Gravis deixou a Seita do Relâmpago e seguiu para a Seita da Escuridão. Era hora de vingança! Byron certamente não esperaria que Gravis buscasse sua vingança apenas um ano e meio após o encontro deles. Isso era muito pouco tempo para pessoas no Reino de Formação do Espírito. Claro, Gravis não estava sozinho, mas as pessoas que o acompanhavam não eram apenas o Velho Relâmpago, mas também Lasar.
Lasar estava em sua própria prancha de raio. O Velho Relâmpago era muito habilidoso em forja e já tinha criado algumas pranchas de raio. Criar algo completamente novo era difícil, mas copiar um esquema já existente não era tão complicado. Essas novas pranchas eram mais robustas que as antigas, e o Velho Relâmpago foi generoso o suficiente para substituir a prancha que havia destruído por uma nova e melhorada.
A pergunta era, no entanto, por que Lasar também acompanhou Gravis? A resposta era simples: refino. O Velho Trevas nunca lutaria contra o Velho Relâmpago, pois sabia muito bem que não poderia vencer. Mas, e contra uma pessoa que havia acabado de alcançar o Estágio do Eu? Isso poderia interessar ao Velho Trevas.
Uma luta contra o Velho Trevas seria, com certeza, mais fácil do que uma luta contra um sacerdote. Ainda assim, seria perigosa o suficiente para contar como refino. Por esses motivos, Lasar acompanhava Gravis. Além disso, Lasar também estava interessado em ver como Gravis lutava, pois nunca o havia assistido em combate.
Claro, eles ainda precisavam ser cuidadosos. Se Lasar morresse para o Velho Trevas, este poderia decidir matar Gravis em seguida. Gravis não era poderoso o suficiente para vencer ou sobreviver ao Velho Trevas. Portanto, o Velho Relâmpago também os acompanhava. Obviamente, ele não interferiria, mesmo que Lasar morresse para o Velho Trevas, e também prometeu que não mataria o Velho Trevas. Caso contrário, o Velho Trevas nem apareceria.
Gravis estava um pouco preocupado com a Seita do Relâmpago, mas o Velho Relâmpago o tranquilizou, dizendo que nada aconteceria com a Seita. Afinal, o Velho Relâmpago ainda estava vivo, e todos sabiam disso. Se algo acontecesse com a Seita, ele simplesmente se vingaria.
A Seita da Escuridão estava bastante longe da Seita do Relâmpago. Eles viajaram por um dia e meio até finalmente chegarem à Seita da Escuridão. Obviamente, eles sincronizaram a chegada para o fim da manhã. Não era necessário dar à Seita da Escuridão a vantagem da noite. Lutar contra uma Seita inteira já era perigoso o suficiente para Gravis.
Não se devia esquecer que as defesas de uma Seita não eram apenas as pessoas, mas também as Matrizes de Formação, e havia muitas delas em cada Seita. Algumas podiam lançar ataques, enquanto outras criavam uma defesa poderosa. Além disso, também havia Matrizes de Ilusão, que podiam fazer alguém se perder. Gravis precisaria lutar contra tudo isso sozinho.
Era o momento perfeito para Gravis se vingar. Em alguns dias, ele estaria pronto para alcançar o Estágio da Muda. Se ele pudesse alcançar o Estágio da Muda quando quisesse, não conseguiria se refinar de forma alguma. No momento, sua Aura de Vontade era poderosa o suficiente para parar basicamente qualquer cultivador do Estágio da Semente, mesmo sem comprimi-la.
Se ele a comprimisse, metade dos cultivadores do Estágio da Semente perderia a consciência. Apenas os cultivadores do Estágio da Muda conseguiriam se mover, embora em estado de supressão. Se Gravis chegasse ao Estágio da Muda, tudo isso daria um salto de um nível inteiro. No Estágio da Muda, Gravis poderia simplesmente atropelar Byron e toda a Seita da Escuridão. Ele talvez até tivesse uma chance contra o Velho Trevas.
Agora, enquanto ainda estava no Estágio da Semente, lutar contra Byron sozinho contaria como refino, mas não muito. Afinal, Gravis tinha ouvido de Lasar que Byron seria incapaz de vencer o Ogro em um um-contra-um. Com a adição dos anciãos, a luta seria um pouco mais difícil do que contra o Ogro. Mas se somássemos as fortificações da Seita, isso se tornaria um verdadeiro refino de vida e morte.
Gravis sentia suas entranhas tremerem de excitação. Parecia que ele havia se tornado viciado em apostar com a própria vida. A adrenalina de estar perto da morte e ter que usar todas as suas armas era incrível. Toda vez que sobrevivia a uma experiência assim, sentia-se ficando mais poderoso a uma velocidade que não poderia ser comparada com treinamento.
Lasar e o Velho Relâmpago perceberam o estado febril de Gravis e ficaram um pouco ansiosos. Em suas mentes, Gravis estava levando isso longe demais. Se alguém andasse muito perto de um rio, seus pés ficariam molhados. Isso significava que, em algum momento, Gravis se envolveria em uma luta além de sua capacidade. Eles estavam preocupados com Gravis.
Eles conheciam Gravis muito bem, mas não tão bem quanto ele se conhecia. Ele sabia que essa mentalidade era perigosa. Ele havia percebido esse sentimento há muito tempo e ativamente planejava em torno dele. Esse sentimento não surgia do nada. Ele o liberava ativamente.
Gravis sempre mantinha esse sentimento reprimido. Ele compreendia seu perigo e já o categorizara como uma espécie de vício nascido da necessidade. Ele sabia que era viciado em refino há muito tempo e usava tudo ao seu alcance para suprimir isso. No entanto, quando surgia uma luta difícil, ele parava de reprimir esse sentimento. A excitação o fazia se concentrar mais do que conseguia quando estava calmo.
Esse sentimento não era como a fúria cega. Era motivação! Uma motivação forte para sobreviver e se tornar mais poderoso! Em uma luta, esse sentimento o tornava mais forte, mas isso só era verdade para uma luta. Se ele seguisse esse sentimento quando não estivesse lutando, poderia se cegar e buscar ativamente lutas perigosas demais.
Como dito muitas vezes antes, uma desvantagem pode se tornar uma vantagem se usada corretamente. Mais de 99% das pessoas descreveriam tal vício como algo ruim, mas Gravis o utilizava para se fortalecer. A única desvantagem era que ele tinha que ir contra esse sentimento ativamente quando não estava lutando.
No entanto, com sua poderosa vontade, isso não era um problema. Na verdade, ele poderia erradicá-lo completamente se quisesse, mas decidiu não o fazer. Contanto que lidasse bem com a desvantagem, isso se tornaria apenas mais uma arma. Com essa motivação ardente, ele sempre seria capaz de lutar em seu ápice emocional, algo que era muito problemático para outros cultivadores. Afinal, todos têm dias bons e ruins.
Os três pararam a cerca de 70 quilômetros da Seita da Escuridão. Assim, eles estariam dentro do alcance dos Espíritos do Velho Trevas e de Byron.
— Byron! Velho Trevas! — Gravis gritou para chamar a atenção deles. Talvez eles ainda não tivessem notado o grupo. Gravis queria ter certeza de que estavam atentos. — Vocês não precisam fugir de medo. Hoje será uma luta justa!
— Gravis! — veio o grito transmitido de Byron. — Você é realmente tão mesquinho a ponto de erradicar toda a Seita da Escuridão só porque eu te superei!?
Gravis riu levemente. — Você não precisa se preocupar com isso — disse Gravis. — Eu disse que seria uma luta justa. Você tem, no mínimo, 50% de chance de vencer. Além disso, contanto que cumpra um pequeno pedido, ninguém abaixo do Estágio da Muda morrerá hoje… bom, talvez, exceto eu, claro.
— Explique! — veio uma voz que Gravis nunca tinha ouvido, mas tinha certeza de que pertencia ao Velho Trevas. Sua voz soava rouca e decrépita, semelhante a um sussurro, mesmo que fosse um grito.
Gravis sorriu. — Velho Trevas, Lasar vai lutar contra você, um contra um! Ele não atacará mais ninguém da Seita! Afinal, esse é o meu trabalho. Eu vou atravessar toda a sua Seita, mas não se preocupe! Vocês têm uma hora para limpar a Seita de todos abaixo do Estágio da Muda. Em uma hora, eu vou invadir sua Seita e matar todos os anciãos e aquele desgraçado do Byron. Ao mesmo tempo, Lasar procurará por você, Velho Trevas. Cabe a você decidir se quer lutar ou fugir — gritou Gravis.
Após alguns segundos, o Velho Trevas respondeu novamente. — Por que Dorian está aqui? — ele perguntou.
O Velho Relâmpago riu levemente. — Não precisa se preocupar comigo — disse ele com um sorriso. — Estou aqui apenas para o caso de você matar meu Pequeno Relâmpago. Afinal, não posso deixar que você também mate o Gravis! Claro, você não precisa se preocupar comigo. Mesmo que você mate meu Pequeno Relâmpago hoje, não vou atacá-lo, contanto que não ataque Gravis ou a mim. Hoje, meu único trabalho é proteger a vida de Gravis contra você.
Houve quase um minuto de silêncio. Byron e o Velho Trevas estavam provavelmente discutindo como proceder. Após o minuto, o Velho Trevas respondeu. — Certo, mas Lasar tem que me enfrentar a pelo menos 500 quilômetros daqui. Nossa luta não deve envolver a Seita da Escuridão. Além disso, Dorian deve jurar sobre seu cultivo que o que ele disse é verdade.
Lasar estreitou os olhos, e a intenção de batalha brilhou dentro deles. Finalmente, um bom refino! — Eu concordo — gritou Lasar.
O Velho Relâmpago sorriu calorosamente para Lasar. Ele estava feliz por Lasar ter a chance de se refinar ainda mais. Mesmo que Lasar morresse, seria uma luta justa. Morrer em uma luta justa era a melhor morte que os cultivadores podiam ter.
— Eu juro sobre meu cultivo que não me envolverei na luta de Gravis ou Lasar, contanto que você, Velho Trevas, não se envolva na luta de Gravis. Está feliz com isso? — gritou o Velho Relâmpago.
— Isso é suficiente — respondeu o Velho Trevas. — Lasar, Dorian, sigam-me! — disse o Velho Trevas.
De repente, um Espírito poderoso apareceu. Gravis não tinha sentido esse Espírito antes, mas tinha certeza de que era o Espírito do Velho Trevas. Ele se mostrou para que os outros dois pudessem segui-lo.
Lasar e o Velho Relâmpago se viraram para Gravis. — Boa sorte! — disse Lasar.
Gravis apenas sorriu. — Eu nunca tive sorte, e não vou precisar dela hoje!
O Velho Relâmpago e Lasar se olharam. Lasar permaneceu impassível, enquanto o Velho Relâmpago esboçou um leve sorriso. Em seguida, eles dispararam atrás do Velho Trevas.
Gravis cruzou os braços e esperou.
Em uma hora, ele invadiria a Seita da Escuridão!