Levou muito tempo e Ray, honestamente, não sabia há quanto tempo estava escalando a parede. Isso também com as próprias mãos. A cada braçada do caminho, ele estava focado apenas em uma coisa.
‘Mais rápido, mais rápido, eu preciso chegar ao topo.’ – Ele pensou para si mesmo.
Ele protegeria esses humanos, ele não os treinou por todo esse tempo para que eles simplesmente fossem mortos. Se ele estava ao lado deles e pudesse ajuda-los, então assim ele faria. Mas se ele não pudesse voltar para lá novamente, então o que aconteceu da ultima vez iria se repetir.
Os humanos atacaram o Vale do Dragão enquanto ele estava fora, e agora parecia que a história estava apenas se repetindo. Naquela época ele não pode fazer nada como um Dragão, e parecia que ele não seria capaz de fazer nada como um humano também, mas finalmente, ele saiu do buraco e conseguiu.
Apressando-se e saindo da sala, ele entrou no túnel. Só daqui ele podia ver corpos de membros mortos da Guilda das Trevas ao longo das paredes. Então seus olhos se encontraram em uma pessoa inesperada. Foi Gary.
Ele o viu caído contra a parede. Ray rapidamente correu para onde estava e se ajoelhou ao lado dele. A armadura impressionante e forte que vestia, que tinha que ser pelo menos do Nível Imperador, foi aberta.
Colocando a mão no chão, Ray percebeu que ela estava incrivelmente molhada, levantando-a, sua mão agora estava vermelha.
‘Sangue?’
Gary estava em uma poça de seu próprio sangue.
Apesar de tudo o que os dois haviam passado e do que Gary tinha feito, por algum motivo, o coração de Ray começou a doer ao ver seu amigo caído.
“O que aconteceu?” – Perguntou Ray.
Gary tentou ao máximo olhar para Ray, mas seus olhos diziam tudo. Ele estava com uma dor imensa.
“É claro que veria você antes da minha morte.” – respondeu Gary. “Era o Dragão. Não consegui controla-lo, Ray. Quando saiu, começou a me atacar e a alguns dos soldados. E você, já que está aqui, acho que Morfran não conseguiu se opor a você.”
“Ele está morto ou não deseja lutar comigo.” – respondeu Ray.
“Bem, agora é sua chance Ray, se você me matar aqui, será um grande golpe para a Sombra.”
Ao ouvir essas palavras, Ray ficou um pouco triste. Mesmo neste estado agora, ele estava falando palavras que Gary teria falado antes de ser possuído pelo Martelo. Já tinha tomado conta de sua mente?
“Sabe, eu nunca planejei te matar. Você foi um dos últimos da minha lista. Eu planejava matar um monte de gente, mas não você.” Disse Ray.
Gary não aguentou; se forçando para não rir e, ao fazê-lo, sentiu a dor percorrer seu corpo.
“Eu acho que deveria estar feliz com isso.”
“O Dragão, você sabe como mandá-lo de volta ou como se livrar dele?” Perguntou Ray.
“Ray, eu também não quero que você morra. Apenas fique aqui. O Dragão é muito poderoso. O que eu disse sobre os deuses terem medo dele. É verdade, eu não menti. Talvez se todos os humanos se unissem juntos como faziam no passado, mas não há chance disso agora.”
“Sim, você está certo.” – respondeu Ray. “Dragões são fortes e nenhum humano pode derrotar um. Para uma pessoa se opor a um Dragão. Então, outro Dragão é necessário; é simples.”
Soltando um gemido imenso, Gary se levantou e se apoiou com os braços. Seu corpo balançou por um momento e as pedras da manopla começaram a brilhar. Parecia que de alguma forma o estava curando.
Ray não gostou disso, ele estava contando com o poder da Sombra, no final.
“Ray, você vai ficar aqui. Quando eu ainda estava no controle do Dragão, dei uma ordem. Para matar todos os membros do Asas Carmesim. Como você é o líder deles, isso inclui você.”
Ray olhou para os corpos ao redor dos dois que estavam no chão, os dos membros da Guilda das Trevas.
“Claramente não está seguindo suas ordens, está matando todos os humanos. Eu vou lidar com isso.”
Ray começou a caminhar em direção ao fim do túnel, quando bem ao seu pé o chão explodiu de repente.
“Você não me ouviu, Ray? Você não vai a lugar nenhum.”
A primeira onda de Besta das Sombras veio sobre eles, mas igualmente, para enfrentá-los e dar confiança ao exército Asas Carmesim, Jack avançou se transformando e os outros que o seguiam também. Escalando em cima de uma besta gigante, Jack, em seu estado transformado colocou ambas as mãos nas mandíbulas da besta e a rasgou ao meio.
“Nhow wamo encer essaf huerra!” Jack rosnou, mas ninguém parecia entendê-lo.
“Vamos vencer esta guerra!” Kyle gritou, traduzindo para ele. “Não ataque os lobisomens. Eu sei que eles parecem bestas malucas, mas eles estão do nosso lado!”
Os Cavaleiro Asas Carmesim mantiveram sua luta firme no terreno com os membros da Guilda das Trevas, a atenção se concentrou no Dragão. A luta parecia mais uma caça a bestas em grande escala do que uma guerra, que eles acharam muito mais fácil.
No entanto, logo mais bestas se juntariam à luta. Minotauros estavam saindo dos portões cobertos por Sombras, e alguns velhos inimigos que eles tinham visto antes, incluindo a Cobra Babosa que lhes deu tantos problemas no passado.
Não haveria Serpe para salvá-los aqui como havia em Avrion, eles estavam por conta própria.
Muitas das bestas pareciam lançar algum tipo de veneno estranho. Assim que atingiu a primeira fileira dos membro Asas Carmesim, alguns deles pareceram enlouquecer ligeiramente, balançando suas armas como se tivessem ficado cegos.
Logo, porém, com a orientação de Roy e alguns outros, eles começaram a mirar nesses tiros venenosos que essas bestas cuspiam, atirando bolas de fogo e rajadas de energia enquanto estavam no ar. Contanto que eles os atingissem antes de alcançarem os soldados, invalidando a ameaça.
No entanto, nem tudo foram boas notícias. Os inimigos que provaram ser os mais difíceis foram os Minotauros, alguns tinham habilidades elementais e pura força bruta. Um tinha atacado levantando um membro da Asas Carmesim no ar e o estrangulado até a morte na frente de todos.
Isso fez com que o medo percorresse a espinha de muitos homens. Saber que a morte poderia cair sobre qualquer um deles a qualquer momento.
“Não desistam!” – Katy gritou. “Continuem lutando. Se não lutarmos contra eles, quem o fará? Pense se eles alcançassem os portões de Avrion, pense se eles caíssem sobre suas famílias. Estamos lutando por eles!”
“Rapaz, você precisa agir agora!” Lenny disse.
Muitas das forças mais poderosas, como a equipe de Meios-Besta e os Cavaleiros Dragão foram deixados para proteger Van e Bliss. Foi difícil para eles permanecerem onde estavam quando puderam ver todos os outros locais do campo de batalha onde poderiam ter fornecido apoio para ajudar.
Mas eles sabiam o quão importante Van e Bliss poderiam ser para ganhar toda esta guerra.
“Use a pedra e mate aquele Dragão. Ele está infectado pela Sombra, então deve funcionar.”
Atrapalhando-se para pegar a pedra em sua bolsa. Van segurou a pedra branca em suas mãos. Ele concentrou sua energia, e um feixe de luz branca sairia disparando contra o Dragão. Ele não tinha certeza se até mesmo a pedra branca ou seus poderes teriam um efeito, mas ele precisava tentar. No entanto, ele nem saberia se teve efeito ou não.
Pois o Dragão estaria se movendo muito rápido e em todo o lugar para ele até mesmo sequer acertar o Dragão. Foi uma visão estranha de se ver, membros de Guilda das Trevas e membro do Asas Carmesim estavam trabalhando juntos para tentar lutar e se defender contra o Dragão.
Assistir o Dragão agir, enquanto Van sentia que não podia fazer nada estava causando uma dor em seu coração. Aonde quer que o Dragão fosse, em qualquer área do campo de batalha, ele deixaria um grupo de cadáveres para trás.
“Ahhh vamos lá, por favor, mate o Dragão!” Van gritou para a pedra em sua mão, deixando escapar mais raios de luz branca.
Enquanto ele estava tão focado no Dragão, Van não estava ciente das forças que estavam tentando agarrar a pedra. Criaturas parecidas com pássaros entraram no campo de batalha e uma delas desceu na esperança de agarrar o cristal, mas antes que pudesse alcançá-lo foi explodido.
“Segure esse cristal como se fosse o seu coração.” – Bliss disse.
Bandos de bestas romperiam através do exército Asas Carmesim em torno deles, tentando pegar o cristal, mas apenas para serem recebidos por Dan, Sloth e Badgêr, bem como outros fazendo o que podiam para manter todos longe dele.
“Van, o que você está fazendo!?” Dan gritou enquanto tirava um cão de aparência feia do caminho. “Apresse-se e mate aquele Dragão.”
“Eu sei, estou tentando!” Van gritou, só que mais e mais cadáveres estavam se acumulando no campo de batalha.