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Damn Reincarnation – Capítulo 366

O Domínio Demoníaco (7)

Um poderoso e penetrante poder negro foi invocado à noite.

Era uma noite onde o sol nunca surgiria e onde nem mesmo as estrelas existiam, uma noite implacável diante do brilho de um fogo. Iris estava sentada dentro do abismo de escuridão que ela mesma forjara.

— Estão chegando. — Ela comentou.

Seus lábios carmesins se curvaram em um sorriso presunçoso, e seu queixo se ergueu em antecipação enquanto ria na escuridão envolvente. Ela ainda não os via. Embora pudesse tê-los visto se desejasse, Iris escolheu não fazê-lo.

Ela podia senti-los sem ver, e dava a ela uma emoção maior senti-los assim do que vê-los com seus próprios olhos. Um tremor de antecipação e deleite sacudia seu corpo.

Eles estavam se aproximando, de forma constante e anormalmente rápida, como se fossem dotados de asas neste mar sem vento.

Um desconforto irritante indicava a presença de poder divino. Era natural, dado que eles eram a Santa e o Herói.

“Vamos cumprimentá-los amanhã,” Iris pensou.

Isso não significava que ela não estava preparada. Erguendo a cabeça, Iris espiou para frente.

Na escuridão profunda, existia um tipo diferente de escuridão, moldada e nutrida por Iris.

Era um berço e abrigo que abrigava seus semelhantes, os Rebeldes da Fúria, uma organização que ela havia cultivado por trezentos anos. Eram súditos leais que nunca a abandonaram, mesmo durante a tirania e o desprezo dos demônios de Helmuth. Eram seguidores que a reverenciavam como uma princesa e sonhavam com o ressurgimento da Fúria ao seu lado.

Mas nem todos haviam permanecido verdadeiros.

Entre os cem elfos negros que compunham os Rebeldes da Fúria, apenas cerca de trinta tinham experimentado a era de guerra com Iris. O restante eram aqueles corrompidos após o término da guerra — elfos morrendo de peste, vendidos como escravos ou sequestrados à força e trazidos para a condenação. No entanto, uma vez transformados em elfos negros, a lealdade a Iris tornou-se inevitável.

Não era o suficiente? Para Iris, os Rebeldes da Fúria eram sua família, precisamente os cento e três elfos negros.

O desejo supremo que Iris abrigava era ressuscitar seu falecido pai — um desejo não realizado, pois trazer seu pai de volta à vida se mostrou impossível. No entanto, Iris havia ascendido como a própria Rainha Demônio. Ela não se deu um novo nome, mas sucedeu o legado de seu pai, perpetuando sua herança como a Rainha Demônio da Fúria.

Neste momento, a Fúria renascera.

Ela respeitava e adorava seu pai, que mostrara bondade a seus filhos e concedera grande poder a ela, uma simples elfa negra.

Aqueles pertencentes aos Rebeldes da Fúria eram uma família que havia suportado dificuldades e compartilhado alegrias com ela por três séculos.

E assim, ela lhes transmitiu força, assim como recebera de seu pai. Concedeu poder a seus parentes elfos negros. Não demoraria muito para que eles despertassem de seu berço. Quanto aos outros subordinados — os piratas, ela não sentia afeto ou interesse por eles. No entanto, considerando que eram frágeis demais como humanos para serem parte do Exército da Fúria, ela lhes concedeu poder de uma maneira não muito onerosa.

Devido à infusão imprudente de poder negro, suas personalidades haviam desmoronado, e sua raça se alterado… mas isso não era algo com que Iris se preocupasse.

— Vamos começar por aqui? — Iris murmurou enquanto se inclinava na cadeira. A escuridão languida envolvia sua forma nua. Um risinho escapou de seus lábios enquanto ela lentamente abotoava sua camisa recém-vestida. — Ou você me concederá território?

Seus olhos, vermelhos como sangue, subiram lentamente. A escuridão avançou. O que foi afastado era a escuridão pertencente a Iris, seu poder negro. As duas cortinas de preto não eram idênticas. O abismo iminente tinha um tom mais profundo, uma força mais forte.

Iris sentiu vividamente a verdade e cerrou os punhos. A sensação invasora estava invocando um medo inevitável e protetor.

Poderia alguém sentir medo mesmo depois de se tornar a Rainha Demônio?

“Não,” Iris disse a si mesma com determinação.

Foi precisamente porque ela se tornara a Rainha Demônio que ela pôde sentir esse medo. Iris podia perceber o absurdo da entidade que conduzia a escuridão invasora e o poder negro. Humanos ou demônios igualmente não seriam capazes de compreender a verdadeira natureza desse ser. No entanto, sendo a Rainha Demônio, ela estava mais sintonizada com esse ‘terror’.

Eles não eram iguais.

Embora ambos fossem chamados de Reis Demônios, eles definitivamente não eram iguais. Existia uma disparidade, ampliada pelo fato de que Iris herdou as memórias de seu pai — o anterior Rei Demônio da Fúria. Isso aumentou sua certeza sobre o medo que sentia em relação a essa entidade.

Um ruído de moagem ecoou — o choque e a puxada de correntes de ferro. No meio do som das correntes, um par de olhos emergiu, sinistramente prenunciadores, desgastados e sombrios.

Ele era uma existência não culpada ainda acorrentada como um pecador, um Rei Demônio reverenciado por outros de sua espécie, uma existência até mesmo temida pelos outros Reis Demônios. Ele reinava supremo entre os Reis Demônios. Era apelidado de Grande Rei Demônio, aquele que aprisionou o abismo no fundo do mar.

— Parabéns. — Sua voz soou.

O poder negro de Iris não podia infringir o poder negro do Encarceramento. Embora este fosse o domínio de Iris, no momento em que o Rei Demônio do Encarceramento apareceu, a propriedade do reino mudou. No entanto, Iris nem sequer podia abrigar desconforto com esse fato.

— Quero transmitir minhas condolências. — Disse o Rei Demônio do Encarceramento.

Ele tinha a mesma aparência que Iris vira pela última vez. Não havia um traço de luz em seus olhos vermelhos e opacos. Sua tez estava completamente desprovida de vitalidade, e seu cabelo preto alcançava a cintura. Seu corpo era tão magro que parecia quase trágico, e estava envolto em inúmeras correntes. Ele permanecia inalterado, idêntico ao quando ela o vira pela última vez em Helmuth, mesmo há trezentos anos. Mesmo em suas memórias herdadas — ele era uma figura perpetuamente a mesma, de pé acima da névoa e das ondas no fim dos tempos na era anterior.

—Em algum momento, meu filho virá a este mar.

Quando seu pai disse isso, o Rei Demônio do Encarceramento concordou indiferentemente. Naquela época, nenhuma emoção adornava seu rosto.

Era ainda o mesmo agora. Apesar de parabenizá-la, não havia alegria, e ao transmitir condolências, não se via tristeza no rosto do Rei Demônio do Encarceramento.

— Condolências? — Iris torceu os lábios em um sorriso irônico enquanto falava com rebeldia transbordando em sua voz. — Por que eu deveria receber condolências?

— Você deve ter percebido até agora. — A voz do Rei Demônio do Encarceramento era calma, contrastando nitidamente com o tom afiado de Iris.

Com um som de farfalhar, as correntes que arrastavam atrás dele como uma capa se entrelaçaram e se transformaram em uma cadeira. O Rei Demônio do Encarceramento se sentou confortavelmente e descansou os braços nos apoios de braço.

Ele exibiu uma atitude de confiança enquanto falava:

— Você deve saber o que jaz no fundo deste mar, como este mar foi criado e o que transcorreu aqui. Bem, a você atual, deveria saber disso.

Ele continuou, sua voz exalando confiança e ainda assim desapego:

— Eu me assegurei de que fosse assim. Mas se você permanece ignorante… bem, isso é… um problema sério. Eu detesto problemas que não foram intencionados ainda mais.

O olhar sombrio e penetrante fixou-se em Iris como se a examinasse e desvendasse cada parte dela. Engolindo em seco, ela cerrou os punhos, seu corpo logo envolto por um crescente poder negro.

— Eu sei, Rei Demônio do Encarceramento. Meu pai… ele morreu neste mar. Tirou a própria vida para transferi-la a você.

— Morte, você diz… — Ele ponderou, reconhecendo a percepção dela. — Não totalmente incorreto. O Rei Demônio da Fúria… Seu pai, de fato, morreu aqui há muito tempo, e eu aceitei.

Iris mordeu o lábio, sua mente girando com perguntas não resolvidas, assombrada pelo que testemunhou no abismo do mar profundo: o portão fechado, a névoa e as ondas engolindo o mundo, seu pai escolhendo a morte e a entrega de sua vida ao Rei Demônio do Encarceramento.

E quanto a trezentos anos atrás? O pai que Iris reinava como o Rei Demônio da Fúria desde trezentos anos atrás, não, até mesmo antes disso…

O Rei Demônio do Encarceramento inclinou ligeiramente a cabeça, sua expressão neutra mas não rígida.

— Você deve ter muitas perguntas. Eu entendo, Iris. Deixei fluir até você de acordo com a promessa. No entanto, isso é uma lembrança distante. Pode não se conectar completamente com as memórias que você tem agora. Haverá lacunas.

Iris hesitou antes de balbuciar:

— Você… responderá se eu perguntar?

Sua mente estava cheia de perguntas. Quem era realmente o Rei Demônio do Encarceramento? O que ela havia visto no abismo? Por que seu pai, que morrera neste mar, estava vivo em Helmuth?

— Não. — Veio a resposta rápida e inflexível. — Eu não tenho obrigação de responder às suas perguntas. Isso não fazia parte do pacto com a Fúria. Você não possui o direito de ouvir a verdade de mim.

Iris rangeu os dentes, seus olhos fervilhando com poder negro. Isso ressoou com sua raiva e tornou-se cada vez mais sombrio.

— Que feroz. — O tom do Rei Demônio do Encarceramento permaneceu imperturbável diante de sua hostilidade ou intenção assassina, seu olhar firme e tranquilo enquanto falava. — Você deseja ouvir respostas de mim? No entanto, você não será capaz de arrancá-las de mim.

— Você me considera… uma tola? — Iris retrucou desafiadoramente.

Ele respondeu de maneira displicente, enfatizando sua fraqueza da qual ela também estava ciente.

— Não tenho escolha a não ser considerá-la assim. Você não está ciente de sua fragilidade?

Com um som de rangido, as correntes ligadas ao Rei Demônio do Encarceramento começaram a se mover. Como serpentes, elas se arrastaram e se espalharam pelo chão, e com seu movimento, Iris sentiu seu poder negro sendo repelido, um lembrete vívido da diferença em seus poderes.

— Mas, por mais frágil que você seja, eu a respeito, Rainha Demônio da Fúria. — Sussurrou o Rei Demônio do Encarceramento.

O Rei Demônio malévolo e sinistro chamou Iris por esse nome. Isso deu arrepios na espinha de Iris. Ela tremeu ligeiramente e engoliu em seco.

— Você… me reconhece como a Rainha Demônio da Fúria? — Ela perguntou com expectativa.

— Iris. Você continuar essa herança era a vontade do último Fúria. Eu concedi a você a herança do Fúria de acordo com nosso acordo. Não vejo motivo para não a reconhecer como a Rainha Demônio da Fúria. — Disse o Rei Demônio do Encarceramento, olhando para o chão com um leve sorriso. As correntes em expansão de repente pararam de se mover.

— Eu não lhe concederei um território. — Afirmou o Encarceramento.

As correntes se retraíram.

— Um território é uma terra conquistada pelos próprios Reis Demônios. Rainha Demônio da Fúria, se deseja ter um território em Helmuth, deve conquistá-lo de mim. Fará isso? — Perguntou o Rei Demônio do Encarceramento levemente.

Iris não pôde responder. Lutar contra esse absurdo monstro de Rei Demônio e conquistar seu próprio território? Isso era impossível para a Iris de agora.

— Parece que não fará. — Comentou o Rei Demônio do Encarceramento.

Ele não sentia o menor desapontamento com o silêncio de Iris.

— Então, você não tem escolha a não ser começar por aqui. — Encarceramento disse suavemente no mesmo tom neutro.

Os olhos de Iris se arregalaram com as palavras murmuradas.

— Você… está me dando conselhos? — Iris gaguejou, achando difícil acreditar no que acabara de ouvir.

O Rei Demônio do Encarceramento assentiu ligeiramente, então disse:

— Este lugar… tem uma história profunda. Muitos eventos se desenrolaram, e tudo está enterrado neste mar. Lembro-me vividamente de como a paisagem era antes de se tornar um mar.

Iris sabia disso. Ela tinha plena consciência de que este mar era antes o território do Rei Demônio da Fúria. Seu pai governava essa terra, e Iris e seus irmãos cresceram amados por ele…

— Rainha Demônio da Fúria, se você se erguer desta terra… pode ser dito genuinamente que você herdou o legado do Fúria. Seu pai, o antigo Rei Demônio da Fúria, foi derrotado aqui, fugiu e morreu. — Disse o Rei Demônio do Encarceramento.

Iris não tinha nada a dizer sobre isso, pois sabia que as palavras eram verdadeiras.

— A história frequentemente se repete. — Afirmou o Rei Demônio do Encarceramento de maneira simples. Ele olhava para os anos passados e para os eventos que ainda estavam distantes no futuro, mas se aproximavam gradualmente com certeza.

Ele continuou:

— Você será derrotada, fugirá ou morrerá? Deixe-me deixar uma coisa clara, Rainha Demônio da Fúria. Eu não estarei ao seu lado quando você morrer. Não haverá pacto entre nós. Você pode ser derrotada, fugir e morrer como seu pai, mas não deixará um legado para trás.

— Eu sou diferente. — Disse Iris. Ela riu amargamente, depois cuspiu: — Serei derrotada, fugirei e morrerei? Não há como. Você está falando sério, Rei Demônio do Encarceramento? Ah, entendi. Você quer me testar?

A risada de Iris ficou mais alta. Ela riu sinceramente das palavras do Rei Demônio do Encarceramento.

— Não há Hamel para agir como um lunático, nenhum Moron para se lançar como um idiota. E daí se Sienna, Sienna Merdein estiver aqui? Que diferença faz? O Herói que vem agora não é Vermouth. A atual Santa não é Anise! — Iris disse zombeteiramente, como se estivesse lembrando o Encarceramento da situação em questão.

O Rei Demônio do Encarceramento se levantou lentamente enquanto ouvia a risada de Iris.

Iris continuou:

— Rei Demônio do Encarceramento, ouvi dizer que você esperaria pelo Herói em Babel. Ahaha… Ahahaha! Você não conseguirá receber o Herói em Babel. Eu, a Rainha Demônio da Fúria, vou matar aquele maldito neste mar!

Iris balançou a cabeça enquanto ria loucamente. Com um estrondo… as correntes que formavam a cadeira se dispersaram.

— Neste mar! No primeiro túmulo de meu pai! Oferecerei o Herói e a Santa como sacrifícios! Destruirei Sienna Merdein, a miserável que contribuiu para a morte de meu pai até que ela implore miseravelmente pela morte. Eu prometo a todos que se atreverem a me desafiar, a Rainha Demônio da Fúria, que os lançarei todos no mar! Ao fazer isso, todos no mundo conhecerão o retorno da Fúria! Sem eu precisar declarar, todos conhecerão este mar como o domínio da Fúria e o temerão!

— Se… — Disse o Rei Demônio do Encarceramento. — Se você matar Eugene Lionheart.

O Rei Demônio do Encarceramento sabia o nome do Herói.

— Kristina Rogeris.

Ele sabia o nome da Santa.

— Sienna Merdein.

Ele sabia o nome da maga que derrotara trezentos anos atrás.

— Se você matar esses três e os enterrar no mar. — Disse ele.

Os lábios do Rei Demônio do Encarceramento se moveram.

Pela primeira vez desde sua chegada ali, ele revelou emoção em seu rosto. Era uma curva larga estendendo-se em um sorriso. Enquanto sorria, o Rei Demônio do Encarceramento sussurrou para Iris.

Havia emoções em sua voz, que antes estava desprovida de qualquer sentimento. Ele a estava chamando sedutoramente e a encorajando.

— Eu responderei à sua pergunta. — Prometeu o Rei Demônio do Encarceramento.

Um fogo se acendeu nas pupilas de Iris. Sem esperar por uma resposta, o Rei Demônio do Encarceramento se virou, deixando para trás uma risada de deboche.

Então, o sorriso desapareceu do rosto do Rei Demônio do Encarceramento.

O destino frequentemente se repetia.

O Rei Demônio do Encarceramento sabia disso muito bem.


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