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Hunter Academy’s Battle God – Capítulo 77

Capítulo 77

Só estavam os dois no quarto.

Sumire continuou olhando para YuSung com expectativa nos olhos.

‘Yu… YuSung… está no meu quarto!’

Parecia que ela ia morrer de felicidade.

Sumire era o tipo de pessoa que expressava tudo o que sentia em seu rosto. Mas, em contraste com as reflexões felizes e viajantes dela, a mente do YuSung só pensava no raide à masmorra.

— Beleza. Que tal discutirmos o raide agora?

— Ah, sim!

Sumire foi trazida de volta à realidade e se sentou na frente do YuSung. No entanto, uma risadinha feliz escapava da boca dela sempre que olhava para o garoto.

— Ah, hehe

— Sumire, o monstro chefão do Castelo dos Fantasmas é a súcubo, que lidera um exército de servos. Claro, tem muitos mortos-vivos entre eles.

Sumire tinha a habilidade [Chamado dos Mortos-vivos], que consumia uma certa quantia de mana para controlar os mortos-vivos. Ou seja, ela era basicamente invencível contra eles.

Claro, mesmo entre esses monstros mortos-vivos, sua habilidade não funcionava contra os fortes, de nível chefão. Contudo, seus oponentes desta vez não passavam de servos.

— É por isso que a coisa mais importante neste raide é como vamos distribuir os membros do nosso grupo.

Sumire assentiu com a explicação do YuSung. — E-então, preciso ir para algum lugar que tenha um monte de monstros mortos-vivos, né?

— Mhm. Mas o castelo é uma masmorra bem grande. Será impossível marcar a localização e o número de cada servo no mapa do Bolso.

YuSung tocou no Bolso, a fim de exibir um holograma das plantas baixas do castelo. O mapa holográfico foi criado por um grupo preliminar de raide.

NT: Planta baixa é o nome que se dá ao desenho de uma construção feito, em geral, a partir do corte horizontal à altura de 1,5m a partir da base. É um diagrama dos relacionamentos entre salas, espaços e outros aspectos físicos em um nível de uma estrutura.

Ele apontou para a entrada com o dedo.

— É por isso que precisamos escolher nosso ponto de partida com cuidado. Sumire, quero que você entre pela passagem da esquerda.

Os olhos da Sumire se arregalaram. — Ah, eu? Pode deixar! A passagem esquerda é… uma muito útil que se conecta a todos os locais do castelo, incluindo o subsolo!

Ela era uma ótima aluna que era incrivelmente proficiente em estudar. Na verdade, tinha a maior capacidade de entender conceitos de qualquer pessoa da equipe do YuSung.

— Sim. Crie um esqueleto usando um dos fios de cabelo que te dei e use o artefato e as suas habilidades para invocar os mortos-vivos.

YuSung apontou para a passagem do meio marcada no mapa do holograma com o dedo.

— Então, vamos nos encontrar bem aqui.

Sumire, que estava principalmente ouvindo silenciosamente o plano, olhou para o cabelo do garoto.

— Hum, YuSung. F-falando nisso…

— ? Tem algum problema?

YuSung inclinou a cabeça para um lado. Sumire, em resposta, acenou com as mãos freneticamente.

— N-não! Não é nada… B-bem, é que… usei todo o seu cabelo durante nosso último raide…

Sumire usou o último cabelo do YuSung na masmorra do dragão de lago. Mesmo assim, nunca tinha pegado nenhum dos cabelos caídos dele sem permissão, porque tinha medo de que ele a odiasse e a chamasse de bizarra por isso; bem similar ao que os outros tinham feito no ensino fundamental. Então reuniu um pouco de coragem para falar.

YuSung sorriu sutilmente. — Fique à vontade para me pedir sempre que precisar de mais. Você me falou que o efeito é maior quanto mais comprido o fio, né?

Em seguida, tirou a fita do cabelo, então os fios longos caíram como uma cachoeira nas costas dele, dando uma aparência diferente do usual.

Sumire olhou fixamente, como se estivesse hipnotizada, e assentiu: — Sim… é isso mesmo. T-tudo bem se eu pentear seu cabelo, então?

Até o cabelo do YuSung era precioso para ela, de modo que não queria tirar à força.

— Hum, não importa para mim — ele respondeu.

Sumire foi até a gaveta e pegou um pente. — Y-YuSung! S-se ficar desconfortável ou se te machucar… por favor, me avise!

Ela se sentou reverentemente de joelhos atrás do YuSung e começou a pentear os cabelos de cima para baixo.

‘Estou penteando o cabelo do YuSung…’

Sumire não parou, mesmo quando algumas cerdas da escova tinham coletado fios mais do que o suficiente. YuSung, que admirava, estava na sua casa, e ela estava penteando o cabelo dele com as próprias mãos; não conseguia parar.

‘Esse cheiro. É do mesmo xampu que eu uso…’

YuSung usava o xampu que todos os dormitórios dos Sete possuíam, então era óbvio que usavam o mesmo. Mesmo assim, os lábios da Sumire estavam se contorcendo de alegria.

‘Ah, se o tempo parasse agora…’

Ela não estava apenas falando sobre esse momento. Queria que YuSung ficasse na sua casa para sempre, mas isso só seria possível se ele não fosse um mero membro da equipe ou companheiro dela, mas um membro da família.

— Sumire, já tá bom, né?

YuSung amarrou o cabelo novamente com a fita.

— Ah… sim! — respondeu Sumire, murmurando com uma expressão desapontada no rosto. — É-é o suficiente. Obrigada, YuSung.

Mas, naquele momento, seu olhar se voltou para as mãos do menino. As unhas dele chamaram sua atenção; não eram longas, mas ainda chamaram sua atenção.

Sumire mordeu o lábio por um bom tempo até reunir coragem para falar.

— Bem, é que… Y-YuSung?

— Oi?

— P-posso… cortar suas unhas também?!

Um momento de silêncio.

As costas da Sumire começaram a suar frio.

— Minhas unhas? — ele repetiu, intrigado.

— Sim! — Envergonhada, começou a dar uma infinidade de desculpas. — S-sei que parece estranho, mas… as unhas são mais eficazes para invocar esqueletos do que cabelo. Posso invocar um esqueleto dez vezes com dez unhas, e… e a duração da invocação também é longa…

— Ah, verdade, você tinha mesmo falado disso antes, Sumire. Claro, pelo raide.

Por sorte, a reação do YuSung foi favorável. Sumire suspirou de alívio, com uma expressão de expectativa.

O menino estendeu a mão.

— Vou cortar e te dar.

O que significa… que era ele quem cortaria as unhas.

— Hã?! Uh

Uma situação desesperadora.

Sumire não conseguiu esconder a decepção, mas apenas por um momento. Reuniu rapidamente coragem mais uma vez.

— Só que… é importante que as unhas sejam cortadas… no mesmo comprimento para as habilidades do esqueleto… N-não é melhor eu cortar para você… já que estou acostumada a isso…?

YuSung assentiu com um rosto sincero. — É verdade. Afinal, é a sua Habilidade. Faz sentido.

Ele estendeu a mão para ela. O coração da Sumire começou a bater rapidamente.

Quando estava prestes a agarrar a mão dele, alguém abriu a porta do quarto.

Creak.

Twitch!

Quando a porta foi aberta, Sumire escondeu rapidamente o cortador de unha atrás das costas, como se tivesse sido pega fazendo algo errado.

— ? Ts-Tsuguha?

Era a irmã de nove anos.

— Ta-dah~ Mamãe fez suco~ você gosta de suco de laranja, né, mana?

— O-obrigada.

Tsuguha entregou a bandeja para a Sumire, depois olhou de volta para a irmãzinha.

— Ts-Tsuguha? Pode ir agora.

Parecia que ela queria expulsá-la do quarto o mais rápido possível.

— Hãã?! Mas também quero falar com o oppa!

Sumire empurrou a irmã para fora do quarto, mesmo com a garotinha teimando para ficar.

— Ah, hahaha… então, YuSung. Então, vamos agora…

Ela sorriu, segurando o cortador de unha nas mãos. No entanto, Tsuguha não foi a última pessoa a entrar no quarto dela.

Creak!

— Nossa, você não bebeu nenhum suco ainda? Não gostou?

Sua mãe, Suika, abriu a porta.

Lágrimas brotaram nos olhos da Sumire. — Uuu… nós íamos beber o suco mais tarde…!

— É mesmo? Fufu. Meu marido acabou de chegar em casa, e já acabei os preparativos para o sukiyaki. Podem ficar na expectativa, compramos carne bovina das caras!

— P-painho…

A expressão da Sumire parecia se entristecer.

Ao ouvir que a comida estava pronta, YuSung se levantou, segurando a garrafa de suco na mão.

— Sukiyaki…

— …?

Sumire olhou inexpressivamente para ele.

— Vamos deixar isso para depois, Sumire.

— Ah, certo! — Ela assentiu, esforçando-se para esconder a decepção. — Podemos cortar as suas unhas a qualquer momento, afinal! N-não vou esquecer, ?!

Ela ficou obcecada em fazer isso até o fim.

‘Sumire está motivada com o raide à masmorra… Ela mudou mesmo.’

YuSung, sem noção da verdade por trás das ações dela, ficou orgulhoso dessa mudança positiva.

Um banquete para funcionários de alto escalão…

Mesas e cadeiras brancas como a neve, que exalavam uma aura de luxo à primeira vista, foram colocadas ao redor do salão. Em contraste, o código de vestimenta era preto, o oposto completo.

‘Que saco… odeio este lugar.’

A vestimenta formal, cara e de alta qualidade que Lee SiWoo usava, apesar do valor, parecia desconfortável para ele. Mas o que mais o incomodava era a atmosfera da festa.

Não tinha nenhuma razão especial para que essas pessoas famosas e poderosas passassem seu precioso tempo participando de um banquete. O lugar foi preparado para que os participantes pudessem se comparar, solidificar conexões e restabelecer suas posições na hierarquia.

— Então é aqui que você estava. Papai está procurando por você há um tempo, Maknae.

NT: Maknae se refere ao caçula de uma família ou mais geralmente ao membro mais jovem de algum tipo de grupo (por exemplo, um grupo de empresários).

O mais velho, Lee SiHyuk, colocou a mão no ombro dele. SiWoo tentou afastar com sua risada habitual.

— Haha, oh, vamos, irmão. Finja que não me viu aqui.

Sons de passos~

Assim que falou isso, um homem caminhou silenciosamente até o SiWoo; ele era a única pessoa no banquete usando roupas brancas.

— Nem pensar.

A fonte da voz solene foi Lee SungHwan.

SiWoo semicerrou os olhos com uma expressão rígida. — Pai…

— Ouvi os rumores. Disseram que você está na equipe do garoto que prendeu o membro da Rebelião.

— Haha… Só tive sorte.

— Tudo o que está fazendo é inútil.

Lee SiHyuk recuou quando seu pai franziu a expressão.

Lee SungHwan era um homem com autoridade na casa. No entanto, era uma autoridade que nasceu das habilidades dele. Ele era o chefe da guarda da cidade na Coreia, que supervisionava a ordem pública e a segurança de todo o país. Além disso, era o homem que liderava a unidade de antiterrorismo, conhecida por ser uma das forças mais fortes entre as agências da Coreia.

— Com suas habilidades atuais, você será um caçador de terceira categoria, na melhor das hipóteses, não importa o quanto se esforce. Tudo o que será capaz de fazer pelo resto da vida é se tornar alguém para os outros pisarem.

Não continha raiva na voz do Lee SungHwan, porque o homem acreditava genuinamente no que estava falando.

— Mas esse não será o caso se me ouvir. — Ele olhou para SiWoo com olhos inexpressivos. — Não te disse? Que o talento que criei em você é… Tsc. Você deveria ter seguido os passos do irmão e se candidatado para guarda da cidade.

A segunda filha mais velha, Lee SeonAh, aproximou-se dele de lado enquanto estalava a língua.

— Você não ouve ninguém, né?

Ela examinou o irmãozinho da cabeça aos pés antes de soltar uma risada baixa e mordaz.

— Fiquei sabendo que você ainda leva aquele seu arco para as atividades extracurriculares.

SiWoo sorriu brilhantemente com o tom sarcástico dela. — Oh~ o que tem de errado com meu arco? Até entrei em uma competição com ele, viu?

— Mas por quê? Por que está usando um arco em vez das armas que usa desde que era criança?

A pergunta da Lee SeonAh estava repleta de raiva.

SiWoo pensou sobre isso por um momento antes de abrir a boca.

— É porque…

Só que parou no meio para suspirar. O sorriso evaporou do seu rosto, quando tirou algo do Bolso.

Wshh.

As partículas azuis se combinaram para formar uma pistola comum. Na verdade, o tipo de arma não importava para SiWoo. Havia várias dezenas de tipos diferentes de armas guardadas no Bolso dele.

Tinha uma razão um tanto instintiva para se recusar a usar armas de fogo.

Suas emoções ficaram frias.

Quando SiWoo agarrou a pistola na mão, memórias velhas começaram a inundar sua cabeça.

De volta à sua infância…

Lee SiWoo foi forçado a usar esse pedaço frio de aço… tudo devido ao egoísmo do pai.

Sua Característica, Clarividência, podia ser só de Rank F, mas Lee SungHwan sabia que só era classificada como baixa para os padrões da Associação de Caçadores, porque faltava letalidade ou algum tipo de raciocínio sem convicção.

A solução que o homem encontrou foi simples: encontrar uma maneira de preencher as lacunas na Característica do SiWoo.

Lee SungHwan disse isso ao seu filho mais novo com uma expressão séria no rosto:

[O que acontece… se alguém com visão omnidirecional ganha a capacidade de matar?]

O resultado disso foram as armas de fogo.

SiWoo começou a aprender como usá-las aos sete anos. Não possuía memórias de infância, apenas conhecimentos sobre armas.

[Use a visão reversa e a previsão para desenhar círculos concêntricos.]

[Pense no alvo como a cabeça de um criminoso! Precisa mandar tudo pelos ares!]

Assim como Lee SungHwan tinha pensado, a Característica do SiWoo, [Clarividência], era o ajuste perfeito para uma boa pontaria.

Aos nove anos, até usou um rifle para atirar em um alvo a mais de um quilômetro de distância.

SiWoo era um atirador perfeito, até mesmo reconhecido pelo chefe da guarda da cidade, Lee SungHwan. Ele estava confiante de que poderia vencer qualquer um, desde que usasse as armas que a unidade antiterrorista usava para subjugar vilões ou qualquer arma de fogo usada para caçar monstros.

Onde apontar para uma ferida fatal… Onde mirar se quisesse que sua presa perdesse a mobilidade… Era todo o conhecimento que SiWoo sabia.

Só que não usava armas de fogo.

— Se eu usar uma arma de fogo…

Sua voz foi suave, como se pertencesse a alguém completamente diferente.

SiWoo olhou para sua família com os mesmos olhos inexpressivos que seu pai tinha.

— Algumas memórias irritantes começam a ressurgir.

SiWoo não estava mais sorrindo, com a arma na mão. Até mesmo o seu jeito de falar estava diferente, quase como se sua personalidade tivesse mudado.

— Preste bem atenção, irmã. Você queria ver minha pontaria? Então, vou te mostrar.

Bang!!

SiWoo apontou para o teto e atirou.

Clink! Clang!

Um lustre caiu.

— Kyaaa!

— U-uma arma?!

Os convidados gritaram e entraram em pânico.

Lee SungHwan franziu a testa, mas SiWoo não parou. Em vez disso, continuou atirando, mantendo os olhos inexpressivos.

Bang! Bang! Bang! Bang! Bang!

Disparou o resto das balas em intervalos regulares. Quando terminou, todos os lustres tinham caído do teto.

‘Irritante…’

Seu comportamento tinha mudado completamente quando empunhava uma arma de fogo.

SiWoo saiu do salão de banquetes e verificou seu Bolso. A imagem de fundo era uma foto que tinha tirado com seus colegas de equipe num piquenique que fizeram juntos.

Ele soprou a fumaça do cano.

‘Eu sabia.’

Foi a primeira que ficou muito sentimentalista, mesmo quando segurava uma arma de fogo. A pistola na mão do SiWoo se dissolveu em partículas e desapareceu no Bolso dele.

‘Eu… deveria ter ido com eles para o Japão.’


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