— Eles estão em um nível diferente. — Ivic murmurou inconscientemente enquanto ficava no topo do mastro do Formeri.
Ele já havia dito a mesma coisa algumas vezes agora, e pensava ainda mais frequentemente do que havia expressado.
O navio principal da Companhia de Mercenários Slad, o Formeri, estava se mantendo próximo à retaguarda do Laversia. Atualmente, os sacerdotes estavam de pé em círculo no convés do navio, concentrando seu poder divino em Kristina, enquanto os paladinos, incluindo o Paladino Adol, protegiam os sacerdotes. Mas o número deles sozinhos não era suficiente para garantir a proteção dos sacerdotes.
Até uma criança saberia o quão importante era o papel de um sacerdote em uma batalha contra um Rei Demônio e os servos demoníacos que o serviam. Dezenas de mercenários de elite da Slad haviam permanecido no Formeri para ajudar a proteger os sacerdotes, enquanto todas as outras tropas se reuniam no Laversia.
O Chefe da Companhia de Mercenários, Ivic, estava ficando no Formeri. Embora ele, como alguém chamado de Rei dos Mercenários, pudesse ter a confiança correspondente em suas habilidades de combate corpo a corpo, ele tinha ainda mais confiança quando se tratava de usar seu arco para atirar de longe.
Por ter assumido uma posição tão elevada, Ivic conseguia assistir à batalha inteira se desenrolando diante dele. O que estava acontecendo à frente, ocorrendo sobre e abaixo do mar, a batalha travada no verdadeiro centro do domínio demoníaco estava realmente em um nível diferente.
Ivic era alguém que também possuía confiança transbordante em suas próprias habilidades. Ele sentiu apenas porque não era realmente um cavaleiro, o nome Ivic Slad não era mencionado ao discutir quem era o maior cavaleiro do continente.
Afinal, não era assim que as coisas geralmente funcionavam? A maioria das pessoas via mercenários como sendo mais fracos do que cavaleiros.
No entanto, a batalha ocorrendo dentro do domínio demoníaco à frente estava fazendo com que toda a confiança que Ivic possuía desaparecesse.
Ivic tinha ido até ali porque queria que sua carreira fosse registrada como uma lenda digna de seu título de Rei dos Mercenários. Mesmo agora, ele não tinha a intenção de fugir. No entanto, Ivic sentia um leve arrependimento.
“Pensar que eu sentiria inveja nessa idade… mas é apenas natural se sentir tão relutante depois de ser mostrado qual é o seu verdadeiro lugar”, Ivic suspirou.
Isso se aplicava ainda mais quando aquele que mostrou a Ivic quão inferior ele realmente era, era muito mais jovem do que ele.
Com um sorriso irônico, Ivic engatilhou uma flecha em sua corda de arco.
Eugene Lionheart e a Rainha Demônio eram os que lutavam no domínio demoníaco à frente. Mesmo que devesse estar focado em proteger a Santa e os Sacerdotes, Ivic continuava pensando em como aquele jovem estava enfrentando com sucesso um Rei Demônio em combate direto.
Se fosse ele, Ivic teria sido capaz de fazer o mesmo? Não havia chance. Ele já teria morrido e sido enterrado no mar.
Ivic foi capaz de aceitar calmamente essa conclusão.
Mesmo o poder combinado da Sábia Sienna, Eugene Lionheart e Kristina Rogeris não era suficiente para superar a Rainha Demônio. No entanto, eles ainda eram capazes de manter um equilíbrio suficiente na luta para serem considerados de igual para igual com o Rei Demônio, e isso por si só já era uma surpresa.
“No entanto, a Rainha Demônio simplesmente se recusa a morrer”, Ivic pensou amargamente.
A Rainha Demônio já havia sido morta mais de dez vezes agora. Tendo morrido tantas vezes, ela deveria pelo menos ter enfraquecido, mas em vez disso… com cada morte, a Rainha Demônio parecia estar ficando mais forte.
“Não”, Ivic percebeu. “Ela não está ficando mais forte. Ela está ficando mais familiarizada com seus poderes.”
Como um Rei Demônio que não havia nascido há tanto tempo, Iris ainda não estava familiarizada com a força que possuía.
Porque Ivic agora conseguia ver isso por si mesmo, ele percebia por que Eugene tinha sido tão teimoso em insistir que precisavam atacá-la agora. Neste momento, a Rainha Demônio estava em seu ponto mais fraco. Embora ela possa estar se acostumando mais com sua nova força à medida que lutavam, ela ainda não estava em seu estado mais forte. Por isso, tinham que matá-la hoje.
— Tsc. — Ivic clicou a língua enquanto soltava a corda do arco.
A flecha voou silenciosamente e dividiu-se em dezenas de pedaços antes de atingir seus alvos.
Bababam!
Essas dezenas de fragmentos de flechas caíram no convés do Laversia como gotas de chuva.
A batalha não estava acontecendo apenas no centro do domínio demoníaco de Iris. À frente do Formeri, a bordo do Laversia, uma batalha também havia começado. Os elfos negros que serviam ao Rei Demônio estavam empurrando de volta as forças do Laversia com seus corpos que haviam sido infundidos com poder negro.
Ortus tinha permanecido com a frota de reserva para lidar com os piratas. Portanto, quem estava atualmente controlando o fluxo da batalha a bordo do Laversia era Carmen Lionheart. Mais de dez elfos negros já haviam sido mortos pelos dois punhos dela. Além de Carmen, vários outros membros de elite da força de subjugação também estavam lidando com os elfos negros. Ivic também os tinha atingido com flechas sempre que via uma abertura.
A batalha estava tensa. Embora os elfos negros possuíssem força individual excepcional, todos atacavam como se nem soubessem o que era dor e não tivessem medo da morte.
Não, esses realmente ainda poderiam ser chamados de elfos negros? Ivic tinha dificuldades para responder a essa pergunta mesmo enquanto continuava a puxar a corda do arco.
Sua pele negra, suas orelhas longas e pontiagudas e seus olhos carmesins, embora tivessem retido esses traços de sua aparência como elfos negros, essas eram as únicas coisas que permaneciam.
Os elfos eram uma raça que poderia ser descrita como a epitome da beleza. Esses elfos que foram corrompidos pelo poder negro se transformaram em elfos negros. Mas mesmo que tenham sido corrompidos, ainda retiveram a mesma beleza que tinham quando eram elfos.
Mas os elfos negros que atualmente estavam causando estragos a bordo do Laversia não retinham nada dessa beleza.
Eles tinham presas afiadas, proeminentes e malformadas, e seus membros estavam cheios de musculatura grotesca. Alguns casos graves tinham pelos da mesma cor que seus cabelos, outros tinham focinhos proeminentes como bestas, e alguns até haviam crescido tanto quanto gigantes.
No julgamento de Ivic, eles não podiam mais ser chamados de elfos negros. Isso porque, mesmo que suas orelhas longas, olhos vermelhos e pele negra possam ter permanecido, eles adquiriram características muito mais pronunciadas que haviam reescrito completamente suas identidades anteriores como elfos negros. Eles podem ter sido elfos e elfos negros, mas agora eram apenas monstros.
Ivic resmungou internamente, “De fato, monstros são a melhor maneira de descrevê-los.”
No entanto, Ivic sentia que a Santa que estava atualmente de pé no topo da figura de proa do Laversia podia ser ainda mais um monstro do que os elfos negros. Ainda assim, ela não estava lutando contra o Rei Demônio voando alto no céu como Sienna ou Eugene. Tendo começado esta batalha em seu papel como a Santa, Kristina continuou a cumprir seu dever sem quaisquer mudanças.
No topo da figura de proa, a Santa estava lá com as asas abertas, sem se afastar dela desde o início da batalha. Mesmo quando mais de cem elfos negros pularam do navio do Rei Demônio, Kristina não deu um único passo para trás. Enquanto os elfos negros mastigavam as presas e arranhavam as garras nela na tentativa de ferir a Santa, Kristina nem mesmo virou a cabeça para olhá-los. Os olhos da Santa estavam fixos apenas em Eugene, Sienna e na Rainha Demônio.
Ela estava protegida por uma barreira, e às vezes, quando as mãos ou pés de alguns elfos negros conseguiam passar por essa barreira, a bola de ferro na ponta de seu chicote se movia. Mas a maioria dos elfos negros era atingida pelas flechas de Ivic ou era bloqueada por Carmen e os outros antes que isso pudesse acontecer.
Embora Kristina pudesse estar recebendo a proteção deles, sua aparência santa de se recusar a desviar o olhar ou mesmo mostrar qualquer sinal de intimidação enchia seus defensores de admiração por ela.
Não era apenas a Santa. Junto com o Herói e a Arquimaga, todos eles mostraram performances tão impressionantes que quem assistia não podia deixar de adorá-los.
Enquanto estava no meio de disparar centenas de flechas, Ivic ainda tinha a liberdade de considerar esses pensamentos.
E isso não foi uma surpresa?
A batalha ainda estava tensa, mas esse era o caso na maioria das batalhas.
A batalha era árdua, mas assim eram todas as batalhas.
Pessoas estavam se machucando e morrendo, como era natural em um campo de batalha como este.
Para um mercenário como Ivic, esse tipo de campo de batalha até parecia comum e rotineiro.
Para isso ser um campo de batalha no qual estavam lutando contra uma “Rainha Demônio”… honestamente, algo não parecia certo. A razão para isso talvez fosse que os três heróis na vanguarda estavam suprimindo qualquer medo da Rainha Demônio ao mostrar uma exibição tão admirável de heroísmo.
A confiança de que esses heróis poderiam enfrentar a Rainha Demônio de frente e derrotá-la fazia com que todos que lutavam neste campo de batalha acreditassem que havia esperança de vitória. Afinal, olhem para eles agora; não era a luz deles que iluminava os céus escuros e mares vermelhos?
Mas então tudo desabou.
A esperança que estava se fortalecendo lentamente se desfez antes mesmo de ser expressa em voz alta. O poder negro jorrando do mar aberto novamente tingiu o mundo de preto.
Kahkahkahkahkahk!
Havia um som como milhares de corvos grasnando juntos. Essa erupção maciça de barulho transformou o campo de batalha. A bênção de proteção da Santa foi abalada até o âmago, e as pessoas que lutavam a bordo do Laversia e do Formeri todos tropeçaram e caíram. O som alto até conseguiu alcançar a frota de reserva.
Mais de dez dos navios na retaguarda foram instantaneamente virados. Alguns navios foram até despedaçados como se tivessem sido atingidos por fogo de artilharia.
Os monstros também pausaram em sua luta. Esses seres terríveis viraram seus olhares sem alma para olhar para o poder negro que surgia nos céus.
Roooar!
No centro do poder negro que girava, estava a Rainha Demônio.
Enquanto raios de lágrimas escuras, sanguinárias, caíam de seus olhos, a Rainha Demônio puxava os próprios cabelos. Mas ela não conseguia acalmar o caos em sua mente, impedindo-a de voltar ao seu estado anterior.
Não, a Rainha Demônio nem mesmo tinha a intenção de acalmar o caos interno em primeiro lugar. Esse caos era quem ela era em sua essência, uma fúria que nunca poderia ser esquecida.
— Aaaaaaaaah! — A Rainha Demônio soltou um rugido enquanto continuava a segurar a cabeça.
Ela lançou um olhar para a paisagem abaixo e avistou seus muitos subordinados mortos, aqueles elfos negros que Iris sempre considerara sua família. A maioria deles eram elfos negros com os quais a Rainha Demônio construíra um vínculo ao longo dos últimos trezentos anos.
— Você se atreve, VOCÊ se atreve, VOCÊ SE ATREVE! — Iris gritou.
Todos esses membros de sua família estavam mortos. Tantos membros da família que deveriam ter podido celebrar sua glória junto com ela haviam morrido ali assim. Essa visão fez a Rainha Demônio recordar as memórias herdadas de seu pai.
Uma cidade encharcada de sangue. Uma montanha de cadáveres. Um homem de pé no topo daquela montanha, exalando o cheiro de sangue.
Seu pai tinha sido expulso dessa terra. Ele não foi capaz de salvar seus filhos. Ele nem mesmo pôde vingar as mortes de seus filhos.
Ela respeitava e amava seu pai, mas aquele foi o maior erro dele.
— Não acontecerá, não comigo. — Iris jurou.
O destino tende a se repetir.
Essas foram as palavras que o Rei Demônio do Encarceramento disse em pensamento ocioso. Mas esta Rainha Demônio se recusava a concordar com essa tendência.
Sua existência era tanto a prova da promessa de seu pai quanto a prova de seu fracasso. Seu pai foi derrotado nesta terra há muito, muito tempo, e forçado a fugir enquanto abandonava sua própria família. Então, quando tudo acabou, ele voltou ali mais uma vez e fez uma promessa com o Rei Demônio do Encarceramento.
Se seu pai não tivesse sido derrotado…
— Não comigo. — Iris se repetiu.
Ela estava enfurecida pela morte de seus elfos negros. Essa raiva não quebrou o espírito da Rainha Demônio, nem enfraqueceu sua determinação. Em vez disso, ela trouxe ainda mais profundezas de intenção assassina e fúria furiosa.
Mesmo que fosse apenas para provar que o destino não se repetiria e também para ouvir toda a verdade do Rei Demônio do Encarceramento, a Rainha Demônio tinha que vencer esta batalha e transformar este campo de batalha em seu próprio território. Só então ela seria capaz de honrar as almas de seus familiares falecidos.
Splash!
Eugene emergiu do mar revolto. Seu cabelo acinzentado estava encharcado de sangue, e seu braço esquerdo parecia ter sido quebrado. No entanto, mesmo com sua visão tingida de vermelho, Eugene conseguiu encarar diretamente a Rainha Demônio.
Ele ainda não conseguia entender o que essa louca estava dizendo. Mas ele se perguntou se havia algum ponto em tentar entendê-la.
— Sir Eugene. — Kristina chamou após suspirar com sua aparência miserável.
Eugene brilhou com luz quando Kristina tentou realizar um milagre nele, apenas para que a luz fosse bloqueada por uma barreira forte de poder negro.
Clang!
O corpo inteiro de Eugene estava envolto em poder negro o suficiente para negar quaisquer milagres realizados nele.
Mas a Espada Vazia que ainda queimava com chamas negras empurrou para trás o poder negro.
Bambambam!
O feitiço fortalecido conseguiu dispersar o poder negro ao seu redor.
Tendo chegado logo depois dele, Sienna olhou para Eugene, com o rosto sem cor e pálido. O mesmo era verdade para o rosto de Eugene, assim como o de Kristina, que ainda nem tinha virado a cabeça para olhar Sienna. Essa aparência de fadiga não era tão incomum. Era assim que eram as batalhas contra um Rei Demônio.
As asas negras queimando da Prominência tremulavam enquanto Eugene mostrava a mesma aceleração extrema que exibiu antes. A Rainha Demônio abriu os braços amplamente enquanto se preparava para enfrentar o raio que rasgava seu domínio demoníaco.
Eugene sentia uma forte sensação de perigo iminente, mas não permitiu que mostrasse qualquer medo. Ele confiava em Kristina, Anise e Sienna. E elas também conseguiam viver à altura da confiança de Eugene maravilhosamente.
A inescapável sensação de perigo iminente foi quebrada por um feitiço e depois completamente apagada através de um milagre.
Enquanto isso, todo o poder de Eugene estava concentrado na Espada Sagrada.
Cracracrack!
O corpo da Rainha Demônio se desfez. Mas o mesmo aconteceu com o braço que Eugene usou para balançar a Espada Sagrada. Sua carne e músculos foram rasgados, e seus ossos estavam quebrados.
Então, o tempo parecia ser rebobinado. Os processos de pensamento acelerados de Eugene faziam com que tudo parecesse acontecer em câmera lenta. Seus ossos quebrados foram colados de volta, vasos sanguíneos, nervos e músculos foram reconectados, e finalmente, sua carne cobriu tudo de novo.
“Se ao menos a Espada do Luar…” Eugene pensou com pesar.
A Espada do Luar, que sempre mostrou uma força insuperável em suas batalhas até agora, estava impotente neste momento. Seu poder total, que foi reduzido a menos da metade do que tinha em seu auge, era inferior em comparação com a produção de danos da Espada Sagrada quando combinada com a mana de Eugene.
Ele não podia permitir que isso continuasse. Eugene desejava intensamente empunhar o poder total da Espada do Luar.
Para emitir seus raios de luz do luar, essa maldita espada absorveria avidamente toda a mana de Eugene, mas a luz do luar resultante se recusava a se combinar com sua própria mana. Esta era a verdadeira razão pela qual a Espada do Luar estava atualmente mais fraca do que a Espada Sagrada, não apenas porque ele ainda não tinha coletado todos os seus fragmentos.
Isso tudo porque Eugene mesmo tinha ficado excessivamente forte. A razão pela qual a Espada Sagrada era forte não era apenas por causa de seu poder divino. Também era porque o aumento de força de Eugene amplificou ainda mais o poder da espada. Usando a técnica da Espada Vazia, que amplificava ainda mais seu poder, a Espada Sagrada podia até mesmo superar a atual Espada do Luar.
“Mesmo que você engula gananciosamente toda a minha força, ainda se recusa a se unir comigo?” Eugene reclamou em sua cabeça. “Não me enrole.”
Em vez de brilhar dourados, os olhos avermelhados de Eugene brilhavam com uma luz vermelha. A pegada de seus dedos, que já era tão forte que parecia que seus ossos estavam prestes a se quebrar, apertava ainda mais o punho da Espada do Luar.
Cracracrack!
O dorso de sua mão, que estava cheio de vasos sanguíneos, começou a tremer. Os nós dos dedos se cerraram ainda mais. Sem a menor exageração, a mão esquerda de Eugene realmente começou a esmagar o punho da Espada do Luar.
Por um momento, a luz do luar desapareceu.
Então reapareceu.
A mana que Eugene estava despejando no punho estilhaçado foi infundida em cada fragmento da Espada do Luar. A mana que fluía das estrelas contorcidas da Fórmula da Chama Branca de Eugene não era branca, mas um preto tão profundo que parecia que poderia te sugar. Se fosse uma noite escura, a luz prateada que brilhava no meio das chamas de mana derramadas na lâmina realmente pareceria raios de luz do luar.
A pálida luz do luar se intensificou. A mana de Eugene e a luz do luar estavam sincronizando. Naquele momento, Eugene começou a perder a consciência repentinamente.
Hoje, Eugene havia provado ser diferente de suas memórias de Vermouth. Ao transformar a Fórmula da Chama Branca, ele havia superado todos os seus limites anteriores, mas Eugene estava passando por mais uma transformação.
Num momento como esse, Eugene deveria estar sentindo uma grande sensação de euforia. Deveria se sentir realizado por finalmente alcançar seu objetivo de superar Vermouth. No entanto, estranhamente, ele não tinha nenhum pensamento assim no momento.
Isso ocorreu porque o poder que Eugene segurava em sua mão esquerda, a luz do luar que brilhava neste mundo negro, era tão sinistro que todos no campo de batalha podiam senti-lo.
“A Espada do Luar?” Sienna pensou perplexa.
Sienna também estava bem familiarizada com a Espada do Luar.
Mesmo se ela usasse as duas mãos, Sienna não seria capaz de contar quantas vezes conseguiu sobreviver por causa da Espada do Luar.
Aquela luz prateada lhe era familiar. Mas mesmo que aquele raio de luz do luar tivesse sido um terrível pesadelo para seus inimigos, isso não significava que era uma fonte de esperança para seus amigos.
Isso ocorria porque sempre parecia excepcionalmente sinistro. Sempre que Vermouth empunhava a Espada do Luar, aquela luz do luar conseguia ofuscar até mesmo as próprias chamas brilhantes de Vermouth. Naqueles momentos, era difícil para qualquer um de seus aliados, seja Sienna, Moron, Anise ou até mesmo Hamel, se aproximar de Vermouth.
No caso da Espada do Luar que Eugene estava segurando atualmente, a luz do luar que emanava da lâmina meio despedaçada… em termos de sinistro, era ainda pior do que quando Vermouth empunhava a Espada do Luar.
Os feitiços responsáveis por defender Eugene e abrir caminho para ele foram destruídos no momento em que a luz do luar os tocou. Os milagres lançados por Kristina e Anise para proteger Eugene também foram varridos pela luz do luar e se dissiparam.
Até a Espada Sagrada que Eugene segurava em sua mão direita não era uma exceção a isso. A luz do luar emitida pela Espada do Luar era ainda mais egocêntrica do que a Luz do Deus da Luz. No entanto, essa luz prateada era forte o suficiente para justificar tal atitude. À medida que a luz do luar oscilante crescia para envolver a mão de Eugene, o poder negro da Rainha Demônio em sua proximidade era facilmente apagado.
A luz ficou tão brilhante que Eugene não conseguia ver claramente o que estava à sua frente.
Então, esta luz do luar explodiu.
