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Damn Reincarnation – Capítulo 238

Lehain (9)

O Lâmina do Encarceramento, Gavid Lindman, nunca poderia ignorar a espada de Eugene se aproximando de sua cabeça. No entanto, embora ele tenha sentido a aproximação da espada desde o início, falhou em responder.

“O que é isso?”, pensou Gavid, chocado.

E o motivo de sua reação tardia era simples. Ele simplesmente não entendia o porquê a espada estava vindo em sua direção. Eles estiveram na presença do Rei Demônio do Encarceramento até um momento atrás. Embora ele não tenha se materializado em sua verdadeira forma, o Rei Demônio do Encarceramento assumiu um corpo físico de escuridão por respeito aos humanos insignificantes reunidos ali.

Sua Majestade, o Rei Demônio do Encarceramento, havia se agraciado neste lugar até poucos segundos atrás. Gavid Lindman era um Duque de Helmuth, a Lâmina do Encarceramento e o único cavaleiro do Rei Demônio do Encarceramento. Embora houvesse incontáveis olhares ao redor deles, Gavid não teve vergonha de se ajoelhar e se curvar diante de seu senhor. Como tal, ele manteve sua postura ajoelhada e curvada até o momento em que seu senhor desapareceu completamente.

A espada havia caído em sua cabeça naquele momento como se fosse decapitar um pecador.

Quando a espada caiu em direção a Gavid, uma luz brilhante a envolveu, afastando a escuridão que os cercava. Gavid, que esperava consumir a luz com seus poderes sombrios, se viu recuando, sua expressão confusa e insegura. Ele levantou a cabeça e viu Eugene parado diante dele, segurando Altair, a Espada Sagrada. Os dois olhos o encarando.

Foi uma emboscada incompreensível e Gavid ficou perplexo. Mas Eugene estava absolutamente calmo. Na verdade, ele olhou para Gavid enquanto inclinava ligeiramente a cabeça para o lado.

A confusão na área era palpável, e Gavid não era o único se esforçando para compreender a súbita reviravolta dos acontecimentos. Amelia, que estava ajoelhada ao lado dele de maneira semelhante, olhou para Eugene com uma mistura de irritação e uma pitada de intenção assassina. Ela sabia que o poder divino era crítico contra a magia negra e, embora tivesse conseguido recuar e evitar ser pega na briga, não pôde deixar de se perguntar quanto dano teria sofrido se tivesse sido pega desprevenida.

— Você. O que está fazendo? — Perguntou Amelia enquanto seus lábios se contraíam.

Ela estava segurando seu animal de estimação, Hemoria, pela nuca. Embora fosse um animal de estimação bastante desobediente, ela não podia deixá-la morrer de maneira tão ridícula.

— Então… Estou muito curioso… Sobre isso também. — Gavid cuspiu, seu tom tingido de amargura. A voz dele estava cheia de raiva mal contida, e se esforçou para manter suas emoções sob controle. Ele olhou para Eugene com suspeita e confusão, tentando compreender as ações do jovem.

Atrás dele, os Cavaleiros da Névoa Negra se levantaram em uníssono, seus olhares penetrantes fixos em Eugene como o fio de uma lâmina. Embora ainda não tivessem desembainhado as espadas, a tensão no ar era palpável e ficou claro que estavam prontos para o que quer que viesse.

Os olhares intensos e a intenção assassina quase tangível que emanava de Gavid e seus cavaleiros eram como um maremoto, ameaçando dominar Eugene. No entanto, Eugene tinha experienciado muito em sua curta vida para ser intimidado por tais coisas. Ele manteve sua expressão fria e controlada, mesmo enquanto jogava a Espada Sagrada no ar com um movimento rápido.

Gavid não pôde deixar de franzir a testa em confusão enquanto observava Eugene jogar a Espada Sagrada no ar. Qual era o propósito de uma ação tão estranha? No entanto, não demorou muito para ele perceber o motivo por trás da ação aparentemente bizarra de Eugene. No momento em que a Espada Sagrada deixou sua mão, ele imediatamente pegou um enorme arco de seu manto.

O arco era uma visão incomum de se ver. Sua forma era diferente de qualquer outro arco. Estranhamente, não havia corda de arco visível, mas o próprio arco era tão alto quanto Eugene. Além disso, parecia ser mais um item decorativo do que uma arma prática.

No entanto, sob sua aparência ornamental, Gavid conhecia a verdadeira identidade do arco: Raio Pernoa. Era uma das armas antigas possuídas por Vermouth Lionheart, uma arma cuja origem e paradeiro eram amplamente desconhecidos.

— Você…. seu louco maldito…! — Gritou Gavid com uma careta. Sua expressão se contorceu em uma mistura de raiva e confusão enquanto observava Eugene liberar a corda inexistente. Enquanto isso, Eugene parecia apreciar o efeito que suas ações estavam tendo em Gavid. Ele permitiu que um pequeno sorriso brincasse em seus lábios enquanto observava a reação de Gavid.

Crack!

A mana de Eugene percorreu seu corpo e se transformou na corda do arco do Raio Pernoa, puxando-a de volta com facilidade. A combinação da Chama Relâmpago e a arma antiga era poderosa, com o primeiro aprimorando as habilidades do último. Normalmente, o arco teria devorado tanto mana quanto necessário para disparar uma flecha, mas a mana imbuída da Chama Relâmpago permitiu a formação da corda do Raio Pernoa sem muito consumo.

Eugene não pôde deixar de sentir um arrepio de emoção com o nome que surgiu em sua cabeça para sua nova técnica: Clarão do Raio Violeta. No entanto, ele sabia que era melhor guardar para si mesmo. Era um nome destinado apenas para ele saber, um segredo que ele nunca permitiria que mais ninguém soubesse.

Quando Eugene puxou o arco, um raio roxo de relâmpago foi desencadeado, fazendo o ar ao redor tremer. O poder da flecha era incomparavelmente maior do que antes, deixando todos chocados e maravilhados com o que Eugene estava prestes a desencadear. Gavid reflexivamente colocou sua mão em Glória, pronto para desembainhar sua espada a qualquer momento.

—Não seja rude.

—Ele é meu convidado.

Mas quando estendeu a mão para o punho de sua espada, a voz de seu senhor ressoou na cabeça de Gavid. Como poderia esquecer? O Rei Demônio do Encarceramento disse a ele momentos atrás. Seu senhor expressou que estava ansioso para ver aquele humano chegar em Babel. Seu senhor havia ordenado que ele não fosse rude com aquele humano. Seu senhor chamou aquele humano de convidado.

Tudo isso sufocou o impulso de Gavid. Para a Lâmina do Encarceramento, cada palavra do Rei Demônio do Encarceramento era um comando absoluto que ele precisava obedecer. Como tal, Gavid não desembainhou a Glória.

Bruuuum!

O raio roxo disparou no ar, mas Gavid não vacilou ou tentou se esquivar do ataque. Ele também não sacou sua espada, Glória. Em vez disso, Gavid balançou a mão direita como se fosse uma espada e redirecionou a trajetória do ataque para cima. Surpreendentemente, Gavid nem recebeu um arranhão do poderoso ataque. Ele não derramou uma única gota de sangue.

A manga de Gavid estava rasgada e ele cerrou os dentes em frustração enquanto olhava para o tecido esfarrapado. Estava prestes a expressar sua irritação, mas não tinha tempo para assuntos tão triviais. Quando a corrente elétrica do raio desapareceu, outro ataque poderoso atingiu Gavid, fazendo-o voar pelo ar.

Eugene sacou a Lança Dracônica Kharbos, reunindo uma enorme quantidade de mana em um único ponto e liberando-o em um golpe poderoso. Era comparável ao sopro de um dragão em sua ferocidade e, embora Eugene não pudesse atacar várias vezes ao mesmo tempo, o único golpe era suficiente para causar medo nos corações de seus inimigos. No passado, Eugene se esforçava para utilizar a Lança Dracônica ao máximo devido à sua falta de mana, mas agora ele poderia liberar todo o seu poder sem muito esforço.

— Você voou muito longe. — Observou Eugene.

Os lábios de Eugene se curvaram para cima em um sorriso quando guardou a Lança Dracônica Kharbos de volta em seu manto depois que Gavid foi arremessado a uma grande distância. No entanto, ele sabia que usar a Lança Demoníaca Luentos, o Martelo da Aniquilação Jigollath ou a Espada do Luar provocaria Gavid a desembainhar a Glória. Apesar de Gavid ser completamente subserviente à vontade do Rei Demônio do Encarceramento, Eugene estava bem ciente de que Gavid não hesitaria em desembainhar a espada se fosse obrigado.

A lealdade de Gavid ao Rei Demônio do Encarceramento era inabalável, e Eugene sabia que enquanto ele se abstivesse de forçar Gavid longe demais, ele não desembainharia a Glória ou usaria o Olho Demoníaco da Glória Divina. Em vez disso, Gavid seguiria obedientemente os comandos do Rei Demônio com o melhor de sua capacidade.

Eugene não usaria sua assinatura. Um ás na manga só aumentava de valor enquanto fosse mantido em segredo, então Eugene só confiava na Espada Sagrada enquanto avançava.

O rosto de Straut II se contorceu de raiva enquanto ele gritava:

— P-Parem esse maluco! — Ele não conseguia entender o porquê Eugene de repente atacaria um Duque de Helmuth, especialmente depois que o Rei Demônio do Encarceramento acabar de partir. Qual era a razão por trás de provocar Gavid Lindman dessa maneira? O pensamento fez o sangue de Straut ferver de confusão e frustração. — Senhor Alchester! Precisamos…

Os olhos de Alchester se estreitaram enquanto ele considerava a situação diante dele. Embora não tivesse certeza do que estava acontecendo, ele tinha fé suficiente nas habilidades de Eugene para acreditar que o jovem gênio não agiria sem razão.

— Não creio que isso seja necessário. — Respondeu Alchester, com a voz calma e comedida. Apesar da urgência da situação, ele estava determinado a manter a compostura.

—Herói da Espada Sagrada… Eugene Lionheart, se você deseja continuar o legado de seu progenitor, um dia irá para Helmuth como o Herói.

Alchester tinha Eugene em grande estima, tanto que confiou a ele a técnica secreta de sua família, a Espada Vazia. E Eugene não o desapontou; ele dominou rapidamente a técnica e até criou várias camadas dela em pouco tempo.

Eugene Lionheart não era apenas um espadachim prodígio; ele possuía uma infinidade de qualidades admiráveis que o destacavam dos demais. Seu talento para a espada e senso de batalha eram inigualáveis, mas havia mais nele do que isso. Eugene também era incrivelmente generoso e atencioso, indo além para ajudar aqueles ao seu redor. Ele até reservou um tempo para ensinar ao filho de Alchester, Leo, técnicas para lidar melhor com a mana. Eugene também era humilde por natureza. Apesar de seu talento prodigioso, ele nunca demonstrou arrogância durante seu tempo com a família Dragonic. Não era de admirar que Alchester o tivesse em tão alta consideração.

“Para você, a oportunidade de enfrentar a Lâmina do Encarceramento deve ser algo que não pode ser comprado com qualquer quantia de dinheiro. Além disso, como o Rei Demônio do Encarceramento chamou você de convidado e prometeu tratá-lo adequadamente, seu leal cavaleiro não será capaz de agir de forma imprudente com você…”

Enquanto Alchester ponderava sobre o ataque inesperado de Eugene a Gavid, ele percebeu a ousadia e inteligência por trás das ações de Eugene. Com um sorriso satisfeito e uma nova chama em seu coração, Alchester concordou com a cabeça. Alchester não pôde deixar de sentir orgulho e admiração pelo caráter de Eugene e acreditou que um dia ele se ergueria como o Herói, de pé e orgulhoso ao declarar sua missão de matar os Reis Demônios.

Alchester Dragonic mantinha seus ancestrais em alta consideração, e ninguém mais do que Orix Dragonic, que tomou a nobre decisão de ficar para trás e proteger o Império Kiehl durante a guerra três séculos atrás, em vez de se juntar à batalha em Helmuth. Alchester admirava o senso de dever e honra de seu antepassado, mas às vezes não conseguia deixar de se perguntar sobre as possibilidades do que poderia ter sido.

Alchester Dragonic frequentemente ponderava o que poderia ter acontecido se seu ancestral, Orix Dragonic, tivesse escolhido acompanhar o Grande Vermouth e seus companheiros; Hamel, o tolo, a Sábia Sienna, a Fiel Anise e o Corajoso Moron, em vez de ficar para trás para proteger o Império Kiehl durante a guerra trezentos anos atrás. Ele se perguntou como teria sido se seu ancestral tivesse se tornado um dos heróis lendários gravados na história e muitas vezes se encontrava perdido em pensamentos, imaginando como seria essa realidade.

“Tenho sorte.”

Alchester manteve um sorriso fino, embora Straut II, estivesse furioso ao seu lado. Alchester estava perdido em pensamentos, considerando a possibilidade de que um dia Eugene Lionheart pudesse procurar companheiros para desafiar Babel. Nesse caso, Alchester sabia que desistiria de tudo o que tinha, seu status de duque de Kiehl, seu lugar na família Dragonic, apenas para fazer parte dessa busca heróica que entraria para a história.

No entanto, Eugene não estava engajando Gavid em uma batalha para obter uma melhor compreensão da Lâmina do Encarceramento para se preparar melhor para o futuro.

“Isso é perfeito para desabafar minha raiva.”

Isso era tudo. Eugene estava liberando todas as emoções que havia reprimido em sua vida passada, sabendo que Gavid não poderia retaliar ou empunhar sua espada livremente. Esta era a única razão por trás de seu ataque implacável.

Anise não pôde deixar de sussurrar para si mesma:

— Esse maldito maluco. — Ao observar Eugene liberar sua fúria em Gavid. Enquanto outros podiam não ter entendido o motivo da explosão repentina de Eugene, Anise sabia a verdade. Eugene teria feito julgamentos cuidadosos e calculados à sua própria maneira, mas naquele momento, suas emoções levaram a melhor sobre ele. A personalidade imprevisível de Hamel provavelmente fez com que Eugene perdesse o controle.

— Ohhh. — Moron soltou um grito alto e cerrou os punhos na tentativa de entrar na briga.

No entanto, Anise rapidamente agarrou seu braço e disparou contra ele em voz baixa, impedindo-o de interferir:

— Seu idiota. O que faríamos se você o atacasse também?

— Eu…

— Não me responda. Sua voz é tão estupidamente alta que todos ouvirão suas palavras, mesmo que sussurre. Então cale a boca e me escute com atenção. Não faça nada e fique aqui mesmo. — Disse Anise.

O Rei Demônio do Encarceramento apenas estendeu a hospitalidade a Eugene, deixando todos os outros como alvos potenciais para a Lâmina do Encarceramento. Qualquer interferência poderia resultar em consequências mortais, e Anise não estava disposta a arriscar a segurança de ninguém.

Enquanto Gilead ponderava sobre a situação, ele chegou à mesma conclusão que Alchester. A Lâmina do Encarceramento não estava interessado em atacar Eugene e se contentou em simplesmente bloquear seus ataques frenéticos. No entanto, Gilead sabia que a batalha não poderia continuar indefinidamente. Ele sacou sua própria lâmina e avançou, determinado a acabar com a luta. Carmen também se juntou, pegando sua arma, o Genocídio Celestial.

— P-Por favor, espere um momento. — Anise tentou impedir os membros da família Lionheart, mas não sabia o que dizer. Ela hesitou por um momento, então fechou os olhos com força. — A-Ahhhh!

Anise soltou um grito, apesar de se sentir constrangida e humilhada. Com determinação, desfraldou suas Asas de Luz e agarrou seu cabelo com força. Sentindo que duas asas não eram suficientes, ela convocou mais duas e as abriu, agora exibindo orgulhosamente quatro asas no total.

— A revelação da luz! — Ela gritou.

[Irmã!] Kristina não pôde deixar de exclamar.

“Por favor, fique quieta. Isso me envergonha mais do que a você.”

A mente de Kristina ecoava com gritos enquanto observava o comportamento frenético de Anise. Seu corpo tremia incontrolavelmente como se possuído por uma força divina enquanto arrancava o próprio cabelo para adicionar à cena dramática. As asas de Anise se abriram e brilharam como o sol, deixando os Cavaleiros Lionheart sem escolha a não ser parar e voltar sua atenção para ela.

Enquanto Anise continuava a fingir sua possessão divina, Eugene empurrou Gavid implacavelmente até que ele fosse encurralado na parede. O Olho Demoníaco da Glória Divina ainda não foi utilizado, e a Glória permanecia em sua bainha. Os olhos de Gavid olharam para Eugene com uma feroz intenção assassina.

— Tem certeza de que deveria estar olhando assim para o convidado de seu mestre? — Disse Eugene provocativamente.

— Seu… Filho da puta. Você sabia que eu não iria revidar…! — Respondeu Gavid, rangendo os dentes.

Boom!

O ataque de Eugene foi interceptado por Gavid, que usou seu antebraço como escudo. Apesar de sua aparência anteriormente imaculada, o uniforme de Gavid agora estava esfarrapado e sujo, e seu cabelo perfeitamente penteado agora estava desgrenhado.

— Quem disse para você não revidar? Se quiser, vá em frente. — Provocou Eugene.

— Você está confiante de que pode lidar com isso…?! Grave isso na sua mente, seu maldito. A única razão pela qual você pode respirar e manter sua vida é que Sua Majestade o chamou de convidado, porque disse que estava ansioso para vê-lo em Babel…! — Gritou Gavid.

— Falando nisso, quando eu chegar em Babel, você vai abrir caminho para que eu suba em paz até o topo? — Perguntou Eugene zombeteiramente.

Gavid atirou de volta, seus olhos brilhando com intenção assassina.

— Isso não tem sentido nenhum! Sua Majestade não disse uma palavra sobre abrir as portas para você.

Fazia trezentos longos anos. Não houve povo demônio que desafiou o Rei Demônio sem saber seu lugar nesse meio tempo? Inúmeros aristocratas jovens e ambiciosos se levantaram para desafiar o Rei Demônio, confiantes em sua própria força. Mas nenhum deles realmente conhecia seu lugar.

Babel, o Castelo do Rei Demônio do Encarceramento em Pandemonium, tinha noventa e nove andares, cada um com funcionários e trabalhadores que administravam a segurança do castelo durante os tempos de paz. Mas quando alguém se atrevia a desafiar o trono do Rei Demônio, o castelo se transformava em uma fortaleza demoníaca, assim como aconteceu trezentos anos atrás. Inúmeras armadilhas, demônios e bestas espreitavam em cada canto, bloqueando o caminho do desafiante até o topo. Gavid Lindman, a Lâmina do Encarceramento, guardava o andar logo abaixo do palácio e, apesar das inúmeras tentativas dos desafiantes, nenhum jamais conseguiu passar por ele, exceto o Grande Vermouth e seus companheiros.

— Se vier a Babel, ceifarei pessoalmente sua cabeça e a apresentarei à Sua Majestade com minhas próprias mãos. — Declarou Gavid.

—O Rei Demônio do Encarceramento não vai deixar você escalar Babel em paz, já que esse é o tipo de ser que ele é.

Era isso mesmo? Eugene bufou ao relembrar as palavras de Vermouth.

— Então, se eu nunca for para Babel, você nunca vai conseguir me matar.

— Seu desgraçado…!

— Não é? Você mesmo virá me matar se eu não fizer a viagem? Se fizer isso, não estará violando os desejos do Rei Demônio do Encarceramento? — Provocou Eugene.

A expressão de Gavid se contorceu depois de ouvir as palavras de Eugene. Algumas coisas não mudaram ao longo de trezentos anos, e esta era uma delas. Gavid, o sujeito honesto, ainda era absolutamente obediente às ordens de seu mestre.

— Se… Não vier…! Se você se enfiar no clã Lionheart como um ratinho, eu mesmo irei buscá-lo. Sua Majestade me dará as ordens para fazê-lo…! — Gritou Gavid ferozmente.

Os dois trocaram outro golpe.

Boom!

Gavid redirecionou o ataque de Eugene, o que resultou em uma enorme rachadura nas paredes da Fortaleza Lehain.

— Ah, não precisa se preocupar com isso. Eu com certeza vou para o Castelo do Rei Demônio. — Disse Eugene zombeteiramente. Ele riu enquanto apontava para as mangas esfarrapadas de Gavid.

As sobrancelhas do demônio se ergueram com a zombaria. — Não me teste, humano…! Mesmo que você tenha sido reconhecido pela Espada Sagrada, e mesmo que o sangue de Vermouth corra em suas veias…! Você não é ele. Realmente acredita que pode alcançar o nível dele?

— Você me considera um idiota? Eu sou Eugene Lionheart, não Vermouth Lionheart. Isso não é óbvio? — Retorquiu Eugene.

— Nem Vermouth era tão arrogante quanto você! — Rugiu Gavid.

— Bem, claro, já que não sou Vermouth Lionheart. — Disse novamente Eugene.

— Sua arrogância não tem limites…! De onde vem sua confiança infundada? — Perguntou Gavid.

Eugene estava prestes a dar uma resposta aleatória quando ouviu o grito de Anise.

— A revelação da Luz! Ele deu uma olhada de soslaio e a viu brilhando com quatro de suas asas abertas. Eugene não pôde deixar de rir da visão.

— Revelação. — Disse Eugene.

— O quê? — Gavid disse, confuso.

— Você não ouviu? É uma revelação. A Espada Sagrada, que me reconheceu, e a Luz, disse que eu poderia ser arrogante. — Disse Eugene.

— Que bobagem completa! — Exclamou Gavid.

Eugene ignorou suas palavras e concentrou o poder da Fórmula da Chama Branca na Espada Sagrada.

Craaaack!

Foi exatamente como na vez em que estava na Fonte de Luz; a espada devorou sua mana avidamente. Apesar de ser um descrente com absolutamente nenhuma fé, ele não pôde deixar de se maravilhar com a capacidade da espada de emitir uma luz radiante que poderia dissipar toda a escuridão na área circundante.

Não era apenas a Espada Sagrada. Enquanto Eugene a empunhava, ele sentiu uma sensação quente e latejante vindo do dedo anelar de sua mão esquerda. O Anel de Agaroth do antigo deus da guerra, concedido a ele pelo Dragão Vermelho, estava reagindo à sua mana e ao brilho da espada.

A luz da Espada Sagrada ficou mais brilhante. Era brilhante o suficiente para dissipar a escuridão, mas não exalava um sentimento de santidade. Pelo contrário, era brutal, como as chamas da guerra que ameaçavam destruir tudo.

“Revelação?”

Gavid ficou parado, congelado no lugar pela luz ameaçadora que emanava da Espada Sagrada de Eugene. Enquanto a Luz descia em sua direção, Gavid podia sentir o poder do golpe caindo sobre ele. Aquele ataque foi diferente dos anteriores.

No momento em que a Luz o inundou, Gavid instintivamente sacou Glória.

Bruuum!

A parede se despedaçou em escombros, mas Gavid permaneceu ileso. No entanto, sua atenção estava fixada na espada em seu punho. Ele agiu por puro instinto, incapaz de resistir ao impulso de sacar sua lâmina. Ele deveria ter levado o golpe e deixado seu corpo se regenerar, mas falhou em controlar seus impulsos.

“Mas julguei que não podia. Por quê? Por causa do poder divino da Espada Sagrada? Mesmo assim…”

Os lábios de Gavid tremeram.

— Então você finalmente sacou sua lâmina depois de agir como se não o fosse fazer todo esse tempo. — Ridicularizou Eugene enquanto abaixava a Espada Sagrada. Os olhos de Gavid estremeceram ao ver o sorriso de Eugene.

Eugene colocou a Espada Sagrada de volta dentro de seu manto antes de se virar.

— Aonde está indo? — Perguntou Gavid quando viu Eugene se afastando. A Espada Demoníaca ainda estava em sua mão, mas o humano que o fez sacar a lâmina estava se afastando como se não se importasse.

— Vou parar já que você sacou sua espada. — Respondeu Eugene.

— O quê…?

— Porque não tenho mais motivos para continuar. — Disse Eugene.

Ele nunca olhou para trás, nem mesmo uma vez, e Gavid ficou em silêncio enquanto olhava para as costas de Eugene. Então olhou para a Espada Demoníaca em sua mão, e o resto de pano que uma vez chamou de uniforme.

— …

Gavid engoliu a raiva que fervia no fundo de seu coração. Ele queria matar aquele humano naquele instante, mas sabia que não podia. O comando de seu senhor era absoluto. Mesmo assim… Havia sacado a Glória. Parecia vergonhoso e humilhante tê-la sacado sem ordens do Rei Demônio do Encarceramento.

Crunch…!

Gavid se virou enquanto mordia o lábio inferior. Ele embainhou Glória, então saltou sobre a parede caída. Não queria mais ficar na fortaleza. Não sabia se poderia manter sua razão se visse o rosto de Eugene Lionheart novamente por causa da humilhação. Os cavaleiros demoníacos ficaram confusos com suas ações, mas rapidamente se agruparam e seguiram Gavid sobre a parede caída e para fora da fortaleza após se cobrirem com a névoa.

— Bem, isso foi uma surpresa. — Resmungou Eugene, sacudindo sua mão esquerda. Ele pretendia apenas aumentar um pouco seu ataque, mas o Anel de Agaroth havia feito ele aumentar desproporcionalmente por conta própria.

O anel do deus da guerra geralmente era calmo, mas parecia agir por conta própria sempre que Eugene empunhava a Espada Sagrada.

Assim que Eugene andou de volta, o Imperador de Kiehl rugiu.

—Eugene Lionheart! — Ele disse: — O que você fez?! Como pôde atacar o Duque de Helmuth?

— A revelação! — Gritou Eugene enquanto levantava as mãos. Seu grito alto e dramático deixou o imperador sem palavras. — E foi o que aconteceu.

O imperador voltou seu olhar estupefato para o papa.

— Que… Desculpa ridícula…! Olhe aqui, Papa Aeuryus. Você vai deixá-lo usar o Deus da Luz, o brilhante Todo-Poderoso, como uma desculpa como essa?

— O mestre da Espada Sagrada não pôde evitar. — Murmurou o papa após uma pequena pausa enquanto recordava os acontecimentos ocorridos na Câmara de Audiências. Ninguém jamais imaginou que tais palavras sairiam da boca do fanático teimoso.

— Uhahahahaha! — Rugiu Moron. Foi uma risada repentina e inoportuna também. No entanto, para Moron não tinha nada de inoportuno. Ele estava simplesmente encantado por Hamel não estar diferente de trezentos anos atrás, por não ter mudado.

— Uhahahahaha! — Aman Ruhr o seguiu e caiu na gargalhada simplesmente porque seu ancestral o fez.

Anise, porém, não riu. Ela silenciosamente retraiu suas asas e olhou para Eugene com olhos que poderiam matar.

[Irmã…] Kristina gritou.

“Deus nos perdoará mesmo que esmaguemos sua cabeça com uma maça.”

[Ainda não posso fazer um milagre para consertar uma cabeça quebrada.]

“Então vamos nos contentar em quebrar alguns ossos”, pensou Anise enquanto agarrava seu mangual.

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Deus Maligno
Membro
Deus Maligno
2 meses atrás

Adoro q a Kristina/Anise parecem ser realmente duas personalidades do mesmo ser. Um anjinho e um diabinho.

Giovanne
Membro
Giovanne
3 meses atrás

Puta merda que cena kkkkk não tankei o papa concordando quase fez eu me mijar slk

Outsider
Visitante
Outsider
3 meses atrás

Kkkkkkkkkkkk muito bom!

OblivionD
Membro
Oblivion
4 meses atrás

melhor cap?

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