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Mushoku Tensei: Jobless Reincarnation – Volume 15 – Capítulo Extra

Uma Lâmina Selvagem Encontra sua Bainha

— NGHAH?!

Os olhos de Eris se abriram violentamente. Ela acordou com um ganido um tanto indigno.

— Hmm…?

Ela se sentou na cama e coçou o cabelo desgrenhado, olhando sonolenta ao redor ainda confusa. Estava em uma cama desconhecida num quarto desconhecido. A janela e o armário eram novos para ela também.

No entanto, ela reconheceu as duas espadas encostadas na cama — e as roupas espalhadas descuidadamente pelo chão. Ficou claro que ela veio dormir aqui por iniciativa própria na noite passada.

— Ah, certo…

Uma vez que tinha processado tudo isso, suas memórias da noite anterior voltaram para ela com bastante facilidade.

Ela se lembrou de salvar a vida de Rudeus e lutar contra Orsted para protegê-lo.

Em seus anos no Santuário da Espada, sonhou em lutar contra Orsted em muitas ocasiões. Nos dias em que ela se esforçava ao máximo em seu treinamento e adormecia no momento em que sua cabeça batia no travesseiro, quase sempre acontecia. Os sonhos mudaram um pouco à medida que ela crescia e ficava mais forte, mas sempre envolvia ela lutando contra o Deus Dragão ao lado de Rudeus, e ela sempre acordava antes que o duelo fosse concluído.

Ontem, no entanto, sua batalha tinha chegado ao fim. Algo que nunca havia acontecido antes. E o resultado não foi nada como ela havia imaginado. Parecia estranho demais para ser real. Ela assumiu que deveria ter sido outro sonho.

Mas a julgar por onde ela se encontrou nesta manhã…

— Acho que aquilo realmente aconteceu — Eris murmurou pensativa.

No dia seguinte à batalha com Orsted, ela acordou na casa da família Greyrat.


Eris Greyrat estava começando a se sentir desconfortável.

Por muitos anos, seu sonho era lutar contra Orsted ao lado de Rudeus. Foi toda a razão pela qual ela viajou para o Santuário da Espada. Agora havia cumprido esse objetivo; as coisas não tinham saído exatamente como tinha imaginado, mas ela se manteve firme contra o Deus Dragão.

Claro, ela havia pensado um pouco no que viria depois disso. Seu plano era viver feliz para sempre com Rudeus. Nunca foi muito clara sobre como isso se daria exatamente, mas ainda era sua intenção fazer isso acontecer.

No entanto, apesar de como ela se sentia sobre o assunto, nos dias depois de chegar a esta casa, se viu incapaz de manter uma conversa com Rudeus.

Eris murmurou enquanto lavava o rosto. — Eu não entendo.

Este banheiro tinha um grande espelho sobre a pia, oferecendo-a uma boa visão de si mesma. Ela estudou seu rosto por um momento: cabelo ruivo despenteado, olhos arregalados e uma boca que parecia carrancuda toda vez que a fechava. Ela conseguiu lavar a baba seca de sua bochecha, mas não ajudou muito.

A palavra fofa definitivamente não se aplicava a ela. Quando considerou o significado desse termo, dois rostos imediatamente apareceram em sua mente. As feições de Sylphie e Roxy eram diferentes, mas ambas poderiam ser descritas como adoráveis. Elas não tinham os olhos afiados e arrebitados de Eris ou sua juba de cabelo bagunçado, e não pareciam zangadas quando fechavam a boca. Suas figuras eram muito diferentes das dela também. Seus corpos não eram tão… femininos, mas Rudeus parecia preferir as coisas assim.

Claro, Eris não poderia magicamente mudar sua aparência da noite para o dia, então desistiu de competir com elas neste aspecto. Contudo havia outros aspectos problemáticos a serem considerados também. Sylphie era o tipo de mulher que cuidava bem de sua família e de sua casa. Não só podia cuidar das tarefas ou cozinhar uma refeição decente — ela também era gentil e atenciosa com todos. Não importa o quão estupidamente Eris pudesse se comportar, Sylphie nunca iria rir dela pelas costas. E acima de tudo, era óbvio que ela amava muito Rudeus. Qualquer um que pudesse reconhecer o quão incrível Rudeus era, ganharia alguns pontos com Eris.

Quanto a Roxy, bem… ela era alguém que até Rudeus respeitava profundamente. Tinha um lado um pouco desajeitado, mas parecia uma pessoa calma e inteligente, com uma visão sábia da vida. E, além disso, tinha um bom emprego na universidade, o que a tornava a que tinha o maior salário na casa. Rudeus havia contado a Eris como ela era maravilhosa em suas viagens juntos. No que dizia respeito a Eris, qualquer um que Rudeus respeitasse era alguém digno de respeito também.

Assim, em comparação, onde isso deixava a própria Eris?

Ela não era muito boa em trabalhos domésticos ou cozinhar. Quando se tratava de ganhar dinheiro, trabalhar como aventureira era a única coisa que ela sabia fazer… e era difícil dizer o quão bem ela conseguiria isso sem Rudeus cuidando de todos os detalhes complicados.

Para deixar claro: Eris tinha toda a intenção de ficar com Rudeus a partir de agora. Algumas coisas não funcionaram bem como ela esperava, mas esses eram todos apenas pequenos detalhes em sua mente. Claro, havia uma parte dela que o queria só para ela, e tinha alguns sentimentos contraditórios sobre se tornar a esposa número três, mas ela aceitou tudo isso algum tempo atrás. Rudeus passou por um período muito difícil por causa dela, além disso, ela viu muitos homens com várias esposas em Asura. Não havia nada de estranho nisso para ela.

Dito isso, agora que realmente conheceu suas outras esposas, ela estava começando a se sentir meio inadequada.

Eris não era mais uma criança. Sabia que a vida não era simples ou fácil. Ela ainda não tinha uma grande noção de quão complicada poderia ser, mas estava bem ciente de que não poderia passar por isso apenas com suas habilidades com a espada.

Antigamente, ela nunca se preocupou com todas essas outras coisas. Em sua mente, Rudeus poderia cuidar de tudo, e isso significava que ela não precisava se preocupar, mas depois de ver Sylphie e Roxy em ação, não se sentia mais assim. A razão pela qual fugiu para o Santuário da Espada em primeiro lugar foi para se tornar igual a RudeusEla queria se tornar mais forte a fim de não ser mais um fardo para ele.

E ela com certeza havia alcançado esse objetivo, mas agora que estava de volta, Rudeus já tinha duas mulheres o apoiando. Ambas tinham todos os tipos de habilidades valiosas para a vida diária que usavam ativamente para ajudá-lo de centenas de maneiras diferentes.

Talvez ela não tivesse as qualificações para ser sua esposa, afinal. Talvez fosse por isso que ele continuava lançando olhares estranhos para seu rosto, em vez de trazer à tona sua proposta de casamento.

Era um pensamento angustiante que não conseguia se livrar.

Em circunstâncias normais, Eris poderia ter deixado todas as suas preocupações de lado e atacado Rudeus de frente, mas essas não eram circunstâncias normais, e seus sentimentos de dúvida ficaram tão fortes que ela não conseguia começar a conversa.

 — Tudo bem!

No entanto, Eris naturalmente não era capaz de pensar muito. E não era a jovem mimada que tinha sido uma vez, incapaz de agir por conta própria. Ela era uma mestre espadachim que estudou no próprio Santuário da Espada, ganhando o prestigioso posto de Rei da Espada.

Durante o caminho de sua ascensão, Eris aprendeu exatamente o que fazer quando sentia dúvida. Quando lhe faltavam as qualificações necessárias, era apenas uma questão de obtê-las.


Depois de se lavar e terminar seus treinos diários, Eris rapidamente enxugou o suor e então foi direto para a cozinha onde Sylphie, Aisha e Lilia já estavam agitadas.

Apenas alguns dias se passaram desde a batalha com Orsted, que foi uma experiência estressante e cansativa para todos, mas com três cozinheiras competentes na cozinha trabalhando em um número bastante pequeno de pratos, as coisas pareciam estar indo bem o suficiente.

Mesmo assim, Eris gritou: — Deixem-me ajudar também! O que devo fazer primeiro?!

— Você apenas espera pacientemente até que a comida esteja pronta, Eris! — Aisha respondeu instantaneamente.

A mensagem implícita aqui era “não há nada para você ajudar”. Aisha era uma garota alegre e doce por natureza e não tinha nada além de carinho e respeito por sua nova irmã mais velha, mas também sabia que Eris não sabia cozinhar nem se fosse para não morrer de fome. Além disso, elas tinham a situação sob controle como estava.

Infelizmente, Eris também não era muito boa em ler nas entrelinhas.

— Não posso ficar sentada para sempre! Serei a esposa de Rudeus também!

Aisha de alguma forma resistiu ao desejo de suspirar de exasperação e olhou para Sylphie, que estava sorrindo sem jeito. Sylphie era a responsável aqui, então a decisão final cabia a ela.

— Uhm… você sabe cozinhar, Eris? — Sylphie perguntou, sua voz gentil.

— Posso ajudar, pelo menos! — Eris respondeu, estufando o peito com confiança.

— Bem, tudo bem… Você poderia cortar esses vegetais para mim, então? Vamos usá-los em um ensopado, mas eles são sempre um pouco difíceis de cortar.

Sylphie entregou a Eris uma faca de cozinha e a apontou na direção certa. Eris olhou para os legumes recém-descascados que pareciam abóboras diante dela, transbordando de excitação.

— Eu só preciso cortar isso, certo?

— Sim, mas eles são bem duros. Acha que pode cuidar disso?

— Claro. Sou muito boa com uma espada.

— Uhm, mas isso é uma faca de cozinha…

Eris basicamente não tinha feito nada exceto praticar com a espada por anos, mas em seus dias de aventureira, Ruijerd a ensinou como tirar a pele de um monstro morto, e ela também preparou carne algumas vezes. Não era como se não tivesse nenhuma experiência com culinária, em outras palavras.

Infelizmente, os preparativos para o café da manhã da família Greyrat não envolviam a dissecação de monstros venenosos, mas Eris estava convencida de que poderia cortar alguns vegetais com bastante facilidade.

— Huh?

No entanto, a abóbora provou ser muito mais dura do que Eris havia previsto e sua faca parou no meio dela. Ela era muito boa em acertar alvos em movimento rápido, mas esta era a primeira vez que enfrentava um objeto imóvel em uma tábua de corte. Talvez fosse algo que você precisasse praticar.

No entanto, Eris era uma Rei da Espada agora; sabia como lidar com uma lâmina. E sabia como cortar as coisas, mesmo que fossem um pouco duras.

— Uhm, Eris? Você quer cortar isso em mais de um…

— Hmph!

Assim que Sylphie estava prestes a ensinar-lhe o truque para isso, Eris exalou bruscamente, levantou sua faca muito rápido para os olhos seguirem, e balançou violentamente de volta para baixo.

Sylphie não viu nem um borrão. Ela acabou de ouvir o pedaço da lâmina atingindo o alvo e viu a abóbora dividida ao meio… junto com a tábua de corte embaixo dela. A tábua de corte que Rudeus comprara para ela quando se casaram e ela vinha usando desde então.

— Gostou disso? — disse Eris orgulhosamente.

As bochechas de Sylphie se contraíram levemente, mas ela conseguiu se controlar. Ela gostava daquela tábua de corte, sim, mas era um objeto prático e acabaria se desgastando de qualquer forma. Eles sempre poderiam comprar outra.

— Aaaah! Essa é a tábua de corte que Rudeus comprou para Sylphie como presente de casamento! — Aisha gritou no lugar de Sylphie. Pegando as duas metades da tábua quebrada, ela olhou para Eris com reprovação. — Eris, você é terrível!

— Uhm…

Lenta e ansiosamente, Eris olhou para Sylphie. As bochechas da mulher ainda estavam se contorcendo, mas de alguma forma ela conseguiu manter um sorriso no rosto.

— Ah, e-está tudo bem. Não é como se ela tivesse feito isso de propósito, certo?

— D-desculpe por isso.

O pedido de desculpas de Eris foi genuíno. Se alguém tivesse cortado um presente que Rudeus lhe deu ao meio, ela sabia que teria surtado com eles.

— Acho que vamos deixar outra pessoa lidar com o corte dos legumes hoje, no entanto.

Nos minutos seguintes, Sylphie fez um esforço para encontrar pequenas tarefas nas quais Eris pudesse ajudar. Infelizmente, ela se mostrou muito mais desajeitada do que o esperado. Quando tentou aquecer alguma coisa, quase causou um incêndio; quando lavava uma panela que tinham acabado de usar, ela de alguma forma dobrava o cabo; e quando levava comida para a mesa, acabava derrubando tudo no chão. Normalmente, ela poderia ter lidado bem com essas tarefas, mas estava fazendo tudo com um pouco de vigor em excesso hoje.

Quando você está se esforçando muito, é fácil cometer erros que não cometeria normalmente.

Por fim, Eris acabou a tarefa de afiar as facas de cozinha que estavam ficando cegas. Enquanto a maior parte do que ela praticou recentemente dizia respeito a como usar sua espada, ela também aprendeu como mantê-la. Ruijerd havia a ensinado o básico e ela tinha uma extensa prática no Santuário da Espada também. Havia boas razões para isso. Para os praticantes do Estilo Deus da Espada, que procuravam derrubar seus oponentes em um único golpe, era crucial manter sua espada afiada.

Uma faca de cozinha não era uma espada, obviamente, mas ainda era uma lâmina. Não havia muita diferença em como você a mantinha. No final daquela manhã, todas as facas na cozinha da família Greyrat pareciam afiadas o suficiente para cortar aço; essa conquista rendeu a Eris uma boa quantidade de elogios de Sylphie e das outras.

Claro, ela estava plenamente consciente do fato de que este não era bem o tipo de trabalho doméstico que ela esperava ajudar.


Eris tinha estragado tudo na cozinha. Ainda assim, não estava disposta a desistir. Parecia que cozinhar não era o seu forte, mas ela ainda podia encontrar uma maneira de ganhar seu sustento, pelo menos. Com esse pensamento em mente, partiu para a Universidade de Magia de Ranoa, onde Roxy trabalhava como professora. O plano era explicar a situação e ver se Roxy sabia algum trabalho para o qual ela pudesse ser adequada.

— Uhh… Você quer saber se há alguma coisa em que possa ajudar?

Eris chegou assim que Roxy estava começando seu almoço — distraindo-a do mistério do porquê do conteúdo de sua lancheira estar levemente carbonizado hoje.

— Sim! Todo mundo diz que é uma grande ajuda ter você trazendo para casa aquele bom salário regular. Serei a esposa de Rudeus também, então realmente deveria ganhar algum dinheiro.

— Ah, entendi. Bem, eu certamente posso fazer meu melhor para ajudá-la a encontrar um emprego, nesse caso.

— Obrigada, Roxy!

— Primeiro de tudo, você pode me dizer quais são suas habilidades?

A mente de Eris imediatamente saltou para as coisas que Rudeus a havia ensinado muitos anos atrás. Este lugar era uma escola, então parecia ser o conhecimento mais relevante que possuía.

— Eu sei ler, escrever e fazer aritmética! Ah, e também conheço um pouco de magia básica!

Claro, Eris não era especialmente boa em nenhuma dessas coisas, mas ainda deu sua resposta com confiança.

Roxy ficou em silêncio e tentou pensar sobre isso.

Eris era uma Rei da Espada. Naturalmente, a melhor opção era encontrar um emprego para ela em que esse título fosse relevante. Embora não estivesse claro se ela tinha a capacidade de ensinar aos outros suas habilidades, encontrar para ela um cargo como instrutora de esgrima parecia a opção ideal. Ela ainda não tinha as qualificações necessárias para se tornar um membro formal do corpo docente, mas poderia ser contratada como instrutora assistente imediatamente. Felizmente, a Universidade de Magia oferecia aulas de esgrima a seus alunos e a recomendação de Roxy contaria para algo aqui.

O atual instrutor de esgrima da Universidade era do nível Avançado em seu estilo, o que o tornava inferior a Eris. Havia uma chance de que aceitar um assistente tão poderoso fosse demais para seu orgulho tolerar… mas enquanto considerava isso, Roxy se lembrou de ver o homem falando animadamente sobre a chegada de duas Reis da Espada em Ranoa no outro dia. Ele até mencionou algo sobre o quanto ele queria conhecê-las, e talvez até aprender uma coisa ou duas sob sua instrução. Neste exato momento, o homem parecia estar lançando olhares ciumentos em sua direção do outro lado da sala dos professores. Roxy teve a sensação de que ele poderia endossar essa ideia com entusiasmo se ela o chamasse.

No entanto… Eris não mencionou sua esgrima em resposta à pergunta de Roxy sobre suas habilidades. Por que será?

Roxy era uma mulher inteligente. Não demorou muito para ela chegar a uma resposta.

Eris era uma Rei da Espada, um nível acima até mesmo dos Cavaleiros da Espada. Somente os verdadeiramente talentosos e poderosos ganharam esse título. Entre os magos que subiram para o nível equivalente, havia muitos que só aceitavam alunos específicos que consideravam promissores. Com toda a probabilidade, Eris também não estava disposta a ensinar suas habilidades a qualquer um. Nesse caso, sugerir que ela aceite um emprego como instrutora assistente de esgrima seria muito imprudente. Ela pode até tomar isso como um insulto.

Claro, tudo isso era apenas Roxy pensando demais nas coisas, mas mesmo assim, ela optou por uma sugestão diferente.

— Tudo bem então. Que tal um emprego como segurança?

— Uma segurança? Isso soa meio chato.

— Bem, a maioria dos empregos é um pouco monótona, receio.

— Hmm… Sim, acho que até mesmo se aventurar era um pouco chato às vezes. Está bem então.

Em poucos minutos, a recomendação de Roxy garantiu a Eris um teste como guarda de segurança da Universidade de Magia de Ranoa.

Uma vez que as formalidades foram cumpridas, Roxy levou Eris para a entrada principal da Universidade de Magia. Como Eris ainda não tinha uma boa noção do layout do campus, guardar o portão da frente era o único trabalho que ela podia fazer no momento. A ideia era que ela fizesse um turno naquela tarde, após o qual seria oficialmente contratada pela Universidade.

— Tudo bem então. Tenho uma aula para dar, então preciso ir agora. Passarei para buscá-la à noite.

Com essas palavras, Roxy deixou Eris nas mãos do guarda veterano no portão e voltou para o prédio principal da escola.

O guarda examinou Eris por um momento, então coçou a parte de trás de sua cabeça incerto.

— Uh, vamos ver. Quero dizer, o serviço de portão é bem simples, honestamente. Você apenas precisa parar qualquer um que pareça suspeito ou perigoso, pede a eles que provem sua identidade e os expulsa quando necessário.

— Isso parece fácil!

— Sim, com certeza é. Não é como se tivéssemos tantas pessoas suspeitas vagando por aí, sabe? Mas ei, deixe-me mostrar como é feito de qualquer maneira.

Com isso, o guarda se posicionou ao lado do portão e começou a ficar de olho em todos que passavam por ele.

No entanto, a Universidade de Magia tinha uma grande variedade de instalações e lojas no campus, então era bastante raro que estudantes ou professores saíssem do local na hora do almoço. Isso significava que não havia muito tráfego de pedestres além de um punhado de pessoas que pareciam ser homens da manutenção ou vendedores trazendo suprimentos. O guarda chamou um cliente de aparência durona com uma grande cicatriz na bochecha, apenas para descobrir que ele era guarda-costas de algum estudante nobre que morava nos dormitórios. Assim como ele disse, o campus não parecia receber muitos visitantes de aparência suspeita.

— Então é isso. O tráfego de pedestres diminuirá ainda mais no início da tarde. Por que você não tenta por um tempo?

— Entendi!

Em alto astral, Eris se posicionou ao lado do portão, onde assumiu sua pose assinatura: braços cruzados, pernas abertas e queixo no ar.

Seu olhar era intenso. Muito intenso, na verdade. Ninguém parecia olhá-la nos olhos; aqueles que passavam pelo portão o fizeram olhando para o chão, em um esforço para não encontrar seus olhos. Não havia suspeitos à vista. Qualquer um que estivesse considerando algum comportamento ilícito teria pensado duas vezes depois de um bom olhar de Eris.

No entanto, entre todos os acovardados e encolhidos, havia um homem que nem se mexeu. Indiferente à presença de Eris, ele caminhou pelo campus como se fosse o dono do lugar. A expressão em seu rosto era calma e confiante. Não havia nada de incomum em sua postura, mas, dadas as pessoas trêmulas ao seu redor, ele se destacava como um polegar dolorido.

E assim, Eris tomou uma decisão rápida: há algo estranho com aquele cara!

— Pare bem aí!

O homem parou em seu caminho e olhou para Eris duvidosamente. — Posso ajudar?

Seu tom era educado o suficiente, mas o olhar em seu rosto dizia: “Sou um homem ocupado. Podemos acabar com isso logo?”

Claro, essa atitude só deixou Eris mais desconfiada.

— Há algo suspeito em você!

— Passo por este portão há mais de vinte anos e esta é a primeira vez que ouço isso. Você parece meio… suspeita para mim. Não reconheço seu rosto… Há quanto tempo você trabalha aqui?

— Comecei hoje!

— Entendi. Bem, suponho que não posso culpá-la, então…

O homem enfiou a mão no bolso para pegar seu crachá oficial de identificação da universidade, mas naquele momento, uma rajada de vento forte e fora de época passou, e sua mão pulou reflexivamente do bolso em direção à cabeça.

Eris reagiu instantaneamente a este movimento altamente suspeito. Dando um passo à frente em um piscar de olhos, ela agarrou seu pulso com firmeza em sua mão.

— O que você está escondendo aí?

— Guh…!

Diante dos olhos de Eris, o vento… carregou o cabelo do homem. Todo ele. De uma vez só.

Tudo o que restou foi uma careca lindamente brilhante.

— …

Eris congelou. Ela reconheceu que o homem estava tentando esconder algo, mas não tinha imaginado que era… isso.

Com a mão que Eris não estava agarrando, o homem enfiou a mão no bolso do peito mais uma vez e tirou seu distintivo da Universidade.

— Meu nome é Georg. Sou o diretor da Universidade de Magia de Ranoa.

Enquanto falava, seu rosto estava vermelho de vergonha fúria.


Para ir direto ao ponto, Eris foi demitida no local.

Bem… não era tecnicamente uma demissão, já que ela ainda nem tinha sido contratada, mas a Universidade se recusou formalmente a contratá-la como guarda de segurança.

— Suspiro

Compreensivelmente, isso deixou Eris se sentindo um pouco deprimida. Ela não era boa em tarefas domésticas e também não conseguia lidar com um emprego. A crescente sensação de sua própria inutilidade havia sido dolorosamente reforçada pelos acontecimentos de hoje. Poderia ter sido diferente se ela pelo menos conseguisse tropeçar em algo que ela decidiu, mas depois de dois desastres seguidos, sua autoconfiança estava atingindo fundos do poço cada vez mais profundos.

No momento, Eris estava deitada em cima de um galpão no canto do quintal Greyrat e olhando para o céu, como costumava fazer quando morava na cidade de Roa. Em sua mente, estava repetindo uma conversa com Rudeus de muitos anos no passado.

— Qual é o sentido de fazer algo que eu nem sou boa?!

A resposta de Rudeus foi bastante simples.

— Quanto pior você é em alguma coisa, mais satisfatório é quando finalmente pega o jeito.

Em certo sentido, o trabalho doméstico e o emprego não eram diferentes da dança com a qual ela lutava naquela época. Ela pegaria o jeito deles eventualmente, contanto que continuasse tentando, apesar de seus fracassos.

Ao mesmo tempo, algo parecia um pouco estranho nesse plano. Provavelmente seria satisfatório ter sucesso, mas mesmo assim… algo parecia errado.

Infelizmente, Eris não conseguia descobrir o porquê disso acontecer.

— Me deixe ir!

Nesse momento, o vento levou uma voz até ela. Foi uma que ela reconheceu.

Eris sentou-se no telhado do galpão e se virou na direção de onde a voz vinha. Ao que parecia, havia uma discussão acontecendo perto da porta da frente da casa da família Greyrat.

— Quero saber o que está acontecendo…

Ela pulou de seu poleiro e deu a volta ao redor da casa, onde viu a irmã de Rudeus, Norn, com um menino da idade dela.

O menino estava ricamente vestido. Seu uniforme tinha o mesmo desenho do de Norn, mas dava para ver de relance que o dele era feito com tecidos finos e botões caros.

Não eram apenas suas roupas que se destacavam; ele tinha cabelos loiros longos e ondulados, sobrancelhas bem cuidadas e uma pele que claramente recebia muito cuidado. Os dois guardas em posição de sentido atrás dele deixaram óbvio que era um nobre.

No momento, ele estava segurando a mão de Norn — aparentemente para a impedir de entrar na casa.

— Vamos, Norn — disse o menino, passando a mão livre pelo cabelo em um gesto detestavelmente vistoso. — Se você simplesmente vier comigo, estará ajudando aquele seu querido irmão sua amada princesa Ariel.

— Do que você está falando?! A princesa Ariel e Rudeus nem estão por perto agora!

— Muito melhor! Se eles voltarem e descobrirem que tomamos medidas úteis em seu nome, certamente nos elogiarão por nossa visão e iniciativa. Será um passo valioso para ganhar a confiança deles.

— Eles só ficariam bravos comigo por agir sem permissão, na verdade.

Aparentemente, Norn não queria nada mais do que soltar sua mão, mas esse garoto era um nobre e parecia ter alguma influência real; ela provavelmente não queria correr o risco de irritá-lo.

— Oh, eles não ficarão chateados, eu garanto. Dê uma olhada nesses dois atrás de mim. Eles são lutadores de elite que recrutamos de um dos melhores bandos de mercenários de todo o Território do Norte. Seu irmão tem passado muito tempo fora de casa ultimamente, não é? Permita-me protegê-la em seu lugar.

— Isso não é necessário. Temos Sylphie e Roxy para cuidar de nós.

— Nada além de mulheres, em outras palavras?

— Z-Zanoba e Cliff vêm o tempo todo!

— Mas eles não estão aqui agora, estão?

Diante da pressão implacável do menino, os protestos de Norn foram ficando mais breves e menos firmes. Nesse ritmo, havia uma boa chance dele acabar impedindo seu caminho para dentro da casa. Franzindo o cenho, Eris se aproximou.

— Ela não está interessada. Tire suas mãos dela.

O menino franziu a testa com essa interrupção repentina. — Perdão? E quem você deveria ser, afinal? Não sabe quem eu sou?

— Não.

— Eu vou te dizer, então. Sou Richard Moanarius, herdeiro da honrosa casa de Moanar…

— Eu não poderia me importar menos. Você não me ouviu da primeira vez? Tire suas mãos dela.

Quando Eris interrompeu sua tentativa de se apresentar, a expressão confiante do menino Richard mudou para uma mal-humorada. — Você é uma mulher notavelmente rude e ignorante! Olhe aqui, se eu quisesse, poderia demolir esta sua casinha em um intan… Hm?

Richard parou no meio da frase, percebendo que suas pernas estavam estranhamente frias de repente. Quando ele olhou para baixo, ele encontrou sua calça caída em torno de seus tornozelos, deixando sua cueca totalmente exposta. Com um pequeno guincho, o menino rapidamente puxou as calças para cima — apenas para descobrir que seu cinto havia sido cortado ao meio, forçando-o a segurá-las com as mãos.

Por um momento, ele não tinha ideia do que havia acontecido com ele. Então ouviu um pequeno tilintar da espada na cintura de Eris… e ele olhou para cima para encontrá-la olhando para ele com desdém frio em seus olhos.

— Da próxima vez, vou cortar esse braço em vez disso.

— Ei!

Richard era famoso por seu comportamento sem vergonha e às vezes era chamado de uma falha como nobre, mas quaisquer que fossem suas falhas morais, possuía um senso de autopreservação perfeitamente funcional. Ele sabia que Eris não estava fazendo uma ameaça vazia. Imediatamente soltou a mão de Norn e deu um passo rápido para trás.

— B-bem. Bom! Estarei indo por enquanto, então.

Com essas palavras, Eris desembainhou sua espada novamente. De alguma forma, a espada deixou sua bainha sem fazer nenhum som. Algo sobre isso parecia incrivelmente ameaçador.

— O-o quê?! Eu já disse que vou embora por hoje!

— Não volte amanhã também. Ou no dia seguinte.

As pernas de Richard começaram a tremer com a pura intensidade do olhar de Eris. Ele não podia olhar nos olhos dela, é claro; mas podia senti-los o perfurando. Ainda assim, ele tinha seu orgulho de nobre em jogo. Ele não podia deixar essa plebeia grosseira fazer dele um completo idiota.

— Você se atreve a ameaçar…

No entanto, assim que abriu a boca para falar, um de seus guarda-costas o agarrou pelo ombro e o puxou firmemente para trás.

— Desculpe, sua senhoria, mas é melhor sairmos daqui. Aposto um bom dinheiro que aquela garota é a Rei da Espada Berserker de quem as pessoas estão falando. Ela não está blefando sobre isso, entende? Não há conversa com uma mulher que treinou no Santuário da Espada.

Normalmente, esses homens seguiam seu jovem mestre mesmo em suas escapadas mais idiotas, limpando de forma eficiente sua bagunça com um suspiro silencioso, mas foi precisamente suas habilidades e competência que lhes permitiu perceber o quão perigosa Eris de fato era.

— Droga! Não me esquecerei disso!

Com essa tentativa inerte de um tiro de despedida, Richard começou a se virar, mas antes que pudesse se mover uma polegada, Eris o chamou bruscamente.

— Não me esquecerei de você também. E se mexer com essa garota de novo, eu te mato. Isso é uma promessa, ok? Vou me lembrar do seu rosto.

Essas palavras foram o golpe final. O conhecimento de que esta mulher aterrorizante iria ficar de olho nele deixou o corpo de Richard tremendo de medo.

— Guh…

Aterrorizado em silêncio, o menino de repente pálido virou-se e se afastou rapidamente.

Eris continuou olhando para Richard e seus guarda-costas até que eles desaparecessem completamente de vista. Só então ela finalmente relaxou.

— Hmph.

Claro, ela não quis dizer nada disso a sério. Eris podia ser um pouco violenta às vezes, mas não saía por aí matando pirralhos detestáveis. Tinha sido apenas um blefe. Honestamente, ela não pretendia lembrar o nome do menino, muito menos de seu rosto. Lembrar das coisas nunca foi seu forte. Ainda assim, a força de sua hostilidade muito genuína foi o suficiente para dar peso às suas palavras.

— Ufa…

Com um pequeno suspiro, Eris se virou e voltou para dentro da casa.

Norn apenas a observou ir, sem conseguir dizer “obrigado”, mas suas mãos estavam apertadas contra o peito e admiração brilhava em seus olhos.


Assustar aquele garoto tinha sido muito bom, sendo bem honesta, mas Eris já estava se perguntando se havia estragado tudo de novo. Norn parecia infeliz com a situação, mas a discussão deles parecia meio complicada. Talvez o pirralho fosse realmente importante de alguma forma. Parecia que ela poderia ser repreendida de novo mais tarde.

Assim que ela entrou na casa, Sylphie e Roxy colocaram suas cabeças para fora da sala e acenaram para ela. Elas claramente estavam assistindo aquela pequena cena se desenrolar à distância.

Preparando-se para uma conversa, Eris foi se juntar a elas…

— Obrigada, Eris!

— Bem feito.

…e se viu piscando surpresa com suas palavras repentinas de gratidão.

— Huh?

— Nós vimos aquilo! Você ajudou Norn, certo?

— Aquele garoto não ouviu uma palavra do que tínhamos a dizer, mas parece que ele não vai incomodá-la novamente.

Havia grandes sorrisos em ambos os rostos, mas Eris franziu a testa incerta.

— Você tem certeza que eu deveria ter feito aquilo? Ele tem conexões, certo?

— Hmm. Bem, seu pai está contribuindo para a causa da princesa Ariel e ele tem alguma influência na Universidade…

Isso era exatamente o que Eris temia. Sylphie explicou que Richard era filho de um poderoso nobre de Ranoa. Este nobre não era apenas um dos principais financiadores da princesa Ariel, ele também fazia grandes doações para a Universidade regularmente e tinha uma influência considerável com seus administradores. Para colocar as coisas sem rodeios, uma porcentagem decente do pagamento de Sylphie e Roxy vinham do dinheiro que ele fornecia.

Claro, seu filho Richard não tinha nada a ver com nenhum desses assuntos. Mesmo se ele corresse de volta para casa e choramingasse com seu pai por horas a fio, era improvável que houvesse consequências para Sylphie ou Roxy, muito menos para a princesa Ariel. No entanto, Richard havia se convencido de que as contribuições de seu pai lhe davam o direito de se pavonear como se fosse o dono do lugar. Não importa quantas vezes Sylphie e Roxy o repreendessem, ele simplesmente as ignorava.

— Estávamos prestes a sair e enxotá-lo quando você apareceu, Eris — acrescentou Roxy, seu nariz queimando de entusiasmo. — Fiquei um pouco preocupada por um minuto, mas meu Deus! Foi gratificante assistir!

Sylphie riu um pouco, mas então se virou com uma expressão séria no rosto.

— Ei, Eris?

— O-o que foi?

Sylphie estendeu a mão e pegou as mãos de Eris nas suas. E então, como Eris hesitou incerta, começou a falar.

— Às vezes tenho a sensação de que você pensa que não é… boa o suficiente do jeito que é, mas isso definitivamente não é verdade, ok? Tente ter alguma confiança.

Eris franziu a testa um pouco. Isso quase parecia uma rejeição de seus esforços para melhorar. — De onde veio isso?

— Bem, você tem se preocupado muito ultimamente, não é? Acho que meio que entendo como você se sente. Sempre que vejo Rudy trabalhando, sinto que tenho que aprender todo tipo de coisas novas.

— …

Assustada pela perspicácia de Sylphie, Eris se viu sem palavras, mas Sylphie ainda não havia terminado. — Sabe, Eris… nós somos muito boas em vigiar as costas de Rudy, se você entende o que quero dizer. Estamos atentas às coisas nos bastidores. Você definitivamente nos ajudou hoje, mas normalmente, estamos a par desses tipos de problemas.

Sylphie parou por um momento e seu aperto nas mãos de Eris aumentou visivelmente.

— Mas quando vi como Orsted, Rudy e você lutaram… bem, percebi uma coisa. Quando Rudy está enfrentando algo realmente perigoso, não somos fortes o suficiente para ficar na frente dele como você fez.

Ela estava olhando Eris diretamente em seus olhos agora. A força neles era absolutamente intimidante, mas ela não vacilou ou desviou o olhar. Na verdade, ela olhou de volta com todo o poder que podia reunir.

— Você treinou por anos para ser forte o suficiente para fazer isso. Acho que isso é algo que você deve se orgulhar.

Com isso, Sylphie soltou as mãos de Eris e sorriu para ela.

— Isso é tudo que eu queria dizer, realmente. Além de… estou feliz por você estar aqui, Eris.


Eris vagou pelo corredor meio atordoada. Que clichê. Depois de tanta preocupação, ela acabou chegando à conclusão de que estava bem do jeito que estava.

Entretanto, quanto mais pensava sobre isso, mais isso soava certo. Rudeus era o mago e ela a espadachim. Era o que ela tinha em mente desde o dia em que o deixou para treinar. Parecia natural que ambos desempenhassem os papéis para os quais eram mais adequados.

Apesar disso, Rudeus não poderia lidar com todo o resto além de lançar feitiços. Ele cresceu um pouco e aprendeu muitas coisas novas, mas isso não o tornava sobre-humano. Havia algumas coisas com as quais ele não conseguia lidar sozinho. E era aí que Sylphie e Roxy poderiam intervir para ajudar.

Claro, a própria linha de pensamento de Eris não era tão clara ou coerente… mas ela se sentiu feliz e aliviada. Afinal, ela não tinha estragado tudo. Seus esforços não foram em vão. Apenas sabendo que isso significava o mundo para ela.

— Oh.

Os movimentos sem rumo de Eris pela casa a trouxeram para um quartinho silencioso. E lá, ela encontrou uma mulher sentada que estava olhando pela janela com uma expressão distraída.

Era Zenith Greyrat. Eris já tinha ouvido falar de sua situação; sabia que um longo cativeiro nas profundezas de um labirinto havia deixado sua mente em pedaços.

No entanto, para surpresa de Eris, Zenith virou-se para ela, como se sentisse seu olhar. Os olhos da mulher estavam claramente focados nela. Eris endireitou a coluna reflexivamente. Independentemente de sua condição, esta era a mãe de Rudeus. Ela tinha que mostrar o melhor de si aqui.

Com passos lentos e cautelosos, ela caminhou até Zenith.

Eris definitivamente precisava dizer alguma coisa, mas não tinha certeza do que deveria ser. Ela hesitou por um longo momento, desejando cruzar os braços, mas se recusando a fazê-lo.

Ugh. Agora eu gostaria de ter prestado mais atenção naquelas estúpidas aulas de etiqueta…

Por um momento, ela flertou com a ideia de sair da sala e voltar depois de decidir o que dizer, mas Zenith estava olhando para ela pacientemente, como se esperasse ela falar.

Curvando-se sob a pressão, Eris finalmente soltou a primeira coisa que lhe veio à mente.

— Eu sou… ainda sou bastante inexperiente, mas… farei meu milhor.

Milhor? Meu milhor?!

Eris franziu a testa irritada por seu próprio erro, mas então notou a mudança de expressão de Zenith também.

Ela estava sorrindo.

Eris sempre odiou quando as pessoas sorriam para seus erros, contudo, este não parecia um sorriso de zombaria. Se fosse alguma coisa, estaria mais para uma resposta. Zenith não disse uma única palavra, mas por alguma razão, Eris pensou que podia ouvir sua voz.

— Tente dizer isso para Rudy ao invés de mim. Não faz sentido ser tão formal para comigo.

— …

Sem dizer mais nada, Eris baixou a cabeça para Zenith. E, ao fazê-lo, renovou a promessa para si mesma: vou me casar com Rudeus, aconteça o que acontecer.


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Lucas BuenoD
Membro
Lucas Bueno
2 dias atrás

Esse foi mais um daqueles caps fofinhos, ótimo pra se ir dormir dps de ler um desse, e é isso que eu vou fazer

Baumel
Visitante
Baumel
1 mês atrás

So eu que entendi que ela estava conversando com pensamentos com a Eris , tipo telepetia

Gabriel Silva
Membro
Gabriel Silva
3 meses atrás

Resumo:Eris sendo a Eris fofa da sua própria maneira. Além de ter ficado muito incrível!

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