Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx

Damn Reincarnation – Capítulo 256

A Duquesa Dragão (2)

Dois dias após a visita inesperada de Noir Giabella, Eugene estava sentado em seu quarto, perdido em pensamentos. De repente, a porta se abriu e Noir Giabella entrou sem avisar, como havia feito antes.

— Está resolvido, meu querido Eugene. — Declarou ela sem enrolação.

O sangue de Eugene ferveu quando Noir Giabella se referiu a ele como ‘meu querido’. Era a única coisa que o irritava mais do que qualquer outra coisa. Ele não conseguia entender o porquê Noir Giabella estava tão obcecada por ele. Na verdade, não se importava em entender, nem achava que poderia compreender os motivos dela. Ele havia aprendido sobre seus muitos empreendimentos comerciais em Helmuth e, em sua opinião, a súcubo diante dele estava claramente louca. Como ele poderia tentar entender uma lunática como ela?

— Você entrará no Castelo do Dragão Demoníaco como um produto gourmet. — Continuou Noir.

— Um produto gourmet? — Perguntou Eugene.

— Sim! — O sorriso de Noir se iluminou quando assentiu com entusiasmo.

Eugene ficou curioso sobre o que ela quis dizer, mas parecia ser exatamente o que ele suspeitava. Entre os nobres que viviam no Castelo do Dragão Demoníaco, havia um povo demônio com um interesse insaciável em carne humana. Não era algo para se gabar na era atual, mas também não era um segredo no domínio de Raizakia, dada a notória animosidade do Dragão Negro em relação aos humanos.

Aquele demônio em particular no Castelo era cliente de um dos Demônios da Noite sob o comando de Noir Giabella.

— Meu querido Eugene, tenho certeza de que você sabe que Helmuth é implacável quando se trata de transgressores ilegais. Se as bestas demoníacas caçadoras pegarem você, elas irão devorá-lo no local. — Noir avisou.

Mesmo se alguém evitasse o olhar das bestas, isso apenas agravaria o problema. Os caçadores povo demônio eram muito mais inteligentes e implacáveis do que as bestas, e não respeitavam os direitos daqueles que capturavam.

Noir acrescentou:

— E isso não é algo para ser falado abertamente, mas a única coisa que Helmuth respeita são os humanos que entram no país legalmente e os cidadãos cumpridores da lei. Fora isso—

— Seus demônios filhos da puta. Eu sabia. Você ri e age como alguém de bem na superfície, mas extorque secretamente a força vital humana, come humanos vivos e escraviza suas almas. Não é mesmo? — Eugene disse, tendo finalmente admitido as más ações dos demônios. Ele apontou o dedo para Noir enquanto arregalava os olhos. — Não importa o quanto você finja não ser, afinal de contas, o povo demônio é o povo demônio. O que foi que você disse? Helmuth é um bom lugar para os humanos viverem. Você obviamente está enganando os humanos com suas línguas loquazes para festejar com eles depois de engordá-los como porcos para abate—

— Meu querido Eugene, acalme-se. — Noir o interrompeu no meio de sua frase e levantou a mão. — Os únicos seres humanos que não são respeitados em Helmuth são os imigrantes ilegais, aqueles que desobedeceram à lei. Meu querido Eugene, como você deve saber muito bem, as leis de Helmuth são muito favoráveis aos humanos, mas Helmuth é igualmente severa com aqueles que quebram as leis. 

— Mesmo assim, comer humanos? Malditos demônios… — Eugene começou a protestar.

No entanto, Noir o interrompeu no meio da frase, levantando a mão para silenciá-lo.

— Meu querido Eugene, tente manter a calma. — Disse ela, com a voz comedida e fria. — Em Helmuth, os únicos que não são respeitados são os imigrantes ilegais, aqueles que infringiram nossas leis. Nossas leis, como você sabe, são projetadas para beneficiar os humanos, e somos bastante protetores daqueles que as cumprem. Mas não tratamos bem aqueles que não as obedecem.

— Não sei por que você está com tanta raiva. No final, nossas espécies são diferentes, certo? E meu querido Eugene, até onde eu sei, a família Lionheart atua como guardiã da montanha Uklas, certo?

— E daí? — Cuspiu Eugene.

— Ela não faz fronteira com a Floresta Samar? — Noir perguntou, seus olhos se estreitando. — Ouvi dizer que muitas almas desesperadas tentam atravessá-la ilegalmente. Os Cavaleiros Leão Negro têm a tarefa de guardar a fronteira. E se pegam alguém infringindo a lei, têm autoridade para executá-lo, não é?

Ela já sabia a resposta — eles sabiam.

— É natural que um país puna e dissuada a imigração ilegal. — Continuou Noir, com a voz ainda comedida e fria como antes. — E quanto aos demônios… Bem, não é de se surpreender que alguns ainda gostem de carne humana. Isso não é novidade. Além disso, o canibalismo ainda não é praticado entre os humanos? Os canibais não são uma ameaça maior, já que se alimentam de sua própria espécie?

Eugene tentou negar as palavras de Noir, mas lembrou-se dos nativos da Floresta Samar. Algumas tribos entre os bárbaros ainda praticavam o canibalismo.

— Como espécies diferentes, nunca podemos nos entender verdadeiramente. — Noir refletiu suavemente. — Mas podemos tentar. No entanto, meu querido Eugene, certamente há assuntos mais urgentes em mãos do que criticar os demônios e Helmuth, não?

Ela ergueu os óculos pretos com a ponta dos dedos. O ornamento do olho apareceu do nada, evidência do Olho Demoníaco da Fantasia. Ela usou seu Olho Demoníaco apenas para querer dar a si mesma a aparência de uma intelectual. No entanto, quando Eugene recuou com um olhar de desgosto, os óculos desapareceram como se nunca tivessem existido.

— Meu querido Eugene, como eu disse antes, você entrará em Karabloom como uma oferenda para um demônio do Castelo do Dragão Demoníaco.

Isso não era nada para Eugene se preocupar. Os Demônios da Noite de Karabloom cumpriam perfeitamente as ordens de sua rainha. Eles já haviam conseguido persuadir o fiscal do portão, que por acaso era um de seus clientes.

Esgueirar um único humano, um mero produto, para Karabloom não era problema, principalmente devido ao atual estado de caos. O conde Karad do feudo Ruol estava se preparando para uma guerra territorial e, embora nenhuma declaração formal tivesse sido feita, apenas rumores haviam mergulhado o feudo Karabloom em desordem. Seu senhor, o Dragão Negro, esteve ausente por dois séculos, e não houve resposta às contínuas provocações do Conde Karad. Consequentemente, a atmosfera dentro do Feudo Karabloom atingiu o fundo do poço, e inúmeros demônios estavam fugindo do território.

— E, claro, meu querido Eugene. — Disse Noir. — Você deve ocultar sua identidade. Precisamos encontrar uma maneira de cobrir seus cabelos grisalhos característicos, e você nunca deve sacar a Espada Sagrada. Mesmo que o porteiro, embriagado em seu doce sonho… Seja gentil e receptivo aos nossos pedidos, eles nunca deixariam o Herói passar.

— E depois que eu subir no Castelo? — Perguntou Eugene.

— Você é livre para fazer o que quiser a partir de então. Meu querido Eugene, seu propósito é o Coração do Dragão da Duquesa Dragão, certo? — Noir disse. Ela sorriu antes de continuar: — Você tem sorte nesse aspecto.

— Tenho sorte?

— Sim. Mais cedo ou mais tarde, uma guerra estourará no Castelo do Dragão Demoníaco, Noir afirmou com uma expressão indiferente.

Eugene piscou atordoado com suas palavras.

— Guerra?

— Sim. Em um futuro próximo, o Conde Karad declarará guerra e realizará uma ousada invasão ao Castelo, provavelmente em poucos dias.

— Isso não é muito repentino?

— Não necessariamente. O conde Karad está se preparando para esta guerra há muito tempo… Ele preparou um ás na manga, algo que com certeza vencerá esta guerra. Talvez você já tenha ouvido falar do nome? A Besta de Ravesta — o chefe do povo-besta, Jagon.

O semblante de Eugene endureceu involuntariamente. Ele não poderia ignorar o nome Jagon.

A voz de Noir estava calma e controlada enquanto ela dava a notícia.

— Um grupo de mercenários do povo-besta, liderado por ninguém menos que o próprio Jagon, entrou no Feudo Ruol. — Explicou ela.

— O Conde Karad não será capaz de manter Jagon sob controle. — Noir continuou, seu tom ficando grave. — Ele não terá escolha a não ser declarar guerra e lançar seu ataque ao Castelo do Dragão Demoníaco. Aquele lunático Jagon deve ter vindo para Ruol com a única intenção de caçar um dragão.

O conde Karad conseguiu atrair Jagon desde Ravesta, uma terra distante, tentando-o com a perspectiva de uma guerra territorial contra o Castelo do Dragão Demoníaco.

Noir calmamente expandiu a situação para Eugene.

— É provável que o conde Karad e seu exército, junto com Jagon e seus mercenários, já estejam a caminho de Karabloom e do Castelo do Dragão Demoníaco. Eles devem estar se sentindo confiantes em suas chances de vitória, e sem civis para se preocupar, não têm motivos para hesitar. Na verdade, já devem ter saído de Ruol.

No reino de Helmuth, apenas os humanos eram considerados dignos do título de civis de acordo com a lei. Batalhas e guerras entre demônios eram ocorrências frequentes. Frequentemente, eles lutavam para ganhar território ou estabelecer domínio, mas a segurança dos civis tinha que ser a prioridade máxima em todas essas situações.

No entanto, quando se tratava de demônios matando outros demônios durante uma guerra, não havia restrições impostas pelas leis de Helmuth. Na verdade, tais conflitos eram ativamente encorajados como um meio de aumentar o poder e o prestígio dos demônios. Afinal, se até isso fosse sancionado também, os demônios provavelmente teriam enlouquecido há muito tempo.

— É por isso que o tempo é importante. Eugene, você também não está preocupado em como escapar do Castelo do Dragão Demoníaco depois de matar a Duquesa Dragão? — Noir perguntou.

A verdadeira intenção de Eugene não era tomar o coração da Duquesa Dragão, mas usá-la para encontrar Raizakia na brecha indescritível entre as dimensões. Embora não pudesse ter certeza, tinha pouca esperança de que mesmo encontrar a Duquesa Dragão o ajudaria a localizar a fenda.

“Talvez seja semelhante a um sequestro”, pensou Eugene.

Além disso, seria uma tarefa difícil para ele escapar do Castelo depois de subjugar a Duquesa Dragão.

— Entendo o que você quer dizer. — Eugene franziu as sobrancelhas enquanto ouvia a explicação de Noir.

Ele finalmente entendeu a verdadeira importância do tempo em seu plano. Assim que o Conde Karad e suas forças iniciassem a invasão ao Castelo, suas defesas estariam em seu ponto mais fraco. Era nesse momento crítico que o grupo de Eugene teria a melhor oportunidade de escapar.

— As defesas do Castelo do Dragão Demoníaco serão destruídas durante a invasão. Jagon liderará a invasão do castelo com as bestas, e meu querido Eugene, é aí que você pode escapar durante todo esse caos. — Disse Noir com um sorriso malicioso.

Claro, era mais fácil dizer do que fazer. O primeiro problema seria o assassinato da Duquesa Dragão. Embora ela fosse um filhote de apenas duzentos anos de idade, um dragão ainda era um dragão — uma criatura com as escamas e os ossos mais duros do mundo. Além disso, seria impossível assassinar um dragão protegido por todos os tipos de magia.

“Se você tiver sorte, deve ser capaz de escapar no caos da invasão depois de matar a Duquesa Dragão… Mas se não tiver sorte, será capturado por Jagon antes de escapar.

Noir sorriu enquanto imaginava os vários resultados possíveis.

* * *

Eugene passou pelo portão sem encontrar problemas.

Os dois agora estavam confortavelmente sentados em um carro luxuoso com a Demônio da Noite ao volante. Enquanto dirigiam, ela falou.

— Estamos indo para a cidade mineradora. — Ela falou com um sorriso. — É um lugar e tanto. Você sabia que tem a maior concentração de anões de toda Helmuth? Uma vez por mês, eles apresentam seus artesanatos e mercadorias ao Castelo do Dragão Demoníaco.

A Demônio da Noite se inclinou para Eugene e continuou em um tom abafado.

— Meu cliente é responsável por inspecionar os artesanatos e mercadorias. Você acompanhará as mercadorias em sua jornada para o Castelo. Meu papel é simplesmente escoltar você e as mercadorias.

Depois disso, a Demônio da Noite perguntou:

— Há mais alguma coisa em que eu possa ajudá-lo, senhor humano?

— Não. — Respondeu Eugene sem sequer olhar para a Demônio da Noite.

Ao ouvir a menção de um inspetor, Eugene relembrou as informações que havia investigado sobre o Castelo do Dragão Demoníaco durante uma busca de informações no passado.

Eugene sabia que as obras dos anões haviam sido desviadas. Sabendo que os anões estavam vinculados a Raizakia e, portanto, não poderiam ser os responsáveis, ele assumiu que havia mais alguém envolvido no processo. Agora, parecia que o culpado era o inspetor povo demônio, que agia como intermediário no esquema.

“O inspetor está furtando as mercadorias e ousando colocar furtivamente um humano para dentro do território de Raizakia, que sempre nutriu animosidade contra os humanos… Então é assim que está sendo”, pensou Eugene.

As ações audaciosas do inspetor indicaram claramente que os demônios dentro do Castelo do Dragão Demoníaco estavam convencidos de que Raizakia estava ausente, e sua lealdade ao filhote era questionável na melhor das hipóteses. Essa percepção pintava um quadro sombrio da guerra que se aproximava; parecia que seria uma batalha unilateral desleixada.

À medida que a invasão se aproximava, era evidente que os nobres que residiam no Castelo se renderiam rapidamente em massa. Eles não teriam chance contra as forças esmagadoras do exército do Conde Karad. Com pouca resistência esperada, Jagon levaria sem esforço suas bestas para o castelo, pronto para despedaçar a Duquesa Dragão membro por membro.

“Eles não vão conseguir nem ganhar tempo”, pensou Eugene.

Era lamentável, pois uma resistência feroz do Castelo e uma batalha feroz entre os dois grupos permitiriam que Eugene escapasse com facilidade.

— E como você vai me mandar para o Castelo do Dragão Demoníaco? Será através de um portal de teletransporte? — Perguntou Eugene.

— Sim. O inspetor descerá para a cidade mineradora pelo portal de teletransporte. Você pode ficar com as outras mercadorias no carrinho e passar pelo portal com o inspetor. — Respondeu a Demônio da Noite.

— E se aquele povo demônio maldito quiser me comer na hora?

A Demônio da Noite riu, seus olhos brilhando maliciosamente enquanto falava.

— Hahaha, isso nunca vai acontecer. Você não ouviu falar da Rainha? Aquele demônio se orgulha de ser um gourmet.

Ela fez uma pausa, dando uma piscadela maliciosa para o ouvinte e acrescentou:

— Fui eu quem informou a Rainha sobre isso. Bhud, ah, Bhud é o nome daquele demônio. Eu memorizei o nome dele, porque ficava me pedindo para chamar seu nome sempre que estava sonhando.

A Demônio da Noite se inclinou, sua voz caindo para um sussurro conspiratório.

— Enfim, quando eu disse que daria a ele um humano de presente, Bhud ficou muito feliz e me respondeu, dizendo que iria cozinhar você usando vários métodos diferentes e fazer um banquete secreto com seus amigos.

— Hã? — Eugene cerrou os punhos e estalou a língua, sentindo-se frustrado.

O pensamento do que ele faria com o povo demônio que o ajudou a chegar ao Castelo do Dragão Demoníaco nunca passou por sua cabeça. No entanto, depois de ouvir o que a Demônio da Noite tinha a dizer, Eugene já havia se decidido. Ele arrancaria a cabeça do povo demônio assim que chegasse ao castelo.

Karabloom era um pequeno ducado e a mina de joias mais fina de Helmuth. Raizakia, o duque de Karabloom, não estava interessado em expandir seu domínio desnecessariamente, então, em vez de tomar um grande território de terras inúteis, Raizakia escolheu Karabloom, a melhor mina de joias de Helmuth, como seu ducado.

Em termos de tamanho da propriedade, Karabloom era menor do que a província de Gidol, a cidade natal de Eugene. Graças a isso, conseguiu chegar à cidade mineradora depois de viajar cerca de cinco horas desde o portão. Ele saiu do carro com um grande capuz cobrindo a cabeça e se dirigiu para o portal de teletransporte da cidade mineradora.

A mina de joias em Karabloom era a melhor de toda Helmuth. Por três séculos, a mina foi trabalhada incansavelmente pelos anões, que não tiveram escolha a não ser oferecer suas preciosas descobertas ao seu senhor ausente. Apesar da passagem do tempo e das mortes dos anões originais que foram obrigados por contratos para trabalhar na mina, os contratos que foram feitos gerações atrás continuaram a se aplicar aos descendentes dos anões. Eles labutaram nas minas, processando as joias que foram então entregues ao Dragão Negro. Era um destino que parecia impossível de escapar, pois a magia de vínculo de Raizakia garantia que a atual geração de anões continuaria a trabalhar lá até que também falecessem.

— Pobres anões. Eles nunca poderão deixar esta área pelo resto de suas vidas. — Comentou a Demônio da Noite.

— Por quê? — Perguntou Eugene.

— Os anões estão vinculados a contratos com o Dragão Negro e não podem deixar esta área sem permissão. — Explicou a Demônio da Noite.

Esses contratos foram feitos sob a ameaça do poder do Dragão Negro e, como resultado, os anões ficaram presos em sua cidade mineradora.

Apesar de seu cativeiro, os anões continuaram a trabalhar incansavelmente, seus olhos opacos e sem vida pelos efeitos de sua contenção permanente. No entanto, mesmo em seu cativeiro, as habilidades dos anões como artesãos não podiam ser negadas. Eugene podia ver os frutos de seu trabalho nas carroças carregadas que estavam sendo transportadas pelo portal de teletransporte. Cada item era habilmente trabalhado, e até mesmo Eugene, que não era particularmente conhecedor dessas coisas, podia reconhecer sua qualidade excepcional.

Essa era uma questão de suma importância para os anões, no entanto. Os itens estavam sendo dedicados a um dragão feroz e ganancioso, e se fossem de má qualidade, teriam que enfrentar toda a ira do dragão.

— Bhud deve estar aqui em um minuto. — Disse a Demônio.

Eugene seguiu suas instruções e entrou em uma caixa vazia carregada em cima de um carrinho.

— Você tem que ficar calmo até chegar ao Castelo do Dragão Demoníaco. — Avisou a Demônio.

Uma tampa foi colocada no topo da caixa e Eugene observou os arredores através de um buraco de fechadura na caixa. Depois de um tempo, o portal de teletransporte foi ativado.

— Aris!

O som do nome da Demônio da noite ecoou pelo ar, fazendo-a virar a cabeça. Um povo demônio tinha acabado de sair do portal, e Eugene podia vê-lo pelo buraco da fechadura na caixa. A aparência do povo demônio era grotesca, com feições tanto de orc quanto de porco. Ele caminhou até a Demônio da Noite, sua grande barriga subindo e descendo a cada passo.

— É diferente ver você fora da loja. Isso significa que terei a chance de vê-lo lá fora no futuro também? — Bhud flertou abertamente com a Demônio antes de pegar um colar do carrinho.

Depois de olhar em volta, ele colocou o colar no decote dela.

— Oh, meu Deus…

— Está bem, está bem. Isso não é nada comparado ao presente que vou receber hoje. Então, Aris, é aquela caixa? — Perguntou Bhud enquanto os cantos de sua boca se contraíam.

A Demônio da Noite assentiu com um sorriso e Bhud se aproximou da caixa com um suspiro.

Tum.

Bhud bateu na caixa uma vez com sua mão grande. Eugene se enrolou em uma bola com uma carranca. Depois de mais algumas batidas, Bhud se virou com um sorriso satisfeito.

Ele soltou um zumbido satisfeito enquanto empurrava o carrinho contendo seu presente em direção ao portal de teletransporte, que foi ativado mais uma vez.

— Este é um presente maravilhoso. — Disse Bhud com um sorriso, os olhos brilhando de expectativa.

O portal parou de brilhar e o movimento da carroça abaixo de Eugene parou. Pelo buraco da fechadura, ele viu que a cena lá fora havia mudado drasticamente. Em vez das minas monótonas e sombrias de Karabloom, o buraco da fechadura da caixa agora revelava uma grande vista do Castelo do Dragão Demoníaco. Eugene não teve tempo de apreciar a visão. Ele havia chegado ao seu destino e era hora de agir. Seu plano era sair da caixa e eliminar Bhud sem demora, assim como já havia resolvido fazer.

Eugene respirou fundo, preparando-se para a tarefa que tinha pela frente. Estava pronto para fazer sua jogada.

— Q-Quem é você?!

No entanto, Bhud gritou de surpresa antes que Eugene pudesse pular da caixa.

Eugene também ficou surpreso. Uma garota vestida com roupas da cor do céu azul estava do lado de fora do portal de teletransporte.

A voz da garota soou alta e clara, ecoando pelos corredores do Castelo enquanto ela dizia:

— Inspetor Bhud! Seus erros são conhecidos pelo céu, pela terra e por mim!

Os olhos de Bhud se arregalaram em choque e ele cambaleou alguns passos para trás. Então abriu a boca para dizer algo, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Antes mesmo de começar a formar uma resposta coerente, ele sentiu uma pressão avassaladora caindo sobre ele. Sem perceber o que estava fazendo, caiu de joelhos no chão de pedra fria.

— Você está ajoelhado em reconhecimento do seu pecado?! Mas saiba que simplesmente ajoelhar-se não o absolverá dos crimes que cometeu! — Continuou a garota.

— Q-Quem pode ser você? — Perguntou Bhud.

Ele não entendia por que estava ajoelhado e não sabia quem era essa garota. No entanto, seu corpo respondeu instintivamente no momento em que viu a joia vermelha cravada na testa da garota.

— Você não reconhece quem eu sou? Bem, com razão! No entanto, saiba que todos no Cas Castelo do Dragão Demoníaco conhecerão o nome desta senhorita hoje! Esta senhorita é a legítima mestra do Castelo do Dragão Demoníaco e a única carne e sangue do Dragão Negro! — A garota declarou. Ela acenou com a mão, o que fez com que suas mangas se agitassem, e estendeu a palma para Bhud. — Meu nome é Ramira! Sua alma perversa que ousou tocar as oferendas para o Castelo do Dragão Demoníaco! Como a mestra do Castelo do Dragão Demoníaco, esta senhorita comanda você! Acabe imediatamente com sua própria vida—

A garota não teve chance de terminar suas palavras. A tampa da caixa foi arrombada e Eugene saltou para fora.


Extra, Ramira:


Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Comentários

4.8 5 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar