Com um olhar cauteloso ainda nos olhos, Eugene olhou para Balzac.
Embora as palavras que Balzac havia dito agora não parecessem algo que um mago negro deveria dizer, Balzac ainda era, em última análise, um mago negro. Não havia como Eugene confiar em um mago negro como Balzac, especialmente em uma situação como essa.
No entanto, Balzac fez um juramento mágico. Embora não se possa dizer que isso nunca aconteceu, ainda era extremamente raro um mago fazer tal juramento. Isso porque a partir do momento em que tal juramento saísse de seus lábios, fortes restrições seriam impostas a quaisquer ações que eles realizassem a partir de então. Não havia como um Arquimago negro como Balzac não estar ciente disso.
No entanto, Balzac ainda cuspiu tal juramento casualmente e sem pensar duas vezes.
Ele estava certo de que todo o seu comportamento futuro não iria contra esse juramento? Embora pudesse ser esse o caso, com o quão desconfiado ele era de Balzac, Eugene não pôde deixar de pensar que tinha que ser outra coisa.
Por exemplo, o juramento era falso. Como um mago negro, Balzac podia ter algum plano secreto que lhe permitiria ignorar as consequências de um juramento mágico…
— Parece que você não acredita em mim. — Balzac disse com um sorriso irônico.
Eugene bufou e respondeu:
— Já disse isso para você muitas vezes, mas acredito que o único mago negro bom no mundo é um mago negro morto.
Balzac ergueu uma sobrancelha.
— Será que me encontrar aqui assim é tão desagradável que você está abandonando todas as gentilezas?
— Qual o sentido de ter cuidado com minhas palavras ao falar com um maldito que pode me apunhalar pelas costas? — Eugene respondeu. — Só estou sendo educado com você, porque ainda não me apunhalou pelas costas. Se tivesse feito isso, eu provavelmente estaria te chamando de filho da puta.
— Eu preferiria que você não o fizesse. — Pediu Balzac. — Tenho muito orgulho de mim mesmo como ser humano.
Eugene relembrou a conversa que teve com Balzac em Aroth. Naquela época, Balzac estava curioso sobre o ritual que ocorreu no Castelo dos Leões Negros, mas Eugene não revelou nada sobre o feitiço em si. Em vez disso, ele apenas informou Balzac sobre o propósito do ritual.
—Reconstruir a alma e criar um novo corpo… Algo assim pode ser considerado um tabu no campo da magia, mas é uma direção de pesquisa que tem sido seguida por muitos magos negros.
—Não é um assunto que me interessa muito. A reconstrução da alma eventualmente leva à transformação da sua alma em outra coisa, e a criação de um novo corpo também exigiria que eu mudasse o recipiente em que tenho vivido desde que nasci… Em outras palavras, isso não estaria mudando a própria essência de quem eu sou? Não tenho interesse neste tipo de magia.
Eugene não estava pronto para dizer que acreditava em Balzac, mas, pelo menos, Balzac parecia sincero naquele momento.
Dito isto, será que Eugene poderia realmente confiar em Balzac incondicionalmente? Deveria ele confiar nas informações de Balzac e mantê-lo rendido ao seu lado? Quando ele ainda poderia traí-los no momento crucial? Além disso, no final das contas, o Rei Demônio do Encarceramento não era o mestre de Balzac?
— O que o Rei Demônio do Encarceramento pensa sobre esse assunto? — Eugene finalmente perguntou.
— Ele não se importa nem um pouco. — Balzac respondeu com uma expressão que dizia: ‘Não é natural?’ — Todo esse incidente está sendo orquestrado apenas por Edmond. Ele é o maior protetor da tribo Kochilla, não, na verdade, ele está mais perto de ser o Lorde dos Kochillas.
— Você está dizendo que considera os territórios tribais de Samar como parte do Domínio Demoníaco de Helmuth? — Ivatar disse com uma expressão de descrença.
Balzac assentiu e continuou:
— Estou ciente de que as tribos compartilham uma longa história com a própria Floresta Samar. No entanto, falando honestamente, se os países do continente tivessem sido autorizados a exercer uma influência mais forte sobre a Floresta, a história das tribos nesta nela teria sido interrompida há muito tempo.
Relutantemente, Ivatar assentiu:
— Odeio admitir, mas você está correto. As potências do continente sempre tiveram ambições para a nossa vasta floresta. Se o Rei Demônio de Helmuth não tivesse falado sobre a preservação da floresta e da nossa liberdade, esta floresta já teria sido convertida em cidades há centenas de anos.
Eugene também já tinha ouvido essa história antes. Em algum momento no passado, Helmuth começou a apoiar a independência das tribos da Floresta Samar. Isto foi para evitar que os países do continente conquistassem a floresta e explorassem seus nativos.
A maior beneficiária desse apoio foi a tribo Kochilla, uma grande tribo que vivia nas profundezas da floresta. A selvagem, cruel e isolacionista Tribo Kochilla cresceu ainda mais com o apoio de Helmuth.
Eugene ficou em silêncio por alguns momentos enquanto se lembrava de algo.
Embora ele realmente não quisesse admitir isso, era verdade que porque o Rei Demônio do Encarceramento havia assumido tal posição, que a Floresta Samar não havia passado por nenhuma mudança drástica nos últimos trezentos anos. Embora trezentos anos tenham se passado, a floresta ainda manteve sua forma original e os nativos continuaram a ocupá-la.
Eugene lembrou como Raizakia conseguiu vincular sua existência à terra da Floresta. Se ela desaparecesse, essa ligação seria perdida. No entanto, mesmo que isso acontecesse, não significaria que Raizakia desapareceria de alguma forma da fenda dimensional em que se encontrava.
Mas isso significaria que Raizakia não seria capaz de retornar a este mundo tão facilmente. Por outro lado, também tornaria difícil para qualquer pessoa neste mundo encontrar uma maneira de chegar até Raizakia.
“Por enquanto, tudo isso é apenas especulação”, lembrou Eugene a si mesmo.
Como a floresta permaneceu intocada, sua conexão com Raizakia foi mantida. Contanto que alguém encontrasse o método certo, seria capaz de alcançar Raizakia através dessa conexão. Eugene olhou para Akasha com os olhos semicerrados.
Eugene seria capaz de encontrar Raizakia com relativa facilidade devido ao Feitiço Dracônico que Ariartelle lhe deu. No entanto, mesmo sem aquele Feitiço Dracônico, Eugene tinha certeza de que seria capaz de encontrar uma maneira de chegar ao Raizakia de alguma forma.
Afinal, Sienna já não tinha dito isso? Sienna disse a ele que assim que chegasse a um lugar que tivesse conexão com a fenda dimensional, Akasha mostraria uma reação.
Em outras palavras, enquanto a floresta permanecesse intacta e a condição para colocar as mãos em Akasha fosse cumprida, Eugene seria capaz de encontrar Raizakia de alguma forma. No entanto, se a floresta não existisse mais, mesmo que tivesse colocado as mãos em Akasha, Eugene não seria mais capaz de encontrar Raizakia.
Isso significaria que ele não poderia salvar Sienna.
— O que exatamente o Rei Demônio do Encarceramento quer? — Eugene murmurou enquanto esfregava as bochechas rígidas em confusão.
Esta não foi a primeira vez que algo tão suspeito e útil lhe ocorreu. No entanto, o Rei Demônio do Encarceramento era um Rei Demônio. Este era um fato inegável. Eugene sabia muito bem que tipo de coisas terríveis o Rei Demônio do Encarceramento havia feito trezentos anos atrás.
O Rei Demônio do Encarceramento massacrou os dragões ao lado do Rei Demônio da Destruição e, junto com os outros Reis Demônios, iniciou a guerra. Os magos negros que seguiram as ordens do Rei Demônio derrubaram nações, e seus exércitos de demônios e bestas demoníacas inundaram o continente. Embora os próprios Reis Demônios não tenham saído de Helmuth, o poder deles havia corroído constantemente o continente.
Mas e a era atual?
O Rei Demônio do Encarceramento teve a oportunidade de alcançar uma vitória completa na guerra. Ele derrotou todos os heróis que foram desafiá-lo e esteve à beira de extinguir a esperança do mundo.
No entanto, não fez isso. Foi realmente por causa do juramento? Será que uma promessa cujo conteúdo nem sequer era conhecido publicamente abriu realmente uma era de paz?
O Domínio Demoníaco simplesmente se tornou apenas mais um império, e o Rei Demônio, seu imperador.
E isso não foi tudo. O Rei Demônio do Encarceramento sabia que Eugene era Hamel. Ele também sabia que Kristina era Anise. Até viu Moron pessoalmente. No entanto, ao se encontrar com os inimigos que estiveram mais perto de derrotá-lo no passado, o Rei Demônio lhes mostrou bondade em vez de hostilidade.
— Não posso ir tão longe a ponto de dizer que sei o que meu lorde, o Rei Demônio, deseja. — Acrescentou Balzac. — No entanto, isso eu sei. Devido à existência do Rei Demônio do Encarceramento, todos esses países, exceto Helmuth… Nada mais são do que pedaços de terra que podem ser conquistados a qualquer momento. Na verdade, o Rei Demônio do Encarceramento provavelmente não tem muito interesse em proteger a paz do continente. Além de Helmuth, sobre o qual ele governa diretamente.
— Então você está dizendo que é por isso que ele está ignorando essa situação? — Eugene ergueu uma sobrancelha. — Bem, por enquanto, vamos supor que o que você está dizendo seja verdade, que Edmond realmente é o mago negro por trás desse esquema, e ele quer se tornar um Rei Demônio. Se tivesse sucesso, isso significaria que o Rei Demônio do Encarceramento obteria um Rei Demônio que seria obrigado a servi-lo. No final, a força de Helmuth cresceria aind—
Balzac interrompeu para corrigir Eugene:
— Há uma ligeira diferença na situação. Se Edmond conseguir completar o ritual, seu corpo e alma, todo o seu ser, deixará de ser Edmond Codreth. Um Rei Demônio… Não, se você olhar para a escala do ritual, o valor de seus sacrifícios e o poder usado para alimentá-lo, ele se tornará um Rei Demônio Maior.
— Então o Rei Demônio do Encarceramento… — Eugene parou, hesitando.
Balzac encolheu os ombros:
— Bom, quem sabe…? Embora eu ache que suas suspeitas levantam uma boa questão, Sir Eugene, ainda tenho que perguntar: o Rei Demônio do Encarceramento realmente precisa fazer alguma coisa? Tenho um palpite de que, em relação ao Rei Demônio do Encarceramento, ele simplesmente… Ele realmente não se importa se Edmond Codreth conseguirá ou não se tornar um Rei Demônio.
Eugene achava extremamente difícil acreditar nessas palavras. Da mesma forma, também achava impossível confiar em Balzac.
Lovellian, ciente das suspeitas de Eugene, deu um passo à frente e dirigiu-se a Balzac.
— Mestre da Torre Negra, se você realmente é inocente, estaria disposto a aceitar restrições?
— Se estiverem dentro do razoável. — Balzac confirmou com um aceno de cabeça.
Lovellian proferiu um breve encantamento e ergueu a mão.
Fwoooosh!
Uma pequena adaga formada por mana se manifestou acima da palma de Lovellian.
— Vou implantar esta adaga em seu coração. — Explicou Lovellian. — Você não sentirá nenhum desconforto quando esta adaga mágica entrar, mas no momento em que sentir qualquer hostilidade contra nós ou tentar nos prejudicar, seu coração será feito em pedaços.
— Que cruel. — Murmurou Balzac.
Lovellian continuou:
— Espero que você entenda a necessidade de fazer isso. Assim que o ritual de Edmond falhar, a adaga será retirada. Embora agora que penso nisso, acho que a condição de sentir qualquer hostilidade pode ser um pouco ambígua. Existe a possibilidade de você nos trair sem nos prejudicar diretamente e sem sentir o menor traço de hostilidade. Por isso, vamos adicionar outro seguro.
A adaga flutuando acima da palma da mão de Lovellian se dividiu em duas.
— Darei essas adagas gêmeas a Sir Eugene em vez de a mim mesmo. — Explicou Lovellian. — Então, mesmo que você não sinta nenhuma hostilidade em relação a nós, no momento em que Sir Eugene infundir qualquer mana na adaga, seu coração—
— Vá em frente e implante-a. — Insistiu Balzac sem demonstrar qualquer sinal de angústia.
Lovellian também achava difícil entender como Balzac conseguia demonstrar tanta calma e confiança.
— Sinto que nunca fui capaz de perceber suas verdadeiras intenções. — Disse Lovellian, balançando a cabeça ao se aproximar de Balzac.
Quando a adaga mágica foi cravada no coração de Balzac, não houve sangue, muito menos dor. Lovellian então entregou a adaga gêmea para Eugene.
— Eu poderia rasgar seu coração em pedaços agora mesmo. — Eugene afirmou calmamente.
— Se é isso que você deseja, Sir Eugene, então vá em frente. — Convidou Balzac.
Eugene franziu a testa:
— Como você pode dizer uma coisa dessas?
Balzac afirmou com segurança:
— Porque eu sei que mesmo que eu morra aqui, Sir Eugene, você impedirá Edmond.
— Eu realmente não sei por que você tem tanta fé em mim. — Eugene suspirou.
Balzac apenas sorriu:
— Como Herói, você não é o único que pode impedir Edmond de se tornar um Rei Demônio?
Dava para ouvir a confiança incondicional nessas palavras.
Eugene estalou a língua e guardou a adaga. Uma rajada de vento cortou as restrições que prendiam os membros de Balzac.
— Esqueci de fazer uma pergunta importante. — Lembrou Eugene de repente. — Qual é o seu desejo secreto?
— Embora não seja grande coisa, espero que você possa esperar até que tenhamos sucesso em nossa missão. Por favor, permita-me dizer-lhe quando tudo acabar. — Balzac pediu sinceramente.
Eugene resmungou:
— O fato de você não querer me contar agora só me deixa mais curioso sobre o que é.
Em vez de responder, Balzac apenas colocou os óculos com um sorriso irônico.
* * *
No dia seguinte, à frente do enorme avanço do exército, o grupo de Eugene deixou a capital da tribo Zoran no início do dia. Eles estavam saindo para inspecionar a fronteira norte da tribo, que havia sido invadida pelos Kochillas enquanto Ivatar estava longe.
Balzac foi quem propôs este plano. Mesmo que tivesse feito um juramento e tivesse uma adaga cravada em seu coração, o grupo ainda não confiava totalmente nele. Como tal, precisavam ver a Veia Terrestre que havia sido invadida pelos Kochillas com seus próprios olhos para confirmar a verdade do ritual de Edmond.
— Como eu te disse ontem, eles estão aproveitando as Veias Terrestres que fluem por toda esta floresta. Ao torcer e redirecionar a mana que flui pelas Veias Terrestres, Edmond está coletando as almas daqueles que morreram nesta guerra como sacrifícios. O sangue e as almas que afundam na terra estão sendo conduzidos a Edmond pelo fluxo distorcido das Veias Terrestres. — Explicou Balzac no caminho para lá.
No dia anterior, Balzac descreveu-lhes detalhadamente o conteúdo do ritual.
Balzac continuou:
— Durante suas conquistas, os Kochillas ergueram torres de ossos feitas de ossos humanos. Essas torres de ossos humanos são dispositivos que alimentam o ritual. No entanto, agora que as coisas chegaram a este ponto, seria inútil destruir as torres de ossos humanos. A partir do momento em que as torres de ossos humanos foram construídas, o fluxo das Veias Terrestres já estava distorcido.
— Se for esse o caso, não podemos simplesmente corrigir o fluxo destruindo-os? — Eugene perguntou.
— Mesmo que conseguíssemos destruir alguns dos dispositivos, isso apenas impediria que o sangue e as almas de algumas dezenas de falecidos fossem usados como sacrifícios. Além disso, o poder sombrio do Rei Demônio do Encarceramento está sendo usado para alimentar esta parte do feitiço, então não importa o que façamos, não podemos reverter o fluxo das Veias Terrestres. — Olhando para Eugene, Balzac continuou falando lentamente: — Claro, tenho acesso aos mesmos canais que Edmond. Se eu fizesse o mesmo que Edmond, contanto que usasse dezenas… Não, considerando a diferença em nossas capacidades, contanto que eu oferecesse o dobro de sacrifícios que Edmond está oferecendo, então sim, eu deveria ser capaz de desligar o fluxo.
Eugene perguntou sarcasticamente:
— Você não está dizendo isso, porque realmente acha que vou lhe dar permissão para fazer isso, está?
— Claro que não. — Negou Balzac. — Acredito que não há como você permitir tal coisa, Sir Eugene, e também preferiria não usar sacrifícios vivos. Eu não disse isso para você antes? Nem todos os mago negros estão focados na necromancia e dispostos a usar sacrifícios humanos.
No entanto, era importante notar que Balzac dissera que conseguiria.
Durante toda a manhã, Balzac procurou os olhos que Edmond havia escondido na capital. Balzac apontou aqueles indivíduos que obtiveram força ou riqueza usando suas almas como garantia, após isso Ivatar os executou sem demonstrar a menor sombra de dúvida.
Além desses, também encontraram os Familiares escondidos nos arredores da capital. Não havia mais nenhum dos olhos de Edmond na capital.
Mas isso por si só não teria qualquer influência no resultado da sua missão. Edmond já havia descoberto que o grupo de Eugene tinha vindo em auxílio da Tribo Zoran e que Balzac Ludbeth, seu colega Mago do Encarceramento, estava cooperando com eles.
Isso significava que Edmond não teria escolha senão se apressar. Como Herói, Eugene ainda poderia frustrar seu ritual. Ou talvez Balzac pudesse tentar assumir o controle do ritual oferecendo seus próprios sacrifícios.
— Para destruir o ritual, precisaremos destruir o local central para onde as veias terrestres distorcidas estão enviando seu fluxo de mana, mas… Naquele local, Edmond, junto com Vladmir, serão quem manterá o ritual. — Balzac avisou.
Um mago negro que assinou um contrato com um Rei Demônio e um cajado mágico que, assim como Akasha, foi criado usando um Coração de Dragão inteiro.
— Em outras palavras, não seremos capazes de interromper o ritual a menos que consigamos destruir completamente Edmond ou Vladmir, um dos dois. Como ele não pode mais se dar ao luxo de continuar fazendo preparativos lentos e constantes para o ritual, Edmond também deveria se apressar para completar o ritual. — Supôs Balzac.
— Isso significa que precisaremos enfrentá-los de frente. — Eugene grunhiu.
— Sim. — Balzac assentiu. — Como já garantiram Veias Terrestres suficientes, perder algumas não irá prejudicá-los, mas o que realmente precisam é de sangue e almas. Se os confrontarmos de frente, Edmond também deve vir ao nosso encontro.
Edmond não tinha mais motivos para ficar em segundo plano. Depois de dispersar o resto do grande exército da Tribo Kochilla para proteger as Veias Terrestres restantes, o próprio Edmond seria capaz de participar da guerra. Ele poderia aparecer pessoalmente, limpar rapidamente um campo de batalha inteiro e obter um pouco do sangue e das almas necessários.
— Que tal destruir primeiro as Veias Terrestres e depois avançar para o local central?
Cyan, que estava ouvindo em silêncio, propôs esta sugestão, apenas para Eugene balançar a cabeça e explicar.
— Se este ritual dependesse simplesmente da drenagem da terra, isso poderia funcionar, mas com Edmond agora agindo sozinho, assumir o controle das Veias Terrestres não é mais tão importante. Quanto mais eles garantirem, melhor, mas se for o caso, ainda podem prosseguir com o ritual sem nada disso.
Cyan reclamou.
— Como pensei, não deveríamos ter trazido os cavaleiros do clã Lionheart conosco? No final, acabou exatamente como havíamos imaginado inicialmente. Hector, aquele desgraçado traidor, também estava em conluio com Edmond Codreth. A bagunça que Eward deixou vazou e agora Edmond está fazendo uso de uma versão modificada.
Eugene suspirou:
— Então… Naquela época, como eu poderia saber que as coisas acabariam assim? Além disso, agora que as coisas chegaram a esse ponto, você não pode considerar quanto tempo levaria para trazer os Cavaleiros Lionheart para cá?
Cyan ficou com uma expressão confusa depois de ouvir a resposta de Eugene.
Ele poderia estar dizendo isso e aquilo como desculpa, mas no final, não significava que ele simplesmente não queria envolver o clã? Cyan também conseguia entender por que Eugene tinha essa opinião. O próprio Cyan não queria ver alguém de seu clã derramando sangue e morrendo…
“No entanto, os Lionhearts são um clã marcial”, pensou Cyan.
Eles eram um clã de cavaleiros. Portanto, quando chegasse a hora, nenhum deles deveria hesitar em ir para a guerra. Se seu sangue devesse ser derramado para fazer o que é certo, os Lionhearts deveriam ser os primeiros a sangrar antes que qualquer outro pudesse.
Esse era o tipo de cavalheirismo incutido em Cyan por Ancilla e Gilead desde que ele era criança, e também fazia parte dos Mandamentos da Família que foram transmitidos por seu ancestral, o Grande Vermouth.
“Mas ainda assim…”, Cyan olhou para Eugene, que estava montado nas costas de uma besta invocada.
Isso pode ser o óbvio, mas o sangue derramado que Cyan não queria ver incluía o sangue de seus irmãos. Quer fosse Ciel, que não estava ali com eles, ou Eugene, que estava bem ao lado dele, ele não queria ver nenhum deles sangrando na sua frente.
Em vez dos dois perderem sangue, ele preferiria que fosse…
“Espere…” Cyan de repente teve um pensamento.
Ele não sabia sobre Ciel, mas Cyan achava impossível imaginar a visão de Eugene perdendo sangue.
“Além disso, o próximo Patriarca não é Eugene. Sou eu.” Cyan lembrou a si mesmo.
Se Eugene fosse escolhido como o próximo Patriarca, Cyan certamente estaria preparado para derramar seu sangue por Eugene.
No entanto, Cyan não era o próximo Patriarca em vez de Eugene? Embora tenha sugerido a Eugene que ele se tornasse Patriarca várias vezes antes, não acabou se deparando com recusas que foram acompanhadas de atos de violência?
Cyan pensou com algum alívio: “Embora eu possa estar disposto a derramar sangue por você, como aquele que se tornará o próximo Patriarca, não posso me permitir sangrar tão facilmente.”
Na sua opinião, isso era natural.
Sem Ivatar lá, as árvores da floresta não estavam abrindo caminho para eles, mas graças às montarias invocadas de Lovellian e de Melkith invocando os espíritos da terra, eles foram capazes de viajar muito rápido.
Logo chegaram à fronteira norte da Tribo Zoran, onde a batalha ocorreu. Todos os cadáveres foram recuperados logo após a batalha, então não havia nenhum cheiro de sangue restante. As torres de ossos humanos, que foram construídas após o término da batalha, também foram derrubadas pelos Zorianos no processo de coleta dos corpos.
No entanto, assim como Balzac havia dito, era inútil desabar as torres de ossos humanos depois de terem sido erguidas. O sangue e as almas dos cadáveres recuperados já haviam afundado no solo e foram enviados para Edmond pelo fluxo distorcido das Veias Terrestres.
— Eu realmente odeio magia negra. — Melkith resmungou.
Mesmo nesta selva, ela ainda usava salto alto e jeans justos rasgados, que era algo da moda atual.
— O chão aqui não tem nenhum espírito remanescente da terra. No momento em que as Veias Terrestres foram torcidas, todos os espíritos deixaram este lugar. Janos também está extremamente furioso com tudo isso. — Disse Melkith enquanto acariciava o chão com uma expressão severa.
— Então você não pode corrigir o fluxo das Veias Terrestres, mesmo com o poder de um Rei Espírito? — Eugene perguntou.
Melkith balançou a cabeça:
— É impossível. Tal como Balzac disse, as Veias Terrestres já foram irreversivelmente distorcidas, com o seu fluxo levando a uma direção totalmente diferente. Você sabe o que isso significa? A menos que consigamos destruir o ritual, a terra aqui morrerá.
Na verdade, eles já podiam sentir que as árvores e a grama ali estavam secas o suficiente para haver uma diferença notável em comparação com outras áreas da floresta, e o solo estava tão ressecado que era como se tivesse havido uma seca.
— Embora todos estejam atualmente tentando manter os restos de sua vitalidade original… Não demorará muito para que tudo aqui seque. A grama vai murchar, as folhas vão se rasgar, e esta floresta vai morrer lentamente… Espere aí, as folhas vão se rasgar? Meu incrível senso para trocadilhos surpreende até a mim. — Declarou Melkith com orgulho.
Eugene cerrou os dentes com força de raiva.
Desde quando Melkith se tornou uma cabeça de vento?
Porra!
Eugene de repente se lembrou de uma conversa semelhante que teve com Ciel alguns anos atrás. Mesmo pensando nisso agora, Eugene não pôde deixar de se sentir envergonhado. Ele havia feito esse trocadilho naquela época apenas porque sentiu vontade de dizer alguma coisa.
O que foi ainda mais embaraçoso para Eugene foi que no momento em que Melkith disse essas palavras, Eugene realmente teve o mesmo trocadilho passando por sua cabeça. Então, quando Melkith finalmente disse aquele trocadilho em voz alta, ele quase caiu na gargalhada inconscientemente…
— As técnicas usadas aqui não são diferentes das descritas por Balzac. — Relatou Lovellian, que examinava cuidadosamente o terreno, após terminar sua inspeção.
Melkith também concordou com sua opinião.
Kristina pensou silenciosamente: “O que você acha, irmã?”
Anise também compartilhou suas conclusões: [Ainda há vestígios de magia negra e poder negro aqui. Embora seja possível purificar o que está aqui, seria inútil tentar corrigir a torção das Veias Terrestres com magia divina.]
Tendo confirmado esses fatos pessoalmente, eles não puderam deixar de sentir que suas suspeitas em relação a Balzac diminuíam.
Eugene começou a dizer:
— Nesse caso, vamos embor—
Apenas o chão tremeu levemente, mas as vibrações não eram fortes o suficiente para serem chamadas de terremoto. Eugene ficou surpreso ao olhar para o local onde o tremor havia começado.
O solo estava subindo e se aglomerando. Em poucos instantes, um pilar de solo do mesmo tamanho de um corpo humano foi criado. Antes que o grupo pudesse reagir a esse estranho fenômeno repentino, o pilar de solo se partiu.
De dentro dessa lacuna recém-aberta, um par de olhos brilhantes encontrou os de Eugene.
Foi só eu q n entendi o trocadilho?
É impossivel entender sem ser da cultura deles , pode ser algo somente na língua deles tmb. Do jeito q tem trocadilhos q só são possíveis no português
yeeeaah booi, finalmente rinha de Hameis! Quem dá mais?
O baitola do Vermont