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Damn Reincarnation – Capítulo 404

Raguyaran (2)

— Então…  Moron enxugou a barba, completamente encharcada de lágrimas. Estalactites caíram dela, testemunhando a atmosfera congelante das montanhas do norte.

Ao testemunhar a visão incrível, Mer teve que segurar um riso quase incontrolável. Ela teria rido livremente em qualquer outro momento, mas não no momento presente.

— Ah… Sniff

Não quando Sienna também continuava derramando lágrimas bem ao lado dela.

A situação justificava lágrimas, é claro. A reunião de Sienna e Moron tinha sido esperada por dois séculos, e esses duzentos anos não tinham sido gentis com nenhum deles. Mer simplesmente não conseguia se permitir rir diante de uma Sienna lacrimosa.

— Então… Iris se tornou uma Rainha Demônio? Não qualquer outro demônio, mas Iris? — Moron perguntou, piscando incrédulo.

Pelo que ele se lembrava, Iris era poderosa, sim, mas não o suficiente para se tornar uma Rainha Demônio.

— Você está dizendo que Iris, uma Rainha Demônio, caiu para Hamel… E Hamel… você era um deus? — Perguntou Moron.

Confuso, ele inclinou a cabeça como se estivesse tentando processar o conto incrível. Ele ouvira quando foi narrado, mas… havia coisas demais que ele não conseguia entender. A história era difícil de compreender, para dizer o mínimo.

Iris se tornou uma Rainha Demônio? Ele não sabia como ou por quê, mas, claro, era de alguma forma crível. Seus companheiros não brincariam com tais assuntos.

Mas Hamel sendo um deus? Ele fungou enquanto olhava para Eugene em busca de confirmação.

— Sim. — Eugene respondeu com confiança.

— Para ser preciso, ele não é um deus agora, mas foi um no passado distante. — Explicou Anise. Ela estava enxugando as lágrimas de Sienna com um lenço. Embora suas palavras fossem para esclarecer a dúvida, a declaração só parecia aumentar a confusão de Moron.

— Ele não é um deus agora, mas um deus do passado…? Então você está dizendo… que o Hamel com quem viajamos era um deus? Anise, Sienna, estávamos viajando com uma divindade? — Moron perguntou, claramente tentando dar sentido à situação.

— Não, não nesse passado. Não em sua última vida, mas na vida anterior a essa. Ele era um deus na vida anterior a Hamel. — Anise esclareceu.

— Na vida anterior a essa…? O que isso sequer significa? — Perguntou Moron. Ele piscou novamente lentamente em aparente confusão.

Eugene se perguntou se valeria a pena explicar mais. Então ele mudou de assunto e perguntou:

— De qualquer forma, Moron, como você esteve? 

— Melhor do que antes, eu acho. — Respondeu Moron.

Embora ele ainda não conseguisse entender completamente tudo, não se deteve nisso. Se Eugene era um deus há muitas vidas atrás ou se Iris se tornou uma Rainha Demônio, não importava muito para ele.

— Pensei que hoje seria o mesmo, apenas mais um dia comum… mas parece que o destino tinha outros planos. — Refletiu Moron.

Mais do que essas revelações, o que importava para Moron era o presente. Ele tinha se reunido com Sienna, a quem temia que nunca mais visse. Apesar de ouvir que ela sofreu ferimentos graves e foi selada, Sienna estava diante dele, parecendo exatamente como era há tantos anos.

O passado…

Lágrimas ameaçavam os olhos de Moron mais uma vez.

Ele se lembrava do passado. Lembrava-se do lugar que Hamel mencionou, a terra natal de Hamel, Turas. Moron lembrava-se de quando enterraram Hamel profundamente sob a terra onde ninguém poderia encontrá-lo. Todos tinham chorado por Hamel, gritado seu nome e lembrado de suas memórias compartilhadas. Eles ergueram uma estátua em sua honra e gravaram seu nome em uma lápide.

Depois, cada um seguiu sua própria vida… ou assim ele acreditava.

Anise retornou a Yuras, enquanto Sienna residia em Aroth como a Mestra da Torre Verde. Vermouth voltou para Kiehl e recebeu um grande título. E Moron voltou para sua terra natal.

Décadas de dias ocupados se passaram, e ele ouviu histórias ocasionais de seus camaradas. Vermouth era elusivo e sempre fora de alcance, mas ele ocasionalmente procurava Sienna e Anise.

A queda de Hamel os transformou a todos, especialmente Sienna.

Sienna havia mudado tanto desde seus dias vagando pelo Domínio Demoníaco. Parecia que ela se tornara alguém completamente diferente.

Mas e agora? Ao contrário de seu tempo em Aroth, Sienna agora usava uma variedade de expressões. Ela chorava, ria e chutava Hamel por vergonha. Anise ria, e Hamel resmungava em resposta.

Moron ficou de pé observando seus amigos. Embora a aparência de Hamel tivesse mudado após sua reencarnação, esses três ainda permaneciam como Moron havia ansiado desesperadamente, como eram no passado.

— Moron, por que você está chorando de novo? — Perguntou Sienna.

— Sienna, você chorou muito também. Acho que com a idade, as lágrimas começam a vir mais fácil. — Eugene foi quem respondeu em defesa de Moron desta vez.

— Ah, você tem um bom ponto, Hamel. Você notou que nenhum de nós está chorando agora? — Anise interveio como se estivesse esperando por tal comentário.

Moron e Sienna tinham vivido suas vidas sinceramente por trezentos anos. Em contraste, Anise agora habitava o corpo da jovem Kristina. Assim, Anise podia participar sem culpa sempre que Eugene provocava Sienna sobre a idade.

Normalmente, Sienna teria explodido de raiva, mas ela não podia gastar tais emoções por agora. Em vez disso, Sienna e Moron soluçavam incontrolavelmente enquanto se agarravam um ao outro.

Eugene parecia achar a cena lamentável. Ele olhou para eles por um tempo antes de envolver o braço ao redor de Ramira. A criatura estava tremendo de medo enquanto se escondia atrás dele.

— Não há necessidade de temer. Aquele idiota é só um idiota. — Assegurou Eugene.

As lágrimas de Moron cessaram após mais um tempo. Eugene sacudiu a neve de seu manto enquanto se sentava em uma pedra próxima. — Já terminaram de chorar? — Ele perguntou.

— Que pirralho insuportável. — Murmurou Sienna com os olhos vermelhos. — Encontrar um amigo após duzentos anos merece uma lágrima ou duas, então por que você tem que agir tão irritante do lado? 

— Eu o vi recentemente. — Retrucou Eugene.

— Não culpe Hamel, Sienna. É verdade, ele pode ser um pouco irritante, mas lembre-se quando você o reencontrou pela primeira vez? Ele chorou muito. Ele chorou na minha frente também, e chorou quando encontrou Moron. — Anise interveio.

— Ei… Ei, Anise! Quando foi que eu chorei? — Eugene resmungou em tom de queixa.

— Você não chorou, então? Hamel, como você pode ser tão sem coração? Não derramar uma única lágrima depois de se reunir comigo, após a minha morte solitária e piedosa, e após a batalha solitária de Moron por séculos? Você ainda pode se chamar de humano depois disso? — Desafiou Anise.

Ele havia chorado naquele momento? Os olhos de Eugene tremeram.

Suas memórias estavam nebulosas. Ele não tinha certeza se tinha chorado ou não. Talvez sim, talvez não… Mas uma coisa era certa: se continuasse negando, ele se tornaria um idiota.

— Se você está triste… é natural chorar. — Disse Eugene, limpando a garganta. Os olhos estreitos de Sienna indicavam incredulidade com a mudança repentina em seu tom. Moron, no entanto, riu alegremente enquanto colocava seu machado sobre o ombro.

Moron então perguntou:

— Vamos apenas ficar aqui? No topo desta montanha, há uma caverna que chamo de lar. Vamos para lá. 

Eugene olhou para ele com olhos hesitantes.

Embora tivessem se encontrado na Marcha de Cavaleiros, Eugene nunca soube realmente como Moron se estabeleceu nessas montanhas. Como rei fundador do país, Eugene presumiu que Moron poderia ter erguido um castelo escondido em algum lugar no meio dos picos gelados. Mas uma caverna…? Era bastante apropriado, algo muito à moda de Moron.

A caverna onde chegaram, sob a orientação de Moron, não parecia ter se formado naturalmente. Era totalmente possível que Moron a tivesse esculpido. Por dentro, parecia como se alguém tivesse vivido lá por décadas. Estava bem equipada para viver, e, para a surpresa de Eugene, até havia uma nascente de água quente fluindo dentro.

— Você não pretende entrar agora, não é? — Eugene perguntou.

— Moron usou essa nascente sozinho por décadas. Você acha que eu sou louca? Por que eu faria algo assim? — Retrucou Sienna.

— A água flui, então é pura. — Esclareceu Anise.

— Ainda não gosto da ideia…! 

Depois de uma breve troca, eles se instalaram de maneira ordenada ao redor de uma mesa.

— Você derrotou Raizakia. Resgatou Sienna. Matou Iris, a Rainha Demônio. Você veio aqui para compartilhar essas histórias? —Perguntou Moron.

Eles tinham viajado para se reunir com Moron nas montanhas depois que Sienna despertou de seu selo. No entanto, também havia outras questões em jogo.

— Há algumas coisas que preciso verificar. — Esclareceu Eugene.

Eugene não estava particularmente preocupado com a Espada do Luar. Ele a havia perdido durante a luta com Iris, mas o Eugene da época e o Eugene agora eram diferentes.

Quando a Espada do Luar enlouqueceu naquela época, sua Fórmula da Chama Branca era composta de Estrelas. Mas agora, a Fórmula da Chama Branca não era mais classificada em Estrelas. Não podia ser distinguida por tais meios.

A Fórmula da Chama Branca de Eugene havia se transformado. Era algo que nunca fora visto na história dos Lionheart, e Eugene podia sentir o novo poder que ela concedia.

A Espada do Luar tinha ficado fora de controle devido à incapacidade de Eugene de controlar seus poderes, o que levou a um estado instável e incompleto de Eugene se fundindo com a lâmina. Durante sua tentativa de mesclar o luar com suas chamas, ele foi dominado e consumido.

— Moron. — Eugene disse com um tom sério.

Se, por acaso, a Espada do Luar ficasse fora de controle novamente…

— Então arranque meu braço. — Disse Eugene.

Moron respondeu com igual gravidade:

— Entendido, Hamel—.

— Vocês dois enlouqueceram? — Exclamou Anise em choque, levantando-se rapidamente e agarrando Eugene pela gola. — Hamel, o que você acha que é o braço de um homem? 

— Em outra vida, foi apenas uma coisa passageira para Moron e para mim. Algo que estava lá e depois não estava. — Respondeu Eugene.

— Sinto falta disso. Lembro-me claramente, Hamel. — Moron recordou. — Quando caí em uma armadilha e minha perna foi cortada. Anise… Anise foi malvada. Ela a reatou da maneira errada. 

— Você tem que tentar entender como Anise se sentiu, Moron. Ela tinha seus motivos. Você não avançou imprudentemente como um idiota, Moron? Foi por isso que você acabou naquele estado, não foi? — Contra-atacou Eugene.

Eugene e Moron se perderam em memórias. Ainda segurando a gola de Eugene, Anise a sacudiu furiosamente ao ver a expressão nostálgica de Eugene.

— Em sua vida passada, vocês dois perderam seus braços e pernas apenas porque lutaram como incompetentes estúpidos. E naquela época, eu restaurei esses membros para vocês mesmo quando foram cortados ou esmagados, derramando meu próprio sangue no processo! Mas agora, eu ainda não consigo restaurar esses membros! — Gritou Anise.

[Peço desculpas, Irmã. É por causa das minhas limitações,] disse Kristina com autocondenação.

— Vocês dois podem não perceber, mas Kristina está atualmente se desculpando por culpa! Por não ser capaz de realizar o ato milagroso, completamente ridículo, de restaurar membros!  continuou Anise.

— Fiquem tranquilos, ninguém vai realmente arrancar um braço. — Eugene confortou Anise enquanto batia nos ombros dela. No entanto, as sobrancelhas de Anise se ergueram em resposta.

— Você me diz para ficar tranquila, e ainda diz algo assim? — Ameaçou Anise.

— Quero dizer, você poderia chamar isso de uma declaração de resolução… — Murmurou Eugene.

— Seu idiota maluco! — Exclamou Anise com raiva.

— Não podemos sempre agir em total segurança. Não podemos sempre evitar o perigo. Dadas as nossas adversidades, devemos sempre estar preparados, mesmo que isso signifique arriscar derramamento de sangue. — Retrucou Eugene.

— Por que você está amenizando suas intenções de tomar ações imprudentes? — Acusou Anise.

— Se formos bem-sucedidos, isso aprimorará minha capacidade de empunhar a Espada do Luar. — Eugene disse sem um sorriso. Seu olhar frio fez Anise recuar e soltar a gola de Eugene.

— Se você teme os riscos, não serei capaz de usar a Espada do Luar novamente. Não resolvemos essa questão no navio de volta a Shimuin? — Eugene disse com firmeza.

— …

Eu disse claramente naquela época, Sir Eugene. Se suas decisões o levarem à ruína, Senhorita Anise e eu sacrificaremos nossas vidas por você. Se realmente nos valoriza, por favor, considere sua própria segurança por nós. — Disse Kristina com um suspiro enquanto voltava ao seu lugar.

Troca de lugares, Anise se curvou antes de abrir uma nova garrafa de licor.

— Hamel. Se você não tivesse feito aquele comentário absurdo sobre arrancar um braço, eu teria ficado quieta. — Disse Anise.

— Só estou tentando dizer que vai dar certo. — Disse Eugene. Ele acenou com a mão como se para tranquilizá-la, depois se virou novamente para Moron.

— Alguma coisa estranha aconteceu recentemente? Como… os Nur tem aparecido com mais frequência… ou houve algo estranho com Raguyaran? — Perguntou Eugene.

Ele estava preocupado com quaisquer sinais. A Espada do Luar tinha ficado fora de controle, o que o havia conectado brevemente a Vermouth. E Noir, que buscava Ravesta, também se aproximara de Vermouth.

Como especulado, se Vermouth era o selo da Destruição… se aproximar dele imprudentemente poderia ter efeitos adversos inesperados.

— Esta é realmente uma pergunta desafiadora. — Respondeu Moron. Após um momento de reflexão, ele continuou: — Em primeiro lugar, Hamel, os Nur sempre aparecem de maneira diferente. Alguns dias, dezenas aparecem; em outros, nenhum. E não apenas recentemente. Tem sido assim nos últimos cento e cinquenta anos em que protejo essas montanhas. 

Não havia um padrão para o surgimento dos Nur.

— Uma vez, tentei prever as aparições dos Nur. Tentei prever quando e quantos apareceriam. Tentar isso me manteve são. No entanto, nenhuma previsão se concretizou. — Confessou Moron.

Eugene assentiu silenciosamente. As memórias de Agaroth persistiam nele, especialmente seus últimos dias.

Durante os preparativos para a guerra contra o Rei Demônio do Encarceramento, monstros começaram a aparecer do outro lado do mundo. Seus vastos números, ferocidade e natureza alienígena significavam que não podiam ser ignorados e deixados sozinhos.

A guerra contra esses monstros foi longa, direta, mas brutal. Apesar de inúmeras vitórias, os números dos monstros pareciam intermináveis, pois continuavam a aparecer. Além disso, suas aparições não estavam associadas a nenhum sinal. Suas origens eram desconhecidas. Eles simplesmente apareciam naquela ‘borda’, gritando e avançando.

Embora a guerra entre Agaroth e os monstros tenha sido longa, descomplicada e feroz, ela terminou abruptamente. Terminou com a descida do Rei Demônio da Destruição.

— Raguyaran… sempre parecia a mesma. — Disse Moron.

As memórias de Agaroth serviram como um aviso para Eugene.

Os Nur, os monstros, eram vassalos da Destruição. Embora pudesse parecer excessivo se referir a uma existência frágil, insignificante e sem autoconsciência como vassalos da Destruição, Eugene estava confiante de que os Nur eram os arautos da iminente descida da Destruição.

Os Nur eram os arautos. Eventualmente, algo aconteceria. Sempre que os Nur começavam a aparecer, isso prenunciava a descida do Rei Demônio da Destruição. Vermouth havia selado a Destruição… mas os sinais começaram há cento e cinquenta anos.

Do sonho que Noir mostrou, Vermouth parecia quebrado e fraco. Além disso, o Rei Demônio do Encarceramento falou sobre o Juramento chegando ao fim.

O mar cinza de Raguyaran.

— Moron, confio no que você viu. — Declarou Eugene.

Moron possuía a melhor visão entre o grupo, mesmo há três séculos. O grande guerreiro das planícies geladas via longe sem usar magia, tão distintamente quanto Sienna fazia ao usar seu feitiço de visão de longo alcance.

— Além disso, seus olhos estão ainda melhores do que antes. — Continuou Eugene.

Quando Vermouth apareceu no sonho de Moron para alertá-lo sobre o Fim, ele concedeu a Moron dois poderes. Um, os olhos que podiam perceber até mesmo o que não podia e não deveria ser visto. Dois, acesso ao outro lado de Lehainjar, onde ele poderia lançar os corpos dos Nur.

Com esses olhos, Moron podia detectar imediatamente a emergência dos Nur de qualquer lugar dessas vastas montanhas. Seus olhos permitiam que ele visse a alma de Anise residindo dentro de Kristina, e ele reconheceu Eugene como a reencarnação de Hamel no momento em que se conheceram.

— Se você diz que Raguyaran permanece inalterada, então certamente está. Presságios são apenas presságios. — Disse Eugene.

Moron tinha dificuldades para entender o ponto de Eugene. Sienna, Anise e Kristina sentiam o mesmo. Eles não foram até ali para ver Moron e recuperar o controle de Eugene sobre a Espada do Luar.

Depois de uma breve pausa, Moron começou a dizer.

— Hamel, o que você pretende—

Mas foi interrompido.

— Estou pensando em ir para Raguyaran. — Declarou Eugene casualmente. — Não é nada demais. Não havia um oceano na borda de Raguyaran? Devemos navegar ou voar sobre ele? Ou talvez possamos andar sobre o oceano…

— E-Espera um momento. Espere, Hamel. Você deseja se aventurar em Raguyaran? Você deseja atravessar esse mar? — Perguntou Moron urgentemente.

Além de Lehainjar estava Raguyaran — uma terra estéril — uma área proibida — o fim do mundo. Era um lugar onde nem o sol, nem a lua, nem as estrelas brilhavam. Era um lugar onde o céu, turvo como neve pisoteada, se estendia infinitamente. Além disso, havia um mar congelado. Era um mundo onde ninguém vivia e ninguém podia. Isso era Raguyaran.

— Eu não irei longe. Apenas uma breve aventura. — Disse Eugene.

— Hamel…! — Exclamou Moron, incrédulo.

— Por que você está agindo assim? Eu disse que não vou longe, não é? E também não é como se eu fosse para lá agora. Vamos resolver primeiro a questão da Espada do Luar. Eu vou observar os Nur enquanto eles estão vivos antes de prosseguir. — Respondeu Eugene.

— Do… do que eu vi, parecia inalterado… Mas essa é apenas minha perspectiva. Minha mente nem sempre está clara. Eu posso ter visto errado, ou talvez esteja me lembrando errado. — Disse Moron urgentemente.

— Não há como isso ser o caso. — Eugene respondeu com uma expressão indiferente. — Moron, é verdade que sua mente ficou fora de controle por um tempo. Mas isso não significa que sua memória estava turva. Seus olhos também não estavam turvos. 

Moron não conseguia dizer nada.

— Então está tudo bem. — Disse Eugene.

Não era sobre acreditar ou duvidar.

Se Moron viu, era assim que teria parecido.


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