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Kill the Sun – Capítulo 636

Sozinho

— Vai comprar você mesmo! — gritou um guarda para outro.

— Eu não posso — respondeu o outro, tentando não soar desesperado. — Eles estão com problemas na entrega. Vai, só me dá um pouco do seu estoque. Eu te pago o dobro.

— Chocolate não é caro — disse o primeiro guarda. — Não me importo com alguns créditos a mais. Só quero comer esse chocolate agora.

O outro guarda resmungou de frustração antes de se afastar sem dizer mais nada.

O primeiro apenas o encarou com irritação.

Aproveitadores desgraçados.

Conforme o dia avançava, cada vez mais guardas e Extratores começaram a perguntar aos outros sobre seus chocolates.

Alguns dos Extratores mais poderosos, com níveis mais altos de força de vontade, perceberam a oportunidade de negócio e passaram a vender barras de chocolate por mais de dez vezes o preço.

O preço não oficial das barras de chocolate disparou, enquanto o número de pessoas se reunindo em frente aos portões da Sabor que Dá Felicidade 😉 aumentava.

— Quanto tempo isso vai levar? — gritou um João no meio do grupo.

— Acalmem-se! — gritou de volta um dos Extratores da Sabor que Dá Felicidade ;). — Estamos trabalhando para entregar mais chocolate!

Normalmente, a Fabricante não tinha nenhum guarda.

Afinal, por que precisariam de guardas?

Eles eram uma Fabricante.

Ninguém ousaria invadir o local, a menos que fizesse parte da elite absoluta da cidade.

Mas, mesmo assim, alguns guardas não fariam diferença.

No entanto, três dias atrás, a empresa começou a posicionar alguns de seus Veteranos diante dos portões para proteger o prédio.

Inicialmente, os Veteranos não sabiam por que, de repente, tinham que guardar a entrada, mas suas dúvidas logo foram respondidas quando o chocolate parou de sair dos salões de produção.

Enquanto isso, os Extratores dentro do prédio começavam a ficar preocupados.

Alguns dias antes, haviam recebido uma mensagem do seu CEZ.

A mensagem basicamente dizia que tudo estava indo maravilhosamente bem e que não havia motivo para preocupação.

Segundo ele, estavam com lucros recordes, e uma pesquisa de felicidade apontava que todos haviam batido o recorde de felicidade.

Todos estavam felizes, e tudo estava ótimo.

E então…

O CEZ simplesmente deixou de aparecer.

Simplesmente… sumiu.

Os líderes de equipe ficaram confusos com a ausência do chefe.

O que deveriam fazer agora?

No fim, apenas continuaram fazendo o que faziam todos os dias.

Continuaram produzindo Zephyx, e tudo seguiu como sempre.

Até que o chocolate parou de sair.

Os líderes de equipe foram até o andar executivo e pediram para ver o CEZ.

Mas a recepcionista apenas disse que o CEZ não estava recebendo visitantes no momento.

Os líderes de equipe foram embora, mas um dia depois, quando a situação piorou, voltaram.

Exigiram falar com o CEZ.

Mas a recepcionista continuou negando a reunião.

Então, começaram a exigir falar com o Diretor Executivo.

Chocantemente, a recepcionista também negou essa reunião!

E o Chefe de Clientes?

Não.

O Diretora de Informação?

Também não.

Os líderes de equipe começaram a ficar preocupados.

Seu maior e mais importante produto havia parado de ser distribuído, e nenhum dos executivos queria falar com eles?

Alguns dos líderes de equipe mais paranoicos disseram que tudo estava prestes a ser destruído e que os executivos haviam pulado fora.

Mas isso era ridículo.

Por que fariam isso?

Um dia depois, a primeira líder de equipe saiu do prédio.

Ela apenas disse que iria buscar algo em um armazém.

Mas não voltou.

Ela pulou fora!

Algumas horas depois, a segunda líder de equipe saiu.

Então, dois saíram de uma vez.

Restavam apenas três líderes de equipe.

Esses três líderes de equipe eram as figuras de autoridade mais altas dentro da empresa, e estavam muito nervosos.

Os três conversaram entre si e decidiram que já era o bastante!

Entraram no andar executivo e arrombaram a porta.

A recepcionista não ousou impedi-los.

Ela não era uma Extratora.

Assim que a porta foi arrombada, os três viram o corredor cinza.

Corredores cinzas?

Na Sabor que Dá Felicidade ;)?

Isso era contra o Código de Conduta da Família Feliz :)!

Que diabos estava acontecendo?!

Confusos, os três líderes de equipe vasculharam o andar.

Nada.

Vazio.

Para onde todos tinham ido?!

— Encontrei algo! — gritou um deles da entrada de uma Unidade de Contenção.

Os outros dois correram até ele e olharam dentro da Unidade de Contenção.

Escombros!

Enquanto três das paredes, o teto e o chão estavam normais, uma das paredes havia desmoronado em escombros e, o mais importante, eram escombros de pedra!

Isso significava que não havia uma parede de verdade ali atrás!

— Um túnel! — gritou um deles. — Tinha que haver um túnel ali! Foi por ali que nossos Pais escaparam!

— Para com essa besteira de Pai — disse outro. — Não tem mais motivo pra manter essa política idiota.

— Ah, certo, desculpa — respondeu o primeiro com uma tosse constrangida.

— Mas ele está certo — disse o terceiro. — Os Pa… os executivos devem ter fugido por um túnel secreto. Mas por quê?

— Algo deve ter acontecido — disse o primeiro. — Todos nós sabemos que o chocolate é altamente viciante. Tem um motivo para sermos proibidos de comê-lo.

— Não é porque devemos espalhar felicidade em vez de consumi-la? — perguntou o terceiro.

Os outros dois gemeram.

— E agora? — perguntou um deles após alguns segundos de silêncio.

Os três se olharam.

Tentaram bolar um plano, mas fracassaram.

Não havia nada que pudessem fazer.

Eventualmente, deixaram o andar executivo e voltaram para a parte colorida do prédio.

Seus funcionários continuavam pedindo ordens, mas eles não tinham nenhuma para dar.

No fim, não fizeram um plano, mas sim uma lista de prioridades.

A maior prioridade era lidar com a crise iminente.

A falta de chocolate.

Será que podiam reiniciar a produção?

Eles nem sabiam como o chocolate era produzido!

Como supostamente reiniciariam?

— Então temos que encontrar — disse um deles.

Assim, os três se separaram e vasculharam o prédio inteiro.

Examinaram cada Unidade de Contenção, corredor e sala.

Havia salas onde não tinham permissão para entrar no passado, mas isso não importava mais agora.

E encontraram algo!

No salão central de armazenamento havia uma Unidade de Contenção virada para o lado errado!

A entrada principal estava voltada para a parede, em vez de para o interior!

Todos já tinham visto aquela Unidade de Contenção antes, mas nunca haviam prestado atenção em sua orientação. Afinal, ela não estava ativa mesmo. Não importava em que posição fosse armazenada.

Mesmo agora, eles não teriam se importado…

Se não fosse pelo fato de haver uma substituição manual no console.

A substituição desativava o alarme principal da Unidade de Contenção.

Agora, por que alguém colocaria isso em uma Unidade de Contenção desativada?

O líder de equipe que encontrou aquilo abriu a porta, revelando uma caverna iluminada.

Os três entraram rapidamente na caverna, mas após apenas cem metros, tiveram que parar novamente.

Escombros.

— Devemos estar perto daquela outra Unidade de Contenção com os escombros — disse um deles.

Os outros dois assentiram.

Por algum motivo, o armazenamento central e a Unidade de Contenção do andar executivo estavam conectados.

— A Diretora de Informação sempre entrega a comida no armazenamento central, e o chocolate também sempre vem de lá — disse um deles.

— Você acha que ela entregava a comida para o andar executivo? — perguntou outro.

— Sim — respondeu o primeiro.

— E depois? — perguntou o terceiro.

— Sem ideia — respondeu o primeiro.

Silêncio.

— Eu acho — disse o segundo após um tempo — que a caverna tinha mais de um corredor.

Os outros dois olharam para ele.

— Se eles quisessem manter o caminho entre o armazenamento e o andar executivo escondido, teriam desabado todo o corredor, ou pelo menos as duas entradas.

— No entanto, só desabaram uma entrada. Além disso, os executivos desapareceram, e eles não poderiam ter feito isso se simplesmente tivessem saído pelo armazenamento principal.

Os outros dois franziram o cenho.

— E é também de lá que vem o chocolate? — perguntou um deles.

— Acho que sim — respondeu o segundo.

— Isso significa que não temos um jeito de produzir chocolate?

— Temo que não — respondeu o segundo.

— E quanto ao nosso patrocinador? — perguntou o terceiro.

Os outros dois o encararam com as sobrancelhas erguidas.

— Ah, qual é — disse o terceiro. — Não posso ser o único que percebeu como a vida tem sido surpreendentemente tranquila. Apesar da receita absurda que geramos, quase não sofremos pressão das outras Fabricantes. Somos a quarta Fabricante mais forte. Mesmo assim, nenhuma das três mais fortes ousa fazer algo contra nós.

— Você acha que temos um patrocinador? — perguntou o primeiro.

— Faz sentido — disse o segundo. — E acho que essa é a última peça do quebra-cabeça.

Os outros dois o encararam.

— Só há uma coisa que faria todos os nossos executivos fugirem como ratos.

Os outros dois lentamente entenderam o que era.

— Nosso patrocinador nos abandonou.

— Estamos por conta própria.

À distância, os sons da multidão enfurecida ficavam cada vez mais altos.

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