Com a aprovação do segurança, o veículo passou sem esforço pela parede parecida com a de um castelo, e Al navegou habilmente até o estacionamento pela estrada.
A viagem foi suave e sem esforço, como água fluindo sem fazer barulho, tornando-a confortável e evitando qualquer chance de enjoo.
Forrest, que foi ajudado por Al a sair do carro, explicou:
— É graças à formação dada às pessoas vermelhas em Landa imediatamente após a aprovação das leis de trânsito.
— Leis de trânsito? Não era assim antes?
— Sim… Al, espere aqui. — Instruiu Forrest.
— Sim, chefe. Por favor, volte com segurança.
— Não se preocupe. Não estou aqui para lazer, é trabalho. Não espere aqui fora, espere dentro do carro.
— Sim, chefe.
Al inclinou a cabeça respeitosamente.
Forrest e Oliver caminharam juntos em direção ao edifício fortemente fortificado do Ministério do Interior.
Forrest explicou:
— Originalmente, pessoas de ascendência vermelha, negra e oriental não tinham permissão legal para dirigir.
— Por quê? — Oliver perguntou, surpreso.
— Os motivos são complicados. Dirigir um carro é mais complexo do que se poderia imaginar, e eles acreditavam que era muito perigoso para uma raça inferior e subdesenvolvida fazê-lo.
Forrest respondeu, batendo nas têmporas.
— Sério?
Oliver perguntou, surpreso.
Apesar da cor de pele diferente, Al impressionava Oliver com sua inteligência.
A nota que ele lhe deu sobre o trabalho no restaurante estava bem escrita, com informações detalhadas, e incluía até várias piadas divertidas.
— Pelo menos é o que afirma a oposição. Por razões científicas óbvias. — Respondeu Forrest.
— O Sr. Forrest também acredita nisso? — Oliver perguntou.
— Eu? Bem, venho de um reino abafado e sou um Landaner esnobe, mas não concordo. Você pode ver facilmente isso observando as habilidades de direção de Al. — Disse Forrest.
Oliver concordou com a cabeça. Ele havia pegado muitos táxis na vida, mas as habilidades de direção de Al estavam entre as melhores que já vira.
— Há muitas outras razões também. Pode ser que uma raça que você considera inferior a você não goste de dirigir, ou foram esforços para impedir a concorrência. — Explicou Forrest.
— Concorrência? — Oliver perguntou.
— Em Landa, você ganha a vida apenas dirigindo. Como um motorista de táxi, um motorista de caminhão… Bem, é uma ameaça para eles se os proprietários conseguirem uma força de trabalho relativamente barata. É por isso que estão clamando para impedir que pessoas de cor dirijam. — Disse Forrest.
Oliver ponderou as palavras de Forrest.
Era um pouco irônico. No passado, os caminhoneiros uniram-se aos sindicatos para lutar contra a empresa criminosa para proteger o seu direito à subsistência, ao mesmo tempo que tentavam perseguir os meios de subsistência de outros.
Era um choque pequeno, mas recente.
— E como eles conseguiram aprovar a lei? — Oliver perguntou.
— Isso é o bom de Landa. Esta cidade é altamente eficiente. Há discriminação aqui, mas é mais flexível em comparação com o reino. Eles aprovaram, porque pensaram que poderia aumentar a utilidade geral da cidade. Houve resistência, mas era comum e foi exterminada… É por isso que pessoas como eu gostam de Landa.
Forrest disse cordialmente. Ele parecia apreciar Landa genuinamente.
— Ah, chegamos.
Forrest disse quando chegaram em frente a uma porta.
A porta tinha uma placa com o nome [Paul Carver] anexado.
Forrest bateu na porta.
Toc. Toc. Toc.
— Entre. — Uma voz respondeu lá de dentro.
Oliver e Forrest abriram a porta e entraram conforme a voz havia instruído.
Lá dentro, eles viram uma montanha de documentos — na mesa, no carrinho de mão, etc.
Os papéis estavam densamente escritos com letras minúsculas, causando tontura só de olhar para eles.
Ficou claro que a pessoa que trabalhava lá estava muito ocupada.
— Olá?
Um homem, escondido atrás da pilha de papéis, levantou-se.
Ele parecia familiar para Oliver, era a mesma pessoa que havia aparecido com soldados armados com luvas de exoesqueleto e havia explicado antes do início da limpeza na Zona de Contaminação.
Ele também foi a mesma pessoa que mais tarde prendeu e questionou Oliver sobre o Marionete.
Ele estava tomando uma xícara de café morno, jogando o cabelo castanho para trás. Parecia muito cansado.
— Hmm, ha…… Lamento chamar as pessoas ocupadas aqui. — Ele se desculpou.
O oficial municipal Paul Carver falou educadamente, sem a atitude autoritária que Oliver já vira dele antes.
Forrest também respondeu educadamente.
— Não, eu entendo perfeitamente. Sou grato às autoridades municipais que trabalham incansavelmente pela prosperidade de Landa. Por favor, sinta-se à vontade para conversar. — Disse Forrest.
— Agradeço sua consideração. Espere, vamos sentar e conversar? — Perguntou Paul Carver, apontando para uma mesa de convidados limpa.
Enquanto Forrest assentia e se sentava à mesa, Carver contatou alguém por meio de um dispositivo de comunicação com fio.
— Três xícaras de café, por favor… Tem alguém que não consegue tomar café?
— Não, não há. — Forrest e Oliver responderam.
Carver assentiu e pediu o café.
— Obrigado mais uma vez por terem vindo aqui. Forrest e Sr. Dave… Em relação ao Sr. Forrest, é a primeira vez que o encontro, mas não é o mesmo com o Sr. Dave.
— Sim, você se lembrou. — Disse Oliver.
— Estou impressionado. Achei que você não fosse uma pessoa comum, mas não esperava que ganhasse tanta reputação em tão pouco tempo. Você é Solucionador há cerca de um ano, certo?
— Sim, acho que já faz quase um ano. — Disse Oliver.
— Eu sei que essa área é um pouco incomum, mas ainda assim é ótima… Onde você aprendeu? — Carver perguntou. Mas Forrest interrompeu.
— Sinto muito, Sr. Carver. Se você não se importa, podemos conversar sobre trabalho primeiro? Já que tenho que voltar rapidamente ao restaurante.
Paul Carver, que foi interrompido pela pergunta, não pareceu descontente, mas sorriu levemente.
— Você tem razão. Então deixe-me ir direto ao ponto. Vocês sabem o que está acontecendo? — Perguntou Paul Carver. Forrest e Oliver assentiram.
— A prisão foi atacada e destruída por rebeldes brutais. — Disse Forrest.
— Tenho vergonha de dizer que é verdade. Willes… Ele foi um grande homem que até serviu como professor da Torre Mágica, e não é um criminoso comum, então seu pensamento parece ser diferente. Mas desgraça é desgraça. Por causa da nossa incompetência, os cidadãos inocentes ficam acordados à noite com medo.
Paul Carver disse, parecendo genuinamente envergonhado.
Oliver ergueu ligeiramente as sobrancelhas. Ele poderia dizer que Carver estava sendo sincero ao dizer cada palavra que disse. Contrastava com a atitude intimidadora que viu durante a limpeza da zona de contaminação e a hostilidade para com os Paladinos.
De certa forma, foi interessante. Carver estava genuinamente preocupado com os cidadãos.
— Eu sei. É por isso que nosso sindicato de corretores também está cooperando. — Disse Forrest.
— Todos na cidade estão gratos por isso. — Respondeu Paul Carver.
— Então deve haver perguntas rondando sua cabeça. No meio dessa agitação, a cidade tem algo a pedir, por quê? Existe algo mais importante do que capturar um prisioneiro fugitivo que escapou da prisão? — Carver continuou.
— Isso é verdade. Não há nada mais urgente do que apagar o incêndio em casa. Mas às vezes você tem que fazer outra coisa. Como se tivesse que trabalhar mesmo que sua casa estivesse pegando fogo.
— O que está acontecendo? — Forrest perguntou:
— Então…
Kik
Paul Carver parou de falar quando a porta se abriu e uma funcionária de vinte e poucos anos entrou com uma bandeja de café.
Ela entregou o café para Oliver, Forrest e Carver com um leve sorriso.
— Por favor, me chame se precisar de mais alguma coisa. — Ela disse antes de sair da sala.
Carver tomou um gole do café fumegante e disse:
— Bebam. É muito bom. Comprei bons grãos de café, porque tinha muito trabalho a fazer.
Forrest bebeu o café conforme lhe foi ordenado.
— É realmente delicioso. Onde comprou isso? Quero usá-lo no meu restaurante. — Perguntou Forrest.
— Ah, pensando bem, o Sr. Forrest dirige um restaurante, certo? No Distrito T… Restaurante do Forrest, certo? — Carver disse, mostrando que estava ciente dos negócios de Forrest.
— Obrigado por notar. — Disse Forrest.
— Não fale nisso… Então, quanto você acha que vai custar esses grãos de café? Preço de varejo. Ouvi dizer que o dono de um bom restaurante pode dizer o preço dos ingredientes com apenas um olhar. Você pode? — Carver perguntou de repente.
Forrest não entrou em pânico, em vez disso, acariciou o queixo e respondeu:
— Não sei. Deve ser cerca de cinquenta e um mil por saca.
— Ah, isso é bastante preciso. São cinquenta e dois mil. — Disse Carver.
Oliver admirou isso. Era seguro dizer que ele acertou se a diferença fosse de apenas mil.
— Mas fora de Landa, são quarenta e um mil. — Disse Carver.
— Essa é uma grande diferença. — Oliver disse imediatamente, notando a discrepância de preços.
Todos os olhos se voltaram para Oliver quando ele perguntou:
— Existe uma razão?
— Sim, Landa é uma cidade autônoma, portanto há uma taxa adicional de imposto sobre mercadorias que entram na cidade. Chamam-se tarifas municipais, mas na verdade é um imposto autônomo. Então, basicamente, os preços aqui são quinze a vinte por cento mais altos. — Explicou Carver.
— Todos os anos lutamos com o Parlamento Central por causa disso. — Acrescentou Forrest, tomando um gole do café.
O Reino Unido parecia impor um imposto enorme a Landa. Oliver não sabia muito sobre impostos porque nunca os pagava.
Forrest perguntou:
— A propósito, isso tem a ver com o trabalho?
— Não, não há relação direta. Mas indiretamente, sim. Você sabe onde está Willes agora que fez essa bagunça? — Carver perguntou.
— Não, não sei. — Respondeu Forrest.
— Demoramos um pouco para descobrir, mas foi confirmado que ele fugiu de Landa. — Disse Carver.
— É mesmo? Essa é uma escolha natural. — Disse Forrest.
— Sim, é uma escolha natural. Afinal, com toda essa agitação, é perigoso ficar em Landa. Se ele realmente permanecesse, eu iria liberar toda a força de defesa da cidade e pegá-lo. — Disse Carver, sua ira contra Willes claramente visível.
— Mas é estranho. — Disse Carver, parecendo confuso.
— O que você quer dizer? — Forrest perguntou, querendo saber mais.
— É engraçado falar isso depois de ser atingido, mas é a primeira vez que isso acontece. Nunca esperávamos que um fugitivo violasse o acordo e atacasse tão abertamente. — Disse Carver.
“…??”
Oliver inclinou a cabeça, sem entender o que Carver quis dizer.
Felizmente, Paul Carver explicou gentilmente.
— Muitos fugitivos se escondem em Landa. Às vezes Landa pega esses caras. Mas, enquanto isso, existe um acordo implícito entre ambos. — Disse Carver.
— A cidade faz um nível moderado de busca e os fugitivos não causam danos à cidade. — Acrescentou Forrest.
— Isso mesmo, Sr. Forrest. Isto é uma grande verdade. Não faz sentido, mas é possível em Landa. Porque Landa tem que funcionar como uma cidade livre que abraça todos dentro dos seus limites, e os fugitivos não querem brincar com a cidade onde estão escondidos, seja ela qual for. É uma promessa antiga feita por interesses sobrepostos. — Disse Carver, tentando esclarecer.
— Então, é estranho. Willes e seu grupo, embora sejam rebeldes, usaram Landa quando precisavam, e estão fazendo isso… É tão importante assim salvar um colega na prisão? A ponto de queimarem os arbustos que podem os esconder em caso de emergência?
Forrest perguntou, tentando entender a situação.
Os olhos de Carver brilharam intensamente e suas mãos se entrelaçaram.
— Você entendeu rapidamente. Há muitos colegas que Willes salvou, mas um deles é o mais importante. Ele é…
— É o hacker mágico Hewitt?
Oliver interrompeu sem perceber.
Mais uma vez, os olhos de Carver e Forrest estavam voltados para Oliver.
Em particular, Paul Carver, um funcionário municipal, mostrou interesse além de uma simples surpresa.
— Sim, está certo.
Carver tirou o saquinho de café da gaveta e colocou-o sobre a mesa.
— E ele pode conseguir baixar o preço deste grão de café. — Disse Carver, com uma sugestão de sorriso.