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Damn Reincarnation – Capítulo 433

Cidade de Giabella (8)

O rosto de Eugene se contorceu ao ouvir a palavra ‘anel’. Por que ela de repente traria isso à tona do nada? Eugene estava prestes a soltar um palavrão, mas um pensamento repentino que passou por sua cabeça o fez recuar.

Será que memórias de sua vida passada, que não tinham sido completamente apagadas e em vez disso tinham sido enterradas em algum lugar profundo, haviam de repente picado seu coração?

“Um anel?” Eugene pensou.

Ele lembrou dos momentos finais da Bruxa do Crepúsculo. Agaroth tinha dado a ela seu anel, seu relicário sagrado, e ordenou que ela fugisse. No entanto, a Bruxa do Crepúsculo havia rejeitado seu mandamento divino. Em vez de aceitar o anel, ela o havia devolvido e então pedido um beijo e expressado seu último desejo de poder morrer pelas mãos dele.

Depois de quebrar o pescoço dela com suas próprias mãos, Agaroth colocou seu anel no peito da Bruxa do Crepúsculo. Então ele virou as costas para o cadáver dela e foi enfrentar o Rei Demônio da Destruição.

O que poderia ter acontecido com o anel depois disso? O mundo tinha sido destruído. Uma névoa seguida por uma onda gigante tinha engolido o mundo inteiro, deixando apenas corpos em seu rastro.

Depois disso, muito, muito tempo tinha passado. Embora os detalhes não fossem totalmente conhecidos, o mundo renasceu mais uma vez. Talvez o anel tivesse sido enterrado profundamente sob o mar, ou talvez tivesse sido levado pelas correntes oceânicas… Eventualmente, o anel caiu nas mãos de um dragão antes de ser fatalmente devolvido a Eugene.

— Por que um anel de todas as coisas? — Eugene finalmente perguntou.

Não havia como Noir Giabella ter retido quaisquer memórias de sua vida como a Bruxa do Crepúsculo. Não importa o fato de que Noir Giabella era um ser que possuía níveis verdadeiramente absurdos de poder, não havia como ela ainda ter memórias de sua vida passada, que havia terminado com sua morte anterior.

— Quem sabe? — Noir disse dando de ombros.

Era exatamente como Eugene havia pensado. Noir realmente não tinha memórias de sua vida passada.

Ela não se lembrava do nome de Agaroth, da Bruxa do Crepúsculo, ou de qualquer coisa, na verdade. No entanto, depois de ver como a divindade de Eugene tinha crescido mais forte e mais distinta… sua alma parecia apenas reagir por conta própria. Mesmo assim, sua alma não havia despertado quaisquer memórias claras ou mesmo os fragmentos quebrados de uma memória.

Era apenas um sentimento.

Um sentimento muito vago e passageiro. Noir sentiu um desejo inexplicável de possuir um anel. Ela simplesmente não conseguia entender por que estava tendo um sentimento tão incomum.

— Por que um anel de todas as coisas? — Noir repetiu. — Eu me pergunto por quê… Mais cedo, eu simplesmente tive o pensamento de que queria um.

Quando pensava nisso, a maioria das emoções que a haviam dominado hoje eram repentinas e impulsivas.

No entanto… Noir não achava isso particularmente estranho. Porque ela sempre foi assim. Ela era a Rainha dos Demônios da Noite. Ela já tinha sido impulsiva, luxuriosa e emocional nas últimas centenas de anos.

— Isso mesmo, pensando bem, Hamel. — Noir virou-se para olhar Eugene, tendo percebido algo de repente. — Você também usava um anel, não era?

Noir também conseguia se lembrar claramente de que tipo de anel era.

Eugene tinha usado aquele anel no dedo anelar da mão esquerda. Não era um anel comum. Noir não sabia qual era sua identidade exata, mas ela havia suposto que provavelmente era um artefato genuíno. Não era um item que tivesse sido encantado com magia também, mas sim, um relicário sagrado com conexões com um deus antigo.

— Um anel? — Eugene fingiu ignorância.

— Você está realmente fingindo ter esquecido? Estou falando do anel que foi destruído na sua batalha com a Iris. Ele tinha a capacidade de curar ferimentos. — Noir lembrou, com um sorriso no rosto.

Noir conseguia se lembrar claramente de tê-lo visto naquela época enquanto observava Eugene e Iris lutarem.

Em vez de responder, Eugene apenas encarou Noir diretamente.

Neste momento, Eugene estava passando por um grande turbilhão interno. Isso se devia ao desejo de Noir de possuir um anel e também porque ele não conseguia compreender totalmente sua intenção ao perguntar sobre o Anel de Agaroth.

Não havia como; ele não achava que fosse sequer possível, mas… será que Noir realmente tinha recordado sua vida passada? Será que suas ações atuais foram provocadas por essas memórias recolhidas?

“De jeito nenhum, não tem como,” Eugene tentou se convencer repetidamente.

Em primeiro lugar, se Noir realmente tivesse conseguido se lembrar, ela teria abordado isso diretamente em vez de sondar indiretamente como agora.

Eugene acalmou seu turbilhão interno e começou a falar:

— Não estou fingindo ter esquecido. É que você começou a perguntar sobre meu anel sem nenhum aviso prévio.

— É mesmo? — Noir disse duvidosamente. — Hmm, isso acabou de me ocorrer. Já que decidi pegar um anel, pensei que seria legal se eu pudesse pegar um parecido com o seu. Ah, é verdade. Isso até que é conveniente. O que acha? Devíamos pegar um par de anéis idênticos?

Embora ela tivesse acabado de ter a ideia, Noir não pôde deixar de imaginar a imagem bonita e maravilhosa que isso criaria. Noir se virou para olhar Eugene, ambos os olhos brilhando de luz, enquanto o rosto de Eugene se torcia instintivamente em uma careta de repulsa.

— Eu—

Eugene começou.

Apenas para Noir interrompê-lo:

— Você vai dizer que estou louca, não é? Fufu, Hamel, eu já consigo prever tudo o que você vai dizer. Claro que você não quer usar o mesmo anel que eu.

Noir passou por Eugene, seus quadris balançando como se estivesse dançando.

Enquanto olhava para as mãos completamente nuas de Eugene, ela riu e disse:

— Também acho que seria divertido tentar forçá-lo no seu dedo. Não faça essa cara, Hamel. Não vou tentar fazer isso agora, sabe? Estou guardando para mais tarde, hmm, é isso mesmo, para mais tarde. Quando você eventualmente morrer em meus braços.

— … — Eugene se segurou e a irritação crescente.

Noir sorriu radiante.

— Naquele momento… Eu colocarei o anel em seu dedo enquanto você morre nas garras do seu próprio desespero. Enquanto eu o coloco, vou sussurrar em seu ouvido e dizer, “Eu te amo”.

— Maluca. — Eugene xingou.

— Mas acho que seria um gesto bastante bonito e romântico, não acha? Claro, você não vai querer aceitar esse anel, mas… fufu, em um momento como esse, você nem terá forças para recusá-lo. O que acha, Hamel? Se, e eu realmente quero dizer se, quando nos reunirmos para tentar nos matar de novo, se, no final, você for o vencedor… — Noir inclinou a cabeça para o lado enquanto olhava para Eugene.

Por baixo de seus cílios longos e grossos, os olhos roxos de Noir, que eram tão bonitos quanto joias, brilhavam com intensa expectativa.

— Você e eu, no momento em que nosso longo, longo relacionamento chegar ao fim… há algo que você gostaria de me dar como um último presente? — Noir perguntou.

— Não há nada. — Eugene negou com indiferença.

— Mesmo se eu disser como meu último desejo? — Noir fez beicinho.

— Não importa para mim quais são seus últimos desejos. — Eugene respondeu com uma expressão sombria.

Noir bufou.

— Hmph, bem, também previ essa resposta.

Eugene não conseguia sentir nenhum verdadeiro desapontamento vindo dela. Mesmo que não estivesse preparando um presente para comemorar seus momentos finais, não poderia Noir mesma simplesmente preparar um para que ele lhe desse? Já que ela já havia decidido comprar um anel, Noir decidiu comprar um par ao mesmo tempo.

Então, quando um dia ela matasse Hamel…

— Eu colocarei o anel na minha própria mão. Depois, colocarei o outro anel na sua mão enquanto você estiver morrendo. Além disso… depois que você morrer, eu vou me lembrar de você pela eternidade toda vez que olhar para o anel no meu dedo. — Noir disse sonhadoramente.

— … — Eugene franziu a testa em silêncio.

— Se você ganhar, então espero que você faça a mesma coisa que eu faria. — Noir disse, olhando para Eugene com um sorriso brilhante.

Eugene se viu incapaz de encarar aquele sorriso diretamente. Ele também não sentia nenhum desejo de continuar olhando. Não achava que havia outras intenções ocultas por trás de todas as palavras que Noir acabara de dizer, mas mesmo assim… enquanto Eugene ouvia ela falar, parecia que algo pesado e afiado estava caindo em seu coração.

— Chega de falar bobagem, vamos logo. — Eugene disse bruscamente após uma pequena pausa.

— Está demorando porque estamos indo a pé. — Noir explicou. — Se tivéssemos pego o trem ou um táxi, já teríamos chegado há muito tempo.

Embora ela tenha dito isso, Noir não tinha intenção de pegar nenhum transporte. Em vez disso, Noir diminuiu o ritmo de sua caminhada para que ela agora estivesse lado a lado com Eugene.

A rua à frente brilhava com luz. No momento, todos os postes de luz na Cidade de Giabella haviam sido ajustados para suas cores mais bonitas, de modo que essas belas luzes cercavam Eugene e Noir.

Naturalmente, isso não era apenas uma coincidência. Era tudo devido aos Rostos Giabellas no céu que estavam conectados a Noir. Graças ao sistema que gerenciava toda a cidade, Noir podia manipular seus arredores de acordo com sua vontade.

Além disso, como todas as pessoas que foram influenciadas pela sugestão de Noir estavam mantendo distância, toda a cidade parecia ter se tornado um mundo apenas para Noir e Eugene.

— Você quer… enlaçar os braços juntos? — Noir perguntou timidamente, suas bochechas corando em um espetáculo óbvio enquanto estendia uma mão em direção a Eugene.

Naturalmente, Eugene apenas retrucou com uma expressão sombria:

— Saia daqui.


A Santa do Deus da Guerra.

A Bruxa do Crepúsculo.

Ela poderia ter tido um nome real, mas não havia como para Eugene descobrir qual tinha sido esse nome. Isso poderia ser porque todas as memórias de Agaroth que despertaram na mente de Eugene enquanto ele estava no Ragurayan eram muito fragmentadas e vagas, mas Eugene também sentia que poderia haver outras razões além disso.

Dentro das memórias que Eugene havia recordado naquele momento, Agaroth não era o único personagem presente nas memórias. Havia muitas outras pessoas além de Agaroth.

No entanto, o único com um nome real era Agaroth ele mesmo. Mesmo o Grande Guerreiro, o amigo mais antigo de Agaroth, era conhecido apenas como o “Grande Guerreiro”; e a Santa, que tinha sido alguém especial para Agaroth, também era lembrada apenas como a “Santa” e a “Bruxa do Crepúsculo”.

Não eram apenas os humanos. Os outros deuses que Agaroth havia respeitado e dependido até certo ponto também eram lembrados por seus títulos como a “Sábia” e o “Deus dos Gigantes.”

Talvez Agaroth fosse apenas uma pessoa com um distúrbio mental que nem conseguia se lembrar dos nomes de ninguém além dele mesmo, mas… Eugene achava que havia pouca chance disso realmente ser o caso.

Eugene pensou consigo mesmo, “Parece que meu subconsciente pode ter rejeitado lembrar seus nomes.”

Por enquanto, essa era a única suposição que ele conseguia elaborar. Eugene não queria aceitar as influências emocionais que vinham das memórias de Agaroth. Ele queria manter o eu da era atual distinto do que ele poderia ter sido na era antiga. Eugene sentia que esse desejo poderia ter influenciado as memórias que ele havia despertado.

Não havia funcionado completamente. Se ele realmente, verdadeiramente quisesse manter seu senso de identidade distinto… então todas as emoções de Agaroth deveriam ter sido retiradas daquelas memórias. Claro, se isso tivesse acontecido, poderia ter sido difícil herdar completamente essas memórias.

Mesmo que seus nomes fossem esquecidos, Eugene conseguia se lembrar de tudo o mais em grande detalhe.

A Santa do Deus da Guerra, a Bruxa do Crepúsculo, tinha sido uma mulher bonita. Ela tinha deixado seu belo cabelo laranja crescer longo, sua cor reminiscente de um pôr do sol vibrante, e ela tinha olhos azuis celestes que não pertenciam nem ao dia nem à noite, mas eram mais de um tom crepuscular.

Seu rosto… não se parecia em nada com o de Noir. Se ele examinasse sua personalidade em detalhes, havia muitas diferenças entre as duas. No entanto, havia semelhanças na maneira como elas flertavam abertamente com ele, muitas vezes buscavam contato físico e gostavam de sussurrar em seu ouvido.

“Mesmo que você reencarne, sua verdadeira natureza permanece a mesma?” A testa de Eugene se franziu enquanto ele pensava sobre isso.

Noir e Eugene estavam atualmente em uma loja de departamentos localizada na fronteira entre A Praça da Fantasia e A Praça da Aposta. Eles estavam em um andar VIP que lidava exclusivamente com bens caros e de luxo, aos quais nem sequer se podia entrar a menos que se possuísse uma quantidade considerável de riqueza.

Embora fosse um andar VIP, na verdade havia bastante gente se divertindo fazendo compras quando eles chegaram. Havia nobres de todo o continente, alguns membros da família real de países menores e até alguns dos demônios de Helmuth.

— Não pode ser… Esse realmente é…

— Eugene Lionheart?

Embora estivessem causando um grande espetáculo e atraindo os olhares de todos presentes, Noir realmente pretendia que eles continuassem fazendo compras ali, independentemente disso?

Sentindo-se irritado, Eugene desviou o olhar para um alvo. Embora muitos pares de olhos estivessem claramente olhando para ele e sussurrando, aquele que realmente incomodava Eugene pertencia a um dos demônios.

Esse demônio era um Barão. Este não era um título muito alto, mas este Barão era dito possuir um feudo bastante próspero pelos padrões de Helmuth.

Para aqueles que possuíam tal território, a maioria provavelmente teria perdido o controle dele em uma batalha territorial com outros demônios. Ainda assim, no caso deste Barão, ele conseguia manter a posse de seu território fazendo com que outros demônios de ranking mais alto estendessem laços de lealdade para com ele em troca de apoio material.

Enquanto Eugene silenciosamente liberava sua intenção assassina em direção ao homem, o sangue começou a drenar do rosto vermelho brilhante do Barão enquanto ele ficava ligeiramente pálido.

Eugene rolou os ombros, encarou o Barão em retirada e falou em voz alta para ser ouvido.

— A mera presença de um maldito tão horroroso não é uma obstrução aos negócios?

A aparência do Barão era de fato horrenda. Sua pele era vermelha, ele tinha três olhos e tinha pernas de bode em vez de sua parte inferior do corpo.

Embora Eugene estivesse abertamente insultando-o, o Barão não respondeu e apenas deixou o andar.

O Barão não foi o único assustado pela irritação de Eugene. Os outros convidados no andar VIP pararam de sussurrar e ficaram de boca fechada, agindo como se não tivessem acabado de fofocar anteriormente. Mesmo com isso, o humor de Eugene não melhorou.

— Enquanto puderem pagar, todos os clientes são iguais. — Noir disse com um murmúrio pensativo enquanto estendia todos os dez dedos. — Claro, também tenho que admitir que o Barão Horst é horrível. No entanto, até mesmo essa feiura pode se tornar uma estética única contanto que ele tenha dinheiro suficiente.

Eugene reclamou:

— Por que você não cobriu esta área em sua sugestão?

Noir sorriu:

— É tudo para o seu bem, Eugene.

Como havia ouvidos ouvindo-os de todos os lados, Noir não chamou Eugene pelo seu outro nome, Hamel. Isso também foi uma coisa afortunada para todos os clientes na loja de departamentos.

Se Noir tivesse cometido um deslize e dito o nome “Hamel”, Eugene teria que capturar ou matar todos ao redor deles para evitar que o boato se espalhasse.

— Como a pessoa gentil que sou, permita-me informar diretamente. O Barão Horst doou dinheiro para vários outros demônios, e entre eles estão alguns dos demônios que se arrastaram para o deserto. — Noir desviou os olhos de seus dedos para olhar para o rosto de Eugene. Com um sorriso, ela continuou. — O Barão Horst com certeza vai transmitir sua situação de uma maneira muito natural.

— Pela minha situação, você está falando sobre como eu, o Herói, e você, Noir Giabella, viemos aqui, apenas nós dois, para comprar anéis? — Eugene sibilou enquanto tentava manter a raiva sob controle.

Com essas palavras, Noir soltou uma risada e assentiu:

— Isso mesmo!

— E se esses… fatos… se tornassem conhecidos, como exatamente isso ajudaria minha posição? — Eugene rosnou.

— Quem sabe? De qualquer forma, algo vai mudar, não é mesmo? — Noir deu uma tosse nervosa. — Ahem, antes de tudo, deixe-me deixar isso claro. Você sabia que Amelia Merwin não gosta muito de mim? E eu também não gosto muito de Amelia Merwin. Na verdade, nós duas nos odiamos. E você, Eugene, você também a odeia!

— … — Eugene ficou em silêncio.

— Bem… você já ouviu o ditado, o inimigo do meu inimigo é meu amigo, não ouviu? Tenho certeza de que Amelia Merwin não terá escolha a não ser ficar chateada quando souber que estamos próximos o suficiente para comprar anéis juntos. — Noir tentou convencer Eugene.

Eugene a olhou desconfiado:

— Você está falando sério agora?

— Ei, é claro que não estou falando sério. Estou apenas falando por falar. — Noir disse, mostrando a língua com um sorriso brincalhão.

Eugene reprimiu o pensamento de ir até ela naquele momento e chutá-la no queixo, cortando assim a língua dela.

— Se você terminou de olhar por aí, podemos sair logo? — Eugene perguntou impacientemente.

— Por que está com tanta pressa? A noite ainda está longe de acabar. Além disso, Eugene, se sairmos agora, não há mais nada para fazermos, certo? — Noir apontou, mexendo os dedos enquanto olhava para Eugene.

Talvez percebendo o que significava sentir um olhar ‘queimar’, Eugene ficou tão perturbado que começou a sentir arrepios.

— É claro… — Noir disse lentamente. — Eu poderia fazer esta longa noite parecer durar tanto um momento quanto uma eternidade. Eugene, por mais arrogante que você possa parecer, quando subir na minha cama, eu—

— Grrrr. — Eugene rosnou na garganta.

Noir fungou.

— Hm, eu poderia ter garantido que você não tivesse arrependimentos. Tudo bem, tudo bem, não direi mais nada sobre te levar para minha cama, mas em vez disso, venha aqui e fique ao meu lado.

— Eu consigo ver tudo claramente daqui. — Eugene insistiu.

— Mesmo que seja o caso, ainda seria melhor ver de perto, certo? Afinal, isso tem a ver com os momentos finais de nossas vidas, então não quero tomar a decisão sozinha. — Noir disse persuasivamente.

— Você vai fazer o que quiser, de qualquer forma. — Eugene disse, não se movendo do lugar.

Todos os dez dedos de Noir agora tinham anéis os adornando, e ela já havia passado algum tempo escolhendo esses anéis. Além disso, esses dez foram deixados depois que Noir podou extensivamente sua seleção. Mesmo voltando apenas algumas dezenas de minutos, Noir havia considerado dezenas de anéis diferentes.

Esses dez anéis eram o que havia restado após um longo e extenso processo de filtragem.

Todos tinham formas semelhantes. Nenhum deles tinha grandes joias embutidas, mas isso não significava que não pudessem ter algumas joias menores em seu design. A maioria dos anéis tinha designs simples sem muitos enfeites. Falando honestamente, eram todos anéis comuns que eram difíceis de distinguir uns dos outros à primeira vista.

— Parecem um pouco simples demais para você. — Eugene eventualmente deu sua opinião.

— Não é? Eu também acho. — Concordou Noir.

— Então você deveria escolher algo diferente. — Sugeriu Eugene.

— No entanto, por alguma razão, sinto que estou sendo atraída por anéis como esses. — Murmurou Noir, inclinando a cabeça para o lado em confusão.

Depois de continuar pensando nisso por algum tempo, Noir tomou uma decisão e escolheu um dos anéis. O anel que Noir escolheu era um anel de ouro que emitia um brilho suave. Ela assentiu com a cabeça com uma expressão satisfeita.

Noir virou-se para ele.

— Eugene, você também deveria experimentar um. Já que precisará servir no seu dedo.

Eugene franziu o cenho.

— Sa—

— Você vai dizer “saia”, não vai? — Noir falou por cima dele. — Tudo bem, entendi. Vou fazer a escolha sozinha. Mesmo sem você usar pessoalmente, consigo mais ou menos dizer qual é o tamanho do seu anel apenas olhando para seus dedos, sabe? Na verdade, não há necessidade nem de medir. Não é como se este fosse um anel barato, então ele será capaz de se ajustar ao contorno do seu dedo, não importa em qual dedo seja colocado.

Noir bateu palmas e um dos funcionários que esperavam se adiantou.

— Não há necessidade de embrulhar os anéis. Nós os levaremos assim. — Instruiu Noir.

— Se desejar, também podemos gravar os anéis, Vossa Alteza. — Ofereceu o funcionário.

— Gravar? Uma gravação, hmm… — Noir ponderou a possibilidade por alguns momentos antes de sorrir e balançar a cabeça. — Eu mesma farei isso.

Noir poderia ter mandado a loja gravar o nome de Eugene em seu anel, mas em vez desse nome, ela queria gravar o nome “Hamel” em vez disso.

Os anéis flutuavam acima de sua palma enquanto eram embrulhados em camadas de seu poder negro. Não demorou muito para gravar o nome dele no interior de um dos anéis.

— Este é meu. — Disse Noir com um sorriso brilhante ao segurar seu anel em direção a Eugene.

O nome “Hamel Dynas” estava escrito no interior do pequeno anel que tinha o tamanho para caber no dedo anelar de Noir.

— E este é seu. — Disse Noir, segurando o outro anel.

Este tinha o nome “Noir Giabella” gravado no interior. Enquanto observava a expressão de Eugene se contorcer, Noir riu e colocou seu anel no dedo anelar da mão esquerda.

— Vou manter seu anel comigo. — Informou Noir a ele. — Porque se eu te der, você certamente o jogará fora.

Seus dedos longos e esticados puxaram uma mecha de seu próprio cabelo. A mecha quebrada de cabelo foi passada pelo anel de Hamel e transformada em um colar preto.

Na verdade, Noir queria que Eugene pendurasse este colar em seu pescoço, mas Noir sabia muito bem que não havia como o homem concordar em fazer isso. Então ela pendurou o colar em seu pescoço com suas próprias mãos enquanto se dirigia para Eugene.

— Vamos. — Disse Noir.

— Para onde? — Eugene perguntou.

Noir sorriu.

— Já que já viemos à loja de departamentos, não seria uma pena encerrar nossa viagem de compras e retornar depois de apenas comprar alguns anéis? Não há nada que você queira que eu compre para você?

— Não há nada. — Eugene negou categoricamente.

— Mas sinto que aquelas duas garotas têm muitas coisas que poderiam querer. — Provocou Noir.

— Também sou muito rico. — Eugene disse defensivamente.

— Mas há algumas coisas que nem o dinheiro pode comprar. — Disse Noir enquanto passava por Eugene.

Embora não tivesse nenhum desejo de segui-la — na situação atual — Eugene não teve escolha senão fazê-lo.

Eventualmente, Eugene suspirou e seguiu Noir para fora da loja.

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