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Kill the Sun – Capítulo 746

Reunião de Emergência

O, Governador, saiu da sala e olhou para a mulher que esperava do lado de fora da porta.

— Qual é o próximo item da agenda? — ele perguntou com uma atitude casual.

A Barreira da mulher se ativou.

— O senhor tem uma reunião com Céu Distante em cerca de uma hora — disse a mulher.

Nick assentiu. — Cancele a reunião. Aconteceu algo, e preciso convocar uma reunião de emergência com os Heróis.

A secretária pareceu um pouco surpresa, mas cumpriu a ordem. — Enviarei alguém até Céu Distante. Quando deseja realizar a reunião de emergência?

— Assim que possível. Preferencialmente, no horário que acabou de abrir — disse Nick.

— Farei o possível — respondeu a secretária antes de se curvar educadamente e sair.

Nick voltou para a sala de onde havia saído e se preparou.

Aquele era o gabinete do Governador, e não seria incomum que ele permanecesse ali por mais ou menos uma hora.

Nick olhou a papelada inacabada e fez o possível para finalizá-la.

Embora soubesse muito sobre a cidade, ele não conhecia todos os nomes de empresas nem o que cada uma fazia.

No entanto, com base nas descrições obrigatórias dos formulários, o próprio Governador também não sabia.

“Não faz sentido ter uma secretária sendo um Herói”, pensou Nick. “A mente de um Herói é tão rápida que nenhuma secretária conseguiria tornar a vida dele mais fácil.”

O fato de o Governador ter uma secretária mesmo assim era um indicativo do tipo de pessoa que ele era.

Ele apenas queria parecer importante e não lidar com gente que considerava irrelevante.

Depois que lidou com a papelada, Nick esperou o retorno da secretária.

“Eu teria feito isso muito mais rápido sozinho.”

Eventualmente, a secretária retornou.

— A reunião de emergência será realizada em 25 minutos na sala 7.47 — disse ela.

— Obrigado — respondeu Nick, e a secretária saiu novamente.

Vinte e cinco minutos depois, Nick deixou o gabinete e foi até a sala de reuniões.

O Governador era alguém que sempre chegava um pouco atrasado só para parecer importante e fazer todos esperarem por ele.

Quando Nick entrou na sala, viu cinco pessoas.

Quatro delas eram Heróis, e uma era apenas um Perito no Pináculo.

Dois dos Heróis eram da maior Fabricante, enquanto os outros dois eram da segunda maior.

O Perito era o Diretor Executivo da segunda maior Fabricante.

As duas Fabricantes tinham poder praticamente equivalente. A única coisa que diferenciava o poder delas era que uma delas era dona da Fábrica de Bebês.

— Reunião de emergência. Bem incomum — comentou um dos Heróis em tom de piada.

— Pode acreditar — respondeu Nick casualmente enquanto se dirigia à cadeira — eu não teria convocado se não fosse realmente importante.

— Ai, ai — falou outro cara com sarcasmo — tem mais um Fanático escondido pela cidade?

— Henry, isso é sério — disse Nick com um leve tom de repreensão. — Estamos lidando com um assunto realmente importante agora.

— Provavelmente nem é tão grave assim — acrescentou o primeiro Herói de forma casual.

Era evidente que o clima que o antigo Governador buscava nas reuniões era descontraído.

Ele era bem camarada com todos os presentes ali.

— O que foi? — perguntou um terceiro Herói. — O que está te deixando tão preocupado?

Nick se sentou e suspirou profundamente.

— Fomos selecionados para uma inspeção aleatória — disse Nick.

O clima ficou um pouco mais tenso, mas não tanto quanto Nick esperava.

— Por quem? — perguntou o terceiro Herói.

— Pela Égide, idiota! — respondeu o primeiro Herói com irritação. — Quem mais pode nos investigar?

— Ah! — disse o terceiro Herói surpreso. — Isso é ruim! Né?

Os dois primeiros Heróis lançaram um olhar para o quarto Herói, que apenas olhou para baixo com um sorriso tranquilo, como se nada estivesse acontecendo.

O terceiro Herói era colega dele.

— Eu entendo que é importante — disse o Perito — mas você não acha que está exagerando?

— Raramente tenho a chance de convocar reuniões de emergência — disse Nick. — Achei que essa seria uma boa oportunidade.

O Perito se recostou na cadeira e suspirou. — Você realmente me deixou preocupado por um momento.

— Como você consegue sentir preocupação? — perguntou o primeiro Herói.

— É uma forma de falar — respondeu o Perito casualmente. — Não, obviamente eu não posso ficar preocupado, mas as pessoas falam assim.

Nick fez o possível para não franzir a testa, já que o verdadeiro Governador raramente fazia isso.

No momento seguinte, ele ativou sua Barreira e ordenou que interagisse com a Barreira do Perito.

Nick podia sentir as ondas vindas da Barreira do Perito, o que indicava que ele possuía uma.

No entanto, quando Nick ordenou que sua Barreira interagisse com a do Perito, nada aconteceu.

“Ele não tem uma Barreira”, pensou Nick.

Naturalmente, só havia um motivo para um Extrator não usar uma Barreira.

Eles na verdade não eram um Extrator, mas sim um Espectro.

Comparado a Nick, esse Espectro não tinha acesso a Barreiras de Espectro feitas sob medida.

“Eles são bem abertos quanto à verdadeira identidade dele”, pensou Nick. “Ele é o Diretor Executivo da segunda maior Fabricante, mas até a maior Fabricante parece saber.”

“Eles não são inimigos. Provavelmente nem são concorrentes.”

Um monopólio oculto.

— Suponho que vamos usar o plano que você elaborou para essa ocasião? — perguntou o primeiro Herói a Nick.

— Você ao menos sabe os detalhes do plano? — perguntou Nick, erguendo a sobrancelha.

O Herói bufou. — Não.

— Ah! Eu sei! — gritou o terceiro Herói, empolgado.

— Então, por que não nos conta? — disse Nick.

O terceiro Herói ficou animado e começou a recitar uma lista de coisas que todos precisavam fazer para passar pela inspeção sem problemas.

Era um bom plano.

Aparentemente, a cidade até tinha orfanatos falsos exatamente para esse tipo de situação.

O plano basicamente detalhava como a cidade podia aparentar que não sofria com a óbvia superpopulação.

Embora o plano não fosse ruim, não conseguiria esconder um problema tão gigantesco assim com facilidade.

Isso até o terceiro Herói chegar à última etapa do plano.

— E, por fim, eliminar 80% dos humanos-proxy que vivem nas periferias — disse o terceiro Herói com orgulho. Afinal, ele havia conseguido recitar o plano inteiro de cabeça!

Quando o terceiro Herói disse isso, Nick prestou muita atenção em todos na sala para observar suas reações.

O primeiro Herói semicerrou os olhos.

A expressão do segundo Herói não mudou.

O terceiro Herói estava empolgado por ter conseguido recitar o plano de memória.

O sorriso do quarto Herói desapareceu, e ele olhou para o lado, aparentemente perdido em pensamentos.

Naturalmente, o Espectro não demonstrou nenhuma reação.

— Você parece preocupado, Marvin — disse Nick ao primeiro Herói.

— Não tenho certeza quanto ao plano — respondeu Marvin.

— Ah, coitadinho, o Magnânimo Marvin atacando de novo — disse o segundo Herói em tom de zombaria.

Marvin lançou um olhar repreensivo para o segundo Herói, que supostamente era seu colega e deveria apoiá-lo.

Henry, o segundo Herói, percebeu que sua piada havia sido inadequada e apenas sorriu sem graça.

O apelido de Magnânimo Marvin era uma piada interna da empresa, e Marvin não se importava com ele, mas mencioná-lo em uma reunião de emergência com forasteiros não era apropriado.

O terceiro Herói não era o único idiota naquela reunião.

— Qual o seu problema com o plano? — perguntou Nick.

— Matar tantos humanos-proxy vai colocar uma pressão enorme sobre a Fábrica de Bebês. Ela não vai produzir muito Zephyx nos próximos meses — explicou Marvin.

Naturalmente, um fator importante no crescimento da Fábrica de Bebês era o sofrimento causado pela superpopulação.

Sem superpopulação, haveria muito menos sofrimento.

— Você tem uma alternativa? — perguntou Nick.

— Podemos mover cerca de 30% dos humanos-proxy para a cidade interna durante o período da inspeção — disse Marvin.

Todos na sala o olharam com expressões de preocupação ou confusão.

Nick observou Marvin especialmente de perto.

“Ele está nervoso”, pensou Nick. “Mostra sinais de reação de luta ou fuga.”

“Se isso fosse apenas sobre dinheiro, ele não estaria tão nervoso. Afinal, todos nesta sala estão atrás de dinheiro.”

— Vários meses? — perguntou o quarto Herói. — A Fábrica de Bebês vai voltar à antiga carga de humanos-proxy em uma semana. Só precisamos incentivar mais as pessoas. O impacto econômico é minúsculo.

Marvin olhou para os outros.

Não conseguiu ver nenhum olhar de apoio.

— Provavelmente você tem razão. Desculpe, me perdi nos detalhes — disse Marvin. — É preciso gastar dinheiro para ganhar dinheiro.

“Como esperado”, pensou Nick. “Parece que nem todos estão de acordo com a forma como a cidade é administrada.”

“Esse Marvin quer mudar as coisas, mas não recebe apoio de mais ninguém.”

“Infelizmente, lhe falta coragem para arriscar a vida por aquilo em que acredita.”

“Mas não concordar com a maneira como a cidade é conduzida já é uma melhoria em relação aos outros.”

“Preciso reunir mais informações sobre esse Marvin. É possível que ele queira mudar a cidade por dentro.”

Depois de cerca de uma hora, a reunião terminou e todos saíram.

Bem, quase todos.

Nick pediu para Marvin ficar e o acompanhou até seu gabinete.

Ele iria colocar Marvin à prova.

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