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Damn Reincarnation – Capítulo 322

Retorno (1)

Ao retornar da Torre Vermelha, Sienna permaneceu em Aroth por mais três dias. Como a Arquimaga interrompeu sua longa hibernação e retornou para Aroth, ela enfrentou uma enxurrada de tarefas que exigiam sua atenção.

Dentro desses poucos dias, Sienna deu brevemente palestras sobre arcana nas Torres Vermelha e Verde, participou de reuniões com os Mestres das Torres e até visitou a Guilda dos Magos, onde deu uma palestra. No dia anterior, ela passeou pela cidade com as principais figuras do conselho de Aroth, o Rei e o Príncipe Herdeiro e interagiu com os cidadãos. Suas aparições públicas culminaram em um discurso casual que ela proferiu na Praça Merdein, que recebeu seu nome.

Enfrentar todas essas tarefas em apenas três dias era uma tarefa e tanto, mas Sienna as administrava sem esforço, e essas eram apenas uma fração de suas supostas funções. Sendo uma arquimaga lendária que retornou depois de séculos, ela era o bordão vivo de Aroth. Muitos cobiçavam uma audiência com Sienna. Os ricos e influentes desejavam apenas uma conversa de dez minutos, enquanto todos os magos desejavam ter pelo menos um vislumbre de suas vestes.

Sienna foi firme e severa ao lidar com esses assuntos. Embora se sentisse ligada a Aroth, não tinha intenção de ficar mais tempo do que o necessário.

— O que a família real e o conselho disseram? — Eugene perguntou a ela.

— Eles não ficaram felizes, é claro. “Você deve partir para a família Lionheart?” eles questionaram, mas por que eu deveria me importar com a opinião deles? — Sienna respondeu com uma risada.

Claro, Aroth relutava em deixar Sienna partir. Mesmo que ela não tenha participado de nenhum evento, apenas ter a Sábia Sienna em Aroth traria enormes benefícios ao reino. Na verdade, eles viram um aumento no fluxo de turistas e magos de outros países nos últimos dias.

Porém, com o aumento, também houve quem saiu.

— Eu gostaria de poder destruir aquela torre negra. — Sienna murmurou.

Ela estava se referindo à Torre Mágica Negra. Multidões de magos pertencentes à Torre Negra deixaram Aroth após seu retorno. De acordo com Lovellian e Melkith, apenas cerca de um terço do número original de magos permaneceu na Torre Negra. Além disso, Balzac Ludbeth, o Mestre da Torre Negra, havia deixado a Floresta Samar depois de lidar com Edmund Codreth, mas ainda não havia retornado.

— Posso realmente dizer quanto tempo se passou quando olho para aquela torre negra. Eu ouvi alguns rumores sobre a construção de uma torre para magos negros antes de minha reclusão, mas a maioria das pessoas em Aroth, inclusive eu, se opôs fortemente à ideia. — Comentou Sienna.

— Ouvi dizer que Helmuth fez uma grande doação para Aroth construir a Torre Negra. — Disse Eugene.

— Eu senti isso quando o vi em Babel, mas ainda não consigo entender o que aquele maldito Rei Demônio do Encarceramento estava pensando. — Sienna disse após uma pausa.

Enquanto resmungava, ela puxava seu carrinho cheio de bagagem. Ela não precisava puxar o transportador sozinha; tudo poderia ter sido guardado em seu manto. Mas insistiu na transportadora e o motivo era simples. Isso fazia seu coração palpitar. Isso lhe dava a sensação de deixar sua casa de longa data em Aroth e se mudar para uma nova casa.

— Você consegue acreditar como Helmuth… Uh… Se desenvolveu agora? Li livros e assisti vídeos sobre Helmuth, e é totalmente diferente do que me lembro. — Disse Sienna.

— Posso garantir que é mais surreal quando você realmente vai lá.

Eugene simpatizou com o comentário de Sienna. A Helmuth de que ele se lembrava há trezentos anos era uma terra cruel, um lugar murcho impossível para habitação humana. Era um lugar onde tudo estava de pernas para o ar. Até o tempo era imprevisível. Era uma terra que minava a força física e mental apenas por morar nela.

Depois que um acordo de paz concluiu a guerra, o Rei Demônio do Encarceramento declarou Helmuth como um império e declarou-se seu imperador. Após este anúncio, ele desbloqueou os tesouros de Babel e compensou enormemente as nações afetadas pela guerra.

Até então, o continente não havia reconhecido Helmuth como um império, embora o medo do Rei Demônio do Encarceramento os dissuadisse de se rebelarem abertamente. E nem uma única pessoa havia manifestado a intenção de emigrar para Helmuth até então.

No entanto, com um ritmo que dificilmente poderia ser descrito como lento, Helmuth realmente se transformou de um Domínio Demoníaco em um Império. Criaturas incapazes de pensamentos complexos foram transformadas em algo parecido com gado, e o próprio Rei Demônio do Encarceramento remodelou a terra e mudou o céu. Incontáveis ​​demônios tornaram-se trabalhadores e operários sob o comando do Rei Demônio.

A lembrança que Sienna tinha de Helmuth parou nesse ponto.

E agora? Em apenas duzentos anos, Helmuth tornou-se o império mais habitável e desenvolvido do continente. Gozava de uma cultura tão única que era verdadeiramente desconcertante a forma como foi alcançada.

— E o que é esse Parque Giabella? — Sienna murmurou, olhando para o jornal na banca. A primeira página dos diversos jornais trazia notícias sobre o Parque Giabella em Helmuth.

<A deslumbrante duquesa liderando a vanguarda do entretenimento, cultura e moda — Noir Giabella. Parque Giabella — O maior parque temático da história, que leva orgulhosamente seu nome.>

— É o terreno fértil de Noir Giabella. — Respondeu Eugene.

— Parece mesmo. Aquela lunática Demônio da Noite sempre teve um talento especial para coisas malucas. — Comentou Sienna.

— Não consigo compreender a mentalidade das pessoas que visitam este parque com o único propósito de lazer. Por que diabos eles gastariam dinheiro e até doariam força vital em um lugar assim? — Anise também entrou na conversa.

Eugene, Sienna, Anise e até Kristina compartilhavam o mesmo sentimento sobre este assunto.

Ouvindo a conversa de dentro do manto, Mer e Ramira trocaram olhares e suspiraram pesadamente.

“Eu queria visitar pelo menos uma vez.”

“Antes de matarmos a Rainha dos Demônios da Noite… Ou mesmo depois, ainda podemos passear nas atrações, não podemos?”

Depois de compartilhar seu ódio por Noir Giabella, Eugene, Sienna e Kristina moveram-se para o portal de teletransporte da Estação Flutuante do Pentágono.

Sienna não gostava de uma despedida barulhenta, por isso advertiu severamente a família real, o conselho e os mestres da torre para não virem para uma despedida no dia anterior. Ela até ameaçou que, se eles viessem, se certificaria de que se arrependeriam de ter nascido.

— Irmã mais velha!

Melkith certamente teria ouvido essas palavras… No entanto, ela ignorou descaradamente o aviso de Sienna e se escondeu perto do portal de teletransporte. Ao ver Sienna, ela saiu correndo, gritando como se seu coração estivesse partido.

— Leve-me com você também!

A expressão de Sienna se distorceu ao ver Melkith. Usando um feitiço, ela jogou Melkith para longe e rapidamente pegou sua bagagem de mão. Ignorando os gritos de Melkith, Eugene e Kristina seguiram Sienna até o portal de teletransporte.

Eles haviam combinado previamente que o ponto de encontro seria desprovido de pessoas. Este era um portal de teletransporte localizado em uma área tranquila e seu destino já estava definido. Era para a aldeia de Kiehl, Bollanyo, um local rural o suficiente para oferecer uma concorrência justa à cidade natal de Eugene, Gidol.

Era a residência atual daquele que afirmava ser o único dragão que permaneceu acordado, o Dragão Vermelho Ariartel.

* * *

Eles tinham um motivo simples para visitar Ariartel antes de voltar para a família Lionheart. Teria sido impossível encontrar Raizakia e resgatar Sienna sem a ajuda da magia Dracônica de Ariartel. Ariartel, tendo um profundo ressentimento em relação a Raizakia, o traidor de sua espécie, tinha o direito de saber sobre a morte de Raizakia.

Além disso, também queriam perguntar sobre Ramira.

— Não conheci nenhum outro dragão exceto o Dragão Negro. — Ramira espiou por dentro do manto e afirmou. Seu rosto estava tenso, visível para todos. — Você certamente não quer dizer… Benfeitor, você quer me confiar a um dragão que nunca conheci antes?

— Isso seria muito cruel, na minha opinião. — Kristina entrou na conversa, aproximando-se de Eugene e acariciando a cabeça de Ramira enquanto espiava por dentro do manto de Eugene.

— Não podemos simplesmente deixá-la assim perdida. — Rebateu Eugene.

— O que… O que você acabou de dizer? Benfeitor! Mesmo que você seja o benfeitor desta Senhorita, chamar esta Senhorita de perdida é muito duro, considerando que esta Senhorita é uma membra reverenciada da grande raça!

Whack!

Ramira retraiu a cabeça para dentro do manto depois de receber um bom tapa na joia vermelha.

— Um dragão deve ter algumas qualidades semelhantes às de um dragão. Ela é simplesmente perdida e fraca. — Disse Eugene.

Não poderia haver mais de cem anos de diferença entre Ariartel e Ramira.

No entanto, apesar da pequena diferença de idade, a disparidade entre Ariartel e Ramira era grande demais. Apesar de ser um dragão controlador de magia, Ramira não tinha nenhuma habilidade mágica significativa, seu Pavor de Dragão era medíocre e seu Dracônico carecia de poder.

— Provavelmente é por causa do rubi na testa. — Especulou Sienna. Ela ainda estava decidida a obter a joia vermelha na testa de Ramira.

Depois de pesquisar a joia vermelha por vários dias, eles descobriram que a maldição e a ligação de Raizakia ainda permaneciam no rubi, apesar de sua morte.

Raizakia não tratou seus únicos parentes como família. A pedra preciosa carmesim alojada dentro dela era uma salvaguarda, uma âncora afundada profundamente no âmago de seu ser. Isso garantia que ela nunca pudesse desafiá-lo ou resistir a ele. Sua presença opressiva era a razão de sua magia sem brilho, Pavor de Dragão abaixo da média e Dracônico inadequado. A gema restringia os poderes do poderoso dragão que deveriam residir dentro dela.

— Interferir com esse tipo de magia, principalmente a de um dragão, seria um fardo até para mim. E bastante incômodo. Isso… Ariartel, apesar de ter ultrapassado a fase de filhote, deveria ser capaz de intervir com seu Dracônico. Afinal, Raizakia está morto. — Disse Sienna.

Se ela se tornasse mais parecida com um dragão, era possível que Ramira pudesse ser utilizada em benefício deles de alguma forma.

“Mas ela ainda é apenas uma criança, afinal”, pensou Sienna, mantendo suas expectativas modestas. Para os antigos demônios que viviam desde a era das guerras, até mesmo um filhote de dragão poderia não ser mais intimidante do que um grande lagarto.

— B-Benfeitor, você não pode abandonar esta Senhorita. Não desejo deixar o caloroso abraço de minha mãe…

Esperançosamente, ele não teria mais que lidar com suas travessuras frívolas habituais com Mer e soluços abafados de dentro do manto assim que resolvessem o problema. Esperando que sim, Eugene ignorou Ramira.

Caminharam pelas tranquilas ruas rurais de Bollanyo até às proximidades da casa onde Ariartel escolherá a sua solidão. A magia de obscurecimento da percepção de Sienna os manteve longe dos olhares indiscretos dos aldeões, mas o portão da propriedade já estava aberto. Ariartel podia ser vista na janela, seu cabelo ruivo flamejante enrolado nos dedos e uma expressão irritada no rosto.

Os olhos de Sienna e Ariartel se encontraram. Instantaneamente, a expressão de Ariartel se transformou. Ela deu vários passos para trás da janela com os olhos arregalados que refletiam em descrença.

— Parece que ela reconheceu você. — Comentou Eugene.

— Nunca vi esse dragão antes. — Respondeu Sienna.

— Nos dias de hoje, quantos magos de cabelo roxo estão vagando por aí?

— Você sabe quantos seguiram minha tendência e pintaram o cabelo de roxo naquela época?

— Desde os tempos antigos, existe uma tendência entre os sacerdotes de reverenciar a Senhorita Anise, e por isso eles deixaram seus cabelos loiros crescerem. — Comentou Kristina.

— Então por que ninguém está tentando me copiar? — Eugene perguntou confuso.

— Quem iria deliberadamente deixar uma cicatriz no rosto para imitar você?

— E estourar uma de suas orelhas, nada menos.

Eugene fez beicinho com a resposta delas enquanto se aproximava da casa. A porta se abriu sem qualquer aviso.

— A Sábia Sienna? — Questionou Ariartel, parando na entrada.

— Você não tem notícias de Aroth neste lugar rural? — Perguntou Eugene.

— Do que você está falando? — Perguntou Ariartel confusa.

— Aparentemente não.

Sienna havia retornado a Aroth há poucos dias, mas o boato já deveria ter se espalhado por todo o continente. Parecia que a notícia do retorno de Sienna ainda não havia chegado a Bollanyo, que ficava nos arredores de Kiehl.

“Acho que nesse sentido Gidol está em melhor situação.”

Eugene sorriu nostalgicamente com apreço por sua cidade natal. Ariartel observou o sorriso de Eugene com uma expressão azeda antes de reorganizar o rosto e voltar-se para Sienna.

— Esta magia poderosa… Certamente é a própria Sábia Sienna. E você… Você deve ser Kristina Rogeris, a Santa da nossa época? —Perguntou Ariartel.

— É uma honra conhecer um membro da grande raça. — Kristina respondeu com um sorriso radiante, as mãos cruzadas em oração sobre o peito. Ariartel sentiu um leve arrepio e deu um passo para trás.

Uma Arquimaga que poderia ser chamada de lenda, a Santa, que poderia ser chamada de personificação da Luz, e a reencarnação de um herói de trezentos anos atrás, embora as três figuras diante dela fossem inconfundivelmente humanas, Ariartel não poderia obrigar-se a considerá-los como tal.

— Por aqui. — Ela disse após uma breve pausa, engolindo em seco nervosamente e se virando.

Ela não tinha previsto visitas, mas Ariartel não sentiu mais nenhum aborrecimento em relação a elas. Ela recebeu seus três convidados na sala de estar, serviu chá de boa vontade e colocou uma xícara diante de cada um deles.

— Sábia Sienna, ouvi falar do seu infortúnio por Hamel, o Tolo. Sua presença diante de mim no mundo implica… Como Hamel, o Tolo predisse, você matou o Dragão Negro Raizakia, uma desgraça para os dragões. — Disse Ariartel

— Pare de dizer Hamel, o Tolo. — Eugene foi rápido em corrigi-la.

Até mesmo Jagon, a quem ele matou no Castelo do Dragão Demoníaco, dirigiu-se a ele com o magnífico título de Hamel da Aniquilação. Então, por que humanos e dragões insistiam em se referir a ele como Hamel, o Tolo? Eugene ficou injustamente irritado com Sienna e Anise.

— Seu nome? — Sienna perguntou.

— Ariartel. O Dragão Vermelho Ariartel.

— Ah, então é Ariartel. Ouvi dizer que você foi fundamental no meu resgate. — Sienna demonstrou cautela em seu comportamento. Ela estava consciente do fato de que estava lidando com um dragão. Ela fez uma reverência suave em direção ao Dragão Vermelho. — Se não fosse pela sua ajuda, eu teria demorado um tempo impossivelmente longo para voltar ao mundo. Eu, Sienna Merdein, uma descendente da tribo élfica da Floresta Samar e da Árvore do Mundo, pude despertar do meu longo sono graças à sua ajuda.

— Ah… Grande maga, uma pérola da magia dos humanos e não-humanos. Levante sua cabeça. Embora eu seja um dragão, sou apenas um ser imaturo, certamente não maior que a senhorita. Por favor, não se curve diante de mim.

A expressão de Ariartel era uma mistura de perplexidade e alegria.

Mesmo sendo um dragão, sentar-se cara a cara com figuras que ela conhecia apenas dos antigos contos de fadas era emocionante. Ouvir tais palavras da Sábia Sienna acendeu os resquícios da inocência infantil no fundo de seu coração.

“Na verdade, os heróis das lendas… Dos contos de fadas deveriam possuir tal dignidade”, ela pensou enquanto lançava um olhar para Eugene.

Eugene Lionheart, a reencarnação de Hamel, o Tolo… Ele era grosseiro, impetuoso e sem boas maneiras, muito parecido com o que foi contado no conto de fadas. Mas e a Sábia Sienna? Eis seu discurso comedido e seu olhar sagaz!

E Kristina Rogeris, a Santa do seu tempo. Cada uma de suas ações irradiava uma santidade verdadeiramente condizente com seu status e nome. Ela parecia capaz de abraçar todos os seres do mundo com compaixão e amor.

“Dragões geralmente acumulam tesouros em pilhas montanhosas…”

Mantendo a expressão firme, Sienna examinou a sala com olhos de falcão. A habitação estava muito degradada para ser considerada o covil de um dragão, como ela também observou do lado de fora antes de entrar na casa.

“Não há um único tesouro em que eu possa colocar as mãos?”

Nesse aspecto, Sienna e Eugene eram bastante parecidos. Sienna ponderou como poderia extrair alguns tesouros de Ariartel.


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