Klein não estava com pressa de confirmar suas suposições. Ele fingiu que nada havia acontecido e virou o pedaço de papel, de modo que ficasse de frente para ele.
As informações que ele escreveu sobre Ian Wright eram completamente verdadeiras. Mesmo se usasse técnicas de divinação ele receberia uma respsta positiva. Portanto, ele acreditava que as pessoas sob o comando do embaixador seguiriam essas pistas para investigar e conseguiriam algo. Era improvável que tivessem a motivação de se vingar dele por enquanto.
Da mesma forma, ele continuaria a deixar o papel à mostra em sua mesa para o departamento especial das forças armadas que o monitorava. Isso desviaria a atenção dele mudando o foco para Ian Wright. Seria então uma corrida contra o tempo para encontrá-lo antes do embaixador.
Dessa forma, Klein estaria ainda mais seguro.
Parece que estou andando numa corda bamba. É algum truque especial de Palhaço? — Ele balançou a cabeça, achando graça, e abriu a janela na esperança de respirar o ar fresco da manhã, mas havia uma fumaça espessa e sufocante do lado de fora que o fez silenciosamente fechar as janelas.
Após colocar um frasco de tinta em cima do papel com as informações de Ian, Klein foi ao banheiro mais próximo e se arrumou rapidamente. Ele então pegou o terno preto e a meia cartola pendurada na estante e caminhou até o térreo.
Ele tinha uma consulta com o advogado Jurgen marcada para o café da manhã hoje.
Pegando sua bengala preta com prata embutida do porta-guarda-chuvas no foyer, Klein caminhou ao longo da beira da rua em meio a uma névoa espessa que proporcionava visibilidade de não mais de dez metros até chegar ao número 58 da rua Minsk. Ele então tocou a campainha da casa escura.
Quando o som ressoou, um gato preto de olhos verdes com uma cauda levantada apareceu de repente em sua mente.
Brody, o gato preto, foi direto para a porta, e depois de se preparar por dois segundos, ele saltou e agarrou a maçaneta.
Então, inevitavelmente, caiu e girou a maçaneta com seu peso, abrindo a porta.
Com um rangido, o vento da manhã soprou e a porta se abriu lentamente.
Brody, o gato preto, olhou para Klein arrogantemente enquanto caminhava para o lado.
— Que gato inteligente — elogiou Klein ao encarar a velha senhora Doris, de avental branco.
Doris riu, suas ugas diminuindo.
— Depende do seu humor. Na maioria das vezes, é estúpido, como se não soubesse do que você está falando. Ah, eu preparei minha melhor sopa de feijão com nabo para você. Coma com pão.
Sopa de feijão com nabo… Parece algo misturado aleatoriamente… — Klein sorriu.
— Mal posso esperar.
O advogado saiu do banheiro. Mesmo em casa, independentemente de ter acabado de acordar, ele estava muito bem vestido. Ele usava uma camisa branca passada a ferro, seu colete amarelo-acastanhado era bem ajustado, e as linhas de sua calça pareciam recém passadas.
— O contrato que você queria está pronto. Verifique se há alguma omissão. — Os olhos azuis de Jurgen passaram pelo documento. Ele não fez conversa fiada, indo direto ao ponto.
Seu cabelo castanho estava bem penteado para trás e o brilho da pomada era inconfundível.
— Tudo bem. — Klein inclinou sua bengala na parede, tirou o chapéu e o casaco e acompanhou Jurgen até o escritório no térreo, onde recebeu um contrato espesso.
Ele ficou lá, casualmente folheando-o. Quanto mais ele lia, mais sua cabeça doía. No final, ele apenas examinou as cláusulas principais.
Espero que tudo o que é necessário esteja aqui, bem como as cláusulas omitidas anteriormente, como o estabelecimento das três instâncias que determinarão quanto dinheiro deve ser fornecido a Leppard com base em seu progresso, em vez de um pagamento fixo de 100 libras. A primeira instância envolve 50 libras… Sim, dessa forma não precisarei ir ao Banco de Backlund por enquanto para retirar as cem libras restantes da minha conta anônima. O que tenho comigo é suficiente…
Klein fechou o documento, sorriu para Jurgen e disse:
— Estou satisfeito. Suas habilidades profissionais são melhores do que eu imaginava.
Ao dizer isso, ele pegou duas notas de uma libra que havia preparado.
Jurgen pegou o dinheiro, deu a Klein os contratos restantes e disse em tom sério:
— Se um erro for cometido durante a assinatura, há duas cópias extras. Lembre-se de destruir os contratos restantes quando tudo terminar.
O modelo atual das máquinas de trituração era uma trituradora mecânica a manivela.
Klein estava prestes a acenar com a cabeça, quando a sra. Doris de repente gritou da sala de jantar:
— Bons rapazes, hora do café da manhã!
— A audição da minha avó se deteriorou — explicou Jurgen ao convidar Klein com um gesto com a mão.
Klein o seguiu até a sala de jantar e viu que a sra. Doris havia pego uma colherada de líquido amarelo e verde de uma panela preta e a derramado em um prato.
— Aqui, experimente a sopa de feijão com nabo. Aqui está seu pão. — A senhora Doris sorriu e apontou para a suspeita pilha de comida.
Klein olhou para Jurgen, que parecia ainda mais sério do que antes. Seu coração palpitou.
Forçando-se a sentar, Klein partiu um pedaço de pão branco, mergulhou-o na sopa verde-amarela e enfiou-o na boca com o espírito de um aventureiro.
— …
Ele ficou surpreso ao descobrir que o sabor era realmente muito bom. O leve gosto salgado tinha um sabor doce que estimulava seu apetite. Também trouxe à tona o sabor suave e perfumado do pão.
— Minha avó já foi uma excelente cozinheira — disse Jugen casualmente, enquanto saboreava lentamente seu café da manhã.
… Então por que você precisou ficar sério…? Eu realmente não tenho apetite vendo você comer… — Klein zombou em silêncio antes de mergulhar nos sentimentos relaxados e felizes trazidos pela iguaria.
Depois de deixar a casa dos Jurgens, ele fez três transferências até a rua Sird, no burgo São George, onde fez um acordo formal e pagou a Leppard as primeiras cinquenta libras. A segunda quantia de trinta libras seria paga em duas semanas, dependendo do progresso de Leppard.
Neste ponto, Klein ficou com apenas 21 libras 8 soli.
Então, ele retornou ao burgo Cherwood e foi à biblioteca pública para ler o Notícias de Tussock do ano passado em busca de notícias sobre o embaixador de Intis no Reino Loen.
Quando era quase meio-dia, ele finalmente viu a foto em preto e branco e confirmou que era a mesma pessoa que tinha visto em sua divinação dos sonhos.
— Bakerland Jean Madan — recitou Klein o nome do embaixador da República Intis em silêncio. Ele saiu da biblioteca e encontrou um pequeno restaurante para almoçar.
Às dez para as três, Klein fingiu tirar um cochilo. Fechando as cortinas, ele deu quatro passos no sentido anti-horário e chegou acima do nevoeiro cinzento.
Ele divinou primeiro se o departamento especial das forças armadas havia diminuído sua vigilância sobre ele, recebendo um resultado positivo. Ele então escreveu uma declaração de divinação em que havia pensado pela manhã: “O infiltrador da noite passada”.
Recostando-se na cadeira, ele murmurou a frase. As pálpebras de Klein se fecharam e ele adormeceu.
Seu quarto apareceu em um mundo de ilusão, isolamento e obscuridade.
Nesse momento, Klein viu uma sombra negra se contorcendo na fenda da parte inferior da porta!
Um fino e minúsculo verme preto escuro entrou no quarto. Se arqueando e depois se achatando, repetindo esse ciclo constantemente à medida que avançava em direção à escrivaninha.
Seus movimentos eram extremamente rígidos, como se tivesse fazendo uma série de movimentos lentos, parecendo bastante estranho.
O verme preto rastejou para a frente da escrivaninha e depois para o topo, deixando para trás um rastro de muco que rapidamente evaporava.
Ele parou em cima do papel, na parte do texto sobre Ian Wright. Sua cabeça ergueu-se quando o meio do seu corpo se levantou, deixando apenas a cauda sustentando o corpo.
Nesse momento, era como se fosse humano!
Depois de examiná-lo por um momento, o verme preto escuro virou o papel e desapareceu de volta por onde veio.
Então esse foi assim… Ou seja, não foi que o infiltrador não quis se vingar de mim ontem à noite; ele simplesmente não tinha a capacidade de fazê-lo… A menos que este verme preto seja altamente venenoso… — Klein assentiu em compreensão, depois usou divinação e obteve a confirmação de que o Beyonder que manipulava o verme preto o havia feito sob as ordens do embaixador Bakerland.
Depois de fazer tudo isso, ele cobriu completamente o saco de papel no canto com neblina cinza e enviou uma mensagem para o Sol, Derrick.
Quando os ponteiros do relógio de bolso estavam no lugar, Klein puxou Justiça, o Enforcado e o Sol ao mesmo tempo.
O Clube do Tarô desta semana aconteceu como o programado!
A névoa cinzenta familiar e as silhuetas humanas embaçadas apareceram. Audrey, que havia conseguido avançar para a Sequência 8, levantou-se, ergueu sua saia e os cumprimentou alegremente:
— Boa tarde, Sr. Louco~ Boa tarde, Sr. Enforcado! Boa tarde, Sr. Sol!
Klein, que havia ativado sua Visão Espiritual anteriormente, notou a mudança na camada superficial da Projeção Astral nas profundezas do Corpo Éter da srta. Justiça com a ajuda das características especiais do nevoeiro cinzento. Com uma risada, ele disse:
— Bem-vinda, nossa “Srta. Telepata”.
Audrey sorriu reservadamente e disse algumas palavras humildes antes de se virar para encarar a pessoa do lado oposto de seu assento.
— Sr. Enforcado, se não me engano você deve entregar as seis páginas nesta semana.
Talvez, quando o Sr. Louco as ler, ele pense em algo e compartilhe conosco um pouco mais de seu “conhecimento geral”… — Os cantos de sua boca se curvaram em antecipação.
Alger assentiu e começou a produzir as seis páginas do diário de Roselle com a ajuda de Klein.
Antes, ele pensou em consultar o Louco sobre se deveria enviar diretamente o restante do diário por meio de um sacrifício. No entanto, vendo que o Louco não parecia muito interessado nem tomou a iniciativa de mencioná-lo, ele desistiu da ideia.
E isso estava de acordo com sua compreensão do Louco. O diário de Roselle tinha um certo efeito no homem divino, o Sr. Louco, mas não era tão grande assim. Ele receberia o pagamento, mas definitivamente não estava com pressa.
As seis páginas do diário foram concluídas muito rapidamente. Quando Alger estava prestes a oferecê-las ao Louco, que estava sentado no final da longa mesa de bronze, de repente ele se lembrou de algo e apressadamente disse, com respeito:
— Sr. Louco, eu obtive uma informação relacionada à Ordem Secreta.
Os piratas também valorizavam inteligência e frequentemente enviavam pessoas para a ilha colonial para trocar informações que haviam coletado. Foi através desses canais que Alger aprendeu algo sobre a Ordem Secreta.
— Muito bom. — Klein acenou com a cabeça levemente, dando permissão ao Enforcado para contar o que sabia. Ele não impediu que a presença da senhorita Justiça e do Sol o impedissem de falar.
Isso a ajudaria a obter mais informações sobre a Ordem Secreta, enquanto Sol não entenderia nada.
Ao mesmo tempo, ele permitiu que o diário de seis páginas aparecesse em suas mãos.
O Enforcado disse sem pressa:
— A Ordem Secreta tem alguma conexão com a República Intis.
República Intis. Hmm, Imperador Roselle era de Intis, e Zeratul o procurou em Trier, capital de Intis… A Ordem Secreta também esteve envolvida no famoso incidente em Intis… Bem, não é de surpreender que a Ordem Secreta ainda tenha alguma conexão com a República Intis de hoje… — Depois de comparar essa nova informação com o que ele sabia, Klein confirmou que as informações fornecidas pelo Enforcado eram verdadeiras.
Heh, bem a tempo, eu vou lidar com o embaixador da República Intis… — Klein não tinha pressa de ler o diário de Roselle. Ele olhou para os três membros.
Mal sabe ele q o sr. Louco tem alzheimer
São Paulo? (Perdão tive que dizer essa😔)
Vou descansar que o cara não é de ferro, amanhã eu continuo