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Damn Reincarnation – Capítulo 363

O Domínio Demoníaco (4)

Uma cacofonia de sons tagarelas entrelaçados com ruídos zumbidores criou um barulho desagradável. Proteger os ouvidos não adiantava, pois esse tumulto não atacava os ouvidos ou a audição, mas a própria mente.

Era um ataque psíquico potente. A maioria das forças expedicionárias não tinha resistência a esse avassalador ataque mental. Alguns dos mais fracos de coração cambalearam, agarraram-se aos parapeitos do navio e vomitaram sobre o lado da embarcação.

De repente, uma nuvem de insetos apareceu, aparentemente do nada. Mas de onde eles vieram? Ainda no ar, Eugene olhou para baixo, cerrando os dentes.

O mar tingiu-se de um vermelho profundo, reminiscente de sangue coagulado. Os corpos sem vida de criaturas marinhas flutuavam na superfície, e poeira escura jorrava de suas bocas abertas e olhos virados. Conforme a poeira subia, ela se transformava instantaneamente em pragas aladas, zunindo e voando desordenadamente em todas as direções.

A cena grotesca fez o rosto de Eugene se torcer de repulsa. Embora a maioria da força expedicionária pudesse ser desconhecida desse barulho e fenômeno, Eugene não era, pois havia testemunhado tal cena em sua vida anterior. Isso evocou memórias de muito tempo atrás, memórias que ele desejava esquecer.

Agindo imediatamente, ele puxou a Espada Sagrada de dentro de seu manto. Ao erguer a arma no alto, a lâmina de Altair irrompeu com uma luz ofuscante.

Fwoosh!

A Luz deslumbrante se espalhou com Eugene em seu epicentro, iluminando o céu escurecido e lançando uma radiância brilhante sobre a frota. Mas Eugene não parou por aí e balançou a espada sagrada com força.

A Luz radiante avançou, envolvendo os corpos infestados de insetos das criaturas marinhas. A luz emanada da Espada Sagrada Altair era a própria força divina. Dentro do brilho intenso da força divina, os corpos das criaturas marinhas começaram a ser purificados. Não surgiam mais poeira escura ou pragas aladas deles.

No entanto, incontáveis insetos já tinham invadido o vasto céu e o mar. Mesmo dentro da Luz emitida pela Espada Sagrada Altair, os insetos persistiam resistentemente, batendo suas asas com vigor.

— Malditos mosquitos! — Exclamou Sienna com uma careta.

Embora essas pragas fossem de uma espécie diferente dos mosquitos, seu comportamento era estranhamente semelhante. Na verdade, era mais horrendo do que os mosquitos. Essas criaturas tinham uma forma única de ataque. Primeiro, desestabilizariam as mentes de sua presa batendo suas asas e depois se aproximariam de sua presa enfraquecida para sugar o sangue e se alimentar da carne.

Kristina saiu da porta aberta da cabine. Ela estabilizou seu corpo vacilante e deu várias respirações profundas. As trevas e a força divina eram inerentemente polos opostos entre si. Assim, uma força das trevas intensa como essa poderia abalar mentalmente até mesmo um clérigo de alta patente.

E Kristina era a Santa desta era, e dentro dela residia Anise, a maior Santa da história deste continente. Portanto, os efeitos da força das trevas extrema eram mais pronunciados para Kristina. Anise começou a rezar dentro de Kristina, e Kristina também ergueu seu rosário à frente do peito como se estivesse rezando.

Aaaaaaaa!

Um hino ecoou da Luz crescente. Anjos se materializaram e sopraram suas trombetas. Ao mesmo tempo, asas brotaram das costas de Kristina em um amplo arco. Os anjos invocados tinham apenas um par de asas, enquanto, no centro deles, Kristina desdobrou oito asas magníficas.

Juntas, Kristina e os anjos ascenderam aos céus. Um véu de Luz foi acompanhado pelo hino e se espalhou longe. O desagradável ruído dos insetos foi abafado pelo hino, e a Luz continuou a pairar ao lado daqueles que ouviam o hino.

Uma vez no ar, Kristina encontrou os olhos de Eugene. Atrás de Kristina, Eugene também viu Anise. Sem hesitar, ele baixou a Espada Sagrada. Ao fazê-lo, as luzes de ambos se fundiram, dando origem a uma coluna imponente de radiância brilhante.

Um buraco perfurou o céu nublado. A coluna de Luz penetrou na escuridão, transformando-se em nuvens e chovendo sobre a frota expedicionária. A luz tornara-se chuva real, despejando com intensidade. As pragas flutuantes desapareceram sob essa chuva, e aqueles que estavam angustiados encontraram salvação na Luz.

Sienna não ficou ociosa. O Eternal Hole foi ativado enquanto ela estendia Nevasca.

A névoa que vinha do mar distante não apenas escurecia os céus, mas avançava em sua direção como ondas. Embora ela desejasse ver a origem da névoa, esta permanecia bem escondida. Moendo os dentes, Sienna brandiu Nevasca.

Fwoosh!

Como se o oceano tivesse sido virado, a água subiu, formando uma parede robusta contra a névoa invasora. No entanto, a névoa não parou. Mesmo para Sienna, era impossível criar uma parede que pudesse abranger o vasto mar. Embora a barreira fosse tão longa e alta quanto qualquer parede de fortaleza formidável, a névoa tentava saltar ou contorná-la, ansiosa para engolfar a frota expedicionária.

No entanto, Sienna nunca tinha a intenção de usar a parede de água do mar como a única defesa; ela era apenas para comprar um breve alívio. Um aglomerado enorme de mana, impossível de acreditar que pertencia a um humano, envolveu a frota. A destreza mágica tanto do Coração de Dragão de Nevasca quanto de Sienna eclipsava até mesmo a magnanimidade do Eternal Hole.

Uma barreira mágica de grande poder cercava a frota. As orações de Kristina e Anise ressoavam no ar. Os hinos dos anjos e os sons das trombetas ecoavam alto. A luz cintilante se transformava em penas, flutuando dentro da barreira. A Luz que Eugene invocou através da Espada Sagrada, junto com as orações das duas Santas, reforçou a barreira mágica com a força divina.

BruuuumCrash!

O mar, antes transformado em uma parede gigante, agora descia ao seu nível original. A névoa, que havia tentado saltar e contornar a obstrução, agora atacava de frente. A barreira tremia intensamente à medida que a névoa colidia com vigor. As vibrações resultantes balançavam tanto o mar quanto a frota. Ainda assim, a barreira permanecia intacta.

“A purificação não funciona”, Eugene percebeu de repente.

Ele examinou o mar enquanto observava a névoa se aproximando.

Os cadáveres da vida marinha tinham sido purificados. Mesmo os insetos que atacavam a mente e depois sugavam o sangue e roíam a carne tinham sido obliterados. No entanto, o mar permanecia tão vermelho quanto sangue, e o céu, uma vez perfurado por uma coluna de luz, agora estava novamente nublado. A implicação era clara.

O mar e o céu haviam se tornado o domínio do Rei Demônio. Daqui para frente, o território era essencialmente um Domínio Demoníaco.

Mas quem poderia ser responsável por tal coisa?

“Iris.” Um nome veio rapidamente à mente de Eugene.

Ele se lembrou da batalha de trezentos anos atrás contra os demônios que serviam ao Rei Demônio da Fúria. Ele se lembrou dos insetos que atormentaram muitos no campo de batalha enquanto lutavam contra o exército de Fúria.

O Rei Demônio da Fúria tinha quatro filhos, e um entre esses filhos da Fúria era um vampiro chamado o Derramador de Sangue Sein. Enquanto os insetos nasciam do poder do Rei Demônio, Sein era aquele que comandava livremente os insetos no campo de batalha. Sob Sein, os vampiros ganhavam força ao beber o sangue e roer a carne de seus oponentes através desses insetos.

Mas Iris não possuía o talento para controlar esses insetos, deixando Eugene com uma infinidade de perguntas.

Como a elfa negra, que não possuía nenhum outro talento, adquiriu o poder que seu falecido pai uma vez possuía?

O mar vermelho. O céu negro como breu.

Falando francamente, Iris não tinha tanto poder das trevas. E, pelo que Eugene tinha visto até agora, nenhum dos eventos transcorrendo neste mar estava dentro de suas capacidades. Então, que truque ela tinha usado para ganhar tal força incomum?

Havia apenas uma explicação plausível: Iris havia se tornado o Rei Demônio.

“Mas como?” Eugene se perguntou, genuinamente preocupado.

Ele podia sentir o gosto de sangue entre os dentes cerrados.

Aquela Iris? Aquela elfa negra frágil tinha realmente se tornado uma Rainha Demônio? Aquela que perdeu seu domínio para Noir Giabella, foi forçada a fugir de Helmuth e até falhou em um simples sequestro? A mesma miserável que foi reduzida à pirataria nos mares do sul por anos? Ela se tornou uma Rainha Demônio?

— Isso é impossível. — Eugene declarou firmemente.

Não surpreendentemente, Sienna, Kristina e Anise compartilhavam o mesmo sentimento. Eles conheciam o desejo centenário e os esforços fúteis de Iris para se tornar a Rainha Demônio.

No entanto, uma coisa era clara. Iris vinha tentando desesperadamente ressuscitar o falecido Rei Demônio da Fúria nos últimos trezentos anos, mas sem sucesso. Aumentar a população de elfos negros e invocar o nome do Rei Demônio nunca o traria de volta.

Então, como alguém se tornava um Rei Demônio? Eugene não sabia a resposta para essa pergunta. Mas ele já havia frustrado seres, não nascidos do sangue do Rei Demônio, em sua busca por tal maldade.

Eward Lionheart tinha chegado perigosamente perto de se tornar o Rei Demônio porque os remanescentes do espírito dos Reis Demônios estavam ligados a ele. Essa conexão vil nasceu do fato de que os artefatos dos Reis Demônios estavam com o clã Lionheart, e os remanescentes dos Reis Demônios restantes nos artefatos tinham um interesse agudo na linhagem sanguínea Lionheart.

No entanto, isso por si só não foi suficiente. Embora algo no sangue dos Lionheart realmente atraísse a atenção do Rei Demônio, Eward ainda precisava de sacrifícios além de sua própria linhagem sanguínea para realmente se tornar o Rei Demônio.

Mas Eward foi estúpido. Ele realmente não sabia o seu lugar e força e escolheu Cyan e Ciel como seus sacrifícios. Então, insatisfeito, ele até tentou oferecer Eugene como outro sacrifício principal. Com os olhos voltados para pessoas tão importantes, seu fracasso era inevitável.

Contrariamente, Edmond Codreth adaptou o ritual que Eward não conseguiu aperfeiçoar. Em vez de sacrificar alguns parentes dos Lionheart, como Eward tentou, Edmond escolheu dezenas de milhares de almas insignificantes, a árvore mundial da Floresta Samar e os poderes adormecidos do Dragão Demoníaco Raizakia.

Se Sienna não tivesse sido selada na Floresta Samar, se Eugene nunca tivesse colocado os pés na floresta a pedido de Ivatar, se ele não tivesse formado um vínculo com Ivatar da tribo Zoran, Edmond poderia ter discretamente realizado seu ritual e ascender silenciosamente para se tornar o Rei Demônio.

“Iris comanda milhares de piratas”, Eugene pensou enquanto tentava encontrar respostas sobre os novos poderes de Iris.

Mas eles eram menos numerosos do que Edmond pretendia sacrificar, e seu valor como oferendas não era maior. Além disso, não havia poder sombrio a ser explorado ali também.

“Então, há… algo especial sobre a terra?” Eugene pensou.

O Mar de Solgalta era uma região única. Talvez em algum lugar dessas águas estivessem os santuários do Deus da Guerra, Agaroth. Mas o que isso tinha a ver com Iris se tornar a Rainha Demônio? Ela era uma elfa negra idiota sem magia, conhecida apenas por seu olhar estúpido. Então, como ela poderia reunir poder para se tornar uma Rainha Demônio?

O coro dos anjos foi abafado por outro som. Era um lamento que vinha da névoa além da barreira.

Ao ouvir o som do lamento, Kristina gemeu suavemente enquanto abraçava seus braços. Se Anise não estivesse lá, ela poderia ter sido consumida por esse poder assustador.

— Eu pretendia consumir tudo. — Acompanhando os lamentos, veio uma voz. A névoa pulsava, o mar rugia e o céu girava com escuridão. A voz continuou: — Mas vocês me impediram? Ousam vocês, meros humanos, desafiar minha vontade?

Uma risada ecoou diante dessa ação absurdamente audaciosa. A névoa em constante escurecimento logo se confundiu com o céu, como um imponente muro negro. Então, duas fendas apareceram no centro desse muro. Elas se abriram lentamente para revelar um par de luas vermelhas.

Não. Eram, na verdade, olhos. Apenas um ser era capaz disso.

Iris. Ela estava profundamente dentro do abismo do mar. Cada vez que ela ria, os olhos que apareciam diante da força expedicionária dançavam hipnoticamente.

— Retiro o que disse. — Iris riu novamente. — Vocês não são meros humanos.

Quão antigas poderiam ser essas lembranças? Quanto tempo fazia desde então? Iris nem sequer conseguia começar a compreender a vasta extensão do tempo.

Este lugar era uma ruína, congelada no tempo desde sua destruição, um mundo encarcerado nunca a ser reaberto. Envolta em poder sombrio, Iris envolveu os braços ao redor de si mesma.

— Faz um tempo, Sienna Merdein. Você ainda é a mesma, mesmo após trezentos longos anos. — Iris cumprimentou sua maior inimiga.

Embora Iris estivesse no profundo abismo dentro do mar, seus olhos se fixavam nos mares distantes.

Ousadamente, inimigos vieram para encerrar minha vida sem sequer entender a gravidade de seu empreendimento. Eram meros seres insignificantes. Ousadamente, eles uma vez sujaram seus pés e pisaram nas terras que um dia pertenceram a seu pai.

Mereciam a morte.

— Talvez sua natureza inalterada seja apenas uma maldição, Sienna Merdein. Todos os seus companheiros, exceto você, pereceram. Os elfos que você considerava família provavelmente sucumbiram à praga. Aqueles que ainda respiram certamente aguardam o abraço frio da morte. — As palavras de Iris eram mordazes.

Com uma risada travessa, Iris olhou para Sienna. Três séculos antes, Iris a temia. Esta maga insana, que se via como uma elfa, embora nascida humana, era uma calamidade quando se tratava de usar magia, ignorando sua mente louca.

Mas agora, nem uma sombra de medo se insinuava no coração de Iris.

— Você é apenas um espectro, vivendo eternamente sem morrer, Sienna Merdein. — Iris zombou de Sienna. E ela estava sendo sincera com suas palavras. — Eu sei por que você veio a este lugar. Anseia por vingança, não é? Deseja encerrar minha existência, não é? Mas isso é impossível. Por agora, eu sou… eu sou… uma existência impossível para ser morta por alguém como você. — Um arrepio intenso percorreu todo o corpo de Iris.

Nessas ruínas, Iris viu muito e teve epifanias. Era o destino, como ela havia intuído, que a trouxera ali.

O destino fora predito nos dias antigos, um tempo de mitos quando deuses caminhavam sobre a terra.

Seu pai, o Rei Demônio da Fúria, havia feito uma promessa com o Rei Demônio do Encarceramento, que selara esta ruína.

—Eventualmente, minha prole virá a trilhar essas águas.

Ah, pai. Um arrepio percorreu a espinha de Iris, lembrando-se das memórias gravadas, e ela riu ironicamente de tudo.

— Sienna Merdein, eu vou acabar com você aqui. Vou concluir seus laços lastimáveis com este mundo. — Iris declarou como se estivesse concedendo um favor.

Sienna permaneceu em silêncio enquanto encarava Iris. As palavras não tinham mais valor agora. O que Sienna desejava não era uma conversa com Iris. Ela tentou detectar a localização de Iris através da magia, mas cada tentativa foi infrutífera.

— E você é—Kristina Rogeris, a Santa desta era? Haha, inadequada, tão inadequada. E daí se você é a Santa? Você realmente acha que sua Luz pode me prejudicar?

Iris explodiu em risos ao ver Kristina. A Luz radiante não causava desconforto nela.

A Santa de trezentos anos atrás, Anise do Inferno, havia sido um ser formidável. Mas o poder de Anise se devia aos seus aliados formidáveis — Moron do Terror e Hamel do Extermínio. E então…

— Eugene Lionheart. — Iris disse suavemente.

O herói, Vermouth do Desespero. Vermouth Lionheart.

— Você possui a Espada Sagrada. Mas, é claro, você é o Herói desta era.

Iris começou a caminhar lentamente, a escuridão e o poder sombrio emanando a cada passo.

— Mas você é inadequado. Você não é Vermouth. Você realmente acredita… que pode me derrotar? — Iris zombou.

— Continue falando. — Eugene murmurou, os lábios curvados em desgosto.

O rosto de Iris permaneceu invisível, mas aqueles vastos olhos vermelhos, ardilosos e zombeteiros, o irritavam.

— Parece que você está extasiada. Faz sentido, já que está conseguindo empunhar um poder que não lhe convém. — Não ficando para trás, Eugene zombou de Iris em resposta.

— Ahahaha! Um poder que não me convém? Você está errado, tão errado. Este poder foi prometido para mim desde o início. É uma herança deixada pelo meu pai! — Iris disse.

Sua risada ecoou enquanto ela inclinava a cabeça para os céus.

A vasta abertura era um portal para as águas profundas. Iris começou a ascender, a escuridão rodopiando ao seu redor.

— Eu, Iris, sou a Fúria desta era. Eu sou a Rainha Demônio da Fúria. — Ela declarou.

Ela havia percebido tudo depois de receber a herança. Ela sentia como se o ódio e a tristeza a levassem à insanidade. No entanto, ela havia abraçado a loucura.

— Você não pode escapar dessas águas. — Iris provocou zombeteiramente.

— Escapar? — Eugene escarneceu, incapaz de conter seu desprezo.

Em meio às risadas de escárnio, os olhos gigantes e vermelhos de Iris se fecharam lentamente.


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