élfica, que acabou de ser concluída. Provavelmente era o dia de entrega de suprimentos também; as carruagens estavam fazendo fila em frente à entrada da aldeia.
— Mestre Eugene, o que o traz aqui?
De pé na frente da carruagem, Narissa e Lavera verificavam os suprimentos sendo descarregados.
— Suas… Preferências são muito… Únicas e… Err… Hmm… Chocantes. — Melkith gaguejou, olhando para Narissa e Lavera.
As duas elfas usavam os uniformes de empregada dos Lionhearts. Uma tinha uma perna protética e a outra usava um tapa-olho.
Não era raro usar elfos como servos, mas ambas tinham danificado ou perdido partes do corpo. Isso fez Melkith imaginar algo muito sombrio e decadente.
— Não tenha ideias estranhas.
— Sou uma pessoa que procura entender a preferência de cada um. Não há necessidade de ser tímido. Hm… você já sabe muito sobre meus segredos constrangedores.
— Também não diga algo que cause mal-entendidos.
Narissa e Lavera, que se curvaram educadamente antes, agora estavam olhando para o grupo de Eugene. Elas eram atualmente aprendizes de empregadas domésticas do anexo e se tornaram subordinadas de Nina enquanto Eugene estava fora. As bobagens balbuciadas por Melkith chegariam a Nina e, a partir daí, chegariam a seu pai, Gerhard.
— Então esse é o lugar com muitos espíritos e mana? — Eugene perguntou.
— Hmm… Hmmmmm…
— Sério, pare de pensar merdas estranhas.
— Certo. Você realmente não deveria ser tão tímido.
Melkith limpou a garganta e levantou o dedo.
— Esse é o lugar.
Seu dedo estava apontando para a parte de trás da aldeia élfica. Foi onde Eugene plantou as mudas da Árvore do Mundo. Fazia apenas algumas semanas, mas as mudas estavam muito mais altas do que quando as trouxe de Samar.
— Não são as árvores encantadas que trouxe de Samar? — Perguntou Melkith.
— Sim.
— Até eu nunca vi uma árvore encantada viva. Posso pegar um galho resistente como presente?
— Depende de você, Senhorita Melkith. — Eugene resmungou enquanto se aproximava da árvore encantada. Enquanto Melkith o seguia, ela viu uma cabana não muito longe delas.
“A cabana é o centro desta floresta”, pensou Melkith.
Era a linha lei do clã Lionheart.
“As raízes das árvores encantadas estão conectadas à linha lei? É por isso que o poder da linha lei foi amplificado, então a mana… Não… Espere um minuto… Os espíritos neste lugar… Por que eles são um pouco diferentes?”
Ela estava familiarizada com espíritos primitivos que não tinham egos, mas os espíritos primitivos desta floresta eram um pouco diferentes dos outros.
— Estou enganada? — Melkith murmurou.
— Enganada sobre o quê?
— Os espíritos primitivos desse lugar… Eles são um pouco diferentes… Oh meu Deus! Esta é a Árvore do Mundo, não uma árvore encantada?! — Melkith gritou e se jogou na direção da muda. Então ela envolveu seus membros ao redor do tronco como uma cigarra.
— Nunca pensei que veria a Árvore do Mundo nesta vida!
— Tecnicamente, não é a Árvore do Mundo. É um galho da árvore…
— Ai meu deus, ai meu deus!
— Como você sabia?
— Levin e Yhanos me contaram. Como isso é possível?! Para um mero clã mortal ter TRÊS Árvores do Mundo em sua floresta!
— Quem diabos são Levin e Yhanos?
— O Rei Espírito do Relâmpago e o Rei Espírito da Terra!
— Você vai ficar aí? — Eugene perguntou.
Depois de um tempo, Melkith deslizou pela árvore.
— Você não vai me dar nem que eu peça, né?
— Nunca.
— Ughhh… Estou tão triste. Não posso mais te incomodar, meio que entendo a situação atual. Agradecer pela humanidade que resta dentro de mim.
Os elfos foram trazidos de Samar, onde Sienna era conhecida por ter se isolado. A Árvore do Mundo estava aqui provavelmente para os elfos e por causa do desejo de Sienna. Melkith olhou para a jovem Árvore do Mundo com os olhos cheios de sentimentos persistentes.
“Se ao menos eu pudesse fazer o que quisesse… Quero ter uma na Torre Branca…”
No entanto, ela não podia. Melkith suspirou pesadamente e desabou contra a árvore.
— Venha aqui.
— Você vai negociar comigo ou algo assim? — Eugene perguntou.
— Não, eu não vou. Estou tentando iniciar o contrato entre você e o espírito. Vim aqui hoje para isso, certo?
Melkith abriu bem o casaco e tirou uma grande caixa dele, colocando-a na frente de Eugene. Depois disso, moveu as mãos aqui e ali, a luz irradiando da ponta dos dedos. Ela usou a luz para inscrever uma fórmula e desenhar um círculo mágico no chão.
Eugene sentou-se na frente de Melkith e observou todo o processo.
— Preciso sentar também? — Mer perguntou, mas Melkith balançou a cabeça com firmeza.
— Não, você fica lá fora. Em algum lugar longe daqui. Sua delicada fórmula de controle pode interferir no que está prestes a acontecer.
— É perigoso? — Mer perguntou nervosamente novamente.
— O humor é importante quando você está fazendo um contrato com os espíritos. Os espíritos do relâmpago, especialmente, têm um temperamento desagradável. Se um familiar aleatório ficar sem motivo, os espíritos podem atingi-lo com um raio ou algo assim. — Explicou Melkith. Ela examinou Eugene de cima a baixo. — Quer tirar a roupa?
— Tenho que tirar a roupa para fazer um contrato com espíritos? — Eugene perguntou com relutância.
— Eu prefiro esse método. Quando me aproximo deles em estado primitivo, sem enfeites desnecessários, minha conexão com os espíritos se fortalece.
— Tempest me disse que isso é uma superstição.
— Cada espírito tem preferências diferentes. De qualquer forma, meu conselho é tirar a roupa. Eu recomendo pelo menos tirar a blusa. Pode queimar durante a assinatura do contrato.
Eugene franziu a testa, mas não ignorou o conselho dela.
— Que corpo lindo você tem aí, irmãozinho. — Melkith assobiou enquanto olhava para Eugene, que voltou depois de tirar a blusa.
Ele olhou para ela com olhos enojados antes de cair no chão na frente dela.
— Basta abrir a caixa. Estou realmente curioso para saber se vale a pena toda a bobagem.
— Hehehe! — Com um sorriso perverso, Melkith apontou o dedo para a caixa, que se abriu. Eugene arregalou os olhos enquanto olhava dentro da caixa. Algo que estava agachado lá dentro saltou com um flash.
— O que é isso?
Pzzzz! Dentro da barreira feita por Melkith, um raio explodiu. Foi tão rápido que Eugene teve dificuldade em seguir seu movimento, até mesmo deixando imagens posteriores ao bater contra a barreira e voar erraticamente. Toda vez que o raio faiscava, a parte superior do corpo nu de Eugene ardia.
— Uma chama relâmpago. — Melkith observou com adoração a chama relâmpago correndo selvagem. — Existe um material mágico chamado ‘minério de raio’, que contém raios. É uma pedra preciosa muito valiosa que normalmente é usada para fazer artefatos. No entanto, um invocador de espírito de alto nível pode processar o minério de raio para manter um espírito de raio dentro dele.
Melkith estalou os dedos. A furiosa chama relâmpago estremeceu, então caiu no chão da caixa.
— Este minério elétrico foi processado usando alquimia. Era um pedaço de minério, mas foi refinado em uma chama, não um minério refinado.
— Isso deveria significar alguma coisa?
— A pedra preciosa é uma pedra, afinal. Por mais refinada que seja, a pedra nunca pode ficar maior do que seu tamanho original. Nós esculpimos e esmagamos uma pedra, tornando-a menor no final. Mas que tal uma chama?
Sorrindo, Melkith continuou a explicar enquanto empurrava a cabeça na direção de Eugene.
— A chama pode mudar de qualquer forma, dependendo de como é controlada. A água requer uma tigela para ser mantida, mas a chama nem precisa de uma tigela. Cresce, encolhe… E é violenta ao mesmo tempo. Em outras palavras, uma chama é um material muito beligerante e também muito conveniente.
— Aha… — Eugene silenciosamente entrou na conversa.
— Claro, esta não é uma chama comum. Ela queima como uma chama, mas o minério está na verdade hospedando um espírito primitivo de relâmpago. Portanto, não tem ego, apenas agressividade. O que você acha? Este material não é encantador?
— É, mas…
— Sua reação é tão chata! Sabe o que passei para fazer isso? Toneladas de minério elétrico foram usadas para fazer esta chama. Transformei aquele minério em chamas e invoquei pessoalmente o Rei Espírito do Relâmpago para literalmente derramar raios de alta potência nessas peças!
Eugene olhou para a chama relâmpago com os olhos estreitos. A chama enrolada no fundo da caixa era tão grande quanto uma fogueira, mas ele sentiu a imensa mana concentrada lá dentro.
— Não se preocupe com a compatibilidade. — Melkith falou enquanto balançava a cabeça. — Há uma razão pela qual fiz isso parecer uma chama. É porque sua mana parece uma chama enquanto usa a Fórmula da Chama Branca dos Lionheart. Pode parecer que não significa muito, mas na verdade é muito importante. É como adicionar cor às roupas que você está vestindo. Resumindo, estou fazendo com que pareça mais familiar, já que você não tem afinidade espiritual.
— Como devo proceder com o contrato?
— Segure a chama relâmpago. — Na frente de Eugene, Melkith abriu as mãos, depois as cerrou em punhos.
— Faça com que responda à sua mana, usando a Fórmula da Chama Branca. O truque é… Hmm, faça com que corresponda à sua mana, seu poder e sua existência. Mude a forma da chama relâmpago assim. Então, a chama resistirá naturalmente à mana externa.
— Está me dizendo para fazê-la se render?
— Como invocadora, acho melhor chamar isso de ‘harmonizar’ em vez de ‘se render’. Mas isso é com você. Não seria melhor você mesmo tentar?
Melkith tinha razão. Eugene assentiu e estendeu a mão para a chama relâmpago.
“Hã? Olha só para essa maldita”, Eugene pensou.
Quando sua mão se aproximou, a chama relâmpago se encolheu e aumentou de tamanho como se fosse engolir a mão de Eugene inteira.
Ele sorriu e usou a Fórmula da Chama Branca.
Woosh! A chama branca girou em torno do corpo de Eugene. Logo, ela foi tingida de um tom cerúleo. Eugene agarrou a chama relâmpago com uma mão envolta em chamas.
Pzzz!
O relâmpago brilhou. Os braços de Eugene doíam e seus dentes batiam. Apesar da vontade de Eugene, seus dois braços tremiam como folhas de álamo e ficaram quentes como se estivessem queimando. No entanto, Eugene não soltou a chama. Em vez disso, a apertou ainda mais, enquanto a aproximava de seu corpo.
— Hum… Não seria melhor se você tratasse com mais delicadeza?
— Você disse que cabe a mim fazê-la se render ou harmonizar. Eugene sorriu quando suas bochechas se contraíram. Resistiu mais do que ele pensava. Foi bem interessante.
Pzz…! Enquanto Eugene pressionava, a chama relâmpago começou a se encolher.
— Uh… Hmm… Você está… Certo. Então, se continuar… Poderá sentir o espírito atraído pela chama relâmpago. Não tem como ser um espírito de classe baixa. Você deve ser capaz de fazer contratos com um espírito de classe intermediária, no mínimo. — Explicou Melkith.
“Embora eu ache que ele não conseguirá fazer contrato com um espírito de classe alta”, pensou ela.
Na verdade, a classe do espírito não importava. Quando um invocador assinava um contrato com qualquer espírito, sua afinidade espiritual aumentava, dependendo de como tratavam o espírito. Mesmo que Eugene contratasse apenas um espírito relâmpago de classe baixa agora, ele sempre poderia obter um espírito relâmpago de classe superior depois.
“Ou, Levin. Que tal se você ajudá-lo um pouco? Você pode chamar um espírito de classe alta desde o início…”
[Um contrato deve ser justo.]
O Rei Espírito do Relâmpago, Levin, respondeu na cabeça de Melkith.
[Eu não gostei daquela coisa de chama relâmpago em primeiro lugar. Só cedi porque você teimosamente insistiu nisso, Melkith. Já que você o tem acomodado tanto, ele deveria pelo menos prosseguir com o contrato por conta própria.]
“Você é mesquinho…” Melkith resmungou.
[Se você queria que ele conseguisse um espírito de classe alta, por que simplesmente não fez um artefato que pudesse conter um espírito?]
“Isso não seria um contrato, seria usar o espírito na arma.”
Era por isso que Winith era um tesouro ridículo. A espada não apenas ‘hospedava’ espíritos, ela permitia ao dono fazer um contrato com o próprio Rei Espírito do Vento.
— Hmm… — O olhar no rosto de Eugene mudou enquanto ele controlava a chama relâmpago. Porque Eugene sentiu uma ‘presença’ diferente dentro do raio expelido pela chama.
Não havia como Melkith, que tinha uma afinidade extremamente sensível com raios, pudesse ter deixado a presença passar. Melkith sorriu e disse:
— Um espírito está respondendo.
— Classe baixa?
— Não, é uma classe intermediária. Eu sabia. Certo, agora. Concentre-se no espírito para iniciar o con–
— Isso é muito fraco, não é? — Eugene respondeu enquanto franzia a testa. O poder do espírito que ele podia sentir agora era mais fraco que a chama relâmpago, e era incomparável aos raios que ele podia disparar usando o Raio Pernoa.
— Não seja muito ganancioso agora. Vamos primeiro começar com o con–
— Vamos continuar um pouco mais com isso. — Interrompeu Eugene. Ele ainda não estava controlando totalmente, mas sua confiança não era infundada. O controle de mana de Eugene era tão excepcionalmente bom que até Sienna admitiu. O espírito de relâmpago que o respondeu de dentro da chama era um espírito primitivo. E um espírito primitivo era outra forma de mana.
Eugene não conseguia sentir espíritos primitivos normalmente, mas desta vez, um espírito primitivo foi capturado usando este minério processado. Era mais do que possível para ele sentir e controlar como fazia com mana.
Conforme a Fórmula da Chama Branca circulava, seus Núcleos giravam mais rápido. Explosões atingiram o interior do corpo de Eugene, amplificando sua mana. A chama em torno de seu corpo tornou-se um cerúleo perfeito.
Pzzzz, pzzzz!
Enquanto Eugene controlava a chama, a chama azul e o raio se misturavam. A chama acendeu e a mana se espalhou. Usando a Fórmula da Chama Branca, Eugene atraiu os dois para dentro de seu corpo, deixando-os fluir dentro de seu núcleo sem desperdício de energia.
— Er… Hmmm… — Melkith não conseguiu dizer nada, então apenas observou a cena se desenrolar diante de seus olhos.
“Está mesmo tudo bem fazer isso? Não sei.”
Melkith nunca tentou fazer algo assim sozinha, e nunca pensou que fosse possível. Além disso, não foi por isso que ela criou a chama relâmpago em primeiro lugar.
— Ei… Você está bem? Não dói?
Eugene não respondeu. Cerrando os dentes, ele apenas olhou para a chama relâmpago. A luz bloqueava sua visão. Conforme ele começou a suprimi-la, a chama relâmpago tornou-se cada vez menor. Por outro lado, toda vez que a Fórmula da Chama Branca fazia sua mana explodir, a chama relâmpago crescia.
[Melkith?]
Levin observou Eugene através dos olhos de Melkith.
[Quem é esse cara?]
“Não sei…”
[Como é possível controlar espíritos primitivos assim…?]
O choque de Levin era compreensível. Um espírito primordial era pura essência. Era mais fraco que os espíritos de classe baixa, mas não se perdia nem mesmo diante do poder dos espíritos de classe alta. Todo espírito neste mundo já foi um espírito primitivo, e isso também se aplicava aos Reis Espíritos.
[Melkith.]
“Eu não sei, então pare de me incomodar!”
[Não… Não estou tentando perguntar nada, apenas nos desconcentramos.]
“O quê?”
[A barreira está desmoronando.]
Surpresa, Melkith ergueu a cabeça. Era exatamente como Levin disse; a barreira que ela conjurou para impedir que a chama relâmpago corresse solta agora estava rachando, porque não era capaz de suportar o poder que se movia em torno deste lugar.
“Achei que era algo sério… Só tenho que fazer outra, não é?”
[Não, deixe assim por um momento.]
No momento em que Melkith tentou conjurar novamente a magia, Levin a deteve.
“Por quê?”
[Olhe para as rachaduras.]
A voz de Levin tremeu. Incapaz de entender sua voz trêmula, Melkith olhou para as rachaduras. Não demorou muito para que seus olhos se arregalassem em choque.
[Os espíritos da Árvore do Mundo estão respondendo ao relâmpago.]
Relâmpagos penetraram pelas rachaduras. Ele se fundiu por vontade própria na chama relâmpago e foi conduzido para dentro do corpo de Eugene pela Fórmula da Chama Branca.
— O quê…? — Melkith falou gaguejando.
Bruum!
O relâmpago explodiu.
Ala o cara atraiu um espírito primitivo coisa que nem siquer um rei espírito consegue fazer mais não sei se isso e bom ou ruim já que e dito que os primitivos são os mais fracos
Pois tome