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Damn Reincarnation – Capítulo 205

A Praça do Sol (3)

O sol estava se pondo.

Anise olhou pela janela, ainda segurando uma caneca de cerveja pela metade. O pub estava localizado no fundo de um beco, mas mesmo ali, a luz do pôr do sol estava fluindo, embora fracamente.

— Pois bem. — Suspirou Anise.

Ela tinha bebido muita cerveja.

Embora considerando que não conseguiu beber por centenas de anos após sua morte, não importava o quanto Anise bebesse, ainda sentia que não seria o suficiente. Mesmo assim, havia bebido tanto que não estava mais com vontade de beber.

Também havia recebido um presente.

Como tal, Anise não tinha nenhum arrependimento persistente por enquanto. Se o corpo de Kristina não fosse tão especial e se Anise não tivesse um papel a desempenhar no futuro, ela estava confiante de que seria capaz de satisfazer plenamente seus desejos com o que acabara de experimentar naquele dia.

— Vou entrar agora. — Informou Anise a Eugene.

— Hm… — Eugene murmurou enquanto examinava a área ao redor de Anise com olhos cansados.

O chão estava cheio de copos das cervejas que ela havia bebido, e até um grande barril de cerveja foi colocado ao lado dela.

Teria sido fisicamente impossível para uma pessoa normal — não, para qualquer humano ter bebido tanta cerveja em tão pouco tempo. Isso só era possível, porque Anise havia usado magia divina em seu próprio corpo para permitir que bebesse muito álcool.

— Vejo você mais tarde. — Disse Eugene rispidamente.

Ele quase inconscientemente disse: ‘tome cuidado no caminho de volta’.

Mas como o corpo dela estava parado e apenas a consciência responsável pelo corpo estava mudando, não seria engraçado ser avisado para se cuidar no caminho de volta?

Depois de alguns momentos, o corpo de Anise congelou. Então os cílios de seus olhos fechados começaram a tremer.

— Urrrp… — Kristina cobriu a boca e soltou um gemido doloroso.

Kristina realmente não gostava de beber. Se ela tinha que beber, preferia um vinho seco. Quanto a uma caneca de cerveja gelada o suficiente para fazer sua cabeça girar. Ela nunca pensou que algo assim pudesse ter um gosto bom.

Ela acabou bebendo mais daquela cerveja do que era humanamente possível… Embora Anise tivesse evaporado a maior parte da cerveja que havia bebido usando magia divina, Kristina ainda estava incomodada por uma dor de cabeça latejante e pelo cheiro de álcool que sobrecarregava seus sentidos com cada respiração.

— Você está bem? — Eugene perguntou enquanto se aproximava dela.

Em resposta, Kristina se levantou em pânico e tentou recuar. Como seu corpo ainda não havia se recuperado da embriaguez, suas pernas se torceram um pouco enquanto ela recuava. Por causa disso, Kristina estava prestes a cair, apenas para Eugene estender a mão para ela sem demora, agarrá-la pelo braço e sustentá-la pela cintura.

Eugene franziu a testa.

— Parece que você não está se sentindo muito bem, certo?

— N-N-Não, você não pode… — Kristina gaguejou enquanto cobria o rosto, que ainda estava vermelho de embriaguez.

— O que quer dizer com não posso? — Eugene perguntou confuso.

Kristina gaguejou.

— E-Eu  estou cheirando a álcool. Não é um cheiro agradável, então…

— Sinceramente… — Eugene zombou.

Depois de vagar por mais de uma dúzia de anos com um grupo de companheiros que perdia todo o controle quando se tratava de álcool, não havia como Eugene sentir nojo do cheiro de cerveja neste momento.

Ou pelo menos era o que Eugene pensava, mas não sentiu nenhuma necessidade de envergonhar Kristina ainda mais cuspindo essas palavras de sua boca. Em vez disso, elaborou uma fórmula de feitiço dentro de sua cabeça e lançou um pouco de magia.

— Ah… — Kristina se engasgou ao sentir o feitiço envolvê-la.

A dor de cabeça latejante e o cheiro de álcool que permeava seu corpo desapareceram completamente.

[Tch…] Anise estalou a língua dentro da cabeça de Kristina.

Anise era obviamente capaz de apagar a embriaguez de Kristina, assim como a dor de cabeça e o cheiro de cerveja, mas ela não se preocupou em fazê-lo. Havia deixado a intoxicação apenas o suficiente para que a cabeça de Kristina ficasse nublada até certo ponto, e suas emoções seriam ligeiramente intensificadas… Além disso, Anise até ajustou cuidadosamente o estado de seu corpo para que Kristina cambaleasse um pouco quando se levantou.

Por que ela fez tudo isso? Ela estava pensando em observar a diversão que poderia resultar desse estado de embriaguez primorosamente equilibrado…

Então Anise ficou genuinamente aborrecida por Eugene ter dominado tal feitiço.

[Realmente foi uma surpresa que ele aprendesse a usar magia… Poderia apenas confiar em seu corpo como fazia em sua vida anterior…] Anise reclamou.

Kristina fingiu não ouvir o murmúrio de Anise enquanto corrigia apressadamente sua postura.

Ela passou a mão pelo cabelo despenteado e tossiu.

— Minhas desculpas por mostrar uma aparência tão vergonhosa. A-Ao contrário da Senhorita Anise, eu não estou acostumada a beber, então—

— Não é que ela esteja acostumada a beber; ela é apenas um monstro. — Eugene resmungou enquanto apontava para a porta fechada do pub. — Então o que você vai fazer? Gostaria de ficar aqui também? Ou vamos sair?

Kristina hesitou.

— Vamos… Sair. Isso mesmo. Já comi demais, então quero dar uma volta.

Não era como se Kristina tivesse planos. Em primeiro lugar, ela pretendia ceder o dia inteiro a Anise. Foi Anise quem colocou o limite de seu tempo no corpo de Kristina até o pôr do sol.

A maioria dos festivais era mais divertida à noite do que durante o dia. O mesmo acontecia com as festividades de aniversário de Anise.

Enquanto o desfile começava durante o dia, o desfile noturno era especialmente esplêndido. Os animadores desfilavam enquanto dançavam e usavam roupas e acessórios extravagantes, e uma orquestra os seguia, cantando hinos com letras alegres.

Kristina não conseguia sair do beco onde ficava o pub, porque o desfile noturno passava pela rua principal em frente ao local. Embora já houvesse muita gente no festival, a rua à sua frente estava tão cheia que não era exagero dizer que não havia mais espaço para dar um único passo.

— Parece que seria melhor voltar. — Disse Kristina em tom resignado.

— Sério? — Eugene questionou.

Kristina permaneceu em silêncio.

— Quero ficar e assistir. — Admitiu Eugene. — Não?

Provavelmente não havia nenhum significado oculto em suas palavras. No entanto, Kristina não conseguiu dar uma resposta despreocupada à sua pergunta casual. Isso porque a pergunta que havia sido feita de forma tão improvisada provocou ondas nas profundezas de seu coração.

Houve silêncio por alguns momentos, pois Kristina não conseguia pensar no que dizer.

Eugene fez outra pergunta sem esperar resposta.

— Você já assistiu antes?

Essa pergunta também abalou o coração de Kristina.

Ela tinha visto algo assim uma vez.

Também houve… Um tempo em que ela quis assistir.

Quando eram jovens, quase todos teriam feito o mesmo.

Havia muitos órfãos no monastério onde Kristina passou a infância. Isso significava que havia muitas crianças que precisavam de muito para comer, o que também significava que precisavam manter a mesma quantidade de ingredientes armazenados. Como resultado, havia muitos ratos e várias outras pragas no mosteiro.

Se fossem deixados sozinhas, tais pragas prejudiciais aumentariam em número a tal ponto que nada mais poderia ser feito a respeito, então a fumigação periódica era necessária. Uma vez por mês, o clero do monastério reunia as crianças no intervalo e tapava a boca e o nariz deles com panos. Em seguida, os sacerdotes carregavam pequenas chaminés que produziam fumaça espessa e desinfetavam toda a instalação.

Eles seriam instruídos a ficar onde estavam, mas as crianças não dariam ouvidos a tal ordem. Onde estava a diversão e emoção nisso…?

Embora fosse difícil para ela lembrar neste momento que tipo de sentimentos ela sentia naquela época, quando era jovem, antes de ser adotada, Kristina também perseguia a fumaça que saía das chaminés.

Essa era a lembrança mais próxima de Kristina de participar de um desfile. Atualmente, havia muitas crianças na rua na frente deles. As crianças, ignorantes das verdades desagradáveis por trás da religião de Yuras, perseguiam o desfile enquanto riam da maneira que as crianças fazem.

Quanto à Kristina, ela nunca havia experimentado nada como um festival.

Mesmo quando morava no monastério, nunca teve permissão para sair. Pensando nisso agora, todas essas restrições provavelmente faziam parte da tentativa de monitorar e controlar a candidata a santa cuidadosamente construída, a imitação da encarnação. Para Kristina, os festivais eram apenas dias em que tortas de carne ou grandes pedaços de carne eram servidos durante os almoços compartilhados de vez em quando, e a coisa mais próxima de um desfile era perseguir a fumaça que saía das chaminés de fumigação.

Mesmo depois que ela foi adotada por Sergio, sua situação não melhorou. Em vez disso, tornou-se ainda mais cruel. Embora as refeições fossem incomparavelmente melhores do que em seus dias no monastério, não importava o quão deliciosa fosse a comida que comia, simplesmente não conseguia sentir que aqueles dias eram algo para comemorar.

Na propriedade de Sergio e na Catedral de Tressia, não havia nada como a fumaça que Kristina e as outras crianças perseguiam enquanto riam.

A infância de Kristina foi esmagada e dilacerada pelo desespero e ódio antes de ser encoberta por uma esbelta pretensão de normalidade.

Foi só depois que sua infância terminou que ela finalmente teve permissão para ir ao festival, mas a essa altura Kristina não era mais uma criança. Ela ficou na vanguarda do Festival de Tressia como uma Candidata a Santa, mas para Krstina, o festival era apenas uma plataforma de propaganda para a Candidata a Santa, enquanto a pessoa conhecida como ‘ela’ era executada.

— Sim. — Resmungou Kristina por fim.

— Então você não quer ver? — Eugene perguntou em confirmação.

— Não tenho certeza… — Kristina respondeu fracamente.

Mas isso era uma mentira.

Ela não estava insegura. Ela realmente não queria continuar assistindo. Suas memórias do passado, onde ela sofreu tanto desespero e ódio enquanto se escondia sob um fino véu de normalidade, não se sobreporiam às memórias felizes de hoje se ela assistisse ao festival desnecessariamente? Embora Kristina já tivesse recebido a salvação de que precisava, ela temia que a garota que costumava ser fosse alimentada pelo desespero de seu passado, que já havia passado, mas nunca poderia ser esquecido.

— Você realmente precisa considerar a questão de assistir ou não algo como um desfile tão a sério? — Eugene murmurou enquanto coçava a cabeça em confusão.

Sem responder, Kristina apenas se virou para olhar para todas as pessoas que enchiam a rua na frente deles. Eugene de repente estendeu a mão e agarrou o pulso de Kristina enquanto ela permanecia ali sem expressão.

Kristina se engasgou.

— Ah–!

— Kristina Rogeris. — Eugene chamou o nome dela.

Eugene não sabia o que Kristina estava pensando. No entanto, não sabia que a maior parte de sua vida tinha sido cheia de miséria. Ela estava presa ali, hesitando em um momento como este, provavelmente porque as lembranças dolorosas de sua infância se sobrepuseram ao festival colorido e alegre que acontecia na frente deles.

— Eu já salvei você. — Disse Eugene enquanto puxava o pulso de Kristina e avançava lentamente.

Kristina não conseguia pensar no que dizer, nem encontrou forças para resistir. Sem saber o que fazer, apenas se deixou arrastar por Eugene.

— Já que te salvei, não vou pedir que faça algo como retribuir o favor. Fui eu quem decidiu salvá-lo por conta própria, e foi minha escolha fazer isso. Como tal, tudo que você precisa fazer é tomar sua própria decisão. — Eugene disse enquanto caminhava.

— O que você está falando? — Kristina perguntou confusa.

— Querer ou não continuar me seguindo. — Esclareceu Eugene.

Kristina estava honestamente perplexa. Havia mesmo a necessidade de fazer uma escolha? As intenções de Kristina eram claras. Ela não pensava em permanecer em Yuras. Mesmo que Eugene dissesse que a odiava e queria que ela fosse embora, Kristina ainda seguiria Eugene. Era para retribuir o favor de salvá-la? Não, Kristina estava bem ciente de que Eugene desprezaria tal motivo.

Era só…

Kristina queria segui-lo. Eugene era o Herói, e a verdade era que ele também era Hamel, o Tolo, de trezentos anos atrás. Mas esse tipo de coisa não era importante para a atual Kristina.

Eugene não salvou a Santa; ele salvou Kristina Rogeris.

Como tal, Kristina só queria acompanhá-lo, não como o Herói ou como Hamel, mas simplesmente como Eugene Lionheart.

— Eu seguirei você. — Afirmou Kristina com firmeza.

— Se é esse o caso, você não pode ter medo ou hesitar quando se trata de assistir a algo assim. — Eugene repreendeu.

Havia muita gente nesta rua.

No entanto, onde quer que Eugene andasse, as pessoas se moviam ligeiramente para abrir um caminho. Eles nem estavam conscientes de porque estavam se movendo daquela maneira, nem de seus passos gaguejantes para trás e da maneira como seus corpos tremiam secretamente. Tudo isso era o resultado inevitável de seu comportamento instintivo.

Tendo aberto um caminho, Eugene arrastou Kristina atrás de si.

Eugene continuou.

— Porque de agora em diante, esse tipo de coisa deve ser apenas uma parte insignificante do cenário para você.

Kristina ficou em silêncio.

— Você não está aqui agora? — Eugene a lembrou. — Não sei no que você estava pensando, no que estava focada ou do que poderia ter se lembrado. Nem quero saber, e nem vou me incomodar em perguntar.

Os passos de Eugene pararam de repente.

Ele soltou a mão de Kristina e apontou para o que havia na frente deles. Era brilhante, colorido, divertido e barulhento. O desfile do festival que Kristina imaginara quando criança estava passando bem na frente dela.

Eugene a instruiu:

— Então, não importa o que aconteça, continue procurando.

Kristina ficou ali perplexa enquanto olhava para a frente. Ela não passou o tempo todo imaginando assistir a esse desfile. Depois de se tornar uma Candidata a Santa, muitas vezes viu o desfile pessoalmente. Ela mesma esteve à frente do desfile em muitas ocasiões. No entanto, seus sentimentos agora eram completamente diferentes do que sentia naquela época.

A agonia, o ódio e a raiva que sentia no passado, o sentimento de ridículo que sentia por aqueles que a elogiavam e admiravam como a Candidata a Santa sem saber nada sobre ela, e a sensação de vergonha que sentia por si mesma e a natureza antinatural da Candidata a Santa — ela não estava sentindo nenhum desses sentimentos complexos neste momento.

Assim como Eugene havia dito, as memórias e emoções daquela época, assim como o cenário à sua frente, pareciam insignificantes. Kristina sentiu uma enorme divisão entre como ela estava se sentindo agora e a vista que ela estava olhando. Havia música animada, trajes e decorações coloridas, risadas das crianças e admiração dos espectadores. Tudo isso parecia um pouco longe, mas ao mesmo tempo, Eugene, que estava bem na frente dela, parecia um pouco perto demais.

— Veja, não é nada demais. — Disse Eugene vividamente enquanto virava a cabeça para olhá-la.

Mesmo que ela já devesse ter se livrado da intoxicação restante… O rosto de Kristina estava estranhamente quente.

Os lábios dela se moveram silenciosamente por um momento antes que parasse e abaixasse a cabeça. Recuou como se fosse fugir, mas Eugene não permitiria que Kristina fugisse dele.

— Não é mesmo? — Eugene a pressionou.

Kristina gaguejou.

— É-É diferente. Isso é… Realmente algo diferente. Eu só…

Nesse momento, Kristina não pôde deixar de sentir que estava enfrentando um grande dilema. Seu coração queria dar meia-volta e fugir. Não era porque as visões triviais à sua frente a faziam sentir emoções que ela não queria lembrar, mas, na verdade, era simplesmente porque ela se sentia envergonhada demais para continuar olhando para o rosto animado de Eugene.

No entanto, Kristina absolutamente, definitivamente, não poderia confiar tal sentimento a Eugene. Ela preferiria deixar tudo para Anise e se esconder trocando sua consciência, mas sua irmã travessa não tinha intenção de lhe dar nem mesmo uma palavra de conselho, embora estivesse ouvindo tudo o que eles estavam dizendo agora.

E se ela realmente fugisse? A menos que Kristina explicasse as coisas corretamente, Eugene definitivamente chegaria a um mal-entendido. Kristina preferia morrer a permitir que Eugene a entendesse errado. Se fugisse depois que a arrastou até ali e disse essas coisas, Eugene não sentiria que tudo o que ele fez foi em vão? Kristina temia que, nesse caso, Eugene se sentisse desapontado consigo mesmo.

“Embora não haja razão para ele se sentir assim, mas…” Kristina estava presa em turbulência.

— O que há com você? — Eugene perguntou.

Era hora dela chegar a uma decisão sobre seu dilema. Kristina respirou fundo, então, desfazendo seu passo para trás, deu um passo para frente.

— V-Vamos segui-lo. — Kristina propôs nervosamente.

Eugene foi pego de surpresa.

— O quê?

— Quer dizer… N-Não seria divertido acompanhar o desfile? — Kristina gaguejou rapidamente antes de entrar na procissão que seguia o desfile.

Depois de olhar para Kristina por alguns momentos, Eugene sorriu e começou a caminhar ao lado dela.

Por que esta noite não poderia ser tão escura quanto deveria?

Esse era o desejo sincero de Kristina. Luz misericordiosa, por favor, não ilumine esta noite. Era por isso que ela orava, mas era inútil. A noite na capital, Yurasia, era sempre iluminada por luzes suaves e, neste momento, em particular, seus arredores estavam excessivamente iluminados pelo desfile brilhante.

Kristina sentiu que essas luzes brilhantes iluminavam claramente seu rosto, então não pôde deixar de se sentir envergonhada. Não queria mostrar um rubor tão pesado para Eugene. Ao mesmo tempo, também não queria que a multidão percebesse que seu rosto se parecia tanto com o de Anise.

Agora… Havia muitas pessoas ao redor deles. Era por causa do humor? Parecia que seus olhos estavam sendo atraídos para o rosto dela.

“Ah”, Kristina tardiamente percebeu algo.

Ela estava atualmente vestindo uma túnica com o capuz puxado para baixo atrás dela. Kristina rapidamente puxou o capuz sobre a cabeça, cobrindo o rosto.

— O que está fazendo? — Eugene perguntou ao lado dela.

— Receio que alguém possa me reconhecer. — Admitiu Kristina.

Eugene suspirou.

— Você está fazendo isso de novo.

— Por favor, entenda minhas preocupações. — Implorou Kristina. — Já havia muita gente na praça mais cedo, mas ao contrário de antes, estamos participando de uma procissão agora. Se alguém descobrir que estou aqui, pode acabar arruinando o desfile.

Eugene olhou para Kristina com os olhos semicerrados. Ele ainda não estava muito satisfeito com a desculpa dela, mas ao contrário de antes, não tirou o capuz de Kristina à força.

Eles continuaram caminhando juntos assim por algum tempo.

Mesmo com toda a música alegre, Kristina podia ouvir claramente as batidas de seu próprio coração. Mesmo que continuasse caminhando junto com a procissão enquanto fingia que nada estava errado, seu rosto ainda estava fumegando.

“Santa Luz, por favor…”

Mesmo com o capuz puxado para baixo, seus arredores eram tão claros que parecia que um holofote estava brilhando em seu rosto. Então Kristina tentou orar mais uma vez.

Sua oração sincera conseguiu atingir seu alvo?

Todas as luzes que iluminavam o desfile se apagaram ao mesmo tempo. O mesmo aconteceu com todas as luzes que iluminavam a rua. O desfile parou com a chegada repentina da escuridão. A procissão que acompanhava o desfile olhou em volta de seus arredores escuros e murmurou para si mesma.

Boooom!

A escuridão foi embora. Fogos de artifício dispararam da alta torre do relógio próxima e iluminaram o céu. Estes fogos de artifício eram lançados para marcar o fim do festival. O murmúrio da multidão se transformou em aplausos. Todos levantaram a cabeça para ver as flores desabrocharem e as luzes tremularem no céu.

Só Kristina não. Ela puxou o capuz ainda mais para baixo com as duas mãos e manteve a cabeça baixa.

— Kristina Rogeris. — Eugene chamou o nome dela.

Os ombros de Kristina tremeram com seu chamado.

Suas mãos lentamente se aproximaram dela e cobriram as duas mãos de Kristina.

Eugene disse a ela:

— Neste momento, o único olhando para você sou eu.

Suas mãos ásperas, cobertas de calos, tiraram o capuz de Kristina.

Ela ofegou baixinho.

— Ah…!

No alto do céu, os fogos de artifício explodiram. Kristina olhou para cima para ver Eugene olhando para ela e os fogos de artifício disparando atrás dele.

— Por isso você não deve se esconder. — Insistiu Eugene.

Kristina estava bem ciente de que essas palavras não eram dirigidas a ela como a Santa. Em vez disso, foram endereçadas à ‘Kristina Rogeris’.

Eugene continuou.

— Se decidiu me seguir, então precisa estar olhando para as mesmas coisas que eu.

Sem estar muito consciente de seu papel como Santa…

Sem se esconder dos olhares e murmúrios do ambiente…

Não…

Tudo isso parecia insignificante e distante agora, assim como havia se sentido antes. Tudo ao seu redor era insignificante e distante, mas sentia apenas Eugene próximo. O que ela estava sentindo no momento era admiração ou adoração? Ou então… Kristina tentou não pensar muito nisso.

Tudo simplesmente, parecia lindo. Fogos de artifício subiram ao céu e, abaixo deles, estava Eugene. Eugene, que estendeu a mão para ela enquanto ela estava presa em seu destino como a Santa, que era mais como uma maldição. Foi Eugene Lionheart, não o Herói, quem salvou não a Santa, mas Kristina Rogeris.

Parecia que havia um milagre tão perto dela que tudo o que precisava fazer era esticar uma mão para tocá-lo.

Era tão lindo e adorável que seus olhos ficaram deslumbrados com ele.

— Sim… — Kristina tragou uma respiração trêmula enquanto fechava os olhos.

Seus olhos estavam tão ofuscados que parecia que ela ficaria cega se continuasse olhando. Para Kristina, tudo isso era um milagre.

Como tal, Kristina caiu na gargalhada. Sem abrir os olhos fechados, sem adiar qualquer tipo de pretensão para mascarar seus verdadeiros sentimentos, ela apenas se concentrou nesse milagre que estava tão próximo, tão brilhante e tão bonito.

— Sim,  Sir Eugene. — Repetiu Kristina com um sorriso.

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Pablo Lenin
Membro
Pablo Lenin
18 dias atrás

Incrível como eu acho muito bom Eugene e Anise mas um verdadeiro lixo Eugene e Kristina kkkkkkk

Velgrynd
Visitante
Velgrynd
20 dias atrás

Com skin grátis de login o cara já era um Deus, agora com a skin do passe Adamantiun não tem mais jeito

Thales Fernandes
Membro
Thales Fernandes
1 mês atrás

” O único olhando para você sou eu ” tá maluco eu até chorei e não digo por onde

Flavin
Membro
Flavin
3 meses atrás

Até eu me apaixonaria fácil no eugene isso pq sou hetero top 🥵🥵🥵😎😎👍😈😈🛐

Giovanne
Membro
Giovanne
3 meses atrás

O homem garantiu o cara garantiu o coração das duas agora eu entendo a anise como não se apaixonar por esse cara

Deus Maligno
Membro
Deus Maligno
2 meses atrás
Resposta para  Giovanne

Com hack de rosto bonito e sendo o mais forte então.

Última edição 2 meses atrás por Deus Maligno

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