Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx

Damn Reincarnation – Capítulo 383

Viagem para Casa (2)

De acordo com o que seria adequado para um esconderijo de piratas com milhares, os tesouros guardados lá dentro eram incontáveis além da imaginação. Entre eles estavam vários símbolos da Fúria, objetos muito queridos por Iris em sua vida.

No entanto, era preciso ter cuidado especial com esses tesouros.

Eugene estava bem ciente da persistência e malevolência dos Reis Demônios que persistiam mesmo após sua morte. Mesmo depois de serem mortos e banidos, o Rei Demônio da Carnificina e o Rei Demônio da Crueldade haviam se tornado espíritos sombrios, enganando humanos e tentando retornar por três séculos.

Havia a possibilidade de que Iris, após ter se transformado na Rainha Demônio da Fúria, pudesse tentar travessuras por meio dos artefatos da Fúria.

Eugene não tinha o desejo de se reunir com um Rei Demônio que ele tinha matado com as próprias mãos. Então, prosseguiu despedaçando todos os símbolos da Fúria e inspecionou cuidadosamente todos os tesouros restantes.

— O que ela poderia ter querido, acumulando tantos tesouros como uma montanha? — Eugene refletiu. Embora Iris, que poderia ter respondido à sua pergunta, já tivesse perecido, Eugene poderia aventurar múltiplas razões sem realmente perguntar a ela.

— Talvez fundos para alguma grande empreitada ou algo assim, para apoiar suas tropas. — Ele respondeu à própria pergunta com uma possibilidade enquanto girava uma coroa brilhante e suntuosa em seu dedo.

Esses eram tesouros saqueados do Mar do Sul ao longo dos anos. E Iris, mal tendo desfrutado de sua recém-descoberta posição como Rainha Demônio, pereceu em menos de uma semana, garantindo que esses tesouros nunca fossem usados como fundos de guerra.

— Por que ela continua olhando assim? — Eugene reclamou de repente sem se incomodar em se virar.

O olhar descarado perfurando a parte de trás de sua cabeça era difícil de ignorar, especialmente depois de suportá-lo por horas.

— Ela tem chamado isso de um favor divino. — Respondeu Kristina, — E não é esse o caso real? Você até afastou Noir Giabella, a Rainha dos Demônios da Noite que assombrava a Princesa Scalia.

Se a notícia se espalhasse de que Noir Giabella, a Rainha dos Demônios da Noite, que não tinha motivo para se envolver na situação, realmente tivesse intervindo, então era um fato que complicações certamente surgiriam. Portanto, nem a Princesa Scalia nem mais ninguém estava ciente do envolvimento da Rainha dos Demônios da Noite.

— É porque Sienna fala sem pensar. — Eugene reclamou em voz baixa.

— Por que é minha culpa? Você enfiou uma adaga no peito da princesa sem consideração. — Sienna retrucou, olhando para Eugene com os olhos estreitos.

Sua conversa passou despercebida por Scalia, nem ela tinha a intenção de bisbilhotar. Ela manteve sua distância enquanto olhava fixamente para Eugene.

“Ele me salvou…” Era o único pensamento que passava pela mente de Scalia.

Ela não conseguia se lembrar daquele momento exato, já que suas memórias durante seu tempo sob a influência da Rainha Demônio permaneciam nubladas. No entanto, ela lembrava vagamente do impulso de cometer atrocidades seguindo os desejos mais profundos de seu coração. Ela se recordava da intenção de matar seu tenente, Dior, e seus parentes, o Príncipe Jafar.

Francamente, não era totalmente culpa de Noir também. Scalia já havia sido impulsionada à loucura pelo poder negro exalado pela Rainha Demônio da Fúria, e os impulsos mais sombrios escondidos em seu íntimo haviam surgido à superfície sem que ela soubesse.

O cerne da questão era que Scalia não tinha a intenção de reconhecer o fato de que havia abrigado tais impulsos. Ao longo de sua vida, ela havia cometido múltiplos homicídios, mas sempre acreditou que nunca havia tirado injustamente a vida de um inocente, matando apenas aqueles que mereciam morrer. Em sua visão, os que ela sempre escolhia eram os culpados e, como tal, precisavam encontrar seu fim.

Mas Dior e Jafar não atendiam aos seus critérios e não deveriam morrer. Se ela tivesse sucumbido aos seus impulsos malignos e os tivesse matado, Scalia sabia sem dúvida que sua vida teria sido arruinada completamente.

“O Herói…” Seus pensamentos não eram apenas de gratidão, mas beiravam a adoração.

Scalia continuava a fitar Eugene, engolindo em seco.

Já haviam se passado dois dias após a conclusão da batalha. Normalmente, Scalia não conseguiria dormir sem o auxílio de comprimidos para dormir, e quando o sono finalmente a envolvia, era mais do que frequente ser assombrada por pesadelos.

No entanto, depois de receber a bênção do Herói, ela agora podia dormir sem a ajuda de qualquer medicamento. Além disso, ela dormia profundamente, livre de pesadelos. Os sussurros que costumavam atormentar seus pensamentos haviam desaparecido completamente. Ela não mais abrigava pensamentos de derramar o sangue de outra pessoa, de cometer atos hediondos…

O vazio deixado por esses impulsos assassinos erradicados no coração de Scalia foi preenchido pela admiração e fé no Herói, seu salvador. Essa experiência milagrosa instilou uma nova crença dentro dela.

E Scalia não era a única a sentir tal mudança. Muitos na força de expedição sentiram uma mudança em sua percepção de Eugene.

O descendente da Grande Vermouth.

Lionheart — a família mais forte do continente.

Até o início de sua expedição, para a maioria, o nome ‘Eugene Lionheart’ era frequentemente acompanhado por esse reconhecimento.

Mas agora, as coisas tinham mudado. Por quê? Porque todos tinham testemunhado ele derrotar um Rei Demônio com seus próprios olhos?

— Não é mais Lionheart do Grande Vermouth. — Carmen declarou do sofá assim que Eugene entrou em sua moradia temporária. — Agora pertence ao Herói de nossa era atual, Eugene Lionheart.

Ao ouvir isso, o rosto de Eugene se enrugou involuntariamente. A declaração não era… depreciativa. Mas também era constrangedor sorrir como um idiota ao ouvir isso.

— Ahem… — Pigarreando, Eugene perguntou. — Está se sentindo um pouco melhor, não é?

— Percebi que minha própria desolação é meio cômica. — Refletiu Carmen. Então, com um clique, ela abriu seu isqueiro antes de continuar com seus pensamentos. — Essa série de eventos aconteceu por causa das minhas falhas. Agora que aceitei isso, não posso me lamentar na desesperança. Em vez disso, devo ficar de pé e seguir em frente.

— Sim… — Eugene concordou com ela de todo o coração.

— Sou… grata a você, Eugene. Se você não tivesse vindo, se não tivesse nos liderado… essa era poderia ter sido ridicularizada pelo recém-nascido Rei Demônio. — Continuou Carmen.

Clique.

A tampa do isqueiro se fechou.

Como se fosse um sinal, Carmen confessou sua preocupação mais profunda.

— Se eu não tivesse vindo aqui, teria continuado vivendo na ilusão.

— Ilusão…? De que ilusão você está falando? — Eugene perguntou, confuso.

— A ilusão da minha própria força. — Carmen respondeu enquanto acariciava seu isqueiro, um sorriso irônico nos lábios. — Eugene, você está familiarizado com sapos?

— Sim, estou ciente. — Respondeu Eugene.

— Não estou falando de qualquer sapo. Refiro-me ao ingênuo sapo nascido em um poço, que nunca se aventurou para fora dele. Você sabe quão limitado o céu parece quando visto de dentro desse poço, Eugene? — Ela perguntou.

— Bem, nunca caí em um poço, então… — Eugene respondeu constrangido.

— Aquele sapo acredita que o poço em que reside, e a lasca de céu que vê, é a totalidade do mundo. Ele não compreende o quão vasto o mundo realmente é. — Explicou Carmen.

— … — Eugene realmente não sabia como responder ali.

— Eu era um sapo assim, um que erroneamente acreditava ser um leão. Mas, graças a você, percebi a vastidão do mundo e o quão insignificante e frágil eu realmente sou. — Admitiu Carmen.

Eugene conhecia bem a história do sapo no poço.

— Você não está sendo excessivamente severa consigo mesma? Você é bastante forte, Senhora Carmen. Na batalha contra a Rainha Demônio, você fez a sua parte. — Assegurou Eugene.

— Só pude fazer isso porque você drenou o poder dela. E por causa da ajuda da Senhorita Sienna e da Santa Kristina. — Apontou Carmen.

Eugene se viu sem palavras. Ele limpou a garganta desconfortavelmente. Notando seu desconforto, Carmen sorriu amplamente e encerrou o silêncio tenso.

A gratidão brilhava em suas palavras simples.

— Obrigada pela iluminação, Eugene.

Eugene percebeu um anseio ardente nos olhos de Carmen. Havia um desejo cru e instintivo por poder dentro dela. Desde tempos antigos, tal anseio único por poder inevitavelmente levava alguém a se tornar mais forte. Alguns, no entanto, deixariam esse desejo torcer e distorcer, caindo nos caminhos proibidos e consequentemente arruinando-se.

Mas Eugene acreditava que tais contos não eram o destino de Carmen. Com um sorriso, ele acenou concordando.

— O que eu forneci dificilmente poderia ser chamado de iluminação. Tanto você quanto eu, Senhora Carmen… simplesmente fizemos o que precisava ser feito. — Disse Eugene.

— Normalmente, você se comporta com tanta arrogância, mas em momentos como esses, você mostra humildade. — Observou Carmen.

— Ehem… — Eugene limpou a garganta, ligeiramente constrangido.

— Cada aspecto de você inspirará o clã Lionheart e todos ao redor. Eugene… Não, o Leão Negro. — Disse Carmen de maneira aprovadora.

— O quê?

— Como o rosto do clã Lionheart, ultrapassando até o brilho da Espada Sagrada… O Leão Negro. É bastante irônico que as cores que simbolizam você sejam o preto mais profundo e o carmesim… — Carmen continuou sem dar sinais de parar.

Eugene parecia perplexo.

— Preto… o quê?

— Verdadeiramente surpreendente, Eugene. Nos trezentos anos de história dos Lionhearts, a Fórmula da Chama Branca sempre emitiu uma chama branca pura, mas você é diferente. Como aceitar esse fato? Acredito que assim como você adicionou novas tonalidades à Fórmula da Chama Branca, os Lionheart do futuro serão tingidos em suas cores…

Incapaz de suportar mais palavras enquanto sóbrio, Eugene nem olhou para trás enquanto fugia de Carmen em alta velocidade.

HahaHahaha…. A risada satisfeita de Carmen ecoou atrás dele, junto com os cliques rítmicos de um isqueiro.

— Irônico…

Carmen parecia ter encontrado uma nova palavra favorita.

* * *

Recuperar tesouros saqueados por piratas, cuidar dos falecidos e atender aos feridos — esses eram os assuntos urgentes antes que todos retornassem à sua terra natal. Portanto, a força punitiva ancorou nas ilhas por vários dias.

Felizmente, esses eram assuntos para Ortus, não para Eugene, lidar. Rumores se espalharam de que até mesmo o Príncipe Jafar, que ousara reivindicar alguns méritos, havia sido colocado em seu lugar por Ortus com um olhar severo.

— Depois de se esconder no barco de evacuação durante toda a batalha, como você ousa discutir méritos, meu príncipe?! — Ciel imitou a voz de Ortus enquanto ria. — Você viu a expressão do Príncipe Jafar naquela hora? Ele provavelmente pensou que Ortus o apoiaria inquestionavelmente. Bem, o Príncipe Jafar com certeza espera que, quando Ortus relatar ao rei, ele dirá algo como, “O Príncipe Jafar ordenou a expedição punitiva.”

Se Ortus tivesse relatado isso, teria havido uma mudança significativa na linha de sucessão real de Shimuin.

— Devíamos pedir a ele para cuidar da Princesa Scalia. — Respondeu Eugene com um rosto desinteressado. — Pelo menos ela lutou valentemente e não fugiu.

— Por que se preocupar com ela? — Questionou Ciel.

— Uma princesa grata com crescente influência no reino? Parece benéfico para mim. É mais fácil para mim, de várias maneiras. — Respondeu Eugene.

— O que você está tramando? — Ciel perguntou.

— Nada obscuro. Apenas pensando em fazer a Princesa Scalia introduzir algo como um dia de adoração em minha honra no reino. — Eugene respondeu com naturalidade.

— Um dia de adoração? — Os olhos de Ciel se arregalaram de surpresa.

— Talvez uma vez por mês… por volta do meio-dia? Um momento dedicado a orações por mim. Estabelecer um dia inteiro de descanso pode ser muito ambicioso, mas uma breve oração parece razoável, certo? — Eugene declarou.

— Você está tentando começar uma religião ou algo assim? — Perguntou Ciel, um toque de incredulidade aparente em sua voz.

— Não exatamente uma religião… Ou é uma religião? — Eugene murmurou, um toque de incerteza em seu rosto. Ele não havia pensado em algo tão grandioso. Afinal, estabelecer uma religião seria uma dor de cabeça.

“Eu precisaria escrever escrituras, estabelecer doutrinas e erguer edifícios…” Eugene pensou em todas as complicações de começar uma religião.

Anise ou Kristina poderiam ter cuidado disso com facilidade se ele pedisse, mas Eugene sentia que tais empreendimentos eram desnecessários.

— Hmm… Eu não sei se uma proclamação real de um dia de adoração é possível. Isso pode ser um exagero, mas pelo que parece, a Princesa Scalia pode oferecer uma oração diária a você. — Finalmente comentou Ciel.

Ela recordou a visão de Scalia enquanto passavam por ela antes.

Apenas alguns dias atrás, o rosto de Scalia estava marcado pela fadiga de noites sem dormir e irritação evidente. A luz em seus olhos estava opaca, e círculos escuros pendiam pesadamente sob seus olhos. No entanto, ultimamente, até um traço de determinação parecia habitar o olhar de Scalia.

— Como está a sua condição? — Eugene perguntou de repente.

— Estou bem. Minha visão está boa, e ainda consigo ver normalmente. E quanto a você? — Respondeu Ciel.

— Ainda sinto algumas dores, mas meu fluxo de mana está desobstruído. — Respondeu Eugene. Ele deu uma risadinha enquanto batia levemente no lado esquerdo do peito.

— É bom ouvir isso. Passar o Ano Novo na cama teria sido trágico. — Ciel se juntou a Eugene em sua risada.

Hoje era o início de um novo ano. Parecia que foi ontem quando se conheceram pela primeira vez aos treze anos, mas agora, Ciel e Eugene haviam envelhecido mais um ano e tinham vinte e dois anos. Na verdade, para Eugene, a passagem de um novo ano ou envelhecer mais um ano evocava pouca emoção.

“Ainda me lembro da minha vida passada, então a idade realmente importa?” Ele se perguntou.

Se ele considerasse sua vida passada, tinha mais de sessenta anos. Não, mas e quanto à sua vida como Agaroth…? Quantos anos Agaroth tinha quando morreu? Deveria contar a idade a partir desse momento…? Isso significaria que a idade de Eugene ultrapassaria milhares.

— Hmph.

De alguma forma, ele sentia um vislumbre de compreensão em relação às frustrações de Sienna. Sem motivo aparente, Eugene lançou um olhar travesso para Sienna.

— O que você está olhando? — Ela questionou.

— Eu não posso olhar? — Eugene retrucou.

— Não, não é isso, mas… seu olhar parece insultante de alguma forma. — Resmungou Sienna antes de erguer seu cajado.

Whoosh!

Um círculo mágico complexo irradiava dele. Sentindo a magia que distorce o espaço, Eugene voltou seus olhos para Kristina.

A barreira mágica estava fortificada com poder divino. Após confirmar isso, Eugene suspirou profundamente e disse:

— Se parecer perigoso, eu vou intervir.

— É claro que você deveria. Eu também não vou exagerar. Eu não quero que meu novo olho apenas exploda… — Disse Ciel.

Ao pronunciar a palavra: exploda. O ombro de Eugene tremeu, lembrando do som quando o poder do Olho Demoníaco explodiu o olho de Ciel.

— Eu preferiria que não explodisse. — Ciel comentou novamente.

— Não diga explodir. — Disse Eugene.

— Parece ridículo. — Ciel lançou um olhar de soslaio para Eugene, estreitando os olhos, e depois deu alguns passos para trás.

— Vou tentar usar agora. — Disse ela.

— Você sequer sabe como? — Eugene perguntou.

— É… mais uma intuição…. Se eu me concentrar, deveria funcionar. — Ciel não falou mais nada. Ela se concentrou profundamente. À medida que sua expressão ficava solene, também ficavam os rostos ao seu redor.

Por dias, eles investigaram minuciosamente o Olho Demoníaco. O problema era que nada parecia errado. Não havia vestígios de poder negro dentro de Ciel.

Seu Olho Demoníaco ressoava com seu Núcleo. Ele usava mana, não poder negro.

“É inconcebível.” Apesar de verificar várias vezes, Sienna ainda não conseguia entender.

Mesmo entre os demônios, Olhos Demoníacos eram raros. Possuir dois era inédito. Além disso, um deles era o Olho Demoníaco das Trevas, que equivalia ao Olho Demoníaco da Fantasia, pertencente à Rainha dos Demônios da Noite, e o Olho Demoníaco da Glória Divina, pertencente à Lâmina do Encarceramento.

“Pode o poder negro que se infiltrou pelos olhos dela ter afetado isso…? Não, não. Ambos o Olho Demoníaco das Trevas e o Olho Demoníaco da Glória Divina já me atingiram várias vezes nos últimos trezentos anos.” Sienna continuou a analisar o Olho Demoníaco de Ciel.

Sienna também sentiu a força deles. Ela havia experimentado o poder negro se infiltrando em seu corpo, o que a fez vomitar. Isso aconteceu há apenas alguns dias durante a batalha também.

“Embora o sangue de Vermouth seja supostamente… único, o Olho Demoníaco não se fixou em Eugene”, pensou Sienna.

Por mais que ela ponderasse, nenhuma resposta surgia. O fato de um humano portar um Olho Demoníaco era além da compreensão.

A tarefa deles agora não era explorar por que o Olho Demoníaco surgiu, mas discernir suas capacidades e potencial.

— Como está sintonizado com o seu Núcleo, você precisa ser ainda mais cuidadosa. Você pode esgotar sua mana se usá-lo incorretamente. Entende as implicações, não é mesmo? — Perguntou Sienna.

— Sim. — Ciel acenou intensamente enquanto se concentrava.

Ser drenado de mana era arriscar um colapso por exaustão. Além disso, danos ao Núcleo poderiam deixar cicatrizes duradouras e assombrar alguém por toda a vida.

— Por mais potente e conveniente que seja o Olho Demoníaco, o poder dentro dele consome vastas reservas de poder negro. — Sienna lembrou Ciel.

Sienna havia dado muitos avisos desse tipo, mas não podia ser enfatizado o suficiente. Com olhos cheios de preocupação, Sienna continuou:

— Iris só começou a usar demais o Olho Demoníaco depois de se tornar a Rainha Demônio. Antes disso, ela não podia.

Gavid Lindman aproveitava o poder do Rei Demônio do Encarceramento, oferecendo-lhe reservas aparentemente inesgotáveis mesmo ao usar o Olho Demoníaco. Noir Giabella era um caso diferente. Embora não acessasse o poder do Rei Demônio do Encarceramento, ela já possuía poder negro rivalizando com os Reis Demônios.

Em comparação, Iris era empobrecida em termos de suas reservas de poder negro. Mesmo durante suas batalhas em Kiehl, ela não conseguia liberar os poderes do Olho Demoníaco como havia feito recentemente.

“A Fórmula da Chama Branca de Ciel está em quatro Estrelas”, Sienna pensou enquanto fazia cálculos mentais.

Seu feito parecia empalidecer em comparação ao crescimento monstruoso de Eugene, mas, na verdade, atingir quatro Estrelas em sua idade era um feito prodigioso. Entre as forças expedicionárias, apenas Carmen, Ortus e Ivik possuíam mais mana do que Ciel.

“Usar mana para invocar o poder do Olho Demoníaco… é uma façanha sem precedentes. Até que ponto pode ser concretizada?” Sienna se perguntou.

Embora o pensamento despertasse preocupações, a magnitude do poder do Olho Demoníaco de Ciel também despertava a curiosidade de Sienna.

Se o Olho Demoníaco fosse realmente um presente de Vermouth, poderia talvez aproveitar um poder inimaginável, como conjurar habilidades sem consumir…

— Aqui vou eu. — Declarou Ciel com um olhar firme.

Fwoosh!

Seu olho esquerdo emitiu um brilho dourado. O espaço que Ciel percebia estava distorcido, e do meio dele emergiu uma escuridão absoluta. Embora Eugene estivesse esperando, ver a escuridão manifestada endureceu sua expressão.

Essa escuridão era semelhante às sombras lançadas por Iris. Embora fosse apenas um pouco maior que um punho, as sombras rastejantes cresciam de tamanho…

De repente, a cabeça de Ciel se inclinou para trás.

O sangue jorrou de seu nariz como água de uma torneira aberta.

Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Comentários

5 1 voto
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar