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I Don’t Want This Reincarnation – Capítulo 53

Santuário Oculto (1)

Por mais desconfortável que eu estivesse, a equipe cuidou dos lacaios como deveria.

Kyaaaak!

Quando Ha Tae-heon partiu ao meio um monstro que parecia uma aranha rastejante, Kim Soo-hwan, ao meu lado, exclamou espontaneamente: — Nossa, isso foi demais!

Felizmente, Kim Soo-hwan rapidamente retornou ao se estado normal, apesar das minhas preocupações. Ele parecia feliz em ter tido uma conversa com Ha Tae-heon.

— Você viu isso? Ha Yi-gyeol-ssi? Que movimento fantástico!

— Haha… vi sim.

Acabei matando uma aranha que veio em nossa direção. Não queria dar atenção ao Ha Tae-heon por um momento, mas não consegui porque Kim Soo-hwan continuava chamando minha atenção para ele.

— Então é por isso que nosso vice-mestre é tão popular, não é? Da última vez, as garotas…

— Kim Soo-hwan-ssi.

Depois de limpar a masmorra, durante o intervalo, o interrompi e perguntei: — Ouvi dizer que o vice-mestre também correspondentes. Será que é verdade?

De qualquer forma, para eu conseguir conversar com Ha Tae-heon,  teria que perguntar algo que estivesse curioso. Kim Soo-hwan abriu um sorriso largo e agarrou meu ombro com força.

— Claro que sim! Está interessado, Yi-gyeol-ssi?

— Sim…

Acenei com a cabeça, evitando seus olhos cintilantes.

— Sabia! Imaginei que você reconheceria o encanto do nosso vice-mestre!

— …

— Quando sairmos da masmorra, vou te mandar um convite. Assim que o receber, poderá se inscrever imediatamente. É um local de difícil acesso porque é restrito.

— Entendo.

Aparentei surpresa. Entendi que só se podia participar do clube de correspondência por recomendação de um participante. Foi uma conversa produtiva.

E, ainda por cima, consegui o convite…

Como ele iria enviá-lo?

“Já vi algo assim.”

Lembrei-me de uma situação em que fui chamado para jogar golfe em um bar, no qual o gerente me ofereceu um cartão preto para ter acesso ao local.

Será que era assim? Acho que sim… Era onde os fãs de Ha Tae-heon se reuniam, então não era um local qualquer.

— Se enviar, ficarei grato. Ando interessado há um tempo.

— Haha, isso é bom. Nem acredito que você se tornará parte do Heoningi!

Heoningi? Antes mesmo de eu perguntar o que era isso, Kim Soo-hwan colocou seus braços em volta dos meus ombros e exclamou as regras do café. Desta vez, havia muitas palavras que eu não conseguia entender.

— Como o vice-mestre disse que iria fazer uma sessão fotográfica no próximo mês, decidimos fazer um tributo a ele. Você pode participar se quiser.

— Um tributo?

O que era isso?

Estava confuso, mas Kim Soo-hwan parecia entender minha situação.

— Yi-gyeol-ssi, esta é a sua primeira vez? Quando eu estava começando como fanboy, havia muitas coisas que eu não sabia.

E o que era um fanboy?

— Um tributo é quando todos os membros preparam presentes para dar ao vice-mestre. Mais ou menos isso.

Ah, então dão presentes a ele. Interessante.

— Você sabe, o vice-mestre é muito gentil, mesmo que não aparente. Ele sempre agradece. Por isso a gente sempre organiza esses eventos.

— O que você costuma dar de presente?

— Sempre busco algo diferente. Pode ser um item de luxo ou uma tupperware… Já demos até um foodtruck uma vez.

Não entendi mais nada, mas entendi ‘item de luxo’. Em outras palavras, você tinha que conseguir algo caro.

— É como enviar um presente para seu chefe. O preço expressa sua intenção.

Era conveniente ter alguém ao meu lado para me contar tudo. Pela primeira vez, desde que me tornei Han Yi-gyeol, queria manter contato com alguém.

— Kim Soo-hwan-ssi, você pode me dar seu número quando terminarmos a masmorra?

— É isso aí! Claro que te passo meu contato. Afinal, vamos fazer parte do mesmo Heoningi!

Eu sorria sem parar. Não era ruim ter o Kim Soo-hwan como meu primeiro amigo.


No dia seguinte, já tínhamos limpado mais de 10 salas. Enquanto isso, aproveitei para conhecer outros membros da guilda.

Não precisei fazer nada demais, mas como Kim Soo-hwan me arrastou para todos os lugares para onde ele foi, acabei falando com todo mundo.

Mas acabei tendo outro problema. Ha Tae-heon me encarava friamente, demonstrando a insatisfação de eu me aproximar dos outros membros da guilda.

— Ei, Yi-gyeol-ssi.

Baixei a cabeça hesitante quando ouvi seu chamado e aceitei a tigela de sopa que segurava.

— Acabei de fazer essa sopa. Quer um pouco?

— Ah, obrigado.

Quem me ofereceu a sopa foi o Baek Da-yeon. Como eu era um membro da equipe de artilharia, ele estava sempre por perto cuidando dos detalhes.

Assim que aceitei a sopa, ele sorriu levemente. Achei estranho, mas sorri de volta.

“Ele está me encarrando de novo.”

Consegui sentir um olhar pelas costas desde o momento em que recebi a tigela de sopa, o qual se tornou ainda mais intenso quando Baek Da-yeon e eu sorrimos um para o outro. Acabei olhando para trás.

Apesar de ter sido pego me encarando, Ha Tae-heon não desviou o olhar. Isto foi um absurdo. Por mais que não confiasse em mim, por que me tratar assim perto dos membros da guilda?

Ele não aparentava ser tão mesquinho no programa. Respirei fundo, me afastei dele e fui comer a sopa. Só poderia ser o destino.

Depois de uma refeição rápida, Ha Tae-heon dividiu os membros da guilda em equipe 1 e equipe 2 para cuidar dos salões restantes. Novamente, eu estava na primeira equipe, liderada por ele.

Ele se posicionou em pé na entrada da 14ª sala, pressionou a joia e a porta se abriu. Eu estava no fundo do grupo e segui meus colegas até o local, até notar uma joia embutida na porta, piscando em vermelho.

“O que é isso?”

Obviamente, ela era azul até que Ha Tae-heon abriu a porta.

— Yi-gyeol-ssi, o que está fazendo?

— Nada. Estou indo.

Quando Kim Soo-hwan me chamou, entrei rapidamente antes da porta fechar.

“Por que a pedra ficou vermelha de repente?”

Devia relatar ao Ha Tae-heon. Pode ser um problema.

Olhei em volta procurando por ele, mas os membros da guilda começaram a questionar: — Por que não tem nenhum lacaio?

— Qual classe de monstro deveria estar nessa sala?

— Minhocas venenosas. Talvez estejam nas paredes…

O interior estava bastante iluminado, porém vazio. Todos baixaram as guardas ao buscar uma saída, já que o salão estava vazio.

— Então, como saímos?

— A porta não vai abrir agora, não é?

— Ah, sério…

Como pensei, essa joia vermelha seria um dispositivo?

Passei por eles e corri para Ha Tae-heon, que estava mais ao fundo.

— Mestre Adjunto.

Assim que me aproximei, Ha Tae-heon levantou uma sobrancelha em surpresa e perguntou: — O quê é?

Este cara. Eu queria continuar ignorando-o. Não havia outra escolha senão relatar.

Forcei um sorriso e disse:

— Tenho algo para contar. A joia na porta…

Kkigigik.

Fiz uma pausa por um momento. O que acabei de ouvir?

Olhei à minha volta, mas nada havia mudado. Quando parei de falar, Ha Tae-heon insistiu: — A joia? Já vou avisar com antecedência: você não pode levá-las.

— Eu sei. Por que iria querer uma?

Joias que bloqueavam o salão de onde os monstros saiam – não era útil. Não tinha interesse nelas.

— Não quero levar as joias. Mas suas condições parecem ter mudado.

— Condições?

— Sim. A cor da joia mudou. Está vermelha…

Kugugung! Balanço!

Nunca conseguia terminar de falar. Assim que um som sinistro foi ouvido, o chão em que Ha Tae-heon estava de pé desapareceu instantaneamente. Ele caiu em um buraco negro que apareceu de repente.

— Ha Tae-heon!

— Ahhhhhhh

— O quê? Mestre!

Apressadamente estiquei meu braço, mas não consegui agarrá-lo.

Droga! Sem hesitar, me joguei no buraco. Os gritos e tiros dos membros da guilda ecoaram.

— Ha Tae-heon!

Contra a luz, estendi a mão o mais longe que pude para pegá-lo enquanto era consumido pela escuridão.

— Pegue!

Ha Tae-heon mal me segurou e mantinha a cara emburrada. Mesmo estando em uma situação difícil, senti uma sensação de alívio enquanto segurei sua mão.

— Habilidade…!

Hwiiiing!

Tentei impedir nossa queda com a manipulação do vento, mas não funcionou como eu queria. Parecia que algo estava nos puxando para baixo.

Tentei com mais força e elevei ao máximo minha capacidade. O bracelete tremia com a enorme quantidade de energia que estava usando.

— Uugh, apenas…! Um pouco mais!

Mesmo o vento que sustentava nosso corpo balançava, instável. Ha Tae-heon também tentou fazer uma base usando poeira, mas não teve sucesso. Meu vento e o pó negro do Ha Tae-heon mal mantinham sua forma.

Kuung!

— Ugh!

— Ghg!

Assim que nossas habilidades ganharam forma, meu corpo bateu no chão. Se tivesse sido um pouco mais tarde, eu teria morrido instantaneamente ou teria sido gravemente ferido. Um suor frio escorreu na testa.

— Uh, você está bem?

Não conseguia ver como Ha Tae-heon estava por conta da escuridão do lugar. Passei a mão pelo chão e senti algo quente e macio.

— Afaste-se.

— Como é?

A voz parecia ser de alguém bem próximo, mas não enxergava nada. Apertei os olhos e me aproximei em a voz.

Ha Tae-heon, enxergava melhor que qualquer um, falou com tom de ameaça: — Mova-se.

— Já entendi, mas mesmo que mande eu me mover, preciso ver pra onde ir….

Toquei no chão com o máximo de cuidado possível. Senti uma curva. Havia algo debaixo das minhas pernas abertas. Que diabos era isto? Quando movi minhas pernas para me levantar, o chão tremeu.

— Haa…

Ha Tae-heon respirou fundo e usou sua habilidade. Com a poeira brilhante pairando no ar, consegui ter um pouco de luz para enxergar.

Foi aí que percebi que estava tão perto que conseguia sentir sua respiração. Vi o rosto de Ha Tae-heon e seu corpo era o que eu estava esmagando.

— Mova-se.

— Claro.

Tirei minhas mãos do peito do Ha Tae-heon, que havia esfregado ao máximo porque achava que era o chão, e levantei apressadamente.

Assim que me levantei e dei um passo para trás, o Ha Tae-heon também começou a se levantar. Nós dois recebemos o impacto da queda, então era desconfortável, mesmo para membros do nível SS.

— Ahm, então.

Eu tossi para quebrar o clima desconfortável e falei:

— Para onde devemos ir?

— Não sei.

Até porque se soubesse não teria se machucado.

— A joia presa na porta ficou vermelha. Acho que tem algo a ver com esta situação.

Devemos ter caído bem fundo, porque quando olhei para cima, não consegui ver a entrada. A única coisa que podia iluminar o ambiente era o pó cintilante do Ha Tae-heon.

Estiquei bem os braços. Felizmente, eu podia sentir a parede de ambos os lados. Era um corredor?

— Vamos seguir em frente. Se a gente ficar parado aqui por muito tempo…

— Por que você me seguiu?

Ha Tae-heon me interrompeu.


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