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Damn Reincarnation – Capítulo 384

Viagem para Casa (3)

O fluxo de sangue desenhou um arco enquanto jorrava de seu nariz, mas felizmente, Ciel estava bem. Ela apenas drenou muito rapidamente sua mana. Não era necessário usar magia divina ou uma poção. Simplesmente enrolar um lenço e tampar suas narinas era suficiente.

— … — Ciel não disse nada enquanto recuperava o fôlego.

Ela se sentia levemente tonta. Um gosto metálico permanecia em sua boca, e seu estômago se revirava. Era um desafio respirar facilmente com tecidos tampando ambas as narinas.

Ciel fez beicinho e expirou com um som ofegante.

— Isso era de se esperar. — Disse Eugene, cruzando os braços. — Não é apenas qualquer Olho Demoníaco. É o Olho Demoníaco das Trevas. Nem mesmo Iris podia usá-lo como queria antes de se tornar uma Rainha Demônio.

— … — Ciel permaneceu em silêncio.

— Estaria tudo bem se você não pudesse usá-lo como quisesse assim que ganhasse um Olho Demoníaco tão poderoso. — Comentou Eugene.

— Apenas alguns dias atrás, eu o usei muito bem. — Retrucou Ciel.

— Talvez eles tenham permitido que você o usasse de graça pela primeira vez, como um teste gratuito. — Brincou Eugene.

— Não fale besteira. Você acha que esse Olho Demoníaco é um brinquedo barato vendido nas ruas? — Ciel disse irritada.

— Não eleve a voz e não se emocione. Olhe, você está sangrando novamente. — Respondeu Eugene.

Tsc… Eugene entregou a Ciel um novo lenço enquanto clicava a língua. Ciel pegou com uma expressão sombria antes de se virar para tamponar o nariz novamente.

— Me dê o lixo. — Disse Eugene.

— Você está louco? Por que eu te daria isso? — Gritou Ciel.

— Louco? Você é a pessoa certa para falar? Não me faça parecer estranho. Por que eu iria querer um lenço ensanguentado que você usou? O que eu faria com isso? — Retrucou Eugene.

— Eu sei disso, mas ainda assim, quem sabe? — Ciel franziu os lábios e convocou sua mana. Os lenços enrolados se incendiaram e desapareceram na chama.

— É a diferença entre o consciente e o subconsciente? — Kristina interveio enquanto massageava a mão de Ciel. — A única diferença entre aquele dia e agora é essa.

Ciel usou o Olho Demoníaco pela primeira vez quando Eugene empunhou a Espada Divina. Naquele dia, ela não tinha consciência da presença do Olho Demoníaco, e sua mente estava longe de estar clara.

No entanto, Ciel observou quando Eugene confrontou a Rainha Demônio entre os céus. Ela viu a Rainha Demônio avançar em direção a Eugene.

Pensando de volta àquela primeira vez, Ciel disse:

— De fato… Naquele dia, eu estava observando Eugene inconscientemente. Senti que precisava impedir a Rainha Demônio. Eu precisava ajudar Eugene. — A voz de Ciel estava solene enquanto colocava um lenço fresco no lugar. — Mas naquele dia, eu não percebi que meu olho havia se tornado um Olho Demoníaco. Agora que estou ciente, usar o poder do olho inconscientemente é…

— O que diabos você está falando? — Sienna perguntou com uma expressão ridícula após ficar em silêncio até aquele momento. — Você não ouviu? Já esqueceu…? Noir Giabella, aquela maldita puta, disse que colocou algo nos olhos de Ciel.

— Oh.

— O elixir da família real de Shimuin. Foi destinado a tratar seu olho ferido. Mas, naquele momento, seu olho explodiu, e foi substituído pelo Olho Demoníaco. Então, o que aconteceu com o elixir que sobrou? — Questionou Sienna.

— Bem… Eu não tenho certeza… — Murmurou Ciel.

— O que você quer dizer, não tem certeza? Ele se infiltrou no seu Olho Demoníaco! A mana excedente que deveria ter desaparecido ou sido adicionada a você agiu como um impulsionador. É por isso, Ciel, que você manifestou o poder do Olho Demoníaco sem muito esforço. — Explicou Sienna.

O que você acha? Embora ela não tenha declarado explicitamente, Sienna tinha uma expressão orgulhosa. Ela estava claramente convencida de sua teoria. Era uma opinião tão clara que ninguém podia discutir ou sentir a necessidade de fazê-lo.

— Não aja com tanta arrogância. — Retrucou Eugene. Ele não gostava da leve satisfação em seu rosto. Em resposta, Sienna deu um sorriso irônico e levantou o dedo do meio.

— Então… você está implicando que, por enquanto, minha mana é insuficiente para empunhá-lo? — Perguntou Ciel.

— Exatamente! — Sienna afirmou com um aceno. — Inversamente, se houver mana suficiente, você pode usar o poder do Olho Demoníaco.

A falta de mana que Ciel possuía não era o único problema. Mesmo que ela avançasse ainda mais na Fórmula da Chama Branca e aumentasse seu reservatório de mana, desenvolver o poder do Olho Demoníaco era outro desafio.

— Que tal você ou eu emprestarmos um pouco de mana para ela? — Eugene sugeriu ao se virar para Sienna.

Havia inúmeras maneiras de fornecer mana a Ciel. Poderia-se usar Akasha como Eugene ou receber ajuda de Ramira.

— Está tudo bem. — No entanto, Ciel balançou a cabeça antes que Sienna pudesse responder. — Francamente, em vez de eu empunhar esse poder com a ajuda de outra pessoa… Será muito mais formidável para você ou a Senhorita Sienna usarem ao lutar.

— Isso é um bom ponto. — Eugene concordou facilmente.

Ele não podia negar. Embora o poder do Olho Demoníaco das Trevas fosse imenso, era um desperdício apoiar um poder que não podia ser totalmente controlado durante uma batalha intensa.

No entanto, a habilidade mais excepcional do Olho Demoníaco das Trevas era seu poder de atravessar entre as sombras que criava. Essa habilidade, entre todos os poderes, era a mais intuitiva e robusta mesmo entre os Olhos Demoníacos. Não era apenas para atacar. Se utilizada de forma criativa, poderia se mostrar muito versátil.

Nem todo apoio era apenas sobre aprimorar os ataques.

— Moron. — Eugene disse.

Não era apenas Eugene quem pensava no nome. Sienna deu um leve aceno com um pequeno sorriso, e Kristina soltou um curto suspiro de compreensão. Anise murmurou uma oração dentro de Kristina.

Mesmo naquele momento, Moron estava em Lehainjar. Ele poderia estar matando os Nur. Ou talvez já tivesse lançado o cadáver do Nur morto em direção a Raguyaran.

Aquele espaço sinistro. O outro lado de Lehainjar, ao qual Vermouth permitiu o acesso.

“……”

Eugene se lembrou de sua primeira entrada lá. Moron não abriu a porta para ele. Pelo contrário, a barreira apenas se abriu. A Espada do Luar… tinha sido usada como a chave. Na época, ele tinha suas dúvidas, mas não havia ponderado muito. Talvez, apenas talvez, fosse o design de Vermouth, já que a Espada do Luar era sua lâmina querida.

No entanto, agora ele podia contemplar mais profundamente e com mais precisão.

A Espada do Luar era a Espada da Destruição. Os Nur eram as bestas da destruição. O outro lado de Lehainjar, onde os Nur apareciam, e até mesmo Raguyaran, apelidado de fim do mundo — todos estavam conectados ao Rei Demônio da Destruição.

E Vermouth…

— Moron não deixará Lehainjar. — Eugene parou de pensar em Vermouth. Nada estava certo ainda. Ele não desejava especular ou entender mal Vermouth sem conhecer a verdade. Isso abalaria sua fé em Vermouth.

— Aquele idiota… ficou em um mundo distorcido, um mundo que não conhecemos, por mais de um século, matando monstros. Ele queria morrer, mas não conseguiu. Foi assim que ele esteve o tempo todo. Tudo por causa de sua promessa com Vermouth, aquele maldito. — Disse Eugene.

Moron se dedicou à tarefa de matar os Nur e garantir que o Fim de Raguyaran nunca acontecesse. A aparição dos Nur era imprevisível, assim como seus números. Portanto, Moron não podia deixar Lehainjar.

— Mas… se fossemos subir a Babel e enfrentar o Rei Demônio do Encarceramento… aquele idiota gostaria de se juntar à luta. — Continuou Eugene.

Nem Sienna nem os dragões podiam percorrer grandes distâncias instantaneamente com sua magia. Apenas os Reis Demônios tinham o poder de desconsiderar a distância com seu teleporte. A única coisa que era semelhante eram as folhas da Árvore Mundial, mas nem todas tinham tais habilidades. Além disso, seu destino estava limitado ao domínio dos elfos.

A fortaleza do Rei Demônio do Encarceramento estava no coração de Pandemonium, a capital de Helmuth. Embora a cidade abrigasse inúmeros portais, era improvável que funcionassem em meio ao caos da guerra.

Seria uma completa loucura considerar o uso dos portais da capital em uma missão para assassinar o imperador do vasto Império de Helmuth.

No entanto, se Ciel pudesse dominar sozinha o poder do Olho Demoníaco das Trevas e empregar livremente seus poderes, talvez ela pudesse trazer Moron de Lehainjar para Babel.

Isso abriria a porta para uma missão que havia falhado trezentos anos atrás: a conquista do Rei Demônio do Encarceramento. Eles poderiam tentar mais uma vez.

“Sem Vermouth”, Eugene, Sienna e Anise pensaram.

Enquanto isso, a implicação das palavras de Eugene fez um peso pressionar Ciel.

Ela sentiu um peso em seu olho esquerdo e, com um gole seco, tocou suavemente o canto dele.

Para fazer esse plano funcionar, Ciel precisaria dominar o poder do Olho Demoníaco, e não de forma inadequada. Lehainjar estava localizada ao norte, nas regiões mais distantes do continente. Pandemonium também estava ao norte, e levaria meses para percorrer a distância entre os dois a cavalo.

Ciel precisaria conectar essa vasta distância através do Olho Demoníaco das Trevas.

— Vai ficar tudo bem. — Sienna disse ao notar a expressão desanimada de Ciel. — O Olho Demoníaco das Trevas, esses olhos malditos. — Ela pausou ao perceber o palavrão de suas palavras, — Ahem, quero dizer… seu magnífico… globo ocular. Eu sei tanto sobre eles quanto Iris.

A pesquisa para derrotar o Olho Demoníaco de Iris tinha sido concluída há duzentos anos. Embora não pudessem decifrar o processo de manifestação de seu poder, há muito tempo entenderam como a matéria escura era formada.

— Não é como se estivéssemos com pressa. — Kristina interveio com um sorriso compassivo.

Ciel pigarreou algumas vezes antes de assentir. Enquanto isso, seu sangramento no nariz parou completamente. Ciel virou a cabeça, retirou o lenço das narinas e os incendiou.

— Estou melhor agora. — Ela assegurou a eles.

— Então, vamos continuar. — Sienna se levantou rapidamente. — Temos outro teste para o seu olho. Ele tem duas habilidades, certo? O Olho Demoníaco das Trevas e—

— O Olho Demoníaco da Imobilidade. — Ciel interrompeu.

— Realmente precisamos chamá-lo assim? É o nome que a Rainha das Prostitutas deu a ele. — Reclamou Sienna.

— Deveríamos dar a ele outro nome? — Disse Eugene.

— Olho Demoníaco da Estase? — Sugeriu alguém.

— Imobilidade ou Estase…?

— O nome realmente importa? — Kristina perguntou.

— Mas usar o nome dado por Noir deixa um gosto amargo. — Resmungou Sienna.

No entanto, nenhum nome adequado veio às mentes deles.

* * *

Três dias se passaram, e Noir Giabella despertou com o mais suave dos movimentos.

Nem mesmo um gemido passou por seus lábios. Seus grandes olhos cintilavam como o vasto firmamento enquanto ela olhava para cima. Ela soltou uma risada suave.

— Ah, parece que…

Sua possessão tinha sido desfeita à força.

Seu espírito tinha transcendido distâncias para se aninhar dentro do demônio da noite, seu vassalo, deixando para trás seu corpo principal, que abrigava poder suficiente para rivalizar com o dos Reis Demônios.

Noir estava particularmente vulnerável quando estava nesse estado.

Assim, a adaga de Eugene — de Hamel — machucava e exaltava Noir ao mesmo tempo.

— Tão lamentável. — Ela lamentou enquanto levantava lentamente a mão até o peito.

Nenhuma cicatriz permanecia, e a adaga que uma vez perfurou seu coração estava ausente. No entanto, ela desejava que pelo menos uma pequena cicatriz tivesse permanecido, pois teria sido um presente precioso de seu amado Hamel.

— O que faço? — Ela sussurrou com um sorriso malicioso nos lábios. Ela de repente se sentou antes de enterrar o rosto nas mãos. — Acho que… acho que me apaixonei ainda mais.

Três séculos haviam se passado. Ele morreu uma vez e reencarnou. Apesar de tudo o que ele tinha suportado, Hamel permanecia inalterado.

Não, seu ódio havia se intensificado.

Seria devido ao fracasso em sua vida passada? Ou seria porque ele foi morto pelos demônios que desprezava? O Hamel do presente abrigava um ódio mais profundo do que o Hamel de trezentos anos atrás.

Noir apreciava esse ódio, essa intenção singular de Hamel em relação à raça demoníaca. Embora Noir pudesse percorrer entre a realidade e a fantasia, criando realidades como bem entendesse, ela não conseguia compreender sua própria morte.

Mas com Hamel… aquele homem, que parecia destinado a derrotar demônios…

“Iris está morta”, Noir lembrou.

Um calor subiu às suas bochechas. Ela já havia sentido um amor tão puro? Noir desceu da cama enquanto ria.

“E pensar que ela acabara de se tornar uma Rainha Demônio”, os pensamentos de Noir estavam cheios de alegria.

Era evidente que Noir não tinha compaixão por Iris. Na mente de Noir, desperdiçar toda a sua enorme riqueza com mendigos no Parque Giabella era mais justificado do que ter piedade de Iris.

— Meu Hamel. — Noir sussurrou como se estivesse acariciando o nome.

O poder e a posição que vinham ao se tornar a Rainha Demônio empalideciam em comparação com o que Noir possuía. Se ele lutasse contra alguém como Iris, sua lâmina nunca a alcançaria nesta vida.

Mas mesmo sem o apoio de Vermouth e Moron, Hamel nunca hesitou. Ele cumpriu os papéis tanto de Vermouth quanto de Moron com a ajuda de Sienna e da Santa.

E então, houve aquela lâmina que Hamel desembainhou no final — uma espada vermelha, uma luminosidade que era luz e não luz, uma arma formada a partir de um poder estranho.

— Tal poder pode alcançar até um Rei Demônio. — Noir pensou enquanto pressionava a mão contra o coração acelerado. — Mas não pode me tocar.

Noir sorriu, seus lábios escarlates se separando divertidos.

Ela se aproximou graciosamente da janela, e embora as cortinas fossem espessas, negando qualquer semelhança de luz para dentro do quarto, começaram a se afastar à medida que ela se aproximava.

A parede inteira era feita de vidro. Começou a brilhar em resposta à sua abordagem.

Não era luz do sol; nenhum sol iluminava esta cidade. Em vez disso, inúmeras luzes que iluminavam a cidade faziam cócegas no coração de Noir.

A delicada cauda oscilante esticou suavemente. Ela pegou a vibrante roupa deitada sobre o sofá. Noir vestiu o robe sobre sua forma nua e imaculada e ficou diante da janela. Ela declarou:

— Mesmo agora, meu poder cresce.

Com um sorriso gracioso, ela olhou para baixo pela janela.

[Lalala~ Lalala~]

[Feliz, feliz, Giabella~]

[Todo dia~ Dia de Giabella~]

[Bem-vindo ao Parque Giabella~]

[Sonhos se tornam realidade~~]

[Bem-vindo, bem-vindo, ao Par-Par-Parque Giabella~!]

Sem dúvida, era a cidade mais luminosa de Helmuth.

Segundo apenas a Pandemonium em termos de visitantes, esta cidade da noite eterna florescia mais belamente sob suas luzes deslumbrantes.

Nesta cidade de prazer, se alguém pagasse o preço, poderia se entregar a delícias inimagináveis no mundo real.

Esta cidade, Parque Giabella, era a maior fonte de força vital para Noir. Ela irradiava de orgulho enquanto observava a cidade que havia moldado.

Wooosh!

A mansão de Noir Giabella também servia como a mascote do Parque Giabella, flutuando no céu.

A ‘boca’ do rosto flutuante de Giabella se abriu para anunciar:

— Surpresa~ Hora do Show Giabella!

Este evento era ditado exclusivamente pelo humor de Noir, e sempre começava espontaneamente sem aviso prévio.

A cidade ressoava com aplausos. Até mesmo os hóspedes ilustres hospedados nos andares mais altos dos hotéis abriam suas janelas, se inclinando para fora e acenando os braços em júbilo.

Noir ria alegremente enquanto estendia os braços largos. O Rosto Giabella, totalmente dependente de sua vontade, inclinava-se completamente para encontrar o olhar da cidade abaixo.

— Fantástico. — Noir sussurrou, e um véu mágico de ilusão envolveu a cidade.

O sonho evocado pela Rainha dos Demônios da Noite no Parque Giabella era algo que nem mesmo os monarcas poderiam pagar. A compra e venda desses sonhos dependia exclusivamente do humor de Noir.

Mas durante essa Hora do Show Giabella, por um breve momento, Noir concedia a todos um vislumbre de um sonho. O que milhões imaginaram se tornava uma realidade transitória através das lentes da ilusão.

Todas as emoções sentidas nesses sonhos faziam pequenas quantidades de força vital vazar através deles, e elas complementavam o poder de Noir.

— Hamel. — Ela sussurrou enquanto flutuava no ar. — Quando sua lâmina me alcançará?

Seria sábio apressar-se.

Memórias dos olhos de Hamel, voz, toque fugaz de sua pele, cheiro, ódio e desejo fizeram Noir rir com deleite.


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