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Damn Reincarnation – Capítulo 69

O Túmulo (5)

A técnica de saque rápido era, em termos simples, uma técnica para puxar a lâmina de sua bainha e cortar com ela em um movimento contínuo. Ele foi feito para pegar o oponente desprevenido e, se bem feito, também poderia ser usado para cortar coisas a uma distância extremamente próxima diretamente.

O problema era que geralmente não era tão poderoso. Não importava o quão rápido a espada fosse retirada de sua bainha, era muito melhor apenas entrar na postura correta e cortar com toda a força de seus braços.

Mas isso era apenas no que dizia respeito a uma espada comum. A Espada do Luar realmente não tinha uma lâmina física; todo o comprimento da lâmina, exceto por um pequeno pedaço do ricasso, era feito de puro luar.

Normalmente, essa técnica de saque rápido exigia atenção e cuidado especiais; ao cortar logo após o saque, a lâmina poderia sofrer danos ao atingir o oponente no ângulo errado, então a velocidade do saque era um pouco limitada.

Mas com a Espada do Luar, não havia necessidade de se preocupar com isso. Tudo o que tinha que fazer era sacar e cortar, sem pausa no meio. Graças a isso, era possível elevar a velocidade do corte inicial ao limite. E quanto ao poder?

Essa era uma pergunta boba.

A Espada do Luar era a ruína na forma de uma espada.

Era como se Eugene tivesse acabado de sacar uma lua crescente, ou pelo menos era o que parecia aos seus olhos. No momento em que tirou a espada da bainha, a espada de luz pareceu se tornar uma lua nova.

Sua luz iluminou a escuridão. Não… Não apenas iluminou. Ele quebrou a escuridão.

Craaash!

As garras do Cavaleiro da Morte que se aproximavam de Eugene foram quebradas pelo luar e completamente apagadas da existência. Os olhos do Cavaleiro mostravam que ele não entendia o que acaba de acontecer.

— Huff…

Enquanto respirava fundo, Eugene avançou.

Embora só tivesse brandido a espada uma vez, já parecia que estava engasgado por falta de ar e sua visão estava embaçada. Esses eram os sintomas típicos de esgotamento de mana. Uma vez que o tanque de mana de Eugene chegasse completamente ao fundo, ele ficaria exausto e não teria escolha a não ser entrar em colapso.

“Posso fazer mais duas vezes antes de…”

Eugene pensou que teria controle suficiente sobre o poder da espada, mas como esperado, as suposições que havia feito antes de tentar usá-la estavam bastante erradas. Ainda assim, o poder desse corte o satisfez.

Mesmo que só tenha brandido a espada uma vez, ele esmagou completamente o ataque que se aproximava.

O Cavaleiro da Morte não conseguia compreender o que havia acontecido. Definitivamente tinha usado suas garras. Não havia como aquele intruso cansado e exausto ser capaz de responder. Tinha a intenção de cortar os braços do intruso e colocá-lo de joelhos.

Mesmo assim, falhou. As garras que estavam indo em direção à sua presa foram quebradas por uma luz pálida, e as manoplas do Cavaleiro da Morte agora também estavam quebrando em pedaços.

Eugene estalou a língua ao ver isso.

— Tsc. Eu estava tentando cortar seu braço.

O plano de Eugene era o mesmo do Cavaleiro da Morte, e os resultados também foram idênticos: nenhum dos dois acabou atingindo seu objetivo. O Cavaleiro não conseguiu cortar os braços de Eugene, e Eugene também não conseguiu cortar o braço do Cavaleiro.

“Eu superestimei o poder da espada? Ou pode ser que… Eu estava esperando muito dela, e sua força realmente caiu mais do que eu pensava desde que foi quebrada?”

Como não tinha mana suficiente, Eugene não conseguiu testar sua força antes. O que estava claro era que, com seu poder atual, a Espada do Luar não poderia destruir completamente o corpo do Cavaleiro da Morte.

“Eu também cortei o Cavaleiro da Morte algumas vezes anteriormente, mas não consegui realmente feri-lo.”

O que diabos fizeram com o cadáver de uma pessoa? Enquanto Eugene rangia os dentes com raiva, ele se aproximou do Cavaleiro.

Graaaah! — o Cavaleiro da Morte rugiu.

Pode não ser capaz de entender o que aconteceu, mas a causa do mistério era clara. Aquela luz sinistra havia quebrado seu poder demoníaco.

O poder demoníaco era a fonte de toda magia negra. Um morto-vivo de alto escalão como um Cavaleiro da Morte não desapareceria apenas porque havia usado todo o seu poder demoníaco, mas consumir toda a sua fonte de energia para lidar com um oponente como esse apenas inflamaria ainda mais a raiva de sua mestra.

Bem, de qualquer forma, e se fosse esse o caso? A solução não era simples? Não havia necessidade urgente do Cavaleiro da Morte usar seu poder demoníaco. Olhando para o intruso, seus olhos estavam nublados e seu rosto estava pálido. Nem parecia que tinha a força necessária para andar, pois agora estava cambaleando.

Com este corpo, embora nunca tenha aprendido a esgrima adequadamente, o Cavaleiro da Morte raramente teve a sensação de que estava acostumado a brandir uma espada. No entanto, nunca foi capaz de extrair completamente esses instintos. Tendo lutado com suas garras por toda a vida, era muito mais fácil e eficiente continuar usando suas garras ao invés de empunhar uma espada.

O que ia fazer agora era algo que sempre gostou e foi bom. Embora não tivesse suas garras verdadeiras, o poder de aderência aprimorado do Cavaleiro poderia destruir uma folha de metal duro como se fosse apenas papel. E se seu alvo fosse um corpo humano? Não havia nada que impedisse suas mãos de perfurar um corpo humano e rasgá-lo.

Mesmo com sua visão embaçada, Eugene conseguia distinguir todos os movimentos do Cavaleiro da Morte. Ele realmente não usaria poder demoníaco, porque estava cauteloso com a Espada do Luar? E daí, ele ia lutar apenas com o corpo nu? Sem segurar nenhuma arma?

Contra ele?

— Eu realmente não acho que seja uma boa ideia. — comentou Eugene ao ver o Cavaleiro da Morte se preparando para atacá-lo apenas com sua carne nua: — Seu maldito insolente.

Enquanto Eugene ria, ele trocou a Espada do Luar para sua mão esquerda. Então, puxou Winith com a direita. Apenas manter a luz da Espada do Luar estava consumindo toda a sua mana, então Eugene não podia se dar ao luxo de arrastar isso por muito tempo.

“Embora Vermouth, aquele desgraçado, fosse capaz de empunhá-la como se fosse apenas uma espada comum.”

Aquele filho da puta monstruoso… Mas Eugene tinha coisas mais urgentes a fazer do que relembrar o passado. Agora, um monstro o estava atacando.

Bam!

As mãos balançando eram tão selvagens como sempre, mas talvez porque não estivesse usando poder demoníaco, o oponente de Eugene não se sentia tão arrogante quanto antes. Eugene avançou com a mão em que estava Winith e mergulhou em seu peito. Quando a Espada do Luar foi levantada ligeiramente, o Cavaleiro da Morte se encolheu e saltou para trás.

“Eu nem sequer brandi,” Eugene zombou.

Ele cortou a cintura do Cavaleiro em retirada com Winith. O som de metal raspando contra metal soou. Embora Eugene só tivesse conseguido fazer um corte raso, isso foi o suficiente. O vento que explodiu de Winith envolveu o corpo do Cavaleiro da Morte.

Era o espírito do vento, Gale.

Kwaaaah!

O corpo inteiro do Cavaleiro da Morte foi engolido por um redemoinho. Enquanto mantinha a luz da Espada do Luar, Eugene calculou as coordenadas do Cavaleiro. Quando suas chamas azuis foram infundidas no redemoinho, elas envolveram os membros da criatura.

Gah! — O Cavaleiro rugiu enquanto tentava libertar seus membros.

Não estava usando poder demoníaco, apenas a força de seu corpo nu, mas mesmo assim, cada movimento de seus membros criava uma forte explosão de vento, afastando o vento invocado pelo espírito.

O olhar de Eugene viajou para cima em direção ao teto. Rachaduras finas se espalharam por ele como uma teia de aranha da batalha anterior. Depois de calcular a localização de seu epicentro, Eugene lançou um feitiço.

Bruuum!

O teto desabou e incontáveis ​​fragmentos de metal caíram sobre a cabeça do Cavaleiro da Morte. Eles não estavam apenas caindo naturalmente também. A magia de Eugene foi infundida em cada um dos fragmentos, transformando-os em projéteis que poderia mover como desejasse.

Bam-bam-bam!

Os projéteis seguiram o Cavaleiro da Morte enquanto ele tentava fugir e perfuraram sua carne ainda assim. Desse modo, Eugene foi capaz de fazer o Cavaleiro se mover de acordo com sua vontade.

— Se meu corpo estivesse em melhor forma, eu poderia cuidar de você apenas com minhas próprias mãos. — Gabou-se Eugene.

Parecia que alguns de seus ossos estavam quebrados, e sempre que se movia, havia uma dor latejante vinda de seus órgãos internos. Eugene suspirou arrependido e bateu no chão com o pé.

Fwoosh!

Chamas azuis irromperam de seus pés e se transformaram em uma mão que disparou contra o Cavaleiro da Morte.

Graawh! — O Cavaleiro da Morte rugiu e rapidamente se virou.

A mão de fogo mal passou por seu peito, arrancando uma ombreira.

Mais uma vez, sua armadura foi quebrada. Os olhos do Cavaleiro da Morte rolaram de raiva. A raiva frenética interrompeu sua capacidade de raciocinar, e uma fúria monstruosa foi despertada. O Cavaleiro da Morte ergueu as mãos no ar, formando garras gigantes.

Eugene zombou disso.

— É por isso que, se você se segurar, vai virar um saco de bosta, seu idiota.

As garras rasgaram o redemoinho em chamas. O Cavaleiro da Morte se libertou e balançou os dois braços para Eugene.

— Mas você já é um saco de merda mesmo.

Eugene achatou seu corpo e mergulhou sob o Cavaleiro da Morte. Os fragmentos de metal presos em sua armadura começaram a se mover de acordo com a vontade de Eugene. O corpo do Cavaleiro da Morte estava congelado no ar — foi apenas por um momento, mas foi o suficiente para criar uma abertura. De qualquer forma, com a mana restante de Eugene, era impossível para ele controlar completamente os movimentos do Cavaleiro da Morte.

A leve rigidez nos movimentos do Cavaleiro deu a Eugene tempo mais do que suficiente. Raios de luar brilharam quando a Espada do Luar perfurou o peito do Cavaleiro da Morte e atingiu com precisão a gema avermelhada em seu núcleo.

O Cavaleiro nem foi capaz de fazer qualquer agonia final. Quando a espada de luz da Espada do Luar se dissipou, seu corpo caiu no chão. Para não ficar preso embaixo do cadáver, Eugene rapidamente saiu do caminho.

Uwagh… — Ele então começou a ter reflexos de vômito, mas nada saiu.

Parecia que havia mantido um bom controle da espada de força, mas sua mana já estava muito baixa para começar. Eugene teve mais alguns reflexos de vômito antes de se levantar.

“Ainda assim… Pelo menos isso é melhor”, Eugene se confortou.

Ele estava em um estado melhor do que estaria se tivesse sido forçado a usar Ignição. Eugene respirou fundo e esfregou os lábios. Um olhar para a Espada do Luar revelou que ela não estava mais emitindo a luz, então sua lâmina estava praticamente desaparecida.

— Essa espada de merda. — Murmurou Eugene enquanto colocava a Espada do Luar de volta na bainha.

Então ele cambaleou fracamente até o Cavaleiro da Morte. Embora tivesse faltado qualquer senso de vitalidade desde o início, sendo apenas um cadáver morto… Agora estava totalmente morto. Eugene sentiu seu núcleo quebrar na ponta de sua espada e também viu quebrar.

Tudo o que restou foi o cadáver de Hamel e Eugene parado ali, inexpressivo, olhando para seu próprio cadáver.

Este cadáver provou que não era um Cavaleiro da Morte comum. Com um Cavaleiro da Morte comum, no momento em que o núcleo contendo a alma fosse destruído, o corpo também desapareceria. No entanto, o cadáver ainda havia sido deixado na frente de Eugene.

— Isso é uma merda. — Eugene finalmente murmurou.

Não deveria haver limites para o quanto você pode insultar alguém que morreu? Não só eles ousaram invadir o túmulo de alguém, até transformaram seu cadáver em um Cavaleiro da Morte? Apertando os dentes, Eugene levantou Winith para cima. Por enquanto, sua prioridade era destruir essa coisa e depois fugir com Laman, que ainda estava deitado atordoado do outro lado da porta.

A espada desceu.

Ou, pelo menos, tentou.

Seu braço não se movia.

Eugene cerrou os dentes. Aproveitando o que restava de sua força e mana, ele tentou colocar força em seu braço, mas estava completamente imóvel. Não era apenas o braço dele também. Todo o seu corpo estava sendo mantido contra sua vontade, incapaz de se mover.

— Porra… — Eugene bufou e cuspiu um xingamento.

Estar tão cansado que não conseguia se mover… Não era a causa. Em vez disso, todo o seu corpo estava sendo amarrado por uma grande força invisível.

— Não podemos conversar sobre isso cara a cara? — Eugene pediu.

Ele queria virar a cabeça para olhar ao redor, mas não foi capaz de fazê-lo. Tudo o que Eugene podia fazer naquele momento era mover os lábios e soltar a voz. E o fato de que foi capaz de fazê-lo, foi porque lhe deram permissão para abrir a boca e falar.

— Estou pensando no que devo fazer com você. — Uma voz se aproximou dele. — Muitas ideias me vêm à mente, mas a que mais me atrai é… Essa. Vou arrastá-lo para a superfície comigo, ainda amarrado assim. Então vou jogá-lo em alguma areia quente. Claro, não vou deixar você morrer sufocado assim. Vou me certificar de deixar buracos para seus olhos, nariz e boca.

— Você é muito gentil. — Disse Eugene sarcasticamente.

— Vou me certificar de que sua boca esteja congelada aberta, incapaz de fechar. Seus olhos também serão incapazes de fechar. Em pouco tempo, seus globos oculares secarão e se quebrarão em pedaços, e sua língua se tornará como um galho murcho. A voz agora vinha das costas dele.

— Acho que vou ser queimado até a morte na areia antes mesmo disso acontecer. — Apontou Eugene.

— Não, você não vai. Porque não vou permitir que isso aconteça. E depois disso… Você sabe o que é um espantalho? — A voz perguntou.

Eugene respondeu:

— Claro.

— Você vai se tornar o espantalho deste deserto. Vou quebrar todos os ossos de suas pernas, enrolá-los um ao redor do outro e amarrá-los firmemente com seus músculos e vasos sanguíneos para que não se desfaçam. Então vou enfiar longas hastes de ferro em cada um desses seus dedos. — A voz bateu em uma das mãos de Eugene com um dedo frio enquanto dizia isso: — Daqui… Vão subir pelos seus antebraços… E vão passar pelos seus ombros até chegarem às pontas dos dedos do lado oposto, de modo que você será obrigado a manter os braços bem abertos.

— Porém… Você não será capaz de ver o que acontece com seu corpo, porque seus olhos já terão se transformado em pó. Bem, mesmo que não possa vê-lo, certamente será capaz de senti-lo. Não vou permitir que fique tão insensível à dor a ponto de bloquear essas sensações.

— Se você for tão longe, provavelmente já estarei morto de choque. — Apontou Eugene.

— Já disse que não vou deixar você morrer. — Repetiu a voz: — Você… Não importa o que aconteça com seu corpo, você nunca vai morrer. É assim que continuará me servindo como espantalho deste deserto. Por muito, muito tempo, até que eu finalmente me canse de você, vou fazer você ficar em um lugar onde eu possa vê-lo, em sua única perna torcida, com os braços bem abertos.

— Hah…

— Você sabe quem eu sou?

O toque viajou de sua mão até o braço e depois acariciou o pescoço de Eugene. Em contraste com suas palavras horríveis, seus dedos eram macios e quentes.

— Você é Amelia Merwin. — Disse Eugene, sentindo nojo ao toque dela.

— Parece que está bem ciente. Eu sou Amelia Merwin. — Ela confirmou: — A Mestra do Deserto. O Espinho Negro. A Resposta à Morte. Essa sou eu.

A mão dela parou de acariciar seu pescoço. Suprimindo suas emoções ferventes, Eugene continuou olhando para frente.

Amelia Merwin tinha pele morena e cabelos longos e escuros que desciam pelas costas. A expressão em seu rosto era ilegível, porque sua boca estava coberta por um véu branco. Embora seus olhos roxos estivessem fixos em um olhar calmo, Eugene podia sentir uma terrível intenção assassina escondida nas profundezas daquelas pupilas.

— Você quebrou meu bichinho. — Amelia acusou.

— Seu bichinho? — Eugene perguntou.

Amelia apontou para o Cavaleiro da Morte a seus pés: — Pode ter sido um bichinho inútil, mas era meu. Seja para intimidá-lo, destruí-lo ou matá-lo, esse é o tipo de coisa que apenas seu mestre pode decidir.

— Você realmente criou um animal de estimação bastante nojento. Não deveria pelo menos dar banhos regularmente? O cheiro de cadáver era realmente… — Eugene não conseguiu terminar de falar.

Pow!

O cajado que Amelia Merwin estava segurando bateu no rosto de Eugene.

— A única que pode dizer esse tipo de coisa sou eu, a dona dele. — Repreendeu Amelia.

Eugene cuspiu o sangue que escorria dos cortes dentro de sua boca. O cajado de Amelia era feito de vários ossos, com o crânio com chifres de uma cabra como o pomo. Felizmente, os chifres estavam curvados na direção oposta, então ele havia levado um tapa na boca. Se tivesse sido atingido da maneira errada, Eugene agora teria um buraco no rosto.

— Seu bichinho quase me mordeu. — Disse Eugene com um sorriso, revelando dentes ensanguentados: — Não, em vez de morder, na verdade tentou me arranhar. Se eu tivesse sido menos cuidadoso. Eu poderia ter morrido.

Amelia respondeu:

— Você vai se arrepender de não se permitir morrer assim.

— Balzac Ludbeth. — Disse Eugene enquanto mais uma vez cuspia o sangue que continuava fluindo em sua boca: — Você sabe quem é, certo?

Em vez de responder imediatamente, Amelia olhou para Eugene. Depois de um tempo, ela balançou a cabeça levemente. A cada sacudida, um som de campainha vinha dos grandes brincos de ouro em seu ouvido.

— Eu realmente não consigo pensar por que você mencionaria tal nome neste momento. — Amelia disse finalmente.

— Não é algo de que me orgulhe tanto, mas por acaso conheço Balzac. Você sabia que ele realmente escreveu uma carta para mim e me disse para entregá-la a você se nos encontrássemos?

— …

Amelia ficou em silêncio enquanto seus olhos se estreitavam.

Ainda olhando para Eugene, ela deu um passo para trás. Então as amarras invisíveis que seguravam o corpo de Eugene também desapareceram. Eugene caiu no local e respirou fundo.

— Haverá consequências por dizer tais palavras. — Amelia o advertiu: — Eu realmente não gosto de ouvir o nome dele.

Eugene concordou.

— Também não gosto de dizer o nome daquele maldito.

Ele poderia matá-la? Eugene considerou isso por um momento enquanto colocava a mão dentro de seu manto. A oponente era uma maga. Não importava o quão rápido ela estivesse conjurando magia, ainda deveria haver uma pequena abertura. Se ele pudesse tirar vantagem dessa abertura, seria capaz de matá-la?

Eugene imediatamente chegou a uma conclusão: “Eu não consigo matá-la.”

Ele queria tentar usar a Ignição, mas mesmo que o fizesse, não funcionaria. Ela era diferente do Cavaleiro da Morte. Amelia Merwin era uma Maga Negra considerada uma das pessoas mais fortes do mundo inteiro. Para o atual Eugene, mesmo que tivesse cem chances, ainda seria impossível matar Amelia.

Eugene deixou de lado seus arrependimentos e tirou a carta de Balzac de seu manto. Não havia necessidade de entregá-la pessoalmente. Assim que Eugene pegou a carta, ela saiu de sua mão e voou para Amelia.

— Este selo. — Amelia murmurou enquanto olhava para o selo de cera que selava o envelope: — É realmente de Balzac. Não consigo entender. Quem é você para que Balzac tenha lhe dado uma carta?

— Ele disse que gostava de mim. — Eugene ofereceu como explicação.

— Você sabe o que esta carta significa?

— Ele disse que se eu tivesse esta carta comigo, você não me mataria.

— Isso não é exatamente correto. — Amelia continuou falando enquanto olhava para o envelope: — Recebi uma ajuda de Balzac em certo momento, há muito tempo, e em troca prometi lhe dever um favor.

Eugene ouviu em silêncio.

— …

— Esse favor deveria ser de grande valor para Balzac. Porque com isso, poderia fazer um pedido a mim, Amelia Merwin. Por décadas, ele não me pediu nada, o que significa que nunca teve um problema que o obrigasse a usar esse meu favor.

Fwoosh!

A carta de Balzac foi envolta em chamas negras e desapareceu.

— Você sabe o que estou tentando dizer. — Os olhos de Amelia se voltaram para olhar para Eugene mais uma vez: — Já que ele lhe deu esta carta, significa que você pode me fazer um pedido em nome de Balzac. Embora dependa de mim ver se estou disposta a ouvir seu pedido.

— Bem, isso é bastante coisa. — Disse Eugene, sem saber o que dizer.

— Se você não quer morrer, então me peça para poupá-lo. — Aconselhou Amelia: — Se fizer isso, então não vou te matar. No entanto, não vou deixar você ir também. Por que veio aqui, como chegou aqui e o que está fazendo aqui? Eu preciso ouvir as respostas para essas perguntas.

— Quero me suicidar. — Mentiu Eugene.

— Já lhe disse que cabe a mim atender ou não ao seu pedido. — Ao dizer isso, seu véu tremeu de rir. Amelia inclinou a cabeça para o lado enquanto continuava falando: — Então vou dar duas opções para você escolher. Se optar por não falar, respeitarei sua escolha. Isso significa que vou te matar. Se escolher viver, vou poupá-lo. Mas em vez disso, vou ouvir tudo que quero saber de você.

— …

Essas opções deixaram Eugene sem palavras.

Amelia tentou tranquilizá-lo:

— Não se preocupe muito. Não vou brincar com minhas palavras fazendo algo como poupar você, mas te deixando aleijado. Quanto à tortura? Não há necessidade disso. Além da tortura, há muitas outras maneiras de obter minhas respostas de você.

— Estou realmente muito interessada em você. Como chegou até aqui, quando nem o sultão conhece esse lugar? Os únicos que devem ter algum conhecimento deste local são os Xamãs de Areia. Havia um rato entre eles que estava em comunicação com você? Mas isso seria muito estranho. Eles não deveriam ter uma razão para fazê-lo…

Porra, Balzac. Se ele ia escrever uma carta como essa para Eugene, não deveria pelo menos ter lhe dado uma explicação adequada? Embora Eugene se sentisse bastante insatisfeito por causa disso, na verdade, não havia necessidade de Balzac sentir vergonha. Como Balzac poderia ter imaginado que Eugene realmente invadiria o território de Amelia Merwin e destruiria uma de suas posses?

“O que devo fazer?”, perguntou Eugene a si mesmo.

Ele não poderia fazer algum outro pedido? Além do suicídio.

— E se eu lhe pedir para não me perseguir? — Eugene perguntou timidamente.

— Então não vou persegui-lo. Mas esse pedido não significa que eu poupe você, não é? — Amelia apontou.

Mesmo que Eugene pudesse de alguma forma sair dessa situação, ainda havia muitos problemas. Amelia faria tudo o que pudesse para obter essas respostas de Eugene, mas Eugene absolutamente não queria falar nada sobre isso.

Se ela lhe perguntasse por que ele veio até ali? Ele poderia dizer “por acaso”, é claro, mas Amelia nunca acreditaria nele. Em primeiro lugar, já que ela havia dito que faria com que ele falasse sem recorrer à tortura, isso significava que usaria magia, e os feitiços de manipulação mental que uma Maga Negra como ela poderia usar eram capazes de simplesmente ignorar a vontade de seu alvo e extrair as respostas certas.

— Parece que sua mente está acelerada. Seja o que for que está pensando… Gostaria que eu ouvisse e aceitasse como seu pedido? — Amelia perguntou com uma risada enquanto apontava o dedo para Eugene.

Uma luz escura brilhou na ponta de seu dedo. Eugene estava consciente da Espada do Luar, cujo punho ainda estava pendurado em sua cintura. Usando Ignição, se ele pudesse primeiro fazer um balanço com a Espada do Luar e depois fugir… Não, era impossível. Este espaço já estava sob o controle total de Amelia.

— Vou contar até três. — Sussurrou Amelia: — Um.

Ele poderia usar o nome do clã Lionheart? Amelia sequer respeitaria os Lionhearts? O nome era capaz de dissipar as dúvidas dessa Maga Negra desgraçada?

— Dois.

Ele deveria apenas dizer a verdade? Mas o que deveria dizer? Eugene entrou no túmulo, abriu a porta que nem Amelia conseguiu abrir, e encontrou a Espada do Luar lá dentro… Tudo parecia um absurdo. Se dissesse algo assim, Amelia poderia poupar Eugene, mas definitivamente tiraria a Espada do Luar dele.

— …

Houve uma pausa inesperada, pois Amelia não falou ‘três’.

Com uma expressão surpresa, ela inclinou a cabeça e olhou para baixo.

Seus olhos estavam no cadáver de Hamel; os restos do Cavaleiro da Morte.

Seus olhos se abriram e agora estavam olhando para Amelia.

— Isso poderia… Ser realmente… — Amelia murmurou enquanto dava alguns passos para trás.

Eugene sentiu náuseas, como se suas entranhas estivessem sendo reviradas, e todos os pelos de seu corpo se eriçaram quando sentiu o terror tomar conta dele.

Os dois olhos do Cavaleiro da Morte, que ficaram completamente pretos, incluindo os brancos, viraram-se para olhar para Eugene.

Eugen-não, Hamel conhecia esse olhar.

— Por que ele estaria aqui? — Amelia murmurou incrédula.

Ela lentamente se ajoelhou, mas em vez de abaixar a cabeça, continuou a encarar o Cavaleiro da Morte.

O Cavaleiro da Morte levantou-se lentamente.

“É um Rei Demônio…” Eugene pensou enquanto engolia a bile subindo no fundo de sua garganta.


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FuraTripa
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FuraTripa
1 ano atrás

Obrigado pelo cap, eita poha, não passa um alfinete poasokpdsa

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