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Damn Reincarnation – Capítulo 280

Ivatar Jahav (6)

Alguns anos atrás, quando Kristina e Eugene cruzaram sozinhos a Floresta Samar, Eugene tinha muitas coisas com as quais precisava ser cauteloso.

Naquela época, o objetivo deles era procurar Sienna, que havia entrado em reclusão, investigando o território élfico. Ao longo do caminho, conseguiram descobrir uma vila de elfos errantes. Para evitar disputas desnecessárias, eles circularam em torno de qualquer uma das tribos nativas e também levaram muito tempo para procurar aqui e ali.

Desta vez, porém, não havia necessidade de toda aquela cautela. Aquele que liderava o caminho para eles era Ivatar, que estava familiarizado com os caminhos que conduziam através daquela floresta incrivelmente vasta.

Porém, em vez de estar familiarizado com os caminhos, seria mais correto dizer que a própria floresta estava abrindo um caminho para Ivatar.

Ele estava simplesmente caminhando para frente, mas as árvores densamente compactadas afastavam seus troncos como se estivessem vivas e abriam um novo caminho para ele. O solo áspero e lamacento, difícil de andar, também se tornava plano e duro assim que Ivatar levantava o pé acima dele. Não só isso, mas o próprio chão puxava seus pés para frente e o vento empurrava suas costas.

— Esta é a Bênção da Floresta que é transmitida aos Chefes da Tribo Zoran. — Explicou Ivatar.

Os nativos de Samar eram amados pela floresta e pelos seus espíritos primordiais.

No entanto, entre todos os sinais de afeto que a floresta demonstrava aos nativos, a sua Bênção era a expressão mais flagrante e mais forte do seu amor. Era um poder que poderia ser descrito como o ancestral de toda magia espiritual e era transmitido desde tempos imemoriais. Ivatar ainda não estava pronto para herdar esse poder quando se encontraram há alguns anos, mas à medida que a situação na floresta se tornou cada vez mais instável e Ivatar atingiu a maioridade, a Bênção Divina foi transmitida a ele.

Desta vez, não houve necessidade do grupo circular em torno das outras tribos. Os nativos eram extremamente sensíveis a qualquer violação dos territórios de sua tribo, mas Ivatar era capaz de simplesmente conduzi-los diretamente pelas terras das outras tribos sem prestar atenção a tudo isso.

Isso porque os Zorans eram uma das maiores tribos da floresta, e Ivatar já havia sido confirmado como o próximo Chefe da tribo após participar de um duelo cerimonial.

As criaturas invocadas por Lovellian também eram de grande ajuda. Os cavalos que invocou eram capazes de se mover rapidamente sem desacelerar, mesmo no terreno complexo daquela floresta. Graças a isso, apenas uma semana desde que deixaram a cidade comercial, seu grupo já havia conseguido chegar ao território da Tribo Zoran, que ficava nas profundezas da floresta.

Entre todas as tribos que Eugene tinha visto naquela floresta, a Tribo Zoran detinha o maior território. Isto era em parte graças ao fato de que a própria floresta era muito vasta, mas o território daquela tribo era de fato maior do que a maioria dos territórios nobres que Eugene tinha visto.

Depois de entrar nos arredores do território da tribo, caminharam por mais um dia e meio. Mesmo na periferia já havia guerreiros montando guarda e, depois de passar por dezenas de aldeias, finalmente chegaram perto da capital da Tribo Zoran.

— Sir Eugene. — Mer, que estava montando uma das bestas convocadas, virou-se para olhar para Eugene com uma expressão preocupada no rosto. — Ela continua agindo de forma estranha.

Ramira cavalgava na frente de Mer na mesma sela. Mesmo que Mer continuasse intimidando Ramira descaradamente, talvez porque tinham tantas coisas em comum, elas continuavam se aproximando a cada dia.

Embora geralmente seguissem um padrão em que Ramira dizia arrogantemente algo que revelava o quão ignorante ela era do mundo, apenas para Mer abrir buracos em seu orgulho, elas na verdade se davam muito bem e até montaram na mesma besta invocada o tempo todo que o grupo viajou pela floresta.

Ramira tentou imediatamente responder:

— Esta Senhorita está bem… — Mas sua voz não tinha a força habitual.

Eugene olhou para o rosto de Ramira, que empalideceu drasticamente.

Sua condição começou a ficar estranha desde a noite anterior. Enquanto dormia, Ramira acordou repentinamente com um grito e, depois disso, não conseguiu retomar o descanso tranquilo e continuou sofrendo de pesadelos. Mesmo depois de acordar, ela não conseguia reunir as forças necessárias para beber água direito, muito menos comer, e seu corpo continuava tremendo enquanto soltava tanto suor frio que era como se tivesse sido pega pela chuva.

Esse ainda era o caso até agora. Ramira estava sentada com a cabeça apoiada no peito de Mer enquanto Mer gentilmente apoiava seus ombros. Os lábios de Ramira, que continuava mastigando, não estavam abertos, mas as marcas de dentes deixadas neles eram profundas e inchadas. Sua franja também estava encharcada de suor e pendurada na testa.

Ramira tentou dar uma desculpa:

— Esta Senhorita… Desde que esta Senhorita nasceu, nunca mais saí do meu palácio. Isso significa que eu era como uma flor que cresceu dentro de uma estufa. Como tal, para alguém como esta Senhorita ter deixado a minha mansão e caminhado através desta floresta quente e pegajosa, é como se eu estivesse sendo submetida a uma tortura severa… Então é natural que o meu corpo esteja em um estado tão pobre.

— Um dragão como você? — Eugene apontou com ceticismo.

— Esta senhorita não vê isso como uma questão que tenha a ver com o fato de eu ser ou não um dragão. — Ramira fungou. — Isto… Isto não é uma questão física; é mental.

Ela não estava totalmente errada. Kristina e Anise também estavam entre os integrantes do grupo. Quando a condição de Ramira ficou estranha na noite anterior, as duas verificaram imediatamente seu estado, mas a anormalidade de Ramira parecia não ter nada a ver com seu corpo.

Eugene suspirou:

— Bem, não é como se eu não tivesse ideia do que está causando isso.

Ramira se assustou:

— O que foi?

— Seu pai está te observando. — Revelou Eugene com um sorriso malicioso.

Se ele tivesse que encontrar uma razão para a condição de Ramira se tornar estranha de repente, então essa era a única razão que ele conseguia pensar.

Depois de entrar na Floresta Samar, Eugene continuou verificando periodicamente o feitiço Dracônico. Como havia pensado inicialmente, concluiu que seria impossível abrir uma porta para Raizakia a partir dos arredores da floresta.

A partir do momento em que foi banido para uma dimensão externa, até mesmo alguém como Raizakia não pôde deixar de ficar desesperado. Por um desejo tenaz de salvar sua vida e algum dia retornar a este mundo, Raizakia de alguma forma vinculou sua própria existência à Floresta Tropical. Eugene confirmou que quanto mais fundo entravam na floresta, mais forte era a conexão detectada, mas parecia que eles ainda teriam que percorrer todo o caminho até o centro da floresta para abrir a porta.

À medida que se aproximavam, perto o suficiente para verificar a condição atual de Raizakia deste lado da parede dimensional, aquele tenaz dragão negro também deveria ser capaz de estender seus sentidos para eles da outra direção. Especialmente porque trouxeram Ramira com eles; o rubi incrustado em sua testa já fez parte do Coração de Dragão de Raizakia.

Eugene insistiu:

— Se é um fator psicológico que está causando essas anormalidades em sua condição, você deve ter uma vaga noção do motivo, certo?

Ramira choramingou.

— Uwuuuuu

Eugene continuou pressionando:

— Quando perguntei ontem, você não disse que apenas teve um pesadelo? Mas foi só realmente isso mesmo? Você realmente não se lembra do que viu no seu sonho?

Os olhos de Ramira tremeram de ansiedade.

As palavras de Eugene estavam corretas. Embora Ramira tivesse dito que não se lembrava, na verdade, ela conseguia se lembrar vagamente do conteúdo de seu sonho.

Ramira pensou naquela escuridão. Estava tão escuro que ela nem conseguia ver o próprio corpo, e a escuridão em que se encontrava tinha uma qualidade pegajosa e desagradável. Ela pensou que estava ali parada, sem expressão, sozinha, mas não era o caso.

Algo estava olhando para Ramira do outro lado daquele espaço escuro. Ela tentou escapar devido à desconfiança e ao medo instintivos, mas no sonho de Ramira, foi impossível para ela escapar.

Sua existência é toda para me servir.

Ramira ouviu essas palavras na voz do Dragão Negro — seu próprio pai — uma voz que estava profundamente gravada em suas memórias. A escuridão que lentamente invadiu, não, a escuridão que já havia engolfado Ramira em primeiro lugar tornou-se cada vez mais pesada com um sentimento adicional de hostilidade e ganância.

Naquele momento, a escuridão ao seu redor parecia ter mudado. Essa mudança não era algo que ela já havia experimentado em sua vida, então não sabia dizer qual era esse sentimento. No entanto, isso levou Ramira a compreender qual era a sua situação atual no sonho.

Ela estava realmente presa na boca de alguma coisa. Ainda estava viva e em boas condições, mas de alguma forma havia entrado na boca de uma criatura gigantesca… E agora estava sentada em sua língua gelada.

As presas afiadas da boca não a mastigaram, nem a boca tentou engoli-la. No entanto, em vez de tranquilizá-la, isso encheu Ramira de um medo ainda maior.

Ela estava prestes a ser engolida viva em apenas um gole.

— Heeeek… — Ramira guinchou.

Ela realmente não queria se lembrar daquele pesadelo. Depois de acordar uma vez, Ramira tentou voltar a dormir. Esse pesadelo não se repetiu; em vez disso, ela teve pesadelos que a deixaram ainda pior e desgastaram sua consciência.

De um lugar fora deste mundo, alguém estava olhando para Ramira. Embora ele não fosse capaz de alcançá-la diretamente, parecia que a alma dela estava sendo atraída para ele apenas pelo toque de seu olhar…

Mer sentiu pena de Ramira que tremia. Como tal, ela gentilmente estendeu a mão e deu um tapinha no topo da cabeça da duquesa Dragão. Em algum momento, Kristina também se aproximou de Ramira montada em sua própria besta invocada.

Enquanto Kristina esfregava suavemente as costas das mãos de Ramira e Mer dava tapinhas no topo de sua cabeça, o tremor de Ramira diminuiu gradualmente.

— E-Eu sei o que está acontecendo. — Ramira soluçou assim que reabriu os olhos e começou a encarar Eugene. — Seu humano perverso. Definitivamente é você quem está invadindo a cabeça desta senhorita.

Eugene ergueu uma sobrancelha:

— Do que está falando agora?

— Não há como o pesadelo que vi ser outra coisa senão uma mentira. — Ramira insistiu. — O único que se beneficiaria em me mostrar tal sonho é você, Eugene Lionheart.

As palavras de Ramira não foram ditas aleatoriamente.

Que razão o Dragão Negro teria para engolir sua filha inteira? Então devia ser que esse herói sinistro tinha um plano maligno para criar uma brecha entre ela e seu pai, o Dragão Negro.

Vendo os punhos de Eugene começarem a tremer, Lovellian e Kristina rapidamente entraram na conversa.

— Sir Eugene, por favor, espere.

— Você tem que controlar seu temperamento.

Anise discordou: [Por que ele deveria se conter? Mesmo que ela esteja certa, depois de dizer coisas tão desagradáveis sobre você, ainda deve dar a ela um gostinho de disciplina.]

Melkith e Cyan também deram opiniões diferentes.

— Afinal, não é raro ter a oportunidade de bater na cabeça de um dragão?

— Se eu me comportasse assim, você se conteria?

Bam!

Antes que Eugene pudesse dar um passo à frente para fazê-lo, Mer bateu em Ramira no topo da cabeça.

— Chegamos. — Anunciou Ivatar.

Aquela era a capital da Tribo Zoran, uma cidade construída dentro da floresta.

Mesmo daquela distância, o templo construído com pedras empilhadas podia ser visto. Era um templo dedicado ao Deus da Terra, religião dominante em Samar. Seu templo em forma de pirâmide era a maior e mais alta estrutura de sua capital. Os outros edifícios eram todos baixos, quadrados e monótonos, muito parecidos com as casas que tinham visto no caminho para lá.

A capital da tribo Zoran era enorme. Claro que não se comparava à capital de Kiehl, mas era pelo menos maior que a cidade natal de Eugene, Gidol.

Eugene suspirou:

— Só agora percebi, mas minha cidade natal realmente ficava no interior.

— Você consegue admitir isso agora? — Cyan perguntou enquanto se virava para olhar para Eugene com uma expressão magoada. — Mesmo que tenha insistido que não era assim quando éramos jovens, seu corpo realmente cheirava a esterco de vaca. Quando até uma cidade como essa, que fica dentro de uma floresta, não exala cheiro de esterco de vaca como você.

— Fique quieto antes que eu enfie seu rosto em uma pilha de esterco. — Ameaçou Eugene.

Cyan estava bem ciente de que esta não era apenas uma ameaça verbal da parte de Eugene. Ele silenciosamente manteve a boca fechada enquanto olhava para as paredes da capital com os olhos semicerrados.

— O clima está estranho. — Observou Cyan.

Não era uma atmosfera muito acolhedora. Os portões estavam fechados e a vigilância dos guardas nas muralhas era forte. Os guerreiros que guardavam as muralhas, que até tinham colocado suas pinturas de guerra, olhavam para eles com olhos ferozes.

— Você vai fazer alguma coisa? — Eugene perguntou enquanto olhava para Ivatar, que estava parado na frente deles.

Eugene sabia por que a atmosfera estava assim. Antes mesmo de começarem a viajar para Samar, ele ouviu toda a história de Ivatar.

O ar ao redor de Ivatar também era incomum. Os músculos de seu corpo estavam flexionando com força suficiente para serem vistos a olho nu, e sua óbvia demonstração de raiva e intenção assassina fazia o espaço ao seu redor parecer vibrar.

— Claro, tenho que agir. — Ivatar disse.

Descendo de seu corcel invocado, Ivatar avançou com firmeza.

— Ivatar Jahav! — Gritou alto um homem que estava em pé no topo da parede.

Embora fosse um pouco mais baixo que Ivatar, seu rosto especialmente áspero fazia parecer que ele poderia ser um cruzamento de humano e gorila.

O homem continuou gritando:

— Mesmo que seja o próximo chefe, suas ações não podem ser toleradas!

— Do que está falando? — Ivatar respondeu calmamente.

— Esta é uma guerra que deve ser decidida apenas pelos Zorianos e nossos aliados. No entanto, você—! Aproveitou a enfermidade do Patriarca para agir por sua própria vontade! — O homem acusou. — Você abandonou seu orgulho de Zoran!

Toda aquela gritaria estava ficando irritante.

Foi decisão pessoal de Ivatar ir aos Lionhearts em busca de ajuda. Durante aquela primeira batalha, na qual ambos os lados recuaram sem serem capazes de determinar um vencedor ou um perdedor, o pai de Ivatar, o Chefe da Tribo Zoran, foi mortalmente ferido e deixado à beira da morte.

Ivatar também participou dessa primeira batalha. Eles não ganharam nem perderam, e ninguém conseguiu avançar ou recuar… No mínimo, foi isso que Ivatar insistiu, mas a diferença de força pôde ser sentida desde o início. Os Kochillas ainda tinha folga suficiente para manter as forças na reserva. Eles não usaram nenhuma das bestas demoníacas que receberam como apoio de Helmuth, nem mobilizaram nenhum de seus xamãs perversos.

No entanto, os Zorans também tinham cartas que ainda não haviam jogado. A batalha começou muito rapidamente, então a formação de sua aliança tribal ainda não havia sido totalmente concluída. Eles também não conseguiram realizar sua oração cerimonial pela vitória ao Deus da Terra. Assim como os Kochillas não haviam mobilizado seus xamãs, os Zorianos e suas tribos aliadas também mantinham seus xamãs como reserva.

Os anciãos da tribo Zoran e os parentes de Ivatar, todos guerreiros com fortes sentimentos de orgulho, bem como os chefes das tribos aliadas, insistiram que ainda tinham uma chance de conquistar a vitória. No entanto, Ivatar não concordou com o ponto de vista deles. Durante a primeira batalha contra a tribo Kochilla, Ivatar previu a eventual destruição da tribo Zoran e a erradicação de seus companheiros de tribo.

— Recebi permissão do meu pai. — Cuspiu Ivatar.

Ele tinha certeza de que os Zorianos e suas tribos aliadas não seriam capazes de derrotar os Kochillas sozinhos. Com pouca esperança, Ivatar pensou em obter ajuda de Eugene, então, após receber a permissão do Chefe, ele deixou a floresta.

— Você ousa falar do Chefe! Meu irmão já faleceu. Enquanto você, filho dele, vagava longe da tribo! Depois de sofrer a agonia de seus ferimentos, ele finalmente entrou nos braços da Terra! Quando você nem estava aqui para ocupar seu lugar no leito de morte do meu irmão!

O homem que revelou esta tragédia foi o mesmo que gritou pela primeira vez com Ivatar. Ele era irmão do falecido Chefe e também tio de Ivatar.

Enquanto seu rosto se contorcia em uma carranca, ele apontou o dedo acusadoramente para o sobrinho:

— Você diz que obteve permissão do irmão? Não há como meu irmão, que sempre priorizou a honra e o orgulho da tribo, permitir que essas pessoas de fora entrem em nosso campo de batalha sagrado.

Eugene, que estava ouvindo silenciosamente todos os gritos, de repente falou:

— Isso é algo que está em minha mente desde os velhos tempos, mas a maioria dos desgraçados que falam sobre as coisas serem sagradas como justificativa tendem a ser idiotas.

— Você está falando de mim? — Kristina abriu os olhos semicerrados e olhou penetrantemente para Eugene.

Diante disso, Eugene só conseguiu evitar o olhar de Kristina e calar a boca.

— Ivatar Jahav. — Continuou o tio. — Você deve ter se aproveitado do Chefe cuja mente estava turva enquanto ele estava morrendo.

— Que razão eu teria para fazer algo assim? — Ivatar respondeu.

O homem zombou:

— Não há necessidade de saber o motivo para fazer isso. Apenas por tentar envolver estranhos em nossa guerra, você abandonou sozinho a honra que lhe foi confiada pelo Chefe.

— Os Kochillas foram os primeiros a atrair estrangeiros. — Apontou Ivatar.

— Os Kochillas são diferentes de nós. Eles podem aceitar a ajuda de Helmuth, mas a Tribo Zoran sempre rejeitou qualquer ajuda de fora da floresta. — Declarou o tio com justiça própria.

— E se isso nos levar a perder a batalha? — Ivatar tentou argumentar.

— Não seremos derrotados. — Insistiu o tio.

Os argumentos que ele defendia eram capciosos, sem um único traço de lógica. Ivatar apenas balançou a cabeça com um sorriso cruel no rosto.

— O que você quer que eu faça? — Ivatar exigiu.

— Deixe a tribo Zoran e nunca mais volte. — Ordenou seu tio.

— Você realmente odiou tanto o fato de ter perdido a posição de próximo Chefe para seu próprio sobrinho? — Ivatar perguntou zombeteiramente.

O tio zombou:

— Você realmente acha que estou sendo cegado por tal ambição? Estou fazendo isso pela honra e orgulho de nossa tribo.

Naturalmente, Ivatar não acreditou nessas palavras. Eugene e as outras pessoas que estavam atrás de Ivatar também não acreditaram neles. Até as expressões dos guerreiros alinhados nas paredes tremiam de descrença.

No entanto, o tio de Ivatar, bem como os chefes da aliança, que agiam como representantes de suas tribos, mantiveram expressões severas.

Essa visão fez com que Eugene criasse uma imagem clara e desprezível do que estava acontecendo ali. Parecia que estavam apenas fingindo ir para a guerra, e deviam ter feito um acordo secreto para serem protegidos sob a égide da Tribo Kochilla assim que admitissem sua derrota.

No entanto, Eugene não se importava muito com as lutas pelo poder entre os nativos que viviam ali.

O tio zombou:

— E olha quem você tem atrás de você, Ivatar. Essas sete pessoas são realmente todos os reforços que trouxe, mesmo depois de abandonar seu lugar no leito de morte de seu pai?

— Há apenas três homens entre eles, e nenhum deles parece ter o comportamento corajoso de um guerreiro. — Observou um dos outros chefes tribais com zombaria.

“Esses caras estão falando sobre nós?”

Eugene perguntou a si mesmo enquanto olhava para Cyan e Lovellian, que estavam ao seu lado. Ele podia entender por que diriam isso depois de olhar para Lovellian, que era um mago, e Cyan, que não parecia tão forte baseado em sua aparência…

— Mas eu? — Eugene murmurou em descrença.

Eles realmente disseram que ele não parecia ter o comportamento corajoso de um guerreiro?

— E por que diabos você trouxe duas mulheres com você? Esperava oferecê-las em troca do perdão de sua impiedade filial?

— Ei, por que você não se torna minha esposa?

— E as duas restantes são crianças que nem têm idade para serem tiradas do cordão umbilical da mãe!

Os chefes riram enquanto apontavam zombeteiramente para o grupo de Ivatar e Eugene.

Melkith, que estava ali parada de braços cruzados, soltou um suspiro:

— Ei, sobre o que aqueles caras estavam dizendo, espero ter ouvido errado, mas será que um daqueles caras lá em cima realmente olhou para mim? — E me pediu para me tornar sua esposa?

Eugene a acalmou:

— Eles provavelmente estavam dizendo isso para Kristina, não para você, Senhora Melkith.

Melkith reagiu defensivamente:

— Hmm? O quê? Por que você pensaria isso? Acho que eles definitivamente estavam falando comigo agora? Afinal, aquele velho ainda está olhando para mim.

— Contanto que sejam normais, eles preferem se casar com Kristina do que com você, Senhora Melkith. — Declarou Eugene.

Essas palavras acalmaram a irritação e a raiva que borbulhavam dentro do peito de Kristina desde antes.

“Isso não significa que Sir Eugene também preferiria que eu fosse sua esposa?” Kristina pensou vertiginosamente.

[Hamel não é uma pessoa normal, mas Kristina, acho que é seguro considerar o que ele disse agora como uma proposta real], Anise também encorajou com entusiasmo.

Melkith olhou para Eugene com uma expressão vazia:

— De jeito nenhum? Por quê? A Santa Kristina e eu somos muito bonitas, não?

Eugene respondeu calmamente:

— Porque sua idade é três vezes maior que a de Kristina, Senhora Melkith.

Os cílios de Melkith tremularam em choque com esta resposta contundente.

No entanto, mesmo enquanto conversavam tranquilamente, a zombaria vinda do topo das muralhas continuou.

O rosto de Ivatar se contorceu em uma carranca cruel enquanto olhava para as muralhas da cidade. Então, depois de respirar fundo, Ivatar se virou para encarar todos.

— Minhas desculpas a todos vocês. — Ivatar baixou a cabeça profundamente enquanto oferecia suas desculpas. — Embora eu tenha dito que poderia não receber uma recepção calorosa, nunca imaginei que iriam realmente lhes oferecer insultos tão infantis.

— Ivatar Jahav! Como você, que afirma ser o próximo Chefe, ousa inclinar a cabeça para outra pessoa?! — Um homem gritou.

Ivatar simplesmente ignorou essas palavras e continuou falando:

— Parece que fui muito míope. Eu nunca imaginei que guerreiros como eles, que também falam sobre sua honra e orgulho, iriam realmente mostrar um comportamento tão feio. Como não me atrevo mais a sobrecarregá-lo ou ofendê-lo com esse assunto, se desejar, posso levá-lo de volta para fora da floresta imediatamente.

Eugene rejeitou a oferta:

— Haaah, não há necessidade disso. Como já disse, também tenho algo que preciso resolver nesta floresta.

— Se for esse o caso, por favor, espere aqui só um momento. — Pediu Ivatar enquanto levantava a cabeça baixa.

Não havia necessidade dele pedir ajuda. Enquanto rangia os dentes de raiva, Ivatar se virou.

Embora os insultos continuassem a cair das muralhas da cidade, Ivatar não tinha mais intenção de responder ou mesmo ouvi-los. Sem segurar nenhuma arma, ele simplesmente cerrou os punhos com força e caminhou até as paredes.

Aconteceu em um instante. O chão abaixo parecia balançar os pés de Ivatar para cima como uma mola. Tendo sido lançado voando, Ivatar subiu ao topo das paredes com um único salto.

O Vice-Chefe da Tribo Zoran, tio de Ivatar, não ficou alarmado com isso. Como era com Ivatar que estavam lidando, ele naturalmente sabia que o sobrinho era capaz de tais ações. Não, em vez de ficar surpreso, em primeiro lugar, sua intenção era provocar Ivatar a atacar com raiva, já que ele também planejava lidar com Ivatar de uma vez por todas, matando-o.

Ivatar não era um guerreiro que confiava apenas em uma reputação exagerada. Havia poucos guerreiros em toda a tribo que eram tão fortes quanto ele.

O tio de Ivatar ergueu a lança que escondia nas costas. O Vice-Chefe então deu um rugido poderoso e jogou a lança em Ivatar. Envolta em uma enorme quantidade de mana, a lança perfurou o ar com um rugido.

Então, com muita facilidade, a lança voadora feroz foi pega na mão de Ivatar. Ele torceu o corpo no ar e jogou a lança de volta.

Spluuurt!

Sem sequer consumir mana, a lança que foi jogada usando apenas a força do corpo perfurou o Vice-Chefe.

Booooom!

Então, sem perder nenhum de seu poder ao penetrar em um corpo humano, a lança começou a derrubar as muralhas da cidade.

— Haaah! — Os outros chefes tribais que estavam por perto soltaram rugidos.

Eles saltaram da muralha em colapso e se atiraram em Ivatar, que agora caía.

Não demorou muito para que Ivatar arrancasse cada um dos braços, um por um, apenas com as próprias mãos.

— Gaaaaah… — O Vice-Chefe, que estava enterrado entre os escombros do muro desmoronado, soltou um grito ao ser pego pela lança que ainda estava cravada nele.

Enquanto sacudia a lança em que seu tio estava empalado, Ivatar rosnou:

— Você não é um guerreiro.

Ivatar não cuspiu essas palavras enquanto esperava qualquer tipo de resposta coerente do homem. Ivatar bateu a lança levantada no chão.

Splat!

Quando o corpo do Vice-Chefe foi esmagado no chão, ele explodiu e seu sangue espirrou em todas as direções. Os outros chefes tribais, que foram reduzidos a ter apenas uma mão em poucos momentos, não tiveram coragem de ordenar que seus guerreiros matassem Ivatar e só conseguiram agarrar seus ferimentos.

— Ordene que os portões sejam abertos. — Ordenou Ivatar sem enxugar o sangue que respingou em seu rosto.

Os portões da cidade logo se abriram.


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Norma141v
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Norma141v
6 meses atrás

Lindo demais 👏👏

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